O começo - Homem Aranha escrita por LeticiadeCastro


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma ideia


Notas iniciais do capítulo

Vou tentar sempre fazer partes narradas pelo Peter também, até porque, toda história tem dois lados certo? Mas então.. espero que gostem ❤️



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E mais uma vez eu me vejo sentada no fundo da sala, ocupada desenhando no caderno. Lucy estava do meu lado me observando com olhos atentos, eu já tinha explicado para ela o que havia acontecido no corredor, mas, sinceramente, eu não sabia com quem eu estava mais brava, se era com Max e seu estériotipo superior e ignorante, com Peter me tratando como lixo ou comigo mesmo, que insistia em ligar para o que aquele garoto pensava sobre mim.
— Senhorita Wendell - eu escuto o professor dizer e todos os olhos se voltam para mim - como vejo seu notável interesse pela minha aula - ele diz e aponta para a lousa que apresenta um esquema confuso e elaborado - em que consiste a ação da seleção natural?
Lucy olha de canto para mim e eu sorrio, esse professor deve me amar mesmo.
— Bom, até onde me lembro, consiste na seleção de indivíduos mais adaptados a uma determinada condição - encaro o professor e suspiro - é um mecanismo da evolução, onde a seleção natural atua como um agente estabilizador, mantendo os organismos mais aptos para que possam se reproduzir e passar adiante suas características, e eliminando aqueles desvantojos para essa mesma condição.
Max que estava sentando do outro lado da sala com sua turminha de admiradores se vangloria com os amigos e eu vejo o professor levantar uma sombrancelha e assentir com a cabeça, retomando a aula.
— Impressionante amiga - Lu diz e sorri docemente - tem alguém lá na frente que acha isso também.
Instantaneamente busco Peter com os olhos e o vejo batendo incessantemente com a caneta no caderno, mas ele não olha para mim mas sim para meu caderno, onde eu dava os toques finais nos olhos do Homem Aranha, um cara que anda fazendo sucesso no YouTube salvando as pessoas, mesmo sabendo que é fake gosto da ideia de um super herói por aqui, isso passa uma certa sensação de esperança.
Após alguns segundos ele desvia o olhar do desenho e então percebe que eu o observava, mesmo distante posso ver sua mandíbula travada e um lampejo passar por seus olhos, esse é o olhar que desde muito pequena eu tento desvendar, Peter simplesmente volta sua atenção para a aula e eu para meu desenho.
Me lembro muito bem de como tudo mudou entre nós, até meus treze anos eu vivia no mesmo apartamento que Peter, com apenas um andar de diferença, e nós éramos melhores amigos. Mas então meu pai ficou doente e tendo muitas consultas, exames e remédios para pagar minha mãe chegou a conclusão que seria melhor mudar para um lugar menor e mais barato, e foi exatamente isso que aconteceu. Logo eu estava com treze anos e tinha uma nova vida me esperando, tinha que cuidar do meu pai e também da minha mãe que com todo estresse voltou a beber e fumar, tive que correr atrás de emprego para ganhar uma grana extra e ainda me preocupar com a escola, eu não podia mais sair para ver o Peter, e a tia dele não o deixava ir me ver porque achava que a vizinhança era perigosa demais, então com o tempo a gente se afastou. Ele não fazia qualquer esforço para me ver, meu pai morreu, eu conheci Max, comecei a construir toda uma nova história e ele não se mostrou presente.
Às vezes é melhor esquecer o passado e seguir em frente, quando a gente cai o mundo não nos dá tempo para levantar, eu tive que mudar, tive que evoluir e aprender a sobreviver no mundo real. Um mundo do qual ele escolher não fazer parte.

POV Peter

Assim que a vi ao lado de Ned senti todo o meu corpo estremecer, ela estava tão linda, tinha o cabelo perfeitamente alinhado ao rosto destacando as perfeitas maçãs do rosto, e sua boca, por Deus como eu esperava ouvir meu nome sair daqueles lábios, quando nossos olhos se encontram notei a curiosidade em seu olhar, ela esperava que eu dissesse alguma coisa, mas como poderia? O idiota do Max bonitão vinha por detrás dela, logo a puxou para si e pude realmente sentir meu coração quebrar, como ela pôde? Depois de tudo pelo que passamos!
Quando ele a soltou tentei encarar a verdade: ela não era mais a mesma. Mas o mais triste é que às vezes, quando estamos sozinhos e nossos olhos se encontram ou quando nos esbarramos pela escola, ainda posso ver algum resquício da pessoa que ela era. Agora, aqui mesmo no meio de tantas pessoas, ainda encaro a mesma garota que adorava dançar de madrugada no terraço, que amava se sentar comigo na calçada e comer pizza às sextas, ainda sinto o perfume sitrico que Alyssa usa desde sempre, ainda é a minha garota ali, a diferença é que ela escolheu outro invés de mim.
Saio pisando firme e levo Ned comigo, o dia nem começou e já posso ver que devia ter ficado na cama.

Assim como eu, todos os outros alunos se viram para encarar Alyssa. O professor a havia questionado enquanto ela desenhava alguma coisa em seu caderno, presto atenção em sua expressão e facilmente vejo um sorriso desafiador surgir, aquele professor indagou a pessoa errada. Com a maior normalidade Alyssa responde a pergunta, talvez até melhor do que eu mesmo poderia responder e olha que sou muito bom em biologia. Consigo escutar Max e seu bando comentando sobre ela, me irrito e a encaro, mas ela conversava com a amiga loira, então o desenho em seu caderno me chama a atenção, era eu, bom, meu outro eu, fico pensando se Alyssa era uma fã ou se ao menos acreditava que o super herói era real, somente então uma ideia me vem a mente. Subitamente sinto aqueles misteriosos olhos em mim, não eram pretos ou castanhos mas sim uma mistura de cinza azulada, ela tinha toda uma tempestade no olhar que agora recaia sobre mim. Se eu realmente acatar meu plano, poderia te-la de volta, obviamente não seria mais como antes mas talvez, só talvez, poderia dar certo. Suspiro e volto a encarar a lousa, tentando afasta-la dos meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Aceito comentários amores ❤️❤️



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