Babooshka escrita por Jibrille_chan


Capítulo 1
Capítulo 1




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Rotina. Se tem uma coisa que eu odeio, é a tal da rotina. Sempre as mesmas coisas, nos mesmos horários. Mas se tem uma coisa que me deixa mais puto da vida do que rotina de atividades, é rotina de relacionamento. Ta, ter uma banda não é simples. Pelo menos a nossa banda. Mas eu ficava abismado de ver Kai correndo como um desesperado pra achar uma brecha e visitar o alice nine., por motivos óbvios.


O pior disso tudo era conviver com Aoi e Uruha. Parecia que o mundo em volta deles sumia. Era automático: os dois se encostavam e logo começavam a se agarrar num cantinho, ou no meio da sala mesmo. Chegava a ser irritante.


Mas eu não podia culpá-los. Eu já fui assim, mas não com Aoi ou Uruha, claro. Mas, com o passar do tempo, da correria das turnês... enfim; eu e Ruki já não éramos mais os mesmos de começo de relação, ainda que já morássemos juntos.


Sabia que eu precisava conversar com alguém. Mas o problema era... quem? Bem, Uruha era meu amigo a mais tempo do que eu poderia contar. Mas, contar para Uruha significava contar para Aoi. E contar para Aoi era pedir para ser sacaneado, e eu não sei se meu humor agüentaria. Então, a única opção que me restava era Kai. Mas digamos que Kai... não era assim tão bom conselheiro quanto eu imaginava.


- Já tentou alguma coisa diferente?


- E o que você define por "coisa diferente", Kai?


- Ah, não sei. Algemas, cordas, chicotes, fantasias, chantilly...


- Mas hein?


- Essas coisas, Reita.


-...


- Ta bom, ta bom. Bom eu sei que não faz muito o seu gênero, mas... talvez coisas românticas?


- Kai...


- Assim fica difícil, Reita. Se você não concorda com nada, fica realmente difícil. Pode ser qualquer coisa, desde uma cesta de chocolate até você pelado em cima do balcão da cozinha dançando a macarena.


- Isso seria broxante, Kai.


- Desculpa, saiu sem querer. Mas a questão é que você precisa, urgentemente, fazer alguma coisa.


- É, eu sei.


- Tenta falar com Uruha, talvez ele tenha idéias melhores que as minhas. Já que ele e o Aoi não se desgrudam mais.


- Definitivamente. Não.


- Hm... Entendo. Aoi.


- É.


Suspirei, cansado, me levantando e resolvendo ir pra casa mesmo. Às vezes eu me assustava com as idéias idiotas que o Kai poderia ter. Só não eram piores que as do Aoi e suas saias pra visual¹. Mas, por mais idiotas que as idéias do Kai fossem, eu sabia que tinha que fazer alguma coisa. Mas com certeza eu não dançaria a macarena pelado em cima do balcão da cozinha.


Abri a porta, encontrando a sala vazia. Fui caminhando até a sala, onde vi o pequeno sentado, um papel sobre a mesa, que ele encarava com uma seriedade rara. Sabia que interrompê-lo naquele momento, enquanto ele buscava por alguma luz que o ajudasse a compor, era pedir pela morte. Aproximei-me vagarosamente, plantando um beijo em sua testa.


- Okaeri. - ele disse, sem despregar os olhos do papel.


- Tadaima.


- Chegou uma carta pra você.


- Carta? Pra mim? De quem?


- Não sei, não tinha remetente. Mas tinha o endereço daqui.


Franzi o cenho, estranhando. Em geral as cartas iam pro estúdio, não pras nossas casas. Ele apontou para o balcão da cozinha, ainda sem desgrudar os olhos do papel. Peguei o envelope num tom de vermelho vivo, já fazendo careta pela cor chamativa. Meu nome verdadeiro estava escrito em letras pomposas que eu não conhecia, e aquilo me deu mais medo ainda.


Mas nada, nada superou meu susto quando abri a carta e comecei a ler o que tinha escrito ali, numa caneta dourada e num papel até perfumado.


Você sabe o que eu necessito

Você sabe o que eu quero

Jogue este jogo comigo

Você sabe o que eu fiz

Você sabe o que eu quero

Jogue este jogo comigo

Dê-me o que eu necessito

Dê-me o que eu quero

Jogue, jogue este jogo comigo

Eu viciei às coisas que você me deu

Eu as quero cada noite

Eu amo seu corpo, amo sua pele

Venha e dê-me  o que eu necessito

Venha e dê-me isso agora

Você sabe que você tem a mim sob controle

Mas eu gosto disso de algum jeito...²

Tinha plena noção de que meus olhos tinham o tamanho de pratos. Cara... Isso foi... impactante. Como uma pessoa escreve uma coisa dessas? E pra mim??? Pra MIM???


- Reita? Tudo bem?


Ruki me olhava, curioso.


- Ta. Ta sim. Você sabe como as fãs às vezes exageram...


Ele sorriu de canto, aquele sorriso que eu tanto amava.


- É, eu sei.




Continua...

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Notas finais do capítulo

¹ E fica aqui registrado a minha crítica ao visual do Aoi em Guren 8D odiei aquela saia.

² Essa é a letra de Addicted, do Blutengel. Eu juro que ouvia sem saber o que as músicas diziam o_o' Acho que era o subconsciente. Sabe como é... semelhante atrai semelhante 8......D



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