Projeto Doppelgänger escrita por Heringer II


Capítulo 5
Relatório de Hannah Harper: início conturbado


Notas iniciais do capítulo

Advinha quem voltou?
(Nossa, que frase clichê)

Espero que gostem desse capítulo. ^^ ♡



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764818/chapter/5

De longe, eu fiquei observando toda a confusão. O barulho das máquinas tentando rastrear os gêmeos era tão alto que não consegui compreender o que Susie estava dizendo. Mas ao que tudo indica, estava discutindo com o general Frederick Green.

Um tempo depois, ela foi conversar com Michaelson, que parecia estar preocupado com algo. Esse diálogo entre os dois eu consegui ouvir.

— Qual o problema com o Condado de Arlington? — Susie perguntou.

— É no Condado de Arlington que está sediada a AES Corporation, uma megacompanhia especializada em produção de energia elétrica. — respondeu Michaelson.

— Sim, eu sei. É uma das maiores companhias elétricas do mundo. Além de abastecer boa parte dos Estados Unidos, ela também é responsável por levar energia elétrica para mais de 20 países distintos.

— Exatamente. Agora imagine se duas bombas PEM forem acionadas dentro do condado.

— Os sistemas da AES parariam de funcionar, certamente.

— Consequentemente...

— Toda a área dos Estados Unidos e dos outros países abastecida por essa empresa ficariam sem energia elétrica.

— Seria suficiente para provocar um enorme caos.

— Então temos que detê-los imediatamente.

O general Frederick Green se aproximou dos dois.

— Então, imagino que já saibam da nossa situação. — disse ele.

— Sabemos sim.

— Vocês têm alguma ideia do que fazer?

— Primeiramente, me diga, quanto tempo temos até que os dois gêmeos se encontrem? — Michaelson questionou.

— Analisando a velocidade, posso afirmar que eles se encontrarão dentro de cinco horas.

— Cinco horas? — perguntou Susie. — Mas levaremos quatro horas só para voltar para Virgínia!

— Susie tem razão. — disse Michaelson. — Precisa mandar o exército mais próximo de Virgínia imediatamente.

— Não posso mandar o exército. Eles não sabem como agir em tal situação. Pode até ser que eles acabem detonando as bombas de pulso eletromagnético.

— Então, qual o seu plano? — Susie perguntou.

— Se os chamei aqui, é porque sei que vocês possuem habilidade para resolver esse problema.

— Bom, de um jeito ou de outro, temos que voltar para Virgínia. — Michaelson falou. — Mas a viagem de volta será muito longa.

Frederick pensou um pouco.

— Não se usarem o transporte certo. — disse o general. — Venham comigo.

Quando vi que eles estavam indo em direção à saída da base S4, me aproximei deles. Quando Frederick me viu chegar, imediatamente me repreendeu.

— Eu não te avisei para ficar cuidando de seu trabalho?

— Meu trabalho está relacionado ao Projeto Doppelgänger.

— Você não deve se intrometer nisso.

— Hannah vem com a gente. — disse Susie, em voz alta e firme.

— Como disse, senhorita Byron?

— O senhor ouviu. Hannah Harper virá com a gente.

— Acha mesmo que está acima da minha autoridade?

— Que sua autoridade vá para o inferno. A situação é séria e Hannah será de grande ajuda. De forma que, ou ela irá com a gente, ou ninguém irá.

— Muito bem, senhorita Byron. Será assim. — Frederick olhou para mim. — Mas eu não garanto que você sairá viva dessa missão, ouviu, senhorita Harper?

— Eu ouvi, general Green. — eu disse, olhando em seus olhos.

— Bem, se já acabaram as discussões — disse Michaelson —, pode nos dizer aonde vamos agora?

— Ah, não muito longe. — Frederick respondeu. — É aqui, na nossa vizinha.

Eu fiquei espantada.

— Quer dizer que nós vamos para...

— A Área 51. — Frederick completou minha frase.

Dificilmente um funcionário de uma das bases secretas ia para a outra. Quem trabalhava na Área 51 não tinha nada a ver com o que se fazia na base S4, e vice-versa. Somente as maiores autoridades de ambas as bases trocavam informações.

Com a ajuda de um jipe militar, atravessamos a montanha. De longe já podíamos ver o enorme complexo confidencial.

Apesar de ser uma área restrita, a famosa Área 51 não possuía nenhuma cerca ao seu redor. O que delimita o seu território são hastes de cor vermelha-alaranjada, sensores de movimento e enormes placas brancas com escritos em vermelho: "RESTRICTED AREA. NO TRESPASSING BEYOND THIS POINT". Existiam ainda outras placas, informando que os militares tinham permissão para atirar nas pessoas que não respeitassem os avisos e entrassem no local restrito. Uma outra placa, esta vermelha com letras brancas, dizia: "PHOTOGRAPHY OF THIS AREA IS PROHIBITED". Do lado dela, um outro aviso, com a figura de um drone dentro de uma círculo vermelho cortado, e em baixo, o aviso: "NO DRONE ZONE".

Seguimos a estrada quase retilínea até pararmos perto do que parecia um pedágio de carros, com uma placa de "pare" no meio. Na cabine ao lado, um militar pediu nossa identificação.

— General Green, da base S4. — Frederick respondeu.

— E os outros? — perguntou o militar da cabine.

— Estão comigo.

Sem dizer mais nada, o militar abriu a passagem. Entramos. Imediatamente senti uma vertigem, não podia acreditar que estava entrando na Área 51.

Os hangares ao redor estavam cheios de aviões moderníssimos. Inúmeros soldados nos olhavam com expressões vazias. À frente, um dos comandantes do complexo parecia nos esperar.

— Fiquem aqui. — falou Frederick, enquanto saía do jipe.

O general Frederick Green se aproximou do comandante, teve um rápido diálogo que não pudemos ouvir com ele e em seguida voltou para o carro.

— E agora?

— Vocês verão.

O general Frederick Green nos levou até um dos hangares, onde havia um avião esperando pela gente. Susie e Michaelson pareciam não conhecer aquele estranho modelo de avião, mas para mim ele era inconfundível. Tratava-se de um Lockheed F-117 Nighthawk, um avião com características físicas bem diferentes dos demais. Suas asas se estendiam até a ponta da cabine. Sua cor preta se destacava nos céus. Os aviões desse modelo transportavam apenas uma pessoa, mas aquele que estava em nossa frente parecia ter sido modificado para suportar vários passageiros e mais um piloto.

O Lockheed F-117 Nighthawk éum avião bombardeiro. Seu primeiro vôo foi em 1981, mas só foi divugado ao público sete anos depois. Na Guerra do Golfo, em 1991, ele foi amplamente utilizado pelo exército americano, até cair em desuso e ser permanente aposentado como avião de guerra em 2008.

— Esse avião cuidará de levar vocês até o Condado de Arlington num tempo máximo de duas horas. — disse o general. — Quando chegarem lá me comuniquem, e daremos início à operação que resolverá a questão do Projeto Doppelgänger.

— Afirmativo. — respondi.

Entramos no avião junto com o piloto que também nos esperava no lado de fora. Decolamos. A gente se afastava rapidamente da Área 51. Quando o avião começou a se movimentar no ar, senti um choque. A velocidade dele era imensa, parecia que eu estava em um daqueles testes que os astronautas da NASA fazem antes de irem ao espaço.

Dessa forma, chegaríamos ao Condado de Arlington mais rápidos do que se estivéssemos indo no helicóptero em que viemos.

E assim fomos. Apesar da altíssima velocidade do avião causar certo desconforto, a viagem estava sendo tranquila. Até certo ponto.

Após algumas horas de viagem, certo tempo depois de entrarmos no território do estado de Kentucky, o piloto começou a reclamar de dificuldades para guiar o avião. Segundo ele, os controles pareciam mais rígidos do que o normal.

Não demorou muito, e começamos a sentir o que parecia ser uma turbulência. Mas uma turbulência não era tão forte assim. O fato era que o avião estava perdendo o controle.

Eu, Susie e Michaelson começamos a nos desesperar.

Não demorou muito e o piloto perdeu totalmente o controle. E assim começamos a cair. Estávamos a mais de 10 mil metros de altura.

O que aconteceu depois, eu não lembro. Nem da batida no chão eu me lembro. Após o avião começar a cair em parafuso, só me lembro de acordar com vários ferimentos pelo corpo. Demorei para perceber onde estava.

Mas a pior parte foi perceber que nem toda a tripulação estava viva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É maldade encerrar o capítulo assim só para deixá-los curiosos, eu sei.

Mas, espero que tenham gostado. ^^

Até o próximo! O/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Projeto Doppelgänger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.