Projeto Doppelgänger escrita por Heringer II


Capítulo 3
Relatório de Susie Byron: convocação


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! ^^
Este capítulo demorou para sair porque eu viajei nessas últimas férias. Mas felizmente, tirei um tempo do meu recesso para escrevê-lo. Agora, vamos ter capítulo novo toda semana, prometo!
E claro, espero que gostem. ^^



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A data era 7 de julho de 2018. Quando acordei naquele dia, não imaginava que me envolveria em algo tão perigoso quanto o Projeto Doppelgänger. Aliás, nunca pensei que fosse me envolver em algo desse nível novamente.

Eram cerca de nove horas da manhã. Eu e meu namorado Mike estávamos em férias que a CIA nos deu após o último caso envolvendo vazamento de informações. Mas agora era hora de voltar à rotina. Pegamos a avenida principal e retornamos para Langley, Virgínia.

No caminho de volta para casa, passamos pelo quartel-general da CIA, e percebi uma estranha inquietação quando olhei para uma das janelas do segundo andar. Apesar de ter que voltar a trabalhar no dia seguinte, minha cabeça ainda estava em férias.

Ainda me lembro da música que tocava no rádio: "Love Hurts", da banda de rock escocesa Nazareth.

— Essa música me acalma. — comentei com Mike.

— Eu particularmente adoro o solo de guitarra dela. — Mike respondeu.

— O que vai fazer quando chegar em casa?

— Acho que vou tirar um cochilo.

— Dormir de novo?

— E qual é o problema?

— Você dormiu bem pouco na nossa viagem, não é? — disse ironicamente.

— A culpa é sua.

— Como a culpa é minha, Mike?

— Ora... A cidade que você escolheu! Não foi um destino tão legal.

— Como que alguém pode achar Las Vegas chata?

— Não gosto de jogos de azar.

— Não é só de jogos de azar que vive Las Vegas.

— Não é isso que eles mostram em F.R.I.E.N.D.S.

Comecei a rir e o abracei de leve, para não atrapalhar sua direção.

Estávamos morando juntos agora, como a casa de Mike era, obviamente, maior que o meu apartamento, ficamos morando nela.

Ficamos uma semana fora, o lugar estava muito empoeirado.

— Nossa, como isso está sujo! — disse Mike.

— Está igual a quando eu vim morar aqui. — eu disse sarcasticamente.

— Ei, eu limpava minha casa!

— Não, você limpava o quarto do computador porque era o lugar onde você mais passava seu tempo.

— Mas que ficava limpo, ficava!

— Engraçadinho.

— Por falar nisso, Susie, você viu a minha pasta de arquivos?

— Não está na sua gaveta?

— Não, já procurei.

— Pode ser que esteja no nosso quarto de dormir.

— Então, vou ver lá.

— Porque está procurando ela?

— A CIA solicitou que eu entregasse uma cópia do meu portfólio.

— Então você vai mesmo voltar a trabalhar para a CIA?

— Pelo visto, sim.

— Mas você mesmo disse que não queria nem saber mais dessa vida de agente.

— Eu disse aquilo porque achava que Martin estava morto. Depois que descobri que tudo que acreditei durante anos era farsa, acredito que minha missão agora seja impedir que pessoas como ele continuem agindo.

Eu dei uma risadinha.

— Por que está rindo? Estou falando sério!

— Deixa pra lá...

Me aproximei dele e lhe dei um beijo. Nosso momento romântico foi interrompido por um barulho de helicóptero, que começou em um volume normal, até começar a aumentar gradualmente ao ponto de se tornar ensurdecedor. O forte vento entrava pelas nossas janelas, foi quando percebemos que o helicóptero estava ali, bem em frente à nossa casa.

Saímos. Nossos vizinhos também saíram de suas casas para ver o que estava acontecendo. O trânsito inteiro ficou congestionado devido à barreira feita pelo helicóptero. Reconheci que se tratava de um EC130-B4, uma das aeronaves favoritas dos órgãos federais, inclusive a CIA. Não sabia quem era o piloto, mas reconheci a figura que estava ao lado dele e saiu do helicóptero vindo em minha direção: era Hannah Harper, uma velha amiga minha.

— Quanto tempo, hein Susie? — ela me disse olhando nos meus olhos.

Apesar de não entender o porquê de ela estar ali, nos abraçamos fortemente.

— Vocês se conhecem? — perguntou Mike.

— Sim. — eu respondi. — Mike, essa é Hannah Harper, foi minha colega no jardim de infância e no ensino fundamental.

— Muito prazer. — ela estendeu a mão para Mike, que a cumprimentou.

— Amiga — eu falei olhando para ela —, será que você pode me explicar o que está acontecendo aqui?

— Posso sim. Mas você vai ter que vir comigo.

— Por quê?

— Digamos que eu não posso deixar esse helicóptero parado aí por muito tempo.

— Aonde nós vamos?

— S4.

Me assustei.

— A base secreta em Nevada?

— Exatamente.

— Vai demorar um pouco.

— Eu sei. Vamos ter que quase ir de uma ponta à outra dos Estados Unidos.

Olhei para Mike, que também via aquilo tudo sem entender nada.

— O Mike pode vir também?

— Claro que pode. Aliás, as habilidades do agente Michaelson Wright podem ser úteis.

— Úteis para quê?

— Para salvar o mundo.

Eu e Mike trocamos olhares confusos e preocupados.

— Por favor, entrem no helicóptero. — disse Hannah. — Tudo será explicado, eu prometo.

Entramos. A aeronave começou a decolar, e enquanto íamos em direção à Nevada, fomos conversando com Hannah.

— Hannah, nós temos que ir trabalhar amanhã, sabe? — eu disse.

— Não se preocupe, Susie. A CIA já sabe que vocês dois estão aqui. Pode-se dizer que essa será a primeira missão de vocês após as férias.

— O que está acontecendo? — Mike perguntou.

— Vocês já ouviram falar do Projeto Neogênese?

Mike não sabia do que Hannah estava falando, mas eu sim.

— A iniciativa do exército para criar pessoas com habilidades sobrehumanas?

— Como sabe disso? — Mike perguntou.

— A CIA bancou uma parte desse projeto, isso foi antes do ataque virtual dos S0V3R3IGNS.

— Então acredito que você também conheça o Projeto Doppelgänger. — Hannah disse.

— O caso dos gêmeos? Não me diga que isso tem algo a ver com eles.

— Tem sim.

— O que aconteceu?

— Os dois fugiram de suas respectivas prisões. E agora estão à solta.

— Os gêmeos do Projeto Doppelgänger estão à solta? Isso é terrível!

— Pois é.

— Espera um pouco! — disse Mike. — Vocês estão falando grego para mim. O que é tudo isso? Projeto Neogênese? Doppelgänger? Gêmeos?

— É nisso que dá se desligar por tanto tempo da CIA, Michaelson.

— Pode me chamar de Mike. Agora, me expliquem direito toda essa história.

Eu e Hannah explicamos direito toda a história. Do que se tratava o Projeto Neogênese, o Doppelgänger e o fato dos dois gêmeos modificados não poderem se encontrar fisicamente. Hannah ainda aproveitou para me falar sobre o que havia ocorrido na base secreta S4 e na ilha de Diego Garcia.

— Mas qual é o problema de esses dois se encontrarem pessoalmente? — Mike perguntou.

— É aí que entra a parte complicada. — disse Hannah. — No interior de cada um dos gêmeos, foi instalado uma bomba de PEM.

— PEM? — questionou Mike. — Se refere a Pulso Eletromagnético?

— Exatamente. Esses soldados modificados foram feitos para serem a próxima geração de combatentes, por isso foram instalados todo o tipo de material bélico neles. As bombas de pulso eletromagnético fazem parte desse material. E vocês sabem o que um PEM é capaz de fazer, não sabem?

— Ele pode desligar toda a energia elétrica do local que atinge. — eu respondi.

— Além de danificar qualquer coisa que utilize de energias, como motores de carro, aparelhos celulares, televisores. Um pulso eletromagnético pode fazer tudo isso parar de funcionar. Uma bomba PEM pode gerar um pulso eletromagnético que pode atingir uma área de 5 milhões de km². Qualquer aparelho eletrônico, motor ou serviço de energia que esteja dentro dessa área será desativado automática e permanentemente.

— É realmente assustador. — eu comentei.

— Agora imaginem duas bombas dessas. — Hannah prosseguiu. — Será mais do que o suficiente para desativar toda a energia elétrica dos Estados Unidos. Nenhum aparelho celular, nenhum computador, nenhuma televisão, nenhuma rede de energia funcionará mais. Além disso, existem companhias elétricas dos Estados Unidos que abastecem outros países, que por suas vezes, abastecem outros países, e assim sucessivamente, gerando um efeito bola de neve. Não seríamos o único país a enfrentar esse problema.

— Sem falar que, sem energia, muitos sites importantes, inclusive o próprio Google, sairiam do ar. — eu disse. — A detonação de duas bombas PEM criaria uma crise global jamais vista.

— E se acham isso utópico demais, saibam que para isso ocorrer, basta que os dois gêmeos se encontrem.

A viagem prosseguiu. Continuamos falando sobre o Projeto Doppelgänger, os riscos do encontro dos gêmeos, que consequências isso traria, entre outros assuntos. Também aproveitei a longa viagem para pôr em dia as novidades com Hannah.

Depois de cinco horas naquele helicóptero, entramos no território de Nevada. Fomos em direção à base restrita S4.

Não demorou muito e logo estávamos sobrevoando uma outra base secreta muito conhecida: a Área 51. Sem dúvidas, esta área foi o maior segredo do governo dos Estados Unidos durante muitos tempo. Inclusive, sua existência só foi confirmada recentemente.

No exato instante em que entramos no espaço aéreo sobre a Área 51, recebemos uma mensagem no rádio do helicóptero. A mensagem era curta e direta: "identifiquem-se".

— Unidade EC130-B4 da CIA. — o piloto respondeu. — Solicitando permissão para sobrevoar este espaço.

"Permissão concedida", disse a segunda mensagem.

Não demorou muito, saímos daquele espaço aéreo restrito e fomos para o território da base secreta S4, que ficava ao norte da Área 51.

Atrás de uma pequena colina de rochas marrons, lá estava, quase camuflada, uma entrada que levava ao subterrâneo. Hannah sorriu e disse:

— Aqui estamos.


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Notas finais do capítulo

Susie e Mike estão de volta, galerinha!

Espero que tenham gostado. ^^
Até o próximo! O/



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