Crawling Back To You escrita por Rafaela


Capítulo 9
Mar das Sirenas


Notas iniciais do capítulo

Eu to de olho em vocês que estão lendo a fic e não favoritaram hein >.>
Hahahaha
Boa leitura galera!! Espero que gostem!



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WILLIAM

William deixou Katherine dormindo quando amanheceu e saiu da cabine.

—Bom dia, capitão —seus homens o cumprimentavam enquanto andava pelo navio.

Não sabia o que sua tripulação pensava sobre ele, depois do episódio da noite anterior. Quase perder para seu pai por não pensar em suas ações, mostrou que o Thatch ainda possuía uma fraqueza. Mas o capitão sabia que seus homens eram fiéis, e não deixariam se abalar tão fácil, ainda confiavam nele.

William viu seu irmão dirigindo o leme e resolveu ir até ele.

—Está indo para o norte? —perguntou, ao se aproximar.

—Sul, não confio muito naquele trajeto. —James respondeu sem olhar para o irmão.

—Não foi isso que eu ordenei —William cruzou os braços e apoiou-se na amurada do navio.

—Eu sou seu imediato. Tecnicamente posso decidir o que fazer.

—Não quando eu dou uma ordem —William rebateu. —O sul de Santa Helena não é uma rota segura, o norte sim.

—Precisamos de uma ilha urgente certo? A mais perto é por aqui.

Sereias, James. —William se aproximou. —O sul de Santa Helena possui sereias. Você sabe disso.

—Está com medo? —James o encarou. —Acha que uma delas imitará a voz de Jane?

William franziu as sobrancelhas, começou a se irritar com seu irmão, mas suspirou. Ele sabe que tem que se controlar quando usarem a mulher contra ele.

—Tomara que encontremos esses monstros —James continuou. —Você precisa superar.

—Então está fazendo isso para me ajudar?

—Quase vi você ser morto, William —James o olhou.

—Você sabe que nosso pai não me mataria.

—Mas chegou perto, tá bem? —o irmão mais novo do capitão voltou a olhar para o horizonte. —Se pelo menos o motivo da sua morte fosse outro, eu aceitaria. Mas por uma princesa que você não conhece…

—James, Robert estragaria tudo. Katherine… Ela nunca se apaixonaria por mim sabendo que meu pai a estuprou.

—Então fez aquilo por causa da maldição?

—Claro —William mentiu.

—Ah Will… Nós estamos com medo —James suspirou. —Os homens já estão comentando.

—Sobre…

—Cara —o caçula dos Thatch virou-se para o irmão. —você não pode achar que a Lecerf é a Jane.

—Eu não acho —William franziu as sobrancelhas.

—A gente te conhece, Will. E a gente conheceu a Jane. As duas são bem parecidas, e você sabe disso. —James suspirou. —Olha, a gente entende, certo? A fraqueza e tudo mais… É compreensível.

 —Eu não estou substituindo a Jane —William interrompeu o irmão. —Porque isso é impossível, James. Jane era única e Katherine… —William teve que se segurar para não falar o que achava da princesa, precisava mentir. —É só uma garota que eu preciso conquistar para nos livrarmos da maldição.

—Tem certeza? —James ainda desconfiava. —O jeito que você ficou quando nosso pai disse que a levaria… Aquilo foi verdadeiro demais, Will.

—Bem, para uma princesa gostar de mim, tenho que me esforçar para tudo parecer verdade, não é? —William sorriu.

—Nossa —James sorriu. —Você é mais inteligente do que eu pensava… Sendo assim, você fez o certo. Pela nossa família.

—Pela nossa família —Will segurou o ombro do irmão. —Volte com o navio para o norte.

—Certo.

William e James continuaram a conversar e rir sobre a pequena estadia em Santa Helena, e o capitão não percebeu que era tarde demais para voltar, já estavam no Mar das Sirenas.

(…)

 

KATHERINE

A princesa estava tão exausta do dia anterior, que perdeu a noção da hora, e dormiu por bastante tempo, até que sentiu um movimento no quarto.

—Acorda! Rápido —William entrou na cabine e desembrulhou a garota.

—Anh? —Katherine disse sonolenta, esfregando os olhos.

—Escuta, você precisa tampar os ouvidos —o capitão pegou vários algodões na gaveta da escrivaninha e a entregou.

—Pra que isso? —Katherine pegou os algodões.

—Coloque rápido e fique aqui dentro —William vestiu sua capa e colocou seu chapéu, saindo correndo do lugar.

Katherine não entendeu nada, achava idiotice e completamente sem sentido ter que colocar algodões em seus ouvidos.

Ela se levantou e foi até fora da cabine, sem seguir o que William havia dito. Ao abrir a porta, Katherine se deparou com a tripulação muito agitada, os homens subiam para o convés principal com vários arpões e se posicionavam na frente da amurada.

—Pelas barbas de Edward Thatch! Saiam daí imbecis! —William gritou do tombadilho, onde comandava o leme. —Se querem morrer, facilitem o trabalho e pulem na água de uma vez!

Seus homens logo afastaram-se da amurada. James e outros piratas puxava algumas cordas para movimentar as velas, queriam virar o navio rapidamente.

Katherine não entendia o motivo desse alvoroço, e não sabia se devia sair, todos estavam a flor da pele.

Ela resolveu subir as escadas e ir até William.

—O que está havendo? —a princesa aproximou-se.

—Por Aegir, Katherine! —William a olhou —O que custa fazer o que eu mando e… SEUS OUVIDOS NÃO ESTÃO TAMPADOS? —o pirata soltou o leme e o navio balançou, fazendo William rapidamente ter que voltar a sua posição e impedir que o navio desvire.

—Ai, calma aí —Katherine olhou para o mar. —O que tem de tão assustador por aqui?

—Sereias —William fazia um grande esforço para controlar o leme. O vento não estava em favor da rota que eles desejavam, o que dificultava manobrarem o navio. —Vá para a cabine e coloque a merda dos algodões.

—Sereias? Oh meus deuses! —Katherine se animou. —Já li sobre elas! São criaturas incríveis!

—Você não vai achar isso quando uma te devorar. Vá logo para a cabine! —William disse nervoso.

—Por que… —a Lecerf iria perguntar mais sobre as sereias quando eles escutaram um grito vindo do convés.

—ELAS ESTÃO AQUI, CAPITÃO! ELAS ESTÃO AQUI! —um homem gritou assustado apontado para algumas rochas que estavam em alto mar.

—Droga. James! —William gritou e seu irmão parou de puxar as cordas. —Soltar velas! —o capitão ordenou e soltou o leme, deixando o navio virar confirme o vento. —Já estão aqui, não adianta mais.

Wiliam desceu as escadas para o convés.

—Preparar os canhões, e fiquem longe da amurada. Se virem uma sereia, atirem —ele ordenou e desceu as escadas, indo até a primeira coberta.

Os homens logo moveram-se, preparando os canhões. Katherine observava admirada, ver os piratas em ação, é como havia lido nos livros, mas agora era realidade.

A princesa correu até a amurada e se inclinou, queria ver uma sereia, mas não conseguia encontrar nenhuma.

—FOGO! —ela escutou James gritar e no mesmo instante, vários canhões foram disparados.

Até que ela viu a criatura. Uma mulher pulou da água, ela era linda. Cabelos grandes e ondulados, seu corpo era escultural e do quadril para baixo, havia uma calda dourada. Porém seu rosto era sombrio, em seu salto, Katherine viu dentes pontiagudos e em suas mãos, unhas afiadas.

Essa sereia foi atingida por um arpão, Katherine olhou com raiva para o pirata que jogou, e viu que foi William.

—Não machuca ela! —a princesa gritou.

—Sai da amurada! —William correu até a Lecerf. —Você está louca? Sereias atacam para matar, Katherine. Tem sorte que uma delas não lhe notou…

Foi então que Katherine escutou um canto. Tão forte, melodioso e encantador, que todos os piratas pararam de lutar e viraram-se para onde o som vinha.

Em uma pedra, havia uma sereia, angelical, bem parecida com a que William havia atacado, apenas mudara a cor dos cabelos e da calda. Os homens começaram a andar em direção a rocha, e William não se livrou também.

Mas nenhum efeito surgia sobre Katherine, e ela estranhou não sentir-se atraída pelo canto. Os homens, mesmo com os algodões nos ouvidos, não foram capazes de resistir, e ela sem nada a protegendo, não sentia efeito nenhum.

Até que Katherine viu um pirata, que estava mais à frente, apoiar-se na amurada, ele iria pular. Mas nem precisou o esforço, uma sereia pulou da água e o agarrou.

Katherine percebeu que isso aconteceria com todos ali.

—Ei! Parem! —ela gritou tentando segurar um homem que passava por ela, mas ele mal a notou. —Vocês vão morrer! PAREM! —ela gritou.

Mas era inútil. Katherine não sabia o que fazer, vendo todos aqueles homens andando para a morte, sem ela poder interferir.

Então ela correu, ultrapassando todos, até chegar em William, que se aproximava da amurada.

—Acorda, Will! —ela o sacudiu, mas ele sequer a olhou, estava com seus olhos fixados na sereia, como os outros piratas. Então ela viu a arma do Thatch, presa em seu coldre, não havia outro jeito.

Katherine apressou-se, com a pistola em sua mão, empurrou alguns piratas e chegou até a proa, os homens aproximavam-se cada vez mais, ela deveria ser rápida.

A sereia estava de olhos fechados, cantando. Katherine estendeu a arma e mirou na criatura a sua frente, ela não queria a ferir, mas não havia outro jeito. Então apertou o gatilho, mas o tiro apenas raspou no braço da mulher.

A Lecerf observou a sereia abrir os olhos com raiva e encarar a princesa.

—Pelos deuses, eu estou ferrada —Katherine afastou-se da proa com medo. Até que algo muito estranho aconteceu.

A expressão da sereia mudou e ela parou de cantar.  Várias outras foram emergindo da água e olhando a garota.

—É ela? —Katherine escutou vários murmúrios. —É claro que é ela! É idêntica a ele…

A princesa olhou sem entender aquela cena. Diversas sereias, quietas a olhando.

Os homens pararam no mesmo instante em que a mulher havia cessado o canto e logo começaram a acordar do transe

—Eu… Desculpa… —Katherine apressou-se a dizer, estava com medo de ser atacada — Não queria lhe machucar… Só não posso deixar que vocês matem eles. Não sei comandar um navio —ela sorriu sem graça.

No mesmo momento as sereias sorriram para a Lecerf, era bizarro ver vários sorrisos com dentes pontiagudos para ela. Katherine estava assustada, mas sabia que deveria manter a calma.

—Que merda é essa? —William aproximou-se da garota, olhando sem entender para aquela cena.

—Nos perdoe o incomodo, majestade —a sereia, que estava sentada na rocha curvou-se, provavelmente ela era a líder.

—Majestade? —William perguntou.

—Não tem ninguém falando com você, Filho do Oceano —uma sereia sibilou. —Nos deixe falar com a nossa princesa.

—Eu? —Katherine riu. —Ah vocês devem estar me confundin…

—Shh —William cutucou a menina e sussurrou. —Deixe que pensem que você é a princesa delas, isso irá salvar todos nós.

—Conseguimos ouvir você, pirata idiota —outra sereia disse. —E não estamos lhe confundindo, majestade.

—Ah que droga, você é respeitada até no mar? —William cruzou os braços.

—Minha princesa, se esse mortal não se calar, peço que me deixe devora-lo —a sereia sentada na rocha sorriu. Os outros piratas, já recuperaram a consciência por completo, e estavam perplexos observando a situação.

—Vem me pegar então, docinho —William sorriu ironicamente.

—Você pagará por ter machucado uma das nossas, seu verme —uma mulher de cabelos pretos gritou.

—Vocês mataram um dos meus! —William gritou de volta.

—Deixe-me matá-la por ameaçar o senhor, capitão —um pirata pediu apontando a arma.

—Vá em frente, marujo —William deu de ombros e cruzou os braços.

As sereias se movimentaram, prontas para atacar, mas Katherine ergueu a arma em sua mão e a encostou na cabeça do homem.

—Eu lhe mato antes de você pensar em puxar o gatilho —a princesa disse com as sobrancelhas franzidas. O pirata, com raiva, abaixou a pistola. —Por favor, garotas, nos deixem em ir.

—Queremos comida, majestade. —a líder respondeu. —Nos dê o gordinho. —ela apontou para Wayne, que correu até a princesa.

 —Ele é meu amigo —a Lecerf colocou a mão no ombro do anão. —Fiquem com o James.

O irmão do capitão arregalou os olhos.

—Não! —William virou-se para a menina. —Está louca? Ele é meu irmão!

Katherine riu em ver o desespero dos irmãos.

—Garotas, não posso entregar ninguém. É claro que esses idiotas aqui merecem esse destino, mas preciso deles para voltar para casa.

—Que seja da vossa vontade, majestade —as sereias lamentaram, porém, aceitaram o que Katherine pediu. —Vá em paz, minha princesa. —elas curvaram-se juntas.

Katherine sorriu e também se curvou.

—A todo pano —William falou sério, olhando para James. Logo os homens começaram a se movimentar, e o navio ganhou velocidade.

Katherine acenou para as sereias, que responderam o gesto.

—Nos chame se precisar de nós, majestade! —a líder gritou e as sereias mergulharam, desaparecendo.

Katherine suspirou e virou-se. Wiliam olhava para a princesa com os braços cruzados.

—Estou ficando cansada de salvar você —ela estendeu a pistola, a devolvendo e desceu as escadas, indo para a cabine.

WILLIAM

William tentava entender como as sereias respeitaram e obedeceram a Katherine.

—Essa garota, —James aproximou-se do irmão —tem algo de errado nela.

—O mar, as sereias… Até mesmo a gente —William olhou para o horizonte. —De certa forma, ela nos deixa a seus pés... —ele suspirou. —Vou falar com ela.

O capitão desceu as escadas e entrou na cabine, ele já estava com alguma ideia do que a princesa poderia ser.

Katherine estava sentada na janela, olhando para o mar, tão distraída que nem percebeu o rapaz.

—Quem são seus pais? —William encostou-se na porta, após a fechar.

—George Lecerf e Amélia Jenkins Lecerf —a princesa virou-se.

—Seu pai… Ele era um príncipe e sua mãe? —ele continuou a perguntar.

—Era uma nobre de Sunrise… Por que a pergunta? —Katherine se levantou.

—Quando estive em seu reino, vi que noventa e nove por cento das pessoas são loiras. Inclusive sua família inteira.

—Qual o problema?

—Seus cabelos são castanhos escuros. Não acha estranho?

—Onde você quer chegar, William? —Katherine franziu as sobrancelhas, entendo o que ele queria dizer.

—Não sei. Só acho incomum o efeito que você causa —o capitão cruzou os braços. —Sabe, não é normal. Você se altera, o mar também, as sereias te obedecem, e quando você me toca… —William ficou calado, não queria que a princesa soubesse o que sente.

—O que acontece quando eu te toco? —Katherine sorriu e se aproximou.

—Nada —William mentiu.

—E se eu fizer isso —ela ficou na pontas dos pés e beijou o canto da boca do rapaz. William suspirou com a sensação e tentou esconder um sorriso. —É você realmente sente algo.

Katherine afastou-se pensativa.

—Você me disse que iria conversar com seu pai sobre o que aconteceria comigo… E você teve essa conversa ontem. O que foi decidido? —ela olhou desconfiada para o pirata.

—Ele vai pedir o resgate —William inventou uma desculpa. —Mas vai demorar.

Katherine sentou-se novamente no sofá e ficou olhando o mar. Estava pensando no que William havia dito, era realmente estranho tudo que aconteceria ao seu redor e por ela ser, em todas as gerações dos Lecerf, a única morena. Katherine se perguntava o que havia de diferente nela.

—Qual é seu palpite? Sobre mim —ela olhou para o pirata.

—Talvez você… Seja adotada —ele cruzou os braços.

—Eu me pareço com minha mãe —Katherine olhou para o horizonte.

—E com seu pai? —William perguntou e a princesa ficou calada, ela realmente não possuía nenhum traço do pai. —Ah, sua mãe não tem culpa também.

—O quê? —Katherine se levantou irritada.

—Ah, fala sério —William foi até a mesa que continha os mapas e sentou-se, olhando suas anotações. —Com todo o estresse de ser uma rainha, se eu fosse ela também gostaria de me aventurar por aí.

—Olha aqui William Thatch —a princesa tirou os mapas da mão do homem —eu não me parecer com meu pai não quer dizer absolutamente nada! E… Mesmo se eu não for filha dele, nada explica o que você quer saber!

—Ei, calma aí esquentadinha —William segurou os ombros da garota e a afastou, já que parecia que ela iria ataca-lo. —É uma suposição.

—Pois saiba que me desagradou bastante esse comentário —a garota se ajeitou e voltou até o sofá. —Por favor, se retire.

—É a minha cabine —ele arqueou a sobrancelha.

Katherine revirou os olhos e William riu.

—Como quiser, majestade —o pirata se dirigiu até a porta. —E você não fez mais que a sua obrigação me salvando. —Katherine olhou para o rapaz com raiva, que piscou pra menina sorrindo.

—De nada, idiota —ela escondeu um sorriso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??

Comentem qual é o seu palpite sobre todo esse mistério que cerca a Kate!!
Até o próximo!!

Não esqueçam de favoritar e comentar! É um grande apoio e me inspira bastante!!

Obrigada!



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