Crawling Back To You escrita por Rafaela


Capítulo 32
A chegada em Stellarum


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!! Boa leitura!



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Katherine

A Lecerf acordou com uma bandeja com comida ao seu lado e um vaso com uma rosa. Depois de espreguiçar e esfregar os olhos, ela pegou uma carta que estava ao lado do travesseiro.

Fui eu que fiz, espero que esteja adequado para uma princesa

Meu coração é seu,

William

Katherine sorriu e voltou a deitar, pensando se tudo que havia acontecido não era um sonho. Ela começou a se lembrar de cada minuto de sua noite com William e foi muito melhor do que ela esperava. Sorrindo feito boba ela voltou para a realidade, comeu seu almoço e foi se arrumar para sair da cabine.

O dia estava radiante e a tripulação fazia o de sempre. Depois de ter jogado com os piratas, eles estavam mais próximos da garota, como se fossem amigos. Ao caminhar eles a cumprimentavam e alguns até comentavam as apostas da noite. Katherine estava feliz e sentia-se parte daquela tripulação.

Ela viu William sentado em uma mesa conversando com alguns de seus homens. Ele estava vestido com sua típica camisa preta de cordões no peitoral e comia uma maçã. Depois de ontem, ele estava cada vez mais irresistível para Katherine.

A princesa parou de admira-lo quando viu uma terra aparecendo no horizonte e seu coração começou a acelerar. Só podia ser o reino dos Filhos da Noite.

—Quem sabe o senhor não dá um jeito em outra princesa lá, hein —um pirata disse e Katherine conseguiu ouvir.

—Você só pensa nisso, Hiago —o capitão balançou a cabeça.

Eles logo notaram a presença da Lecerf e ficaram sem graça. William olhou para trás, vendo a menina e percebendo o motivo dos seus homens terem ficado quietos.

—Bom dia, coração —ele sorriu se levantando e indo até Katherine.

—Bom dia —ela sorriu.

—Dormiu bem? —William perguntou com um tom de malícia enquanto beijava a mão da garota.

—Igual uma rainha —ela riu respondendo. —E você?

—Noite número um da minha lista —ele piscou para ela e se virou. —Viu?  —disse apontando para o leste, onde estava a terra.

—Stellarum —Katherine suspirou. —Chegamos rápido.

—O mar tem ajudado —o pirata começou a andar para o tombadilho. —Gostou do almoço?

—Não sabia que você cozinhava —a princesa o seguiu.

—Sei fazer muitas coisas, majestade —William a olhou sorrindo daquele jeito que deixava Katherine fora de si. Ele assumiu o controle do leme e começou a virar o navio em direção ao reino dos Filhos da Noite.

—Então, posso saber o que Hiago quis dizer com aquilo?  —Katherine foi para atrás de William e o abraçou, repousando sua cabeça em suas costas.

—Pelo visto eles escutaram o que a gente fez ontem—as bochechas de Katherine se coraram e o pirata percebeu que ela estava com vergonha. —Relaxa, eles estão acostumados.

—Nossa, obrigada por me lembrar que eu devo ter sido a sua centésima naquela cama —ela revirou os olhos, fazendo William rir.

—Se eu falar que foi a minha preferida, melhora a situação? —o Thatch se virou para ela e a olhou nos olhos, passando suavemente seus dedos pelo rosto da garota.

—Um pouco —ela fechou os olhos, sentindo o toque do rapaz. —Mas eu quero saber o que significa em dar um jeito em outra princesa.

—Ah —ele sorriu. —Você sabe, piratas não são de ter nada sério só com uma pessoa. Eles acham que eu vou pegar outra princesa em Stellarum. —Katherine revirou os olhos e franziu as sobrancelhas. —Ei —William riu com a reação da menina e segurou seu queixo, o erguendo para que ela o olhasse. —eu não quero, nem preciso de outra que não seja você.

—Bom mesmo, Thatch —Katherine sorriu e subindo as mãos, segurou a nuca do rapaz e o puxou para baixo, para que ele a beijasse, e assim William fez.

—A não ser que você queira um ménage à trois —William disse com bom humor a olhando.

—Caso eu queira uma família de três? —Katherine perguntou sem entender, franzindo as sobrancelhas e traduzindo a expressão francesa ao pé da letra.

O pirata não aguentou e começou a rir.

—Um dia você entende, alteza. Soltem as âncoras —William ordenou olhando para os marujos.

(…)

Dos 150 homens que faziam parte da tripulação, apenas 60 saíram do navio e foram até a praia com eles. As pessoas que estavam no litoral logo pararam o que estavam fazendo para ver os 10 barcos se aproximando.

Assim que os homens amarram as pequenas embarcações na madeira da ponte que ligava o mar até a praia, William ajudou Katherine a se levantar. Ela começou a observar o comércio que ocorria naquele local. Várias pessoas vendiam peixes, aves, vegetais e alguns cortavam cordas, afiavam e vendiam espadas, enfim, tinha muito movimento.

Logo um senhor de uns cinquenta anos se aproximou. Ele era um pouco mais alto que Katherine e estava com um avental sujo de sangue e tinha luvas na mão. Ao ver a princesa ele sorriu e as tirou.

—Buenos días, señorita —ele pegou a mão da princesa e a beijou.

—Bom dia? —Katherine sorriu para o homem fazendo uma típica reverência de princesa. Ela não sabia muito bem falar espanhol e não entendia muitas coisas da língua. William, que estava abaixado amarrando outro barco, olhou para a cena e começou a prestar atenção.

—Ernesto! —o homem virou-se para a direção da praia e chamou a atenção de seu amigo, que cortava um peixe. —¡Mira a la chica que William trajo esta vez! —ele sorriu novamente para a menina, parecendo ser simpático e a princesa sorria de volta, sem entender o que ele dizia. —Ya puedo imaginarla desnuda en mi cama —ele acariciou delicadamente a mão da Lecerf, que estava encantada com a receptividade do homem.

William franziu as sobrancelhas e percebeu que Katherine não percebeu o que o homem estava insinuando. Jogando uma corda para um de seus piratas, ele se levantou com as mãos nos bolsos, como quem não quer nada e se aproximou deles.

—¡Diego! ¡Cuanto tiempo mi amigo! —William sorriu para o homem e colocou seu braço envolta do pescoço de Katherine, o repousando em seu ombro. —Entonces dime, ¿cómo está tu hija?

A expressão pacífica de Diego logo mudou para uma ríspida e de raiva.

—Da próxima vez que eu ver você sair pela janela, eu vou atirar em você —o homem voltou a usar a língua universal e Katherine olhou para o Thatch, continuando sem entender o que estava acontecendo.

—Tanto faz, eu não morro —William tirou três moedas de ouro do bolso e deu para Diego. —Vigie os barcos.

Então ele começou a andar, levando Katherine consigo.

—O que ele me disse? —a princesa perguntou.

—Que estava te imaginando nua na cama dele —William sorriu a olhando.

—Pelos deuses —Katherine ficou assustada. —Achei que ele estava sendo gentil.

O pirata riu e beijou a cabeça da menina, ele gostava de sua inocência. O grupo entrou na cidade, que tinha ruas estreitas e eram compostas de casas de dois andares, em que o primeiro sempre tinha um comércio.

O lugar não era os mais limpos que a princesa visitava, mas como ela nunca viajou para além de Sunrise e Sanguinem, não havia como comparar.

Porém, ao adentrar cada vez mais, várias pessoas tocando músicas animadas contribuíam para que o ambiente melhorasse. Por alguns passos, Katherine ficou observando William andar e as vezes cumprimentar alguém e até mesmo lançar olhares que faziam alguns homens saírem o mais depressa possível da rua.

Logo o pirata percebeu que estava sendo fitado pela garota e a olhou.

—O que foi?

—Você é todo… Charmoso —ela concluiu.

—Isso é porque está caidinha por mim, alteza.

—Depois de ontem, como não estar? —Katherine disse sem o olhar, o fazendo sorrir —Sabe Will —ela olhou para trás, para ver se ninguém estava escutando. —eu quero repetir a noite passada.

—Pois eu não —ele disse cumprimentando um rapaz que passava com um cavalo. A princesa se sentiu mal e olhou para baixo. —Não! Não foi porque eu não gostei —ele riu. —Só estou dizendo que ontem… Não foi bem do meu jeito.

—O quê? —ela o olhou.

—Era sua primeira vez —William passou a mão nos cabelos. —Não fiz nem metade do que queria.

—Ora, por que não? —Katherine cruzou os braços.

—Ah Kate —o Thatch sorriu, se divertindo. —Você não aguentaria cinco minutos.

—William, você é muito convencido —ela revirou os olhos.

—Ache o que quiser, mademoiselle —ele parou de andar e se virou para ela. —Mas eu peguei leve com você. Eu não costumo ser… —ele tirou um fio de cabelo do rosto da garota e o colocou atrás de sua orelha. —Tão romântico.

—Okay, Thatch —Katherine sorriu impressionada com a autoconfiança do pirata. —Essa noite você me mostra então o seu jeito.

—Tem certeza?

—Aham.

—Então esperarei ansiosamente que o sol se ponha o mais rápido possível, majestade —ele segurou a mão da garota e a beijou. —Vocês —William apontou para um grupo de trinta piratas. —acompanhem ela até o palácio, o resto vem comigo.

—Ue, onde você vai? —Katherine o olhou se afastar.

—Preciso me preparar para um encontro com a monarquia —ele imitou a referência que a princesa faz, a fazendo rir. —Te vejo daqui a pouco, boneca—William piscou para ela e foi com seus homens por outra rua.

(...)

Estavam perto do castelo e o cenário daquela região era melhor que o resto da cidade. As casas eram mais luxuosas e as ruas eram largas e limpas. Era muito óbvio que a condição das pessoas que viviam em Stellarum era contrastante.

Nos portões do palácio, havia cerca de dez guardas, que já ficaram a postos vendo os piratas. Katherine saiu do meio deles e se aproximou.

—Diga ao rei que Katherine Lecerf está aqui e deseja uma reunião —a princesa falou e os soldados se olharam.

—Katherine Lecerf está morta, volte com esses malditos para o mar, sua impostora barata —um guarda que era bastante jovem se aproximou, a olhando com desprezo.

Os piratas não gostaram nada da fala do homem e de como ele tratou a menina. Marcus então foi para o lado da princesa e olhou rispidamente para o militar.

—Qual é seu nome, filho? —ele perguntou acendendo um cigarro.

—Sou Christian Johnson, criatura miserável.

—Hum, é um nobre —Marcus tragou observando o rapaz. —É o seguinte —o pirata de uma só vez tirou a pistola do coldre e puxou o rapaz para si, colocando a arma em sua cabeça. No mesmo instante todos os piratas apontaram suas armas para os soldados, que ficaram sem reação. Foi tudo muito sincronizado. —Vão e façam o que a princesa ordenou. Caso voltem com mais soldados, esse filhinho de papai já era.

O homem sorriu e empurrou Christian para o meio dos piratas, que o seguraram. Katherine olhou para os militares sorrindo vitoriosa. Eles então se apressaram a entrar pelos portões e avisar a família real. Afinal, o filho de um lorde estava como refém.

—Obrigada —a Lecerf olhou para Marcus.

—Você é da tripulação agora. A gente se defende —ele sorriu de canto para a menina e voltou para o grupo.

Depois de trinta minutos todos já estavam inquietos com a demora e Katherine havia começado a perder a paciência. Então finalmente os portões se abriram, e alguns soldados permitiram a entrada deles.

—Vamos esperar William aqui com o riquinho —Teodor, um dos piratas disse bagunçando os cabelos do Johnson. —Depois entramos. Marcus, vá com alguns homens para proteger a menina.

Assim o grupo se dividiu e Katherine entrou acompanhada de quinze piratas.


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Notas finais do capítulo

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