Crawling Back To You escrita por Rafaela


Capítulo 25
Lançada ao mar


Notas iniciais do capítulo

Galera, tem muita gente lendo e não favoritando hein, que feio kkkkkkkkkkkk
Não esqueçam de marcar para acompanhar, para não perder nenhum cap!!
Boa leitura!!



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KATHERINE

A tripulação de Robert Thatch se espalhava pelo convés principal do Death Symphony e formavam um círculo em que o capitão ficava no meio. Os primeiros raios de sol reluziam no horizonte e Katherine o observava nascer enquanto a colocavam em frente ao mastro principal.

Realmente, a visão do amanhecer era fenomenal quando se estava no mar. Mas apesar do cenário lindo, as lágrimas ainda saiam calmamente dos olhos da futura rainha de Sunrise em pensar no que lhe aconteceria.

William logo foi colocado ao seu lado, porém ele ainda não demonstrava nenhuma tristeza ou desesperança. Analisava o local e a posição dos piratas, procurando alguma maneira de fugir.

—Não tem jeito —Katherine disse notando a inquietude do rapaz.

—Sempre tem um jeito.

—Não, William —ela disse séria limpando algumas lágrimas. —Lembra que qualquer coisa que você fizer, seu pai pode machucar Thomas.

—Não vou deixá-lo te matar —William olhou nos olhos da garota. —Não consigo permitir isso.

—Will, olhe ao nosso redor —Katherine sorriu com desesperança. —Não tem como fugir.

—Para de falar essas coisas. Eu não vou te perder. Pelos deuses, onde está o Oliver?

—Ele me fez uma promessa. O navio dele afundaria se continuasse lutando com Robert, então ele foi para Sunrise.

—Devia ter me falado disso, Katherine —William disse com um pouco de raiva. —Você poderia ter ido com ele.

—Sabe, estar respirando não significa que você está vivo. —Katherine sorriu fracamente olhando o horizonte. —Morrer agora ou viver em Sunrise sendo infeliz e submissa ao Frederick… A primeira opção parece bem melhor.

William começou a perder a calma. Aos poucos o pirata foi de amolecendo enquanto observava a garota. Não havia o que fazer, ele havia sido derrotado. A angustia de não poder fazer nada o dominava e o desespero deu as caras.

—Não vou suportar te perder —o pirata estava com os olhos cheios de lágrimas.

—Ora só o que temos aqui —Robert Thatch se aproximava olhando o filho. —Vejam só, um Thatch emocionado —ele riu apertando o rosto do pirata.

Sua tripulação começou a gargalhar enquanto que os homens de William observavam cabisbaixos.

—Enfim, conseguimos! —Robert caminhava no centro da roda. —Essa princesinha deu trabalho —ele riu e foi acompanhado pelos seus subordinados. —Porém, meus marujos, não vamos tirar os créditos dos meus filhos! James, graças a você, nossa família estará a salvo da maldição!

—Aye James! —a tripulação gritou erguendo garrafas de rum. Mas o irmão do pirata permanecia encostado na amurada e olhava para a cena, sem nenhum sinal de felicidade.

—E o principal! William! —Robert segurou seu ombro sorrindo. —Graças ao meu filho, uma Lecerf está apaixonada por um Thatch!

—Aye William! —a tripulação comemorou, enquanto o filho mais velho olhava com ódio para o pai.

—Contudo —o capitão estendeu a mão e todos ficaram em silêncio. —Agora é a melhor parte da profecia. Primeiro, era necessário que alguém com sangue Lecerf se apaixonasse por um Thatch… E em seguida, que seu sangue fosse derramado no oceano por algum de seus habitantes.

Seus homens sorriram com maldade e olharam para o mar. O frio da barriga da princesa estava aumentando.

—Como pode ter certeza que ela está apaixonada por mim? —William elevou a voz observando o pai.

Katherine o olhou com as sobrancelhas franzidas e Robert sorriu se aproximando depois de alguns instantes.

—Você está certo —ele tocou o ombro do rapaz. —É preciso saber realmente se ela o ama.

Apenas com um olhar para sua tripulação, dois de seus homens seguraram William pelo braço agressivamente e o levaram para o centro da roda.

Katherine olhava sem entender o que acontecia, mas sentiu raiva quando tiraram o homem de seu lado.

Wayne estava abraçado com Thomas, que chorava soluçando vendo o pai.

—O que estão fazendo? —Katherine olhou para Robert, tentando sair dos braços dos piratas que a seguravam.

—É o seguinte —o capitão do Death se aproximou da menina, olhando o filho. —Sua vida depende disso, lembre-se. Se o você não demonstrar qualquer reação, será a prova que você não ama William… Mas se cair uma lágrima desse rostinho...—ele passou a mão na face de Katherine. —Comecem —ele sorriu para seus homens.

William olhou nos olhos de Katherine e discretamente moveu a cabeça afirmando que era algo que ele queria e ela não deveria esboçar sentimento. Ela correspondeu o gesto e viu um pirata se aproximar com um punhal. William fechou os olhos no instante que o homem esfaqueava seu abdômen.

Katherine quis gritar para que isso parasse, mas ela devia ser forte. Sabia que William se curava e era apenas uma dor momentânea. Mas o seu coração estava agoniado em ver o semblante de dor do Thatch.

Thomas agora chorava ainda mais e colocava a mão no rosto para não ver o que estava acontecendo com seu pai, e o clima do navio ficava cada vez mais tenso.

—Ela é durona —Robert riu olhando a princesa que olhava a cena sem qualquer reação. —Mais —ele ordenou e outro homem se aproximou e apunhalou as costas do pirata.

A respiração de Katherine começou a mudar e segurar o choro na garganta estava difícil. Mas ela seria forte. O corpo de William sangrava e não saia uma palavra de dor de sua boca. Ele permanecia de olhos fechados, pois se olhasse para Katherine seria mais difícil para a menina não ter reação.

—Estou admirado —Robert disse indo até William. —Já chega. —Katherine quase sorriu pensando que havia conseguido. Mas o pai dos Thatch não se dava por vencido tão cedo. —Tirem a camisa dele e me tragam a chibata.

Seus homens fizeram isso e ao olhar o corpo de William, Katherine viu que o último corte havia se cicatrizado. O capitão do Vingança a olhou e deu um pequeno sorriso pra princesa, afirmando que ela estava indo bem.

Robert pegou a chibata e olhou para a princesa.

—Quero ver o que a rainha acha disso —o pirata tirou sua capa e chapéu e a sua tripulação vibrou. —Virem-no de costas para ela. Quero que Katherine não perca nenhum segundo —ele sorriu.

Ficando ao lado da princesa e passando as cordas do objeto entre os dedos, Robert Thatch deu a primeira chibatada nas costas do filho. William estremeceu e quase caiu no chão. A força que seu pai havia colocado no arremesso foi imensa, proporcional a dor que ele sentiu.

A cena foi horrível, as costas de William sangravam e a carne aparecia. Por dentro, Katherine estava gritando e chorava compulsivamente. Queria implorar para que aquilo acabasse logo, mas decidiu aguentar.

—Você que sabe alteza —Robert deu outra chibata, mas forte que a primeira. O primeiro ferimento não havia se cicatrizado por completo ainda, e foi aberto outro machucado. Vendo que a princesa não ia ceder tão fácil, o pai de William aumentou o ritmo dos golpes.

William não derramava uma lágrima. Ele permanecia forte perante a dor estridente que estava sentindo.

—Pai, isso é realmente necessário? —James se aproximou não aguentando mais ver o que estava acontecendo com seu irmão.

—Quieto —Robert limpou o suor do rosto e continuou a bater no filho, sentindo prazer em fazer aquilo.

Era demais para Katherine. Ver o estado das costas do homem que amava era forte demais. Mal dava para ver a pele de William, as chibatadas eram tão fortes e rápidas que agora atingia só na carne do rapaz.

Katherine tentou segurar, mas não conseguiu. Na verdade, era seu corpo que não conseguia. Ela começou a tremer por tentar controlar a respiração. Seus olhos começaram a marejar novamente.

Robert percebeu o nervosismo da menina e intensificou ainda mais.

—Para. Com. Isso —a princesa custou a dizer o olhando com nojo. Ele sorriu e jogou a chibata no chão, pegando uma garrafa de rum que seus homens ofereciam. William se virou e olhou para a menina. —Me desculpa —ela começou a chorar novamente. Ele foi até Katherine, andando com dificuldade e colou suas testas.

—Você é mais forte do que parece —ele disse baixinho.

—Já perdi tempo demais —Robert disse afastando o filho da garota e seus homens voltaram a o segurar. —Como eu havia dito, a parte final do ritual é entregar essa beleza para que um ser do mar derrame seu sangue. Me digam, homens! Para quem eu devo a entregar!?

—Tubarões! —eles gritavam frenéticos.

—Você não tá falando sério —William olhou para o pai. —Isso é ridículo.

—Meu filho, você é inteligente. Sabe me dizer onde estamos?

O pirata olhou para o mar, e viu uma terra afastada. O vento quente batia em seu rosto e ele ligou os pontos.

—Diga!

—Perto de Gansbaai —ele respondeu abaixando a cabeça.

—A área onde se tem a maior quantidade de tubarões brancos! —Robert ergueu os braços para seus homens que comemoravam.

—Você é doente —Katherine o olhou com repulsa.

—Minha única doença é a maldição. E você minha querida, é a minha cura. Preparem a prancha! —ele gritou.

A adrenalina começou a invadir William, que não acreditava no que estava acontecendo.

—Pai reconsidere —ele pediu.

—Eu acho que não.

—Por favor, ela não merece —William insistiu, mas Robert ignorou segurando Katherine pelos braços e a levando para a amurada.

—Qual de vocês foi o pirata que que foi atordoado por uma criança? —o capitão do Death disse rindo ao se virar para a tripulação e largou a princesa.

Em meio aos homens, um pirata foi empurrado. Ele estava com medo e tentava voltar para o lugar que estava antes. Mas Robert logo se aproximou e passou seus braços por trás da nuca do homem.

—Qual é mesmo seu nome? —o pirata parecia amigável ao falar andando para perto da princesa.

—Daniel, senhor — o homem disse tremendo de pavor.

—Daniel, saiba que você morreu por uma causa nobre —Robert puxou um punhal e cortou a garganta do rapaz rapidamente, não dando o homem nenhuma possibilidade de se defender. Segurando os cabelos do pirata, Robert o jogou da amurada.

Katherine estava assustada e olhou para William que tentava escapar dos homens que o seguravam.

—Pai! —o Filho do Oceano gritou desesperado. —Não faça isso, por favor, não faça isso!

—É só mais uma fraqueza que estou tirando da sua vida, deveria me agradecer filho —Robert sorriu piscando para William. —Venha ver princesa, seus próximos companheiros estão chegando.

Katherine olhou pela amurada. Havia muito sangue no mar e várias barbatanas dorsais surgiam e imergiam. A princesa engoliu em seco. Que morte dolorosa, ela pensou. A menina fechou os olhos e voltou a chorar.

—Por favor, eu posso oferecer mais do que isso —Katherine olhou para a Robert.

—Agora ela está educada. Vejam homens, apenas o medo controla as mulheres —ele deu aquele sorriso podre para a menina e se aproximou. —Mas você me deu uma ideia…

—Pai, fique longe dela! —William gritou novamente percebendo a situação. Os homens o seguravam com dificuldade, pois ele não parava de se contorcer para se libertar.

—Você tem realmente mais a me oferecer —ele passou as mãos pelos cabelos ondulados da garota, que agora estava mais assustada ainda. —E acho que todos deveriam ver isso —ele olhou especificamente para o filho e começou a tirar o cinto.

—Não... —Katherine começou a afastar. —Me jogue no mar logo —ela pediu, mas o pirata ignorou e a segurou pelo braço. —NÃO! —gritou.

—Você vai se arrepender disso, Robert! —William gritou tentando se soltar o mais rápido possível.

Wayne e Thomas choravam e se abraçavam em meio a situação, o que deixava o clima ainda mais pesado. Robert segurou seus braços da menina e a virou enquanto ela tentava escapar.

Quando o pirata estava prestes a abaixar a calça da menina, o navio sacudiu. O capitão se desequilibrou teve que se apoiar na amurada. Ao olhar para o mar, pôde ver dezenas de barbatanas desaparecendo e um tubarão olhando para ele, que em seguida voltou a imergir.

Não é possível, ele pensou, que tubarões tenham atacado o navio.

—É melhor deixar eles se divertirem com você —Robert olhou para a menina amedrontado. —Prendam uma corrente com uma bala de canhão em sua panturrilha. Que não tenha a mínima chance sobrevivência.

O capitão se afastou da amurada enquanto seus homens faziam o que ele havia mandado. William não se cansava e tentava ainda se soltar. Seu olhar era de desespero por pensar em perder a princesa.

Katherine suspirou assim que o comando de Robert foi cumprido.

—Majestade —um pirata riu mostrando a prancha para a menina.

A Filha do Sol olhou para Wayne e Thomas que estavam inconformados e deu um sorriso fraco para eles. Ela subiu na prancha e um dos homens de Robert segurava a bola de canhão na mão.

Katherine olhou para William que estava em um estado lamentável. O rapaz já não tentava mais se soltar, ele apenas olhava para a princesa, um olhar triste e morto. Pela primeira vez Katherine viu algumas lágrimas percorrerem seu rosto.

Eu te amo —ela sorriu em meio às lágrimas.

William agora nem tentava mais parecer forte. Ele estava destruído por dentro e não aceitava o que iria acontecer. Havia falhado em proteger a futura rainha de Sunrise e a dor era imensa.

—Acabem logo com isso —Robert disse impaciente e um de seus homens balançou a prancha, fazendo Katherine desequilibrar e cair, levando junto as correntes com a bala de canhão.


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Notas finais do capítulo

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