A Vida de Samanta escrita por Sol
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura :)
— Vamos comigo, por favor? – fico de joelhos para Maelle.
— Sério que você está querendo ir dormir na casa da pessoa que fez você chorar nos meus lençóis, me abandonar nas férias e ficar gravida de um cara que você ainda não me contou?
— Olha, a culpa não foi totalmente dele, eu criei expectativas demais.
— Olha você, ele te humilhou na festa. Disse que era só uma idiotice qualquer a ficada de vocês.
— E talvez tenha sido, era tudo tão ótimo antes dessa festa.
— Não posso ir com você, não vou ser cumplice disso, e acho que você nem deveria ir.
— Ok, vou sem você então. Vai mesmo deixar eu ficar sozinha com ele naquela casa enorme e vazia?
— Pode ter certeza que sem mim sua mãe não deixa você ir.
— Você é muito má, sabia?
— Sabia. – Ela coloca a mochila nas costas – agora tenho que ir, tenho aula de balé.
— Adeus, bela bailarina.
— Adeus!
Me jogo na cama por uns minutos e fico me perguntando o porquê é tão importante que eu vá, eu poderia só deixar ele de lado e viver normalmente, sendo amigos normais, mas sem necessariamente dormir do lado dele.
Após uns minutos de longos pensamentos eu decido: vou ir. É, podem me chamar de trouxa, podem mesmo.
Era 19h43, e marcamos as 20h, tinha pouco tempo para convencer minha mãe. Fui até o quarto dela correndo e pulei ao seu lado na cama.
— O que é isso, Samanta? Está louca?
— Mãe, sei que provavelmente a senhora não vai deixar, vamos ficar horas aqui falando sobre isso, mas deixa eu dormir na casa do Bruno hoje?
— Está bem, mas volta amanhã.
— Mas mãe eu prometo me... oi? Você deixou?
— Sim, Bruno é quase da família, mora aqui do na rua e você parece tão estressada, precisa se distrair um pouco.
— Quem é você e o que fez com a minha mãe?
— Não me faça mudar de ideia.
— Ok, ok. Vou arrumar as coisas. Te amo. – dou um beijo em sua bochecha e volto correndo para o quarto.
20h15 e estou pronta. Ando até a casa do Bruno e paro em frente sua porta. Deveria mesmo está aqui? Ainda dá tempo de voltar e fingir que minha mãe não deixou, - vejo a porta abrindo e Bruno na minha frente. – ou não.
— Vi você chegando. – ele sorrir pra mim enquanto fico paralisada. - não vai entrar?
— Ah, claro! – Entro e relembro aquela maldita festa,
— Maelle resolveu não entrar na casa do inimigo?
— Ela não está muito de acordo que a gente volte a se falar, mas isso é problema dela. Nunca gostou da nossa amizade desde que a conheci.
— Ciúmes, acho que um dia passa.
— Ou ela gosta de você. – digo sem pensar.
— Não precisamos falar sobre isso. É estranho.
— Ok. O que vamos fazer?
— Já pedi a pizza, você escolhe o filme.
Bruno parece estar se esforçando para a amizade ser como antes, e acho que pode dar certo. Talvez eu conte da gravidez a ele antes de fazer qualquer coisa. Ele é meu melhor amigo e acho que tem o direito de saber sobre isso. Mas certeza que não irei contar isso hoje, vou deixar as coisas se resolverem e ai vou ser totalmente sincera.
Escolhemos o filme juntos, “Um Olhar do Paraiso”, o filme que mais amo nessa vida, chegou a pizza e deitamos no sofá para assistir.
Foi uma coisa mágica, parecíamos aquelas crianças de antigamente, juntas, felizes e sendo nós mesmos. A noite mais incrível de meses. Acho que a Maelle estava errada em querer que eu não viesse.
Após o filme fizemos piadas idiotas que sempre fazíamos, limpamos tudo e Bruno ajeitou um quarto da casa para mim. E logo adormeci.
02h38 da manhã e eu acabo acordando com uma vontade enorme de ir ao banheiro. Infelizmente o quarto que estou não tem banheiro e tenho que sair para usar o da parte de baixo da casa. Meu maior medo, andar por essa casa no escuro.
Desço as escadas tentando fazer o menor barulho possível, odiaria acordar o Bruno.
Chego no banheiro sem ter infartado por qualquer coisa que me assustasse, e quando saio dou de cara com o Bruno na cozinha.
— Eu te acordei? Sinto muito mesmo.
— Não se preocupa, não me acordou, só estou com cede. - ele dá uma pausa e rir. – Que corajosa, conseguiu descer no escuro sem pedir ajuda para mim.
— Haha, não tenho mais medo do escuro. – uma pequena mentira. – Já cresci faz tempo.
— Cresceu mesmo. – Ele me olha.
— Han?
— Samy, não fui sincero no carro. Eu menti sobre quase tudo.
— Do que você tá falando? – eu sabia do que estava falando.
— Preciso saber. Você ainda gosta de mim?
— Eu já expliquei tudo no carro.
— Explicou mesmo? Não me convenci. – ele senta na bancada. – Eu gosto de você Samy, eu menti na festa, menti no carro, menti sobre meus sentimentos em relação a você, e fiz isso porquê sou um babaca. Eu tive medo de você não sentir o mesmo na festa e disse aquelas coisas antes mesmo de falar com você sobre aquilo. E no carro eu menti porquê você disse que superou, que ficou com outro cara o verão inteiro. Entende?
— Bruno... – eu coloco as mãos em seu rosto.
— Mesmo você falando aqui que não gosta de mim eu tenho que falar isso, não queria mentir a vida inteira sobre isso. Eu gosto muito de você, sei que fiz merda e agora não tenho mais chances.
— Bruno... – ele me interrompe.
— Não precisa ter pena de mim...
— Bruno!!
— Só continua sendo minha ami...
Nesse momento não tive escolhas e beijei ele, e beijei com toda a vontade que eu estava desde que nos reencontramos.
— Só assim para você me deixar falar. Eu gosto de você. Eu também menti no carro e me desculpa.
— Não fala nada.
— Oi?
Ele desce da bancada e me puxa para outro beijo, um beijo com muito mais intensidade. Ele agarra minha cintura e me coloca na bancada me apertando mais para perto.
Sinto que não vai sair boa coisa disso...
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Obrigada por ler ♥ até a proxima