Cantos Esquecidos escrita por Verniz


Capítulo 2
A Flor e o Peixinho


Notas iniciais do capítulo

A segunda do dia. Espero que gostem...



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No décimo triênio de nosso tempo

A flor maior, ainda jovem, caminhava ao relento

Longe dos Campos Dourados d’onde hoje rogo

Seguia a passos firmes rumo ao lago Borgo

Onde os pueris retiravam o diário alimento

 

Ao lá chegar, nas águas turvas

Vira um peixinho esgueirando-se em curvas

Solitário, desgarrado de seu cardume

Parara o nado defronte a uma pedra, para ele um cume

E olhara para a jovem flor em lamúria

 

“Porque sofres?” Indagara Flor-de-lis

E o peixinho, erguendo o nariz

Lhe respondera sem demora

“Ó minha flor não vá embora

Aqui nestas terras, por favor, finque raiz”

 

Arqueando a sobrancelha

A princesa o olhara de esguelha

E respondendo ao pobre ser que a clamava

Tomada pela firmeza, nada a abalava

“Não duvideis disso, pobre ser, nem por uma centelha”

 

“Um dia serei Rainha, desde Borgo aos Campos Dourados

Passando pelo Torth e seus verdes gramados

E quando assim o for, prosperidade não faltará

Pois dou minha palavra, peixinho, tu também reinará

E teus domínios estarão sempre claros”

 

“Os homens que hoje vês, pobres diabos

Dignidade ganharão em honestos trabalhos

E de barriga saciada não mais precisão

Matar tua espécie assim de montão

E seguirás tua vida, tu e teus irmãos, despreocupados”

 

“Ó minha Rainha, pois Rainha tu já és

Deixai que eu beije os teus pés

E te construas pomposos altares”

Dissera o peixinho, que prometera levar aos seus pares

A mensagem da jovem flor, espalhando-a pelas marés

 

Contente então, o peixinho assim nadara

Tendo certeza que tudo o que a princesa lhe falara

Realidade um dia se tornaria

Pois a jovem flor assim o faria

Levando a toda àquela terra a paz que prometera

 

De Borgo aos Campos Dourados

De Torth, com seus verdes gramados

A harmonia se fizera presente

Pois a Rainha flor sempre fora onipotente

E jamais se esquecera de seus súditos amados

 

Assim como o peixinho, reis os demais seres se sentiram

E harmoniosamente todos eles seguiram

Os caminhos construídos por Flor-de-lis, rainha doce

 E cada fio de seu cacheado cabelo era como se fosse

Um pedacinho da alegria que em seu reinado eles viveram

 

Antes do primeiro pastor pisar na terra

Antes mesmo da batalha com a inominável Quimera

Antes do sangue, da luta e da dor

Havia já a lembrança de que uma jovem e bela flor

Paz e esperança a todos trouxera.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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