Cantos Esquecidos escrita por Verniz
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem...
Antes da palavra ser palavra e da flor ser flor
O Tempo e o Espaço, sentados no lombo da Imensidão, discutiam com fervor
Sobre a Solidão, amiga incauta
Que não tardava em, hora a hora, fazer visita inesperada
E ambos, desgostosos pelo sentimento de agonia
Bolaram plano para encerrar tamanha melancolia
E de sua inominável vontade de curar
A dor que mal os deixava raciocinar
Criaram as estrelas para lhes fazer nova companhia
E junto a ela milhares de outras aportaram
E suas suntuosas cores novamente encorajaram
O Tempo e o Espaço a seguir com a criação
Presenteando então a Imensidão
Com uma cadeia de magnificências assim que falaram
“Que nunca falte luz nem sombra em nenhum momento”
Dissera altivamente o Tempo
E o Espaço, meneando a cabeça em concordância, dissera sem dissonância
“Que o bem e o mal convivam juntos em enlaço”
As Eras então surgiram, filhas gêmeas da Imensidão
Que segurando-as uma em cada mão
Prometera jamais negar-lhes nada
“Criá-las-ei com alma e coração”
Dissera, erguendo com fulgor a Imortalidade, sua espada
O Tempo e o Espaço repousaram enfim
Exaustos pelo esforço sem fim
Que fizeram ao criar o Universo
Apenas uma criança que agora pautaria o seu sucesso
Solitário, herdando o dom dos criadores
Fizera as quatro terras do Círculo das Dores
Para onde olhamos ao buscar por nossa origem
Sem imaginar que os antigos pastores
Em Flor-de-lis de nós diziam, “apenas pó, fuligem”
Certo estavam, nada somos
Para o Universo, seus filhos ou seus amos?
Nada mais do que pó, fuligem das Estrelas
Nada mais do que reles mortais, amantes da natureza
Em Flor-de-lis, onde a chuva sempre é constante
Saudamos a Rainha flor com uma canção exuberante
E nos Campos Dourados pelos quais seguimos
Lis jamais esmorecerá em seus mimos
Ó Rainha que nos traz a paz pulsante
O Tempo e o Espaço a ti também deram vida
E cabe a nós pastores em uma só batida
Cantar o canto dos Campos Dourados
Pois fora por eles que a Existência nos tomara em longos abraços
Isso nos permitiu aqui estar agora
E por eles, fortes somos, nada nos apavora
Nem a sombra e nem a luz
Nem mesmo a morte, tudo agora só reluz
E para sempre seremos a semente dessa eterna flora
E quando retornarmos a fuligem d’onde viemos
Ao lado de Lis, Rainha flor, beberemos
O néctar trazido pela Imensidão
E por toda a eternidade jamais deixaremos
De em paz, viver em constante união.
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