Invisível escrita por GraziHCullen


Capítulo 2
Pânico




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Você já sentiu pânico? E não, não estou falando daquele programa de TV que transmite pura cultura (estou sendo sarcástica). Eu estou falando de pânico mesmo. Quando seu coração acelera, seus pensamentos ficam confusos, a adrenalina corre pelo seu sangue e você acaba fazendo coisa que em seu estado normal nunca faria. Pois é, em minha defesa, digo que depois de sofrer minha primeira transformação eu estava em puro pânico. Por isso não enxerguei o carro importado que vinha na minha frente. E também por isso não ouvi aquela regra básica que minha mãe sempre fala antes de eu sair de casa. Um carro que com certeza custava mais que minha casa com os moveis dentro vinha em alta velocidade. Olhei para o lado a tempo de me preparar para o impacto. Os momentos que se seguiram foram para mim e para o motorista que hoje conheço bem um dos momentos mais marcantes. Naquele tempo eu não sabia explicar e nem vou te falar o por que agora, para não tirar emoções futuras da minha historia, mas por reflexo eu coloquei as minhas mãos na frente do meu corpo, as palmas abertas. Uma espécie de casulo invisível saiu da minha mão e formou uma bolha em volta de mim. O carro bateu na bolha e amassou toda a frente. Depois saiu deslizando, empurrando a bolha que parecia ser uma parede invisível de puro 2 metros de ferro. Eu fiz força para parar o carro empurrando mais ainda à parede. Admito, precisei me esforçar como se estivesse levantando o Greg , aquele garoto que deve pesar uns 100 kg que faz educação física comigo. Com o esforço, do meu nariz começou a escorrer um liquido vermelho vivo e pegajoso. Sangue. Também pude notar que o meu corpo voltou a aparecer, mostrando minha cara para o motorista. Fazendo ruídos agudos, parei o carro. Me joguei para traz, caindo no chão e olhando abobada mente para os meus braços, minhas pernas e principalmente, minhas mãos. Fiquei feliz por estar tudo visível novamente e consequentemente fiquei empolgada, esquecendo que um homem viu o que eu podia fazer. Nunca parei para pensar, mas depois disso a frase “olhe para os dois lados da rua antes de atravessar” que minha mãe sempre me dizia pareceu bem sabia. Meu corpo doía, como se tivesse corrido uma maratona e o sangue escorrendo pelo meu nariz já tinha passado pela boca, em um jorro nojento. Olhando para cima, vi o motorista saindo do carro totalmente confuso e mancando. Olhou para o carro completamente amassado. A forma de uma bola que envolveu meu corpo estava lá, esculpida para sempre em seu carrinho metido a besta. Pensei que ele começaria a gritar comigo, a me xingar e falar que me faria pagar por cada centavo pelo concerto do carro. Mas não. Ele me olhou e deu-me um sorriso. Eu pensei que ele era um sorriso que dizia “esta tudo bem”, mas hoje sei que é um “vou usar essa otária e conseguir muito dinheiro”. Apesar de eu mesma não saber, o homem loiro auto e bonito tinha acabado de ver uma mina de ouro cientifica em mim. Uma garota que aparentemente conseguia formar um escudo impenetrável e que conseguia desaparecer em frente de olhos “nus” era, ou melhor, ainda é, uma fonte de dinheiro inesgotável, onde ele conseguiria dinheiro suficiente para me comprar, comprar outro carro e talvez até o próprio mundo se quisesse. Ele concertou a gola da camisa e me deu mais um sorriso. Passou as mãos pelos cabelos loiros e depois na testa, onde viu um corte que provavelmente foi provocado pelo acidente. Ele pareceu não se importar pois ainda sorria. Provavelmente pensando “eu vou ser rico, eu vou ter grana... Essa menina idiota vai me render muito dinheiro! Vou ser famoso, poderoso e vou ganhar um prémio cientifico pela descoberta mais brilhante do século!”. Talvez você esteja se perguntando como eu posso hoje imaginar o que ele estava pensando? Bom, por que ele realizou tudo aquilo que ele pensou. Não vou falar muito sobre isso, pois é uma parte futura da historia. Ele me estendeu a mão, nunca perdendo o sorriso. _Sou o Dr. Cullen, um cientista de anos de experiência. É realmente incrível o que você acabou de fazer, querida. O olhei bestamente. Sua voz era macia como o veludo. E doce. Muito doce. Mas sem deixar de ter aquela masculinidade rouca. Eu peguei a mão dele e ele me puxou, ajudando-me a levantar. _Qual o seu nome, querida? – ele perguntou, enquanto tirava o seu casaco e colocava em meus ombro, pois eu tinha começado a tremer loucamente. _É Isabella...- Eu disse, meio gaguejando. _Bom, Isabella. Eu sou um homem formado em ciência e eu vi o que acabou de fazer ao meu carro... _Olha, moço, me desculpe mais eu não posso pagar pelo concerto do seu carro,ele parece ser muito caro e eu não quero ter que ser chata mais eu sou pobre, Dr. Pobre mesmo!- Falei, logo o cortando. Antes que ele me falasse o quanto eu teria que pagar. Ele riu, inclinando a cabeça para traz. _Eu quis dizer a bola de pura energia fantástica que você fez para se proteger. Sem cortar que você estava aparentemente invisível e voltou a aparecer do nada. Eu, como já disse, sou um cientista. Eu posso entender o por que de isso ter acontecido. Basta você vir comigo. Eu vou chamar um táxi e agente vai até o meu laboratório e eu estudo você. Claro, eu vou te recompensar por isso e vou te tratar bem. Como se fosse a minha própria filha. Se eu soubesse como ele tratava o próprio filho, nesse instante eu teria saído correndo para longe dele. Esse cara, que hoje posso dizer que é um maluco, colocou o filho em uma escola militar com apenas 6 anos. Ele usou o próprio filho como teste com uma maquina de choque capaz de tirar todos os sentidos, menos o da audição. Ele usou o próprio filho como escudo humano em um dos conflitos que tivemos mais a frente. Ele usou ainda a mesma pessoa como arma, tentando mudá-lo geneticamente. Ele tentou transformar o próprio filho, sangue do teu sangue, como arma mortal a seu favor. Mas eu quase fui enganada por aquele sorriso bondoso, a voz mansa e a aparência maravilhosamente linda. Quase. Uma onda de intuição me bateu e eu por extinto fiz à mesma coisa que aconteceu no acidente. Levei minhas mãos para frente do meu corpo e empurrei. A mesma bola invisível apareceu na minha frente empurrando o Dr. Cullen. Ele caiu sentado. Eu me virei e sai correndo, só que o Dr. Cullen segurou uma perna minha. Cai de barriga no asfalto e tentei chutá-lo com toda a minha força. Ele me puxou para ele, eu me debatia e gritava todas as minhas forças. _Eu tentei ser legal com você querida. Você não aceitou. Agora agüente as conseqüências! Ouvindo isso, mais uma onda de pânico veio em mim. Levantei uma mão e o arranhei na bochecha. Com a outra dei-lhe um tapa. Ele agüentou firme e sem nem piscar me deu outro puxão, me fazendo sentar em cima dele. Para quem olhasse de longe, veria um homem sentado no meio do asfalto com uma garota sentada em cima dele e provavelmente pensaria que estávamos fazendo besteira. Mas se reparassem veriam que eu gritava desesperada e tentava a todo custo chutá-lo para longe de mim. Ele me prendeu de costas contra o seu corpo, como se estivesse me abraçando pelas costa, mas na verdade estava me dando uma dolorosa chave de braço. Senti-o mexendo dentro do paletó dele e tirar de lá alguma coisa. _Bons sonhos querida... – ele sussurrou em meu ouvido antes de me mostrar o que tinha nas mãos. Uma arma de choque. Ele encostou aquilo em mim e eu senti os meus sentidos indo embora. Nos segundos seguintes em que eu meu corpo amolecia e eu perdia a consciência eu podia ter pensado algo lógico como “eu vou morrer” ou “isso doi”. Mas não. O que eu pensei foi “que espécie de psicopata anda com uma arma de choque?”

 

 


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