Yes, Sir escrita por Asynjurr


Capítulo 7
Sixth


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA.



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S I X T H

Yes, Sir


Cambridge, Cambridgeshire
23 de março de 2016;

I.

20h:34min PM;

Então, você têm mil e um motivos para desistir de tudo, mas sua única atitude é insistir, porque no fundo te resta um pequeno resquício de esperança que te mantém de pé. Sempre soube que eu não poderia ser o protetor dela, para isso eu teria que dispensar quaisquer sentimentos que pudesse a vir nutrir, no entanto, quando você já está acostumado a colocar tudo a perder, não importa qual será o passo adiante, você sabe que estará errado de qualquer forma. Meu pai me chamaria de palerma e me mandaria para um coleguo militar se soubesse o grande fraco que eu me tornaria. Não precisava de uma sucessão de erros, já estava convencido da besteira em que tinha me metido. Não foi apenas um erro, eu cometi todos os erros que um homem como eu pode cometer. Eu sabia que cedo ou tarde, teria que prestar contas, no entanto, a decisão de continuar errando foi unicamente minha. Essa história não é um romance policial, longe disso, permitam-me que lhes conte o dia em que me deixaram entre a cruz e a espada.

Após uma perseguição, no mínimo esquisita em termos do gênero, Louis decidiu me trazer para casa, entretanto, antes foram feitas algumas rondas nos arredores do condômino. Sempre muito prudente. Troquei de carro no final da Rua Sidney e fui para o de Dylan, por precaução e Louis continuou a dar voltas em círculos pelo Centro de Cambridge. Não estava necessariamente preocupado comigo, haviam preocupações maiores, Ninna, por exemplo, todos os meus pensamentos estavam voltados para ela.

A lembrança avassaladora do seu sorriso alinhado e debochado, dança uma valsa em minha mente, me deixando ainda pior. Minha mania de pessimismo fazendo-se presente mais uma vez, não dá pra anular isso, por mais que eu tente.

Assim que coloquei os pés dentro da minha casa, subi as escadas como um raio, desejando com todas as minhas forças que ela estivesse bem. Sua presença naquele casa era um mártir pra mim. A angústia que rondava-me estava tomando proporções gigantescas. Meu coração parece menor nesse momento. Estou desejando com todas as minhas forças interiores que ela esteja bem. Pela primeira vez na vida eu estou sofrendo por alguém e sinceramente nunca gostaria de estar sentido essa sensação esmagadora. É como se meu mundo estivesse ruindo novamente.

Envolvido em meus devaneios desnecessários e investigativos ridículos, parei em frente a porta do seu quarto. Era a última porta de todas no corredor e aparentemente, era diferente das outras.

— Ainda bem que você está aqui, se acontecesse algo com você, eu nunca me perdoaria. — vou desabafando assim que a porta é aberta e sem lhe dar a chance de questionar a respeito, a abraço com toda a força, deixando Louis visivelmente incomodado. Só preciso senti-la, ter certeza que ela está bem e deter esse abraço pelo máximo de tempo que eu conseguir.

— Senhor, já revistamos os arredores da casa e tudo está em ordem, mas por precaução, Dylan e os outros estão fazendo outra varredura no condomínio. — LightWood me informa em voz baixa, desviando a atenção para fora do quarto por um instante, conhecendo-o como conheço, sei que não está me contando tudo. — Também já falei com Balvin, segundo ele nos preocupamos à toa e o senhor Standall está chegando em alguns minutos, como solicitou.

— Que ataque preocupação é esse, sr. Herondale? — Ninna questiona-me um tanto sarcástica e me afasta de si, esticando os braços contra meu peitoral, alternando a atenção entre Louis e eu. — O que aconteceu, Sir Herondale?

Ela arqueia uma sobrancelha em minha direção, logo após a pergunta fora de hora e morde seu lábio inferior com certa intensidade, deixando bem claro que as minhas palavras não lhe causaram nenhum efeito. Ele continuava com o mesmo semblante impassível de antes. Ficamos nos entreolhando fixamente por um longo tempo e de modo desafiador, como se não pudéssemos evitar, pelo menos eu não consigo evitar. Novamente ela está me provocando e faz isso com tanta destreza que a assustar-me.

Droga! Duas vezes droga! Acho que mordi meu lábio inferior e fiz inconscientemente, o que é bem pior, não é possível que eu nao consiga me impor. Os papéis não podem se inverterem. Seus lábios contorceram-se em um sorriso exorbitante. Por que ela está fazendo isso? Por que não a coloco em seu lugar?

— Alguém esteve aqui enquanto eu estava fora? — ricocheteio impaciente e me aproximo dela novamente, mantendo a distância que julgo necessária. Pelo levantar das sobrancelhas, sinto que essa conversa vai se alongar mais do que eu gostaria. — Responda o que lhe fora questionado, srta. Griezmann! — praticamente grito, pressionando minhas mãos contra seus braços e pela mudança de ânimo dela, sinto-me de novo no controle da situação. A sensação é gratificante.

— Tirando os cães de guarda e a senhora Minnetti, nenhum estranho esteve aqui, mas por que esse ataque de preocupação?

Se você soubesse!

Enlaço meus braços ao meu corpo, caminho em sua direção, limitando os meus passos e mantenho uma distância considerável. Ninna havia firmado seus lábios em uma linda dura. Ainda estava irritada comigo e por mais que meu subconsciente estivesse do meu lado, eu tenho a plenitude dos meus atos. De uma forma bem torta ela tem razão, é algo admissível.

— Por enquanto é melhor que fique em segredo e essa noite você vai dormir comigo e não é um pedido. — sentencio e tomo a porta do quarto como direção, mas para a minha surpresa, Ninna atravessa em minha frente e pela expressão horrorizada, sei que terei problemas e por alguma razão Louis continua aqui.

 

— Nunca! — ela berra. No fundo eu espero que ela não vá acrescentar nada, embora saiba que Ninna vá fazer o que ela faz de melhor: me desobedecer. — Não vai ter coragem de me obrigar a isso, vai?

Acho que eu vou sim, querida.

— Não estou falando de sexo, Ninna, eu não obrigo as mulheres a dormirem comigo nesse aspecto. Posso ser um aficionado por controle, mas seria um estupro e eu não sou esse monstro que você está pensando. — rosno para seu protesto desnecessário e a empurro da minha frente para ter acesso à saída do quarto e saio, sendo acompanhado de perto por Louis. Olhando para trás de soslaio, vejo que Ninna também me acompanha, com o pouco d paciência que me resta, giro meu corpo brevemente para trás e ordeno: — Troque-se e vá para o meu quarto, Louis e Dylan dormiram no seu.

— Senhor... — e lá vamos nós de novo com essa porra de "senhor", ela fala como se fosse um título nobiliárquico, ainda que soe como ofensa e eu estou tão cansado para entrar em uma discussão que só respiro lentamente e fixo minha atenção sobre ela. — Sr. Herondale, isso realmente é necessário?

— Só precisa saber que tem um louco lá fora querendo foder com a minha vida e ele não vai poupar esforços pra isso. — explico de qualquer jeito, não estou acostumado a dar explicações, tampouco a esta mal-humorada que me encara com os olhos apertados neste momento.

No pouco tempo a sós comigo mesmo, sigo para o que será o banho mais longo de todos. A água quente da banheira diminue minhas tensões, me permite relaxar por alguns segundos e esquecer essa caça desenfreada e amaldiçoado seja Edwin Trier e sua corja. Sou capaz de matá-lo se tiver chance, algum dia. Não hesitaria em apertar o gatilho de uma M 16 contra aquela cara cínica. O pararia e passaria alguns anos na prisão, eu sei, porém, acho que valeria a pena.

Uma bandeja com meu jantar está sobre a cômoda. A sra. Minnetti é a mais eficiente da minha folha de pagamentos, Louis é o segundo e em alguns momentos me surpreende de uma forma inexplicável.

Procuro algo descente para vestir, geralmente costumo dormir de boxer ou nu, no entanto, acredito que não seria adequado, não quando terei companhia, mesmo Ninna que seja contra sua vontade. Confesso que é desanimador não exercer nenhum poder de sedução em relação à Ninna. Meu bel-prazer parece querer despertar. Sua estada aqui seria bem mais agradável se ela não fosse tão arredia e teríamos boas lembranças para contarmos, entretanto, me contento em seguir com os planos, mantendo minha promessa de protegê-la sob quaisquer circunstâncias, nem que pra isso eu perca tudo.

Empurro a comida para dentro da boca, enquanto vejo o canal de notícias, o BBC News, feliz por não falaram de mim hoje no TMZ. De alguma forma a imprensa sempre descobre coisas íntimas e jogam no ar como se não significasse nada, como se não importasse. A impressa negra é muito fodida e impiedosa, Erin Steele que o diga. Há dois anos, fotos íntimas da minha ex vazaram na internet, como se não fosse o suficiente, o conteúdo foi divulgado pela imprensa e a garota quase entrou em depressão, tirando que ela tentou se suicidar duas vezes, mas vocês acham que eles sem importam?

Deixando a bandeja de lado e todo restante da comida, sigo para o banheiro e escovo meus dentes, estou tão exausto. Só queria deitar nessa cama, dormir e esquecer todos os meus problemas, incluindo esse de olhos azuis que acabou de entrar no meu quarto, com uma carranca assustadora. Eu rio. Preciso rir disso.

— Dormirei no chão e não adianta me olhar assim. — resmunga com os braços cruzados e bate o pé esquerdo contra o piso, o barulho é ensurdecedor. Minha cabeça parece que vai explodir e tenho a impressão que ela sabe disso. — Acho que me obrigar a dividir a mesma cama com você é um pouco demais até mesmo para um desequilibrado como você. — e lá está ela me afrontando, como sempre.

Sigo para além das frases de efeito que sempre pronuncio, da voz sussurrada que Ninna entoa, parece que fora orientada a seguir contida, mas só transparece tensão. A sensação é de estarmos presos em uma redoma.

— Pare de criancices, Ninna, essa cama é tão grande que certamente não chegarei a encostar em você. — contraponho revirando os olhos e sigo até a cama, desabando sobre ela. Ninna continua em pé, com os braços cruzados, me afrontando e por que não estou surpreso? — Deve se achar incrível por eu insistir tanto em você, mas quer saber, você não é a única, minha querida e com sorte essa vontade incontrolável de te ter passará, nesse momento eu não gostaria de ser você.

— Você fala demais, sr. Herondale, deveria ter nascido mudo e não sabe o quanto eu peço aos deuses do Olimpo para que você desperte e entenda de um vez por todas que você e eu não vai rolar. — rosna para mim com uma leve oscilação no tom da voz e se senta na cabeceira da cama, ficando de costas para mim. — É como se você K-El e eu sou a kriptonita, consegue acompanhar meu raciocínio?

— Como foi seu primeiro dia na Universidade?

Questiono eventualmente e me arrasto para junto da tagarela, ficando com as pernas ao redor dela e flexiono os braços contra o colchão com as mãos abertas. Ela não se move, está mais calma do que imaginei e isso me agrada.

— Foi tranquilo, tirando que sua ex quer me matar e eu não estou brincando, a Steele me ameaçou e lembro-me vagamente de um rifle ter sido mencionado. — ela brinca, como se fosse algo engraçado e se remexe entre minhas pernas de um lado para o outro. Ninna gira o pescoço para trás para me ver. Seus dentes brincando com seu lábio inferior me deixa extasiado. É preciso algum autocontrole para não agarrá-la. — Erin é completamente fora da casinha, como aguentou aquela chata por tanto tempo?

— Do mesmo jeito que tolero você. — retruco enfático, com meu bom humor se despedindo de mim e acrescento: — E não fala da Erin como se a conhecesse, ela só está com ciúmes, talvez não tenha entendido que nosso relacionamento foi uma fase boa nas nossas vidas, mas que acabou há muito tempo.

Por que estou defendendo aquela louca?

Bem...

A Erin sempre me amou de verdade e pelo que sei, é a única, diferentemente desta que parece me odiar. No final das contas, acho que deveria ter ficado com ela e ter me permitido ser feliz pelo menos uma única vez na vida.

— Deveria ficar com ela, parece que Erin ama você. — É... acho que você tem toda razão, vou pensar nisso com todo carinho do mundo e você nem sabe. — Precisava ver a forma com ela falava sobre você. — seu sorriso debochado faz um eco em meus ouvidos e me dá um estalo, algo acendeu em mim. — A mulher me odeia única e exclusivamente por estarmos noivos, isso não é atitude de alguém em plenas faculdades mentais.— por alguma razão ela cora e isso desperta meu interesse de alguma forma. Impressão minha ou senti uma pontada de ciúmes da Srta. Gelo?

— HARRY HERONDALE


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Notas finais do capítulo

Por favor me digam se estão gostando ou não, tô me desanimando.



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