Two Years Later escrita por Kinzie


Capítulo 3
Trote


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vocês estão?
Queria agradecer profundamente aos que comentaram e principalmente ao Nate Blakemore e a Jheni uzumaki hyuga que favoritaram a fic. Na verdade quero agradecer todos vocês, até mesmo os que estão acompanhando silenciosamente vocês não tem noção de como isso me deixa feliz.

Sem mais enrolação, aproveitem o capítulo ;D



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Já havia se passado vários meses desde que Hinata tinha acordado e descoberto que esteve em coma, neste período precisou fazer acompanhamento periódico no hospital para consultas de rotina, e por recomendação médica sessões de fisioterapia até ter todos os movimentos sem restrições, e devido ao seu trauma foi encaminhada para o psicólogo em sessões semanais.

E como de praxe recebera muitas visitas, a grande maioria de seus familiares. Havia perdido contato com seus amigos antigos, e, devido ao tempo, certamente nem se recordavam mais de sua existência, eles seguiram em frente, se adaptaram em um futuro a qual não pertencia. Como se não bastasse a bolha de esquecimento que garantira contra a sua vontade, Toneri, seu atual ex-namorado, não a visitara nenhuma vez e em nenhum momento o fato dele ter desistido dela se amenizara, pois, as promessas que fizeram ainda percorria sua mente, e por mais que ele ter desistido a fizesse sofrer, tinha total ciência que não poderia perder mais um dia sequer da sua vida.

Observou o livro aberto na escrivaninha de seu quarto, tentava extrair o conteúdo que lhe era mostrado. Apesar de seus pensamentos agitados, fazer parte de algo, mesmo que de um livro, a acalmava. E foi nessa transição de pensamentos que desviou sua atenção para a porta que se abria vagarosamente.

— Filha, você quer algo para comer? — Disse Yukiko, mãe de Hinata, enquanto abria a porta da primogênita lentamente.

A garota levantou os olhos dos livros e olhou em direção a voz.

— Gostaria só de um pêssego, muito obrigada mãe. — Sorriu para a mais velha retornando o foco para seu livro, voltou a estudar.

Desde que saiu do hospital, Hinata começara a estudar, havia conversado com o reitor da universidade dois meses atrás e explicou toda a situação, mencionara que ela passara para o curso de Direito antes, e o motivo para não ter ingressado na universidade dois anos atrás, além, claro, do porquê de não ter conseguido prestar o vestibular naquele ano.

Após muita conversa e influência de seu pai, ela conseguiu fazer uma prova especial e receber a grande notícia de que tinha sido aprovada novamente para o curso do seu sonho, porém, mesmo depois de ter sido aceita continuava a estudar, lia todos os livros possíveis relacionados a Direito, estudava os filósofos como Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e também se aprofundava com aulas online sobre matérias futuras, como o próprio estudo da Constituição Federal, Direito Penal e Civil, interessando-se ao máximo nas matérias que iria estudar nos semestres seguintes e que definiria a carreira que ela tinha escolhido.

— Mana, eu trouxe a sua maça! — Anunciou a caçula entrando no ambiente.

— Mas eu pedi pêssego — retrucou com uma das sobrancelhas arqueada.

— É que não tinha mais — Hanabi se aproximou da irmã, sorrindo sem graça, que estava sentada logo à frente e lhe entregou a fruta – sua aula começa quando?

— Hoje à noite.

— Entendi, vou lhe deixar estudar então, mesmo achando que você tenha que sair um pouco.

Hinata abaixou o olhar com a expressão triste e sussurrou.

— Eu não tenho mais amigos e nem namorado, não sei se você se lembra?

— E quem disse que você precisa de amigos quando se tem a mim? — Retrucou Hanabi, que já tinha alcançado a porta, olhando por cima de seu ombro. — E de qualquer maneira, você poderia sair comigo e com o Konohamaru.

Hinata deu uma risada, enquanto observava sua irmã sair do quarto a deixando a sós, no fundo sabia que a irmã tinha razão, mas ficar segurando vela para a mais nova com um garoto que ela acabara de conhecer não fazia parte de seus planos, mas ficava feliz em saber que a irmã tivera em quem se apoiar durante esses anos em que não esteve presente, voltou seus olhos para os livros, buscando um conforto para seus sentimentos conturbados, nem percebendo as horas passarem, e quando se deu conta o sol já estava se pondo, largou o livro que estava lendo e correu para o banheiro que ficava no segundo andar para tomar um banho e lavar os cabelos.

Assim que terminou se secou e voltou para o seu quarto com a toalha enrolada em seu corpo, ao chegar nele tirou a toalha que a cobria e a colocou nos cabelos, vestindo em seguida uma calcinha e um sutiã, ambos brancos, escolheu uma blusinha da cor azul marinho, meio folgadinha, que caia super bem em seu corpo, para combinar completou com uma calça clara um pouco rasgada no joelho de cós alto que estava na moda e uma rasteirinha.

— Acho que ficou bom. — Disse para si mesma analisando-se no espelho.

— Mas com um cinto fica melhor — opinou a caçula que observava pela porta do quarto, logo entrando e indo em direção ao guarda-roupa. Ela escolheu um cinto preto entregando-o para irmã.

Hinata olhou-a em concordância, colocou o cinto e retornou o olhar para o espelho.

— Realmente, com o cinto ficou bem melhor.

— A mãe já arrumou a mesa. — Avisou Hanabi.

— Beleza, diz para ela que já, já eu desço, só vou escovar os dentes, secar o cabelo e me maquiar.

— “Só” — brincou fazendo aspas com os dedos — pode deixar que eu falo.

Hinata fez tudo o que disse para irmã, estava quase descendo as escadas quando lembrou da bolsa com seus materiais que estava no quarto, voltou até lá para apanha-los e enfim foi jantar antes de ir para a faculdade.

— Ansiosa para o seu primeiro dia filha?

— Com certeza! — Disse Hinata já preparando o seu pão.

— Que bom, tenho certeza que vai gostar muito desse curso querida, como você mesma sabe eu e seu pai também fizemos Direito, espero que você opte por advogar, que nem eu, daí você vai poder fazer parte do escritório Hyuuga.

— O pai fez Direito? — Pediu Hanabi enquanto tomava uma xícara de Nescau — não sabia disso.

— Para ser promotor tem que ter a faculdade de Direito Hanabi. — Respondeu Hinata calmamente, desfazendo a confusão mental da irmã.

— Há... não sabia, pensava que só precisava prestar o concurso público e passar.

As três ficaram conversando por mais um tempo, até a matriarca chamar a atenção de Hinata.

— Filha, sua aula começa que horas?

— Às sete horas, por quê?

— É que já são 18h47min, vai acabar se atrasando. — Respondeu a mãe enquanto olhava para o relógio.

— Meu Deus, tchau gente, amo vocês — falou às pressas — fui!

Hinata enfiou o resto da comida dentro da boca, pegou seus materiais juntamente com a chave do carro de sua mãe, um Ford Fusion branco, e foi para a faculdade, tinha feito a carteira de motorista recentemente e para sua sorte o documento tinha chego na semana anterior. O caminho fora tranquilo, avistara a faculdade de longe, sentindo o nervosismo embrulhar seu estomago. Chegando no local procurou um lugar próximo ao seu bloco para estacionar, não tinha sido uma tarefa fácil já que quase todas as vagas estavam ocupadas.

Após estacionar se dirigiu para sua sala de aula. Para sua alegria os corredores ainda estavam movimentados, pessoas passeavam com seu grupo já formado, outros estavam em busca de suas salas com alguns papeis em mãos, enquanto outros pareciam aquém do que a faculdade poderia oferecer. Ao chegar na classe viu que infelizmente estava atrasada, aquele sentimento ainda lhe embrulhando o estomago, já que a pior coisa de todas era chegar atrasada e logo no primeiro dia de aula.

Respirou fundo duas vezes, estava nervosa, não por estar atrasada, claro, isso era um motivo relevante, mas, sim, porquê tinha medo!

 Pensou em bater na porta, mas preferiu abri-la. Assim que entrou deu uma olhada rápida pela sala, estava muito cheia, devia ter uns cinquenta alunos lá dentro e o único lugar vago era uma mesa na parede ao lado da janela, a terceira carteira de frente para trás, antes mesmo de chegar até a carteira o professor começou a se apresentar, não dando tanta importância para seu atraso.

— Bom, turma, meu nome é Iruka Umino, vou ser o professor de Produção de Texto de vocês.

Iruka era um homem alto, passando de um e oitenta, estava usando uma calça jeans escura e uma camiseta social branca com as mangas dobradas até o cotovelo, tinha uma cicatriz no meio do rosto que por incrível que pareça, não o deixava tão feio.

— Seria isso turma, agora vamos todos para o auditório, lá será apresentado tudo o que vocês precisam saber sobre a universidade.

A Hyuuga estava tão focada nas qualidades físicas do professor, que demorou um pouco para perceber que todos estavam saindo da sala, então levantou-se com sua bolsa e começou a seguir todos os colegas de classe, os quais passariam cinco anos juntos. Não conseguia acreditar que todos esses completos desconhecidos poderiam vir a ser seus amigos algum dia, reparou nos colegas e viu que a grande maioria tinha entre dezessete e dezoito anos, salvo duas ou três pessoas que aparentavam ter em torno de quarenta ou cinquenta anos.

— Olá! — Disse uma garota loira de olhos azuis se aproximando da Hyuuga. – Tudo bem?

— Tudo, e com você? — Respondeu um pouco sem jeito reparando na moça.

— Também, meu nome é Ino Yamanaka, prazer! — Ela sorriu esticando a mão para cumprimentar Hinata.

— Prazer, meu nome é Hinata Hyuuga. — Retribuiu o gesto.

As duas ficaram se conhecendo durante todo o caminho para o auditório, Hinata descobriu que Ino era filha de comerciantes, tinha dezenove anos e já tinha tentado fazer faculdade de Arquitetura, mas acabou trancando e optou por cursar Direito.

Assim que chegaram no auditório começaram a procurar dois lugares vagos para sentar.

— Acho que aqui está bom. — Disse Hinata apontando para as cadeiras ao seu lado.

— Pode ser — concordou a loira sentando-se.

A palestra não tardou para começar e explicava tudo o que os novos alunos precisavam saber, desde onde ficava o refeitório de cada bloco até como mexer no portal do aluno, já que todas as notas de provas ou trabalhos seriam postadas lá.

Foi explicado também para os alunos como funcionava o sistema das avaliações que eles teriam durante o semestre, no último dia de aula de cada matéria, todos os alunos teriam obrigatoriamente uma prova abrangente de todo conteúdo estudado naquele semestre, quem não conseguisse atingir a média final 7,0  de 10 estaria em exame, onde a nota mínima permitida era 5,0 quem tirasse menos que isso seria automaticamente reprovado na matéria, mesmo que precisasse só de 2,0 pontos para passar, e obviamente, se precisasse de 6,0 para passar tinha que atingir a nota 6,0 ou mais, caso contrário também seria reprovado.

— Tenho pena de quem pegar exame. — Ino pensou alto.

— Pois é, geralmente quem está pegando exame em regra não tira notas maiores que 5,0. – Comentou um garoto de cabelos castanhos sentado ao lado de Ino, causando um susto pela fala repentina.

— Você é? — Indagou Ino de maneira gentil para o moço que se intrometeu na conversa.

— Desculpa meus modos, meu nome é Kiba. — Comentou sorrindo. — Acho que estamos na mesma sala inclusive.

— Prazer Kiba, sou a Ino e essa ao meu lado é a Hinata. — Apontou para a mesma.

— Olá Kiba, muito prazer. — Sorriu Hinata.

Kiba era um moço muito bonito à primeira vista na opinião da Hyuuga, ele estava usando calça jeans escura, tênis preto e uma blusa cinza clarinho que combinava perfeitamente com ele.

O tempo passou e os alunos foram liberados para o intervalo e em seguida seguirem para suas salas de aula, Hinata, Ino e Kiba ficaram juntos o intervalo inteiro, dando risada sobre coisas irrelevantes e conhecendo um pouco mais de cada um, nesse meio tempo eles comentaram sobre os boatos da cicatriz de Iruka, tinha gente que falava que ele ganhou a cicatriz enquanto ajudava o primo em uma reforma, enquanto outros acreditavam que ele adquiriu a cicatriz na adolescência em uma briga de facas. A segunda opção parecia meio absurda para ela, mas enquanto não fosse desmistificado o boato cada um acreditava no que queria.

Ainda no intervalo Hinata acabou contando que esteve em coma por dois anos, mesmo relutante, já que este era um assunto que tentara evitar o intervalo inteiro, mas como já diziam “a mentira tem perna curta”, então acabou ficando difícil fugir da pauta, pois sempre surgiam perguntas do que ela fizera ano passado e retrasado, já que não tinha ido para a faculdade mesmo tendo passado no vestibular, e como ela não queria começar suas novas amizades embasadas em uma mentira, preferiu contar toda a verdade.

A reação dos dois já era a esperada, no início ficaram com dó, o que despertou um pouco de raiva na morena, não queria que sentissem pena dela, só queria ter uma vida normal como qualquer outro, tentou disfarçar, ainda que um pouco irritada, olhando para o relógio do celular.

— Acho que está na hora de a gente voltar, falaram que a gente teria 15 min de intervalo, está quase estourando o tempo.

Saíram da cantina e ao chegarem na sala de aula, Hinata percebeu que tinha bem mais gente do que no início, entorno de umas vinte pessoas em pé na frente do quadro.

— Boa noite calourinhos! Meu nome é Karui e como bons veteranos, estamos aqui para conhecer um pouco mais sobre vocês!

A turma de Hinata fez um reboliço, muitos estavam animados, enquanto outros um tanto receosos.

 — Como todos devem saber, é comum os veteranos virem dar as boas-vindas aos calouros. E como nós já passamos por isso, agora é a vez de vocês! — Karui sorriu. — Obviamente que como todo bom estudante de Direito, entenderemos caso alguém não queira participar, mas quero deixar claro, que é apenas uma diversão e que vocês também farão isso com os calouros de vocês ano que vêm, então, espero que todos participem.

Os veteranos ficaram falando mais algumas coisas e encorajando todos os calouros a participarem da brincadeira.

— Continuando — disse Karui — para começar, nós iremos chamar aqui na frente por ordem alfabética os alunos e vocês irão subir nessa cadeira, falar seu nome, idade, o porquê escolheu Direito e seu fetiche sexual.

A turma deu risada quando ouviu a última parte.

— Isso é mesmo necessário? — Falava uma garota lá do fundo da sala.

— Sim, é extremamente necessário! — Respondeu um veterano. — Principalmente com uma caloura tão bonita como você. — Piscou para ela.

Novamente toda a turma riu, enquanto a garota ficava vermelha.

— Então vamos começar! Aiko, venha aqui na frente.

O trote havia começado, Hinata não tinha a menor ideia do que iria falar, quanto mais perto ficava de chamarem seu nome, mais nervosa ela ficava, só percebeu que era realmente a sua vez quando estava lá em cima da cadeira, com visão para a turma toda, seus olhos caíram em cima de Ino em busca de apoio, mas a colega só deu risada, um pouco frustrada Hinata apresentou-se, estava sentindo tão nervosa que nem percebeu as palavras saírem de sua boca, só sabia que tinha falado alguma coisa sobre uma cachoeira em um dia de verão.

No fim da aula Ino e Kiba ficaram zoando ela, não pelo fato do fetiche, mas sim porquê a garota não sabia o que fazer de tão envergonhada que estava, caminharam juntos até o estacionamento, Ino também ia de carro, exceto Kiba que dirigia moto.

— O meu carro está nessa direção. — Informou Hinata parando de andar. — Vejo vocês amanhã?

— Aham. — Os dois concordaram.

— Só não esquece que tem que trazer o material em uma sacola de lixo por uma semana Hinata, se não vai ter que pagar mico na frente da sala inteira. — Avisou Kiba que tinha todo o rosto pintado com a palavra “bixo”.

— Pode deixar, não vou esquecer, não. Principalmente depois do mico que eu já passei.

— Nem se preocupa, não foi tão ruim assim. — Disse Ino. — Teve gente que falou coisas bem pior, igual àquela garota lá, que disse que queria fazer a três em uma piscina pública, ganhou fama de puta em menos de 1 dia.

Os três deram risada.

— Você tem razão, até amanhã gente. — Disse Hinata se despedindo dos dois novos amigos, se assim ela poderia considerar, e entrou no carro.

Assim que chegou em casa, Hinata largou o material em cima do balcão da cozinha, abriu a geladeira e pegou uma fruta para comer, foi até a sala que estava apenas com a luz do abajur acesa e viu sua mãe deitava no sofá dormindo com um livro sobre o peito, enquanto seu pai estava sentado na poltrona que ficava ao lado da janela mexendo no celular, provavelmente vendo vídeos do WhatsApp.

— Cheguei!

— Boa noite filha. — Disse Hiashi. — Como foi o primeiro dia de aula?

— Bem legal, os veteranos foram lá na sala hoje e fizeram um dos trotes.

Hinata ficou conversando com o patriarca por um tempo até decidir subir para fazer a higiene pessoal e dormir, afinal, tinha sido uma noite agitada e no dia seguinte suas aulas iriam começar de verdade, sem interrupções para apresentar a universidade ou veteranos querendo aplicar trote.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capitulo?

Relembrando que estou aberta a sugestões, criticas ou até mesmo elogios kkk a critério de vocês, claro.

Vejo vocês comentário ou no próximo capitulo, tudo depende de você ;p

Um excelente fim de semana pessoal, beijoos o/



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