Maria escrita por Maria Lopes


Capítulo 8
Capítulo 7




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Estamos presos no trânsito, estou com uma sensação estranha, eu estou estranha, o dia está estranho. Meu celular vibrar e meu coração acelera. Vejo o nome dele na tela, não tinha percebido, mas era isso. Não tinha falado com ele, hoje ainda.

Pedro Veiga

Já chamei a polícia!

 

Hã?
Porquê?

 

 

Fico sem entender e me assusto.


Para saber do seu paradeiro, sumiu.

Me bate um alívio, como se eu devesse a polícia, mas também não quero intimidade.

 

Ah! Ridículo
Como se você tivesse falado.


Eita! meu coração não vai aguentar.
Você sentiu saudades de mim?
Ganhei a semana.

MINHA NOSSA! Como ele se acha.

 


Não seja ridículo, claro que eu não sentir falta de você e suas besteiras.


Ele me ignora, como se eu não tivesse dito nada.

Não se preocupe. Estou aqui em H, a sua espera.

 

Eu não disse que ia.


Não entendo o porquê eu mentir, só quis provocar-lo

Seus amigos disseram que vinham

 

Eles não sou eu.


Se eles aparecerem aqui sem você, faço eles voltarem pra te buscar, ou melhor, eu mesmo vou.

 

Não seja ridículo.


Eu tou falando sério.
Lopes, você venha

Visualizo e não respondo.

Lopes
Lopeeeeees
MARIAAAA

Rio sozinha.

— O que foi? - Bia pergunta

— Nada - continuo sorrindo - estamos perto?

— Estamos sim. - Biel diz rindo - Ansiosa?

— Não - digo rindo.

Um tempinho depois

— Chegamos - Gabriel anuncia.

Desço do carro e me deparo com uma casa enorme, tipo daquelas de cinema. Olho no relógio do celular, e já passa das sete. Entramos. Durante TODO o percurso, hall, corredor, sala e área ao redor da piscina, vimos casais se pegando.

— Vou ali, buscar bebida pra gente.

— Você tá dirigindo

— Não precisa ser com álcool - ele me diz fazendo careta.

Não passa um minuto, chega um moreno sem camisa, de olhos azuis e musculosos.

— Oi garotas. - que sorriso é esse. Percebo Bia ficar envergonhada, já entendi tudo. Crush dela.

— Oi, Rafael. - Bia diz, e eu digo apenas. Enquanto ele fica só olhando para ela

— Oi.

— Podem me chamar de Rafa, todos me chamam assim - ele não tira os olhos dela, mas vamos falar a verdade, a ruivinha é linda - não esperava vocês por aqui

Tem momentos na vida, que devemos tomar o " SE MANCOU" e se tocar que tá sobrando. Esse é o meu momento. Ele fala como se tivesse falando com nós duas, mas é só com ela. Não vou atrapalhar o casal.

Então saio para dá uma volta. Encontro o Gabriel trazendo as bebidas.

— Eita, vai a onde? - pergunta me entregando um refrigerante.

— Da uma volta, a Bia tá ocupada.

— Que rapidamente, vou circular também - ele diz alegre, mas logo olha pra mim, preocupado. - esquece, vou dá uma volta com você.

— Não se prenda por mim, pode ficar a vontade.

— Sério? - volta a ficar alegre.

— Vá simbora paquerar, menino - ele me sorrir e some.

Continuo com a volta e paro na área da piscina.

— Alguém chame o médico - Me assusto com o grito, viro e vejo o Pedro - pois tenho certeza que meu coração parou.

Reviro os meus olhos e tento não rir

— Cara você tá muito gata.

— Ok.

— você quer uma bebida?

— Eu já tenho uma - digo mostrando o refrigerante.

— Aah é mesmo - ele fica todo atrapalhado - Cara eu não tou sabendo lidar com sua beleza.

— Para, Pedro. Já deu.

— O que eu fiz?

— Eu sei que eu tou bonita, não precisa ficar falando, isso me deixa encabulada.

— É que ... - ele respira, balança a cabeça e sorrir - tá certo, quer dançar?

— Eu não sei dançar.

— Eu te ensino. - Diz me puxando pela mão para perto dele.

— É sério, eu não sei dançar.

— Eu te ensino - ele fala calmamente, já me conduzindo.

A música é uma música agitada, só que dançamos lentamente.

— Acho que estamos devagar demais.

— Não, tá perfeito - sinto o cheiro de bebida nele.

— Você bebeu?

— Um pouco. - Diz como se fosse a coisa mais normal do mundo, um cara de 16 anos beber. - Não me julgue.

— Não tou julgando.

— Você ficou calada, mas eu escuto sua cabecinha trabalho. Eu vim curtir com uns amigos.

— Pra curtir não precisa beber.

— Só que a gente bebe.

— Ok.

— Não diga ok, pra mim. - ele diz em um sussurro me olhando nos olhos - eu não quero você chateada comigo. Eu não vou beber mais.

Eu não consigo falar, fico olhando pra ele. Nesse momento, ele vem, calmamente, como se fosse me beijar. Eu me apavoro, nunca beijei antes, e tenho medo de beijar mal.

— Onde é o banheiro - digo de supetão.

— Hã! - ele se afasta um pouco, mas sem me soltar.

— Preciso ir ao banheiro. Onde fica?

— Lá em cima, segunda porta a esquerda.

— Tá bom, obrigada - digo me soltando e seguindo em direção a escada.

Chegando em cima, fico confusa. Não lembro se é pra direita ou esquerda, tem duas portas uma de frente pra outra, sendo a segunda de cada lado. Abro a da direita e é um armário de toalha. Povo rico tem cada invenção. Vou na outra porta, e acho o banheiro. Me tranco lá dentro, penso em lavar o rosto, mas lembro que tou de maquiagem. Então, apenas sento no sanitário e respiro um tempinho. O que deu em mim, eu tou em uma festa, e garotas beijam em festa. Certo que eu não conheço o Pedro, muito bem. Mas também não vou namorar com ele. Ele é engraçado. E eu acho que eu também fiquei com vontade de beija-lo.

— Cara, eu sou muito lesada.

Baixo a cabeça, respiro mais um pouco. Me levanto e abro a porta do banheiro, mal eu saio e sou puxada por alguém para o armário das toalhas, tá tudo escuro.  Percebo que é um cara. E isso começa a me apavorar.

— O que você pensa que tá fazendo, vindo a minha casa - Sinto um pouco de alívio ao perceber que é o H, mas passa quando percebo também que ele tá bebado e me impressa contra as prateleiras. - Eu não te convidei.

— O Pedro me convidou. - digo

— Ele não é o dono da casa - sinto uma coisa na barriga, um frio, quando ele se aproxima.

— Pensei que fosse seu amigo.

— Já disse para você ficar longe dele.

— E eu já disse que você não manda em mim. - digo começando a ofegar, eu não tou entendendo minha reação. - agora me largue.

— Com prazer - ele me pegar pela cintura e pela nuca - mas antes... - então ele me beija, um beijo bruto, que me deixa sem ação só com o frio na barriga aumentando. Depois tento empura-lo, o que o faz me agarrar com mais força. Ele força a entrada da língua em minha boca. Minha resistência vai diminuindo, e quando percebo tou retribuindo. Minhas mãos saem do seus braços para irem para a sua nuca, me seguro nele. Ele vai diminuindo a brutalidade do beijo, tornando-o um beijo lento. Passamos um tempo assim, até que ele tira a mão da minha cintura, e pega na minha bunda, me pressionando contra ele. Caio em mim, do que tá acontecendo, e o empurro pegando-o de surpresa.

— Tá maluco, nunca mais faça isso. - digo em um sussurro e tento sair do armário. Ele me segura pelo braço.

— Fique longe do Pedro. - Puxo meu braço e saio rapidamente do armário.

Desço as escadas, e encontro o Pedro, subindo.

— Pensei que tinha acontecido algo pela demora - ele me olha - você tá bem?

Só balanço a cabeça

— Vamos lá fora, você tá parecendo que vai desmaiar. - me pega pelo braço e me guia até uma espreguiçadeira a beira da piscina.

Me sento, e ele se senta a minha frente.

— Tá sentindo o quê?

— Nada.

— Tava parecendo papel, de tão branca.

— Tou bem, sério mesmo - sorrio para ele.

— Agora que eu tenho certeza que tem algo, você sorrindo - Reviro os olhos - minha marrenta voltou.

Sorrio novamente.
A gente começa a conversa. O Pedro é um cara legal, pelo menos é o que aparenta. Me faz rir durante toda a conversa. Falamos de assuntos aleatório.

Sabe aquela sensação que dá na gente quando alguém tá nos olhando? Olho em volta e vejo o H nos encarando de cara amarrada. Paro de olhar pra ele, quando uma confusão começa. É com a Bia. Me levanto e vou em sua direção, ela tá na beira da piscina com os cabelos molhados, quando chego perto, percebo que sua roupa tá manchada.

— O que foi isso?

— Essa maluca, jogou bebida em mim. - Bia diz aos gritos.

— Já disse que foi sem querer, eu tropecei - Maize diz com a cara mais cínica do mundo.

Eu nem penso duas vezes e a empurro na piscina. Bia começa a rir.

— FICOU LOUCA SUA RETARDADA! - Maize grita ao emergir da água.

— Foi sem querer - falo pegando a mão de Bia - Vamos embora. Essa festa já deu, e eu tou morrendo de fome.

— Vamos atrás do Gabriel - Bia diz ainda rindo - eu sou sua fã, sabia.

Achamos ele aos pegas com uma menina. Puxo ele.

— Vamos embora.

— O que foi isso. - ele diz espantado olhando para Bia.

— No caminho a gente fala.

— Tá bom. - ele se vira para a menina e se despede.

Quando estamos saindo o Pedro me chama.

— Maria, vai onde?

— Embora.

— Eu levo você.

— Não precisa, vamos com o Gabriel.

— Mais se o Pedro levar vocês, eu posso ficar um pouco mais - "que safado"

— Pois eu levo.

— Eu não disse que ia com você.

— Maria, achei que tínhamos passado dessa fase. Fora que você vai atrapalhar o cara?

— Tá bom, vamos logo que eu tou com fome.

No carro, Bia entra atrás e eu também.

— Eu não sou Uber.

— Vá pra frente Maria.

— Vá tu.

— Eu não vou sair de Uber.

— A frescura - digo

— Havia criatura, né você que tá com fome, vamos logo. - Bia fala.

— Aff. - digo indo para a frente. - Bora, quero chegar logo em casa.

Bia explica o caminho para ele. Mas em um ponto ele vai em outra direção.

— Ei, tá indo a onde? Vai nos sequestrar? - Bia exclama.

— Não estão com fome? Vamos comer.

— Eu tou sem grana - digo.

— Eu pago.

— Nem pensar - digo

— Tá sabendo que você vai discutir sozinha né - ele diz.

O que me faz revirar os olhos.

Ele nos leva na lanchonete de Marisol. Chegando lá, dona Marisol pergunta o que aconteceu com a Bia, que a mesma explica.

Depois sentamos em uma mesa ao fundo, pedido e conversamos e rimos enquanto esperamos e depois enquanto comemos. O tempo passa rápido, e ele vai nos deixar em casa. Bia sai voando do carro, quase que eu não escuto o obrigada dela.

— Obrigada, Pedro. - digo e me viro pra sair ele segura meu braço.

— Não ganho nenhum beijo? - pede com cara de cachorrinho pidão

— Não - digo e saio.

Ele me espera entrar em casa, pra poder ir embora.

Subo, e encontro Bia no meu quarto.

— Nossa! como foi rápido.

— O quê?

— A ficada de vocês.

— A gente não ficou.

— Fala sério, Maria.

— Vou tomar banho Bia - digo rindo.

— É inacreditável - ela sai do quarto resmungando.

Tomo banho rindo lembrando da noite com o Pedro. Saio visto a roupa de dormir, e quando me deito tem mensagem dele para mim.

Pedro Veiga

Minha noite hoje foi quase perfeita.
Teria sido perfeita com seu beijo de boa noite.
Mas o tempo é meu amigo.
Boa Noite, minha marrenta.
Sonhe comigo.

Sorrio sozinha. E adormeço leve.


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Notas finais do capítulo

Eaê galera, tudo bem com vocês?
O capítulo ficou um pouco grande,  mas é a vida.
Tão gostando? Se sim dá aquele voto no capítulo.
Bjs Amo vcs



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