Maria escrita por Maria Lopes


Capítulo 10
Capítulo 9




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Acordo com aquela preguiça de domingo. Faço minha higiene pessoal. E desço para tomar café.

— Bom dia, Maria.

— Bom dia, Babi - digo me sentando.

— Precisamos conversar - Babi diz seria, isso me faz gelar até a alma. Olho pra ela assustada - Eu quero saber onde você passou a tarde de sexta e a de ontem. E vou logo avisando que eu não tolero mentiras.

Me ferrei.

— Fala, Maria.

— Eu arrumei um trabalho.

— O quê?

— Eu arrumei um trabalho.

— Não minta pra mim - Babi grita.

— Não estou mentindo.

— Ninguém contrata uma criança de 14 anos.

— Eu arrumei. Falei com Dona Marisol, expliquei a minha situação, e ela me aceitou. Trabalho sexta, sábado e domingo, de uma as cinco.

— Eu não acredito em você.

— Mas é verdade, mãe.

— Contra isso, eu já não posso fazer nada. - digo no mesmo momento que Bia se mete.

— Não se mete, Bia. - Babi grita, e depois vira pra mim - Tá te faltando alguma coisa?

— Não.

— Então o porquê do emprego?

Respiro fundo.

— Babi, eu sou MUITO grata, ao que você tem feito por mim. Só que eu sempre me virei, e eu não me senti confortável com você me dando dinheiro. Então, fui atrás de um trabalho.

— Eu faço por você o que eu faço pela Bianca. Não vejo necessidade de você trabalha.

— Eu sei, e sou grata. Mas eu vou trabalhar, eu quero ganhar meu dinheiro. Não quero ter que sempre te pedir quando precisar comprar algo.

— Você nunca me pediu.

— Por isso mesmo, eu não me sinto bem pedindo. Eu posso trabalhar e vou.

— Não vai, mesmo. Você tá aqui para estudar.

— E eu estudo.

— Você trabalhando, seu desempenho vai cair.

— Mãe, se tem uma coisa que eu tenho certeza é que o desempenho dela não é abalado por nada. A garota é uma nerd.

— Mesmo assim, você é uma criança. Não era pra trabalhar.

— Babi, por favor. Vamos fazer da seguinte forma, se de alguma forma o meu desempenho no colégio declinar, eu saio do emprego. Até lá, eu continuo, pode ser?.

— Não.

— Babi... - apelo.

— Não vejo mal algum, Bárbara. Se a menina quer, então deixa. - seu Marcos intervém.

— Mas eu vejo, se o conselho tutelar sonhar, perdemos a guarda temporária dela.

— Eu não tinha pensado nisso - seu Marcos diz e eu penso nem eu.

— Não existe alguma forma de isso poder continuar? Sei lá, e ser que apenas a ajudo. Porque não deixa de ser verdade. Eu trabalho meio expediente e só no final de semana.

— Não sei - sinto um brecha para apelar.

— Por favor, Babi. É muito importante pra mim, ganhar meu dinheiro.

— Tá bom, quando descobrirem, porque vão, pode ter certeza. Você diz que era escondido. - rio da ideia dela

— Tá bom.

— Tá bom? - questiono surpresa.

— É. Eu acho que eu exagerei - diz de forma natural.

Tomamos café e conversarmos. Ao final, Bia e eu subimos, ela reclamando porque acorda cedo sonora tomar café é castigo.

— Bia, a gente toma café de nove e meia no domingo.

— Maria, normalmente, pessoas normais acordam de uma da tarde em um domingo. Eu nem preciso de café da manhã de domingo, eu preciso dormir.

— Reclame com sua mãe.

— Aquela mulher é doida. Você já viu. Fez aquele fuzuê todo, pra no final da em nada. Tá aí tu vai trabalhar. - reclama sonolenta.

— Ainda bem né. A Babi é uma ótima pessoa.

— Não me entenda mal, eu amo minha mãe, ela é única, mas é doída. - diz me fazendo rir

— Pois então me ajude aqui a escolher uma roupa, vou saí para o encontro com o Pedro, ele vai me buscar na lanchonete depois do expediente.

— Mentira, conta tudooooo - diz animada, como se não estivesse reclamando por acordar.

E nisso, passamos a manhã decidindo, ela prepara uma frasqueira com algumas coisas para eu me arrumar lá na lanchonete. Ela coloca algumas coisas de maquiagem, pobre iludida, só sei passar um rímel e olhe lá.

Na lanchonete, tudo ocorre tranquilamente, até parece que os clientes sabem que vou ter um encontro, então resolveram não aparecer para dá uma aliviada.

Passo o dia pensando nesse encontro, e quanto mais se aproxima, mais ansiosa eu fico. Cara, é só o Pedro. É SÓ O PEDRO, É SO O PEDRO, É SÓ O PEDRO. Fico repetindo esse mantra pra vê se relaxo um pouco, mas que nada. Terminado o meu turno, vou para o banheiro do escritório, tomo um banho rápido, e começo a me arrumar. Dessa vez visto um shortinho e uma regatinha, foi uma briga com a Bia, por ela eu estaria enfiada em mais um de seus vestidos. Mas depois de tanto debate e discussões, eu venci. Pego o rímel e passo, depois o perfume e é isso. Tou pronta, esperar ele chegar. Quando vou pra lanchonete, lá está ele, de cabeça baixa, sentado na mesa de fundo com uma flor nas mãos. Vou em sua direção, ele levanta a cabeça e me sorrir, que sorriso foi esse Brasil? Meu coração quase para. Se levanta e vem em minha direção.

— Normalmente, em um primeiro encontro, os caras dão flores pras garotas - ele olha nos meus olhos - mas, como sei que você não é qualquer garota, sabia que flores não chamariam sua atenção, a não ser que fosse de comida. E foi o que eu arrumei, uma flor de chocolate - diz sorrindo, o que me deixa hipnotizada nele, não sei o que tá dando em mim, nem me toco quando ele me estende a rosa - uma flor para outra flor.

Acorda Maria.

— Valeu - digo sorrindo. Ele me pega pela cintura e me leva para fora.

— A programação de hoje é cinema e depois jantar.

— Tá ok. - digo sem expressar muita reação.

— Você tá bem?

— Tou sim.

— Então vamos?

— Sim - entramos no carro e ele coloca em movimento.

— Tem preferência por algum filme.

— Terror.

— Escolha outro tipo - começo a rir.

— Não é que eu tenha medo - diz de uma forma ofendida - eu prefiro não dá margem a minha imaginação.

— Ok, então - digo rindo. - Você escolhe.

— Nada disso, eu quero que seja tudo do seu agrado.

— O que você escolher tá bom. Nunca fui no cinema, mesmo.

— Sério?

— Sério.

— Pois vamos assistir a mulher maravilha. Você vai gostar.

— Tá bom.

Chegamos ao shopping e vamos direto para o cinema, compramos a maior pipoca, vários chocolates, dois refrigerantes e seguimos para a sessão. Eu simplesmente me encanto com a tela, os efeitos sonoros, o filme. Eu fico extremamente focada. Quando o filme acaba e as luzes acendem o Pedro fala.

— Você realmente não sabe assistir filme - diz ele.

— Porque?

— Assistir filme é sinônimo de pegação. As pessoas combinam de assistir filme pra se pegarem. - rio dele - é sério. Você tem que aprender a assistir filme.

— Sei... É agora? Vamos fazer o quê?

— Vamos comer na praça de alimentação.

Ele compra uma pizza, metade camarão e metade bacon com calabresa. Depois compramos soverte e bomba de chocolate. Eu como que fico quase explodindo.

— Você é magra de ruim

— Falou o que come pouco.

— Eu jogo para queimar as gorduras. E você o que faz?

— Eu como mais. - ele começa a rir.

— Vamos para a praia?

— Ta.

Chegando lá, ainda compramos um açaí, sentamos na areia e começamos a conversar.

— Me fala de você - Ele pede.

— Não tenho o que falar. - digo olhando o mar.

— Eu acho que tem.

Desconverso.

— Como é sua relação com sua Família? Filho único né?

— Sim. Não tem muita relação, não. Meus pais são bastante ausentes. Fico mais com minha avó, ela é show. Alegre, engraçada, divertida.

— Deve ser de família, então.

— Você me acha engraçado?

— Sim

— Alegre?

— Sim.

— Divertido?

— Sim.

— E lindo. - sorrio

— Convencido.

— Sabe, você fica tão linda quando sorrir, quando sorrir assim, de verdade.

— E eu já sorrir de mentira?

— Já. Maria, eu te olho desde o dia que você entrou no colégio. Você parece carregar uma tristeza, sei lá um peso. - não consigo deixar de olhar para ele, enquanto fala - por isso, dento de todas as formas te fazer sorrir. É minha missão de vida.

Desvio o olhar dando um risinho.

— Me fala o que tanto te deixa triste.

— Qual tipo de música você gostaria de ouvir? - mudo de assunto.

— Escuto tudo, mas prefiro sertanejo. E você?

— Gosto de rock nacional antigo.

Ficamos um pouco de m silêncio.

— Confia em mim, Maria. Me fala o que te faz ficar triste.

— Não é um assunto legal para o primeiro encontro.

— Me deixa cuidar de você. - dou um sorriso.

— Eu deixo você me beijar, você quer? - digo olhando em seus olhos, o pegando de surpresa.

— Goupe baixo - diz se aproximando e me beijando.

Não deveria compara, mas acabo comparando. O beijo dele é totalmente diferente do beijo do H. O beijo do Pedro, é calmaria. Ele me coloca em seu colo e me abraça ternamente, sem interrompe o beijo. Quando finalmente o beijo chega ao fim, eu tou um pouco sem fôlego.

— Temos um problema, morena - olho pra ele, esperando ele dizer que não sei beijar - não vou mais conseguir ficar longe da sua boca.

Dou um sorriso, e dessa vez sou eu a iniciar o beijo. E ficamos assim, por um tempo. Até que interrompo o beijo.

— Temos que ir. - digo

— Mas já? - Sorrio para ele - só mais um pouquinho.

— Vamos - digo tentando me levantar, e ele não deixando. - bora Pedro.

— Você é muito má, sabia? - diz, me pegando pela mão e me levando ao carro.

— Tou toda suja de areia - reclamo.

— Da umas batidinhas que sai.

Quando chegamos na frente da casa da Babi, o Pedro me puxa para um último beijo.

— Eu ainda descubro quem é você, Maria Lopes. - Me beija novamente. - Boa noite.

Saio do carro, entro e vou direto ao meu quarto. Tomo banho e desço para o jantar. A conversa como sempre, é bem leve. Mas a Bia fica me encarando o jantar todo, com aquele risinho bobo na boca. Termino de comer e subo para o meu quarto, não dou três minutos para ela chegar aqui.

— Como foi? Como foi? Como foi? - Reviro os olhos para a empolgação dela.

— Normal.

— Nam, eu não aceito isso como resposta, eu quero detalhes. - então eu conto, da flor de chocolate, aos beijos na praia. - own, ele é tão fofo. Deve ser por isso que quem fica com ele se apaixona loucamente.

— Eu não vou ser mais uma.

— Sinto-lhe informar, que a senhorita já é. Tá na cara que tá gostando dele.

— Eu tou aqui pra estudar.

— Isso não quer dizer nada, até parece que a super Maria, não consegue fazer mais de uma coisa.

— Eu não quero me envolver agora.

— Mas você já tá.

Meu celular vibra

— É ele? - olho e Sorrio - é ele sim, olha sua cara de boba.

Pedro Veiga

Se toda vez que eu pensasse em você uma estrela apagasse, talvez na imensidão desse céu, nenhuma mais brilhasse.
Não consigo para de pensar em você
No seu beijo
Eu tou ferrado
Boa noite, minha morena.
Dorme bem e sonhe comigo (eu sei que vai sonhar)

Sorrio com o que ele disse.

— Deixa eu vê - Bia pede e eu lhe mostro - minha nossa, ele é muito bom.

— Convencido, isso sim.

— Não vai responder?

— Não. - sorrio. - Agora vá embora, me deixa dormir.


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Notas finais do capítulo

E ae galerinha, tudo de boas?
Tão gostando? Eu realmente preciso saber o que tão achando da história,, caso não estejam gostando eu paro. Então, diz aí que tão achando e dê aquela velha estrelinha nossa de cada capítulo.
Bjs Amo vcs!



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