“E o céu se abre de manhã,

Me abrigo em colo, em chão

Todo homem precisa de uma mãe”

Todo Homem, Zeca Veloso.

Mesmo me aproximando daquele caixão, minha ficha ainda não havia caído.

Quão inocentes somos nós, os filhos, por acreditar que temos a vida toda para estarmos deitados sob o peito de alguém querido? Sob o peito de uma mãe?

Ela havia se sacrificado tanto por mim... E agora estava morta.

Os receios que ela tinha com relação a mim, tudo o que fizera para me proteger, tudo aquilo que ela havia deixado para trás... Nada mais importava.

Ela estava morta.

— Draco, eu sinto tanto... — Harry disse, juntando-se a mim naquele jardim.

Ele me abraçou por trás com um semblante copioso

Eu me virei para ele e o abracei, deixando que minhas lágrimas escorressem pelo rosto e manchassem a sua camiseta.

Os que estavam presentes foram se retirando, um a um, entendendo que aquele era um momento somente nosso.

Ele era o único que me entendia, na dor de perder uma mãe que se sacrificou tentando salvar um filho.

— Ela foi uma heroína. Até o fim.

Incrível o quanto as coisas podem mudar no intervalo de um ano, não é mesmo?