30 Day OTP Challenge escrita por Sue2011


Capítulo 30
Capítulo 30 - Férias de Verão


Notas iniciais do capítulo

Dia 30 - Doing something hot (once again, be sure to tag if you make it extremely NSFW!)
Gênero: Romance, Comédia
Breve Descrição: Aquele em que Emmett e Rosalie viajam para as Ilhas Maldivas a fim de aproveitar as férias e acabam ocasionalmente se conhecendo, porém nenhum deles é capaz de imaginar no que essa história vai dar.

O capítulo de hoje é dedicado a Gabi Santos que me apoiou desde o começo nessa ideia e continuou força durante toda sua execução. Obrigada minha linda, esse é para você. ♥

Não está betado
Leiam as notas finais



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— Ah! Vocês não adoram as férias de verão? – Renée perguntou.

Emmett, Isabella e Charlie Swan apenas assentiram sabendo que não era uma boa ideia interromper o momento da mulher que tagarelava sem parar enquanto eles se moviam pelo saguão do Aeroporto Internacional Ibrahim Nasir, na  Ilha de Hulhulé, Maldivas. Após cumprir as devidas formalidades relativas ao controle de fronteiras e ter os passaportes devidamente checados, a família Swan se dirigia ao salão de desembarque onde pegariam sua bagagem e finalmente poderiam ir para o hotel. Ficariam durante uma semana na ilha paradisíaca aproveitando o sol e o tempo em família, visto que depois que Emmett e Isabella saíram de casa para fazer faculdade e ingressar no mercado de trabalho era muito raro que eles tivessem momentos como aqueles juntos.

— E pensar que você quase estragou isso, hã? – Isabella provocou indicando a mãe com um gesto discreto da cabeça.  

Emmett sorriu. Aos vinte e cinco anos de idade devidamente graduado no curso de engenharia civil, prestes a concluir o seu mestrado e iniciar o doutorado na Universidade de Seattle o moreno continuava tão atrapalhado quanto sempre tinha sido.  Ele e Isabella costumavam brincar que a falta de jeito era herança genética visto que Renée era uma estabanada de marca maior e apesar dos bons reflexos e competência no trabalho o chefe Swan também não era lá a pessoa mais jeitosa do mundo.

— Eu não ia estragar nada, passar as férias na Finlândia também seria muito divertido. – Ele se defendeu e a irmã o encarou incrédula afastando uma mecha do cabelo castanho que atrapalhou sua visão e ajeitou os óculos de armação quadrada que usava.

 Dois anos mais nova, Isabella tinha acabado de se formar no curso de jornalismo e lutava para ingressar no mestrado, por enquanto trabalhava como jornalista free lancer e após enviar o seu currículo para a redação da Cullen’s e passar na primeira fase do processo seletivo aguardava a chamada para a segunda fase que consistia numa entrevista com o redator chefe do jornal o famoso Edward Cullen com quem ela ainda não tinha se encontrado pessoalmente mas já ouvira muito a seu respeito visto que ele era um dos melhores no ramo.

— Emmett, você ia comprar passagens para um dos dez lugares mais frios do mundo em plenas férias de verão quando a gente se planejou seis meses para aproveitar o sol aqui. Você sabe como a mamãe odeia o frio, foi por isso que ela e o papai saíram de Forks. – Ela balançou a cabeça inconformada e riu. Seu irmão era mesmo um sem noção.

Emmett sorriu tendo a decência de parecer envergonhado. Na verdade, nunca tinha sido sua intenção comprar uma passagem para a Finlândia, mas na hora de acessar o site estava uma loucura visto que devido as promoções os anúncios e as vagas faziam os voos alternarem de posição no site, então na hora em que ele clicou nas passagens jurando que comprara quatro passagens para as Ilhas Maldivas tinha na verdade reservado um voo para a Finlândia. Felizmente o pai tinha percebido o engano quando Emmett mandou um print de comprovação da compra e eles tinham conseguido entrar em contato com a empresa e desfazer a confusão.

— Isso são águas passadas. – Voltou a se pronunciar o irmão mais velho. – O que importa é que estamos aqui e eu mal posso esperar para aproveitar essa semana de paz. Algo me diz que coisas muito boas vão acontecer.

Charlie Swan não conseguiu impedir que seus lábios se repuxassem num sorriso sem dentes ao escutar a frase, o otimismo de Emmett sem dúvida era algo que ele puxou de Renée assim como a cabeça de vento. Naquele quesito Isabella era muito mais parecida consigo, tinha os dois pés bem plantados no chão e via as coisas como elas eram. Vai ver por isso eram uma família tão boa, eles se completavam na medida certa mantendo o equilíbrio, seu coração apertou lembrando de como a casa ficou vazia depois que eles tinham partido. Mas assim era a vida, os filhos cresciam e seguiam seu próprio caminho, a ele só restava confiar na educação que dera aos filhos e torcer para que eles trilhassem um bom caminho.

— Pai. – Emmett estalou os dedos na frente dos seus olhos tirando-o do transe. – Vamos ou tem mais alguma mala que o senhor trouxe além da Bella? – Ele perguntou com um tom de brincadeira ganhando um soco sem muita força por parte da mais nova.

 Charlie percebeu que tanto ele quanto Isabella e Renée já tinham retirado as malas da esteira e assentiu.

— Vamos.

Deixaram para trás o saguão lotado do aeroporto, pelo visto aquele era um destino bastante procurada durante as férias. Assim que chegaram na saída do local foram surpreendidos por um rapaz bronzeado que falava num inglês rústico e parecia oferecer serviços de balsa. Não havia como sair do aeroporto pelo sistema rodoviário uma vez que a ilha não era conectada as outras por estradas ou pontes, a única maneira era pegarem um outro voo com conexão para outro aeroporto ou através da balsa. Renée se animou com a oferta e aceitou os serviços. O rapaz os conduziu até o local em que a balsa estava e eles acertaram tudo com o condutor que os cumprimentou animadamente desejando as boas vindas e votos de diversão. Foi inevitável para eles se sentiram acolhidos naquele singelo primeiro contato.

Durante todo o caminho do aeroporto até o hotel o homem não parou de falar um minuto encorajado por Renée que tagarelava tanto quanto ele tornando a conversa difícil de acompanhar, eles se atropelavam o tempo inteiro em perguntas e respostas e Emmett questionou em sua mente se seria muita falta de educação da sua parte colocar o fone de ouvido para abafar o barulho das vozes rápidas. Decidiu que sim seria e por isso apenas desligou a mente e encarou a paisagem do lado de fora surpreso pelo azul tão vibrante do mar. Obviamente já havia visto fotos antes, mas pessoalmente era ainda mais encantador.

Não demorou para que chegassem ao hotel onde tinham feito as reservas, foram recepcionados agradavelmente pelos empregados do hotel e após darem entrada na reserva conduzidos até os bangalôs sobre as águas cristalinas, tinham reservado dois, Charlie e Renée dividiriam um e ele e Bella o outro. Depois de devidamente acomodados Emmett já se sentia pronto para sair e explorar o local, Bella parecia pensar de outro jeito.

— Vamos lá, Bella, só temos uma semana para ver tudo, você não está curiosa? - Ele perguntou animado como uma criança na manhã de natal.

—Claro que estou, mas nesse momento eu estou acabada, estamos viajando a madrugada inteira e eu não consegui dormir nada no avião porque você roncou a noite inteira do meu lado, Emmett. – Bella se jogou na cama se arrastando para cima até descansar a cabeça no travesseiro.

— Isso é uma calúnia, eu não ronco. – Que ultraje sua irmã dizer aquilo, tudo bem que ele teve alguns problemas com ronco durante a adolescência, mas já tinha superado isso.

— Não ronca pouco você quer dizer. - Depositando os óculos sobre uma mesinha de cabeceira e fechando as persianas Bella se acomodou melhor fechando os olhos prestes a dormir.

— Se você não vai eu vou sozinho. Ouviu? – Tudo o que recebeu em resposta foi um sinal de positivo feito pela morena enquanto ela mergulhava nos braços de Morfeu. Emmett bufou.

Passou protetor solar, vestiu uma regata e por fim um calção de banho evitando sunga, não gostava muito de usar roupa de baixo e como estaria de calção não tinha problema. Deu uma passada rápida no bangalô dos pais perguntando se eles desejavam acompanhá-lo recebendo uma negativa, iriam dar um cochilo para se ajustar ao fuso horário diferente e somente depois pensariam na diversão. Bufou, sua família só podia estar de brincadeira.

Bem a primeira coisa que faria era comer alguma coisa porque ele estava faminto, assim sendo Emmett se dirigiu para o restaurante do hotel.

X

Sentada confortavelmente no balcão do bar Rosalie bebericava um delicioso drinque de maracujá servido numa taça de vidro com guarda-chuvas coloridos como numa cena de cinema, ela ouvia atentamente enquanto sua melhor amiga fazia uma descrição bem detalhada de um maravilhoso salva-vidas que ela avistara na praia e com quem planejava flertar mais tarde. Rosalie apenas assentia pensando no quanto Alice era louca.

— Aí Rosalie, você tinha que ver, aqueles bíceps malhados, o peitoral definido e ligeiramente bronzeado. – Alice se abanou. – Eu lavaria roupa todos os dias naquele tanque, me dá até vontade de lamber.

—Você é incorrigível, Alice. – Comentou a loira rindo.

— E eu nem te falei a melhor parte. Os cabelos dele são loiros e ligeiramente encaracolados e ele tem os mais lindos olhos verdes que eu já vi na vida. Escute o que eu estou dizendo, Rosalie, aquele cara é o futuro pai das minhas filhas. – A morena fez um gesto com a mão como se admirasse uma aliança invisível.

— E você sabe pelo menos o nome dele? – Rosalie perguntou arqueando a sobrancelha.

— É claro, já consegui toda a ficha profissional dele. - Rosalie a encarou incrédula, sem dúvida aquilo deveria ser ilegal. – O que? Eu subornei um dos rapazes da administração do hotel. O nome é Jasper Whitlock. Não parece maravilhoso? Eu estou prestes a me tornar a senhora Whitlock.

Rosalie não duvidava, era impossível deter Alice quando ela colocava alguma coisa naquela cabecinha oca, a loira tinha até pena do pobre senhor Whitlock que sofreria com o ataque implacável da melhor amiga.

—Você deveria aproveitar essas férias para descolar um partidão para você também.  Aqui está cheio de deliciosas tentações. – Alice afastou os óculos escuros do rosto e acompanhou com o olhar um garçom que passou por elas em direção a uma mesa. A pele era negra, os ombros largos e fortes, ele era alto e tinha incríveis olhos escuros que pareciam o céu numa noite sem luar. Rosalie revirou os olhos.

Alice e Rosalie eram amigas desde a época da faculdade, apesar de fazerem cursos diferentes tinham dividido o mesmo apartamento durante os cinco anos da graduação. Tudo começou quando Rosalie, vinda do interior para estudar em Nova York, tinha visto o anúncio de Alice que procurava alguém com quem dividir as despesas do apartamento alugado que ficava a dez minutos da universidade. Após uma breve entrevista Rosalie foi aceita e desde então tinham se tornado grandes amigas apesar de terem gostos muito diferentes, a única coisa que pareciam ter em comum era o apreço por moda, curso que Alice fizera, Rosalie por sua vez tinha feito faculdade de letras e agora, aos trinta anos era uma famosa escritora de romances muito realizada profissionalmente.

 Pensar nisso a fez relembrar porque estava ali e sem dúvida não era para arranjar um bom partido. Depois do seu último sucesso dois meses atrás Rosalie vinha passando por uma terrível fase de bloqueio criativo, todas as ideias que tinha acabavam indo para o lixo, pois ela não se agradava de nada e não conseguia passar do quinto capítulo de nenhuma história que começava. Achava a trama fraca, ou não se agradava do desenrolar da história, era tudo muito clichê, faltava aventurava, faltava humor. Pela primeira vez na vida, faltavam-lhe palavras. Depois de comentar da dificuldade com Alice, a baixinha acabou sugerindo aquela viagem com a intenção de fazer Rosalie relaxar e tirar um tempo para si mesma uma vez que sabia como as pressões da editora poderiam afetá-la. Rosalie por outro lado viu naquela viagem a oportunidade perfeita de encontrar uma inspiração adequada para o seu próximo livro, afinal aquelas Ilhas paradisíacas eram palco de muitos casos tórridos de amor.

— Para com isso, Alice. Eu não estou aqui para “descolar um partidão”. – Fez aspas com a mão. – Estou aqui para escrever o meu livro.

A baixinha bufou contrariada.

—Você trabalha demais, isso aqui era para ser férias divertidas.

—Eu estou me divertindo muito, você não? – Perguntou Rosalie sorridente, era tão fácil irritar Alice.

A morena estava prestes a responder, mas de repente um garotinho começou a chorar algumas mesas de distância olhando de um lado para o outro como se procurasse alguém, estava perto da saída do salão com lágrimas escorrendo pelo rosto rechonchudo. Não parecia ter mais de seis ou sete anos. Tocada com a cena Rosalie levantou do seu lugar e se aproximou do garoto dobrando os joelhos para ficar na altura dele.

— Ei, tudo bem campeão? Você está perdido? - Ela perguntou enxugando as lágrimas que escorriam com o dedão. O menino fez um gesto dizendo que sim. – Você quer me dizer seu nome? Assim eu posso te ajudar a procurar seus pais.

— É Seth...Seth Clearwater. Eu estava com a minha irmã, mas eu corri e me perdi dela e agora eu não sei mais onde ela tá.- Cada palavra era pontuada por um fungado e no final ele já estava chorando de novo as mãozinhas pequenas apertando uma a outra num sinal de desespero.

Rosalie teve vontade de puxá-lo para seus braços.

— Ei, está tudo bem. Meu nome é Rosalie e eu ou ajudar você a encontrar sua irmã está bem? Qual é o nome dela?

— É Leah. – Ele disse.

— Okay, Seth, você é um menino muito inteligente e....- Rosalie não conseguiu concluir a frase visto que alguém atrás dela cutucou seu ombro.

Rosalie virou um pouco a cabeça ainda na mesma posição se deparando com um homem alto, devia ter uns bons dez centímetros a mais do que ela e olha que ela tinha quase 1,80. Seus cabelos eram negros e ele tinha os olhos mais azuis que ela viu na vida.

— A senhorita está no meu caminho, será que pode se afastar para que eu passe? - Ele perguntou indicando que ela estava bloqueando a saída já que parou entre duas mesas vazias. Ele poderia facilmente sair se pegasse um desvio e fizesse um pequeno arrodeio, não custaria nada e Rosalie estava ocupada. Além disso não gostou nada do tom de voz dele.

— Eu estou ocupada. Você pode desviar e pegar outra saída. – Ela disse voltando sua atenção para o pequeno Seth e ignorando o brutamonte. – Como eu ia dizendo você é um menino muito inteligente, Seth e nós vamos.....- Um novo cutucar em seu ombro indicou que o homem ainda estava ali e Rosalie perdeu a paciência erguendo-se.

Girou o corpo completamente para poder encará-lo de frente e fez um gesto amplo com as mãos quando disse:

— Qual é o seu problema, cara? – Ela perguntou. Infelizmente ela não tinha reparado que ele segurava um drinque e com seu gesto acabou derrubando metade do conteúdo do copo sobre ele. Foi inevitável sorrir.

Emmett a encarou incrédulo.

—Olha só o que você fez. – Ele acusou apontando para si mesmo. Mal podia acreditar, sua camisa novinha.

—Bem, se você tivesse ouvido minha sugestão e desviado o caminho isso não teria acontecido, não é minha culpa. – Rosalie deu de ombros.

— Claro que é sua culpa. Se você não estivesse com essa bunda do tamanho do mundo interrompendo a passagem eu teria conseguido sair tranquilamente e seco por sinal. – Emmett não percebeu que tinha falado mais alto quase a ponto de gritar atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam nas mesas próximas.

Ele correu os olhos pelo salão vendo as pessoas o encararem abismadas e então se deu conta do que tinha feito. Voltou a olhar para a loira desconhecida prestes a se desculpar afinal não fora aquela a educação que sua mãe tinha lhe dado e não o agradava em nada gritar com uma mulher, não era esse tipo de cara. Não teve a chance de proferir sequer uma palavras pois a loira tomou o copo de suas mãos jogando o restante do conteúdo em sua face. O suco de abacaxi escorreu atingindo o seu pescoço deixando uma sensação pegajosa onde tocava.

— Idiota! – Rosalie declarou e se afastou pegando Seth no colo e saindo do salão. Alice a seguiu correndo logo depois.

— Mulher doida. – Emmett disse enxugando o rosto e caminhando de volta para o seu bangalô. As coisas não tinham começado exatamente do jeito que ele tinha imaginado. Agora só restava tomar um banho e começar novamente.

X

Depois do almoço Rosalie decidiu ir até uma área menos movimentada da praia a fim de ler um pouco com a brisa do mar soprando em seus cabelos. Com a ajuda de Alice e seus contatos no hotel não tinha demorado a encontrar a família de Seth que agradeceram imensamente por ela ter encontrado o garoto, tinham ficado muito preocupados com o sumiço dele.

Rosalie tinha convidado Alice para acompanha-la no passeio, porém a baixinha tinha recusado dizendo que iria para a piscina do hotel, sim, mesmo tendo a praia ali pertinho muitas pessoas preferiam ficas nas piscinas. O motivo de Alice, entretanto tinha muito mais a ver com o salva-vidas bonitão do que com a piscina. Segundo ela iria começar seu plano de ataque para se tornar a senhora Whitlock.

Rosalie levou uma cadeira dobrável, um guarda sol e uma bolsa com toalha, protetor solar, água e alguns lanches para passar a tarde. Pretendia desfrutar o máximo daqueles instantes de solidão. Depois de armar o guarda-sol e se acomodar deixou que a vista da areia branca e das águas cristalinas a acalmassem e a enchessem de tranquilidade. Então abriu o livro e começou a ler.

Cerca de vinte minutos depois a paz foi quebrada pela chegada de um barulhento homem. Ele estendeu uma toalha no chão e se deitou. Os olhares se encontraram ao mesmo tempo e eles resmungaram juntos.

— Ah não.

— O senhor outra vez?

A animosidade era perceptível. Emmett revirou os olhos e colocou óculos escuros.

—Olha moça, eu não quero confusão, okay? Então vamos fazer o seguinte você fica na sua, eu fico na minha e tudo certo. A não ser que você prefira ir embora. – Ele sorriu de modo arrogante e Rosalie se enfureceu.

— Eu cheguei aqui primeiro. Você que vá embora.

—Os incomodados que se mudem, então.... – Ele deixou a frase no ar e então o silêncio recaiu sobre eles que pareciam ter entrado num acordo mutuo para se evitarem. Tudo seguiu silencioso, exceto pelo delicioso barulho das ondas quebrando na praia, por pelo menos dez minutos até Emmett abrir um pacote de amendoins e começar a comer fazendo o maior barulho possível, Rosalie não conseguiu se concentrar mais na leitura.

Respirou fundo e lançou olhares fulminantes para ver se ele parava, mas o barulho só aumentou. Ela se pôs de pé em fúria.

— O senhor não está vendo que está me atrapalhando? – Questionou.

Emmett deu um sorriso cínico de lado afastando os óculos do rosto.

— Estou, eu simplesmente não dou a mínima.

Rosalie bateu o pé no chão se perguntando qual seria a probabilidade de conseguir mata-lo e esconder o corpo na areia. Seus pensamentos homicidas foram interrompidos por um vento muito forte que arrancou seu guarda sol. Rosalie agarrou o cabo no último minuto lutando para conseguir fechá-lo enquanto o vento o arrastava junto com ela.  Emmett a observava se acabando de rir.

— Você se importa? – Ela exigiu indicando que ele deveria ajuda-la.

— Nenhum pouco, fique à vontade. - Ele indicou o guarda sol voltando a comer seu amendoim.

— Seu homem desprezível! Um dia você vai precisar da ajuda de alguém e isso não vai terminar bem para você. – Ela ameaçou, Emmett fez pouco caso.

— Considerando que não será a sua ajuda....

— Você vai se arrepender. – Rosalie ameaçou e Emmett riu.

— Eu vou correr o risco.

E riu ainda mais quando a força do vento enfim arrancou o guarda sol das mãos da loira abusada o levando para cada vez mais longe. Ela saiu correndo atrás dele. Emmett gargalhou observando-a atentamente até que ela sumisse de seu campo de visão. Era realmente uma bela mulher, a saída de praia não era o suficiente para esconder as curvas generosas do corpo e a pele ligeiramente corada do sol ficava adorável. Uma pena que fosse tão espinhosa.

Agora que estava finalmente sozinho ele levantou deixando o pacote de amendoins de lado, só estava fazendo aquilo para irritá-la, queria se vingar pelo suco de mais cedo, então correu em direção ao mar só depois lembrando que não tinha passado protetor. Não se importou, passaria depois.

Se jogou nas águas cristalinas, o corpo imediatamente se arrepiando com o contato frio em sua pele. Emmett mergulhou fundo nadando naquela imensidão azul deliciosa até que ar lhe faltasse e ele tivesse que retornar a superfície. Nadou e nadou dando braçadas vigorosas sentindo o vento bagunçar seus cabelos. Tudo seguia tranquilamente bem até que uma onda particularmente enorme o pegou desprevenido se chocando com seu corpo o carregando alguns metros. Emmett deu várias cambalhotas debaixo d’água contra sua vontade e quando finalmente conseguiu se firmar de pé constatou horrorizado que aquilo que se aproximava cada vez mais da beira da praia carregado pelas ondas era seu calção de banho. A única peça que usava.

Ainda bem que estava num local com poucas pessoas. Nadou naquela direção e então paralisou quando viu o que estava prestes a acontecer. Atraída pelas cores vibrantes do tecido que estava perto da areia Rosalie se aproximou e tomou o calção em mãos.

— Ei, moça ! Me devolva isso agora. – Emmett exigiu tentando não atrair atenção desnecessária.

— Venha buscar. – Rosalie devolveu.

 Emmett corou, aquilo foi o suficiente para ela entender tudo.

— Oh céus, você não pode, não é? – Ela gargalhou sentindo o gostinho da vingança arder em sua garganta e ele era tremendamente doce e delicioso.-Você está nadando pelado – Ela constatou balançando o calção no ar de um lado para o outro como se fosse uma bandeira de vitória.

Rosalie não sabia que insano desejo era aquele de revidar uma vez que era sempre tão racional e pacífica e via como aquele gesto era infantil, mas apesar disso correu de volta para a areia guardando o calção em sua bolsa. Em seguida voltou para a beira do mar sentindo as ondas quebrarem aos seus pés. Lançou a Emmett um olhar convencido.

— Ora, ora, ora. Parece que o jogo virou não é mesmo? – Ela soprou as unhas. – Sabe como é o nome disso? Carma.

— Moça, é sério. Eu não passei protetor. A senhorita não está vendo o que pode acontecer se eu ficar muito tempo nesse sol escaldante? – Emmett tentou apelar.

— Ah, estou. – Rosalie fez uma pausa e fez menção de se virar de volta para sua cadeira. Emmett suspirou aliviado, mas ela o encarou de novo gargalhando e disse. – Eu simplesmente não dou a mínima.

Emmett ficou vermelho, não apenas por causa do sol castigando sua pele muito pálida mas também de raiva ao ter sua própria fase atirada em sua cara.

— Eu vou sair e você vai se arrepender disso. – Ele ameaçou.

—Experimente. – Rosalie não parecia convencida. – Eu quero ver só a sua cara quando eu chamar os seguranças porque tem um maníaco sexual me perseguindo.

Emmett arregalou os olhos. Ela não ousaria. Mas então bastou uma olhada na face de Rosalie e na determinação em seu sorriso psicopata para ele ter certeza de que ela ousaria sim.

— O que é que você quer em troca do calção, moça? – Emmett estava disposto a negociar.

— Ah meu caro, eu já tenho o que eu quero. Vingança! Aproveite a tarde. – E então ela voltou para o seu lugar lendo tranquilamente ou pelo menos fingindo ler.

Rosalie não conseguiu se concentrar para ler sabendo que aquele homem estava ali tão perto, nu como no dia em que veio ao mundo. A água estava na altura dos quadris dele e a simples visão do tronco dele era o suficiente para despertar suas fantasias mais secretas e fazer seu baixo ventre doer de necessidade. Esfregou as pernas uma na outra tentando aplacar o calor e umidade que brotava ali.

Emmett praguejou na água. Já sentia o rosto arder devido ao sol impiedoso. Não podia ficar pior, ele pensou cedo demais. Mergulhou algumas vezes tentando aplacar o calor e aguardar que a loira cansasse da brincadeira e devolvesse seu calção. Até tentou chamar a atenção de algumas pessoas ou tentar nadar e sair por outro lugar, mas não tinha como sair discretamente.

Nadou um pouco se ocupando e então quando voltou a se erguer observou a loira levantar-se da cadeira e despir a saída de praia. Sua boca ficou seca e seu corpo despertou completamente para a vida, a ereção despontando e lhe dando um belíssimo olá. Na beira da praia Rosalie esticou os braços para cima se espreguiçando languidamente, não seria a única a passar vontade, não mesmo. Espalhou protetor solar no rosto, nos braços, na barriga e então se demorou mais na região entre os seios e nas coxas percebendo o olhar vidrado do homem dentro da água. Ela caminhou até a beira da água e entrou um pouco, não o suficiente para ficar perto dele.

Com as mãos em concha apanhou água jogando sobre seu próprio corpo e Emmett acompanhou todo o trajeto das gotículas de água que sumiram na borda da parte inferior do biquinho, como ele queria ser aquelas gotinhas. Subiu o olhar pelo corpo dela minimamente coberto por um biquíni cortininha preto. A expressão de deleite no rosto dela fez seu pênis pulsar de desejo.

— Eu queria tanto alguém para passar protetor nas minhas costas. É uma pena que você esteja preso aí. – Ela fez um biquinho indicando seu descontentamento como uma menina mimada. Emmett engoliu em seco e levou a mão para seu membro se tocando.

— É só você vir aqui e eu dou um jeito para você. – Ele prometeu. – Posso fazer tudo isso e muito mais.

Rosalie não pretendia ir, não fazia aquele tipo de coisa com estranhos. Mas não conseguiu evitar entrar mais na água e se tocar longe dos olhares das pessoas, seu corpo ondulava à medida que ela tocava as partes que ela sabia que lhe davam mais prazer e Emmett percebendo o que ela fazia entrou no jogo acelerando os movimentos em seu órgão. Não sabia porquê mas havia algo de extremamente sexy em ter uma desconhecida se tocando por sua causa e fazer o mesmo por causa dela.

O orgasmo os arrebatou no mesmo momento e quando o ápice chegou eles não desviaram o olhar um do outro explodindo juntos num mundo de incríveis sensações, cores e fogos de artifício apesar de estarem separados. A respiração ofegante de ambos era a única coisa ouvida. Com muito esforço Rosalie se pôs de pé com as pernas ainda cambaleantes, fora o orgasmo mais intenso que já tivera na vida. Apressadamente juntou as suas coisas percebendo que o sol já se punha, era a hora do crepúsculo. Depois de tudo pronto jogou o calção de volta para Emmett e saiu correndo.

— Ei... Espera, espera. Maldição. – Emmett praguejou, sequer sabia seu nome. E pelos deuses, ele queria saber e muito. Queria aquela mulher. Como iria procura-la?

X

Emmett estava despelando depois da pequena brincadeira da loira na praia, dois dias já tinham passado desde o incidente. Bella tinha rido muito ao vê-lo chegar no bangalô vermelho como um camarão. Não pode se expor ao sol nenhum daqueles dois dias ficando confinado no quarto, tinha bebido muita água e passado bastante hidratante. Não comentou com ninguém o que tinha acontecido, nem com a irmã nem com os pais. Quis guardar a experiência somente para si e pensou naquela loira todos os momentos do seu dia.

Naquela hora tinha acabado de chegar no salão de festas do hotel, usava uma camisa florida e bermuda, era uma noite temática e os hospedes deveriam ir a caráter. Mal pós os pés no salão Isabella se materializaram ao seu lado excitada ao extremo.

— Emmett, vem cá você precisa conhecer uma pessoa, eu mal pude acreditar. – Ela exclamou puxando o grandalhão em direção ao bar e qual não foi sua surpresa ao se deparar com a loira sentada bebendo um drinque.

Rosalie esperava Isabella voltar enquanto observava Alice se afastar pendurada no  braço de Jasper com quem ela já tinha ficado. Conhecera a Swan na praia no dia anterior descobrindo que ela era uma grande fã sua, trocaram telefone e combinaram de fazer algo juntas e agora ela desejava apresentar alguém a Rosalie. Ela prendeu o ar vendo o moreno da praia se aproximar junto com a nova amiga.

— Você? – Questionaram em uníssono e Isabella franziu o cenho.

—Vocês se conhecem? – Perguntou não entendendo nada.

Passado o choque Emmett reagiu trocando um significativo olhar com a loira e Bella não perdeu o gesto.

— Não devidamente. Emmett Swan. – Ele estendeu a mão e Rosalie a apertou.

— Rosalie Hale. – Respondeu.

— Como vocês se conheceram? – Questionou Bella sem entender e os dois coraram. Rosalie quem falou sorrindo maliciosamente.

— A gente tomou sol juntos na praia uns dias atrás.

Emmett riu cumplice. Não desejando atrapalhar Bella pediu licença e se afastou os deixando a sós.

— Posso te pagar uma bebida? – Emmett perguntou sentando ao lado dela.

—Claro. – Rosalie assentiu.

Eles não sabiam, mas as suas vidas nunca mais seriam as mesmas.

E não foi surpresa para nenhum dos familiares de Emmett nem para Alice quando um ano depois o romance publicado por Rosalie contava uma erótica história de amor entre dois amantes que se conheceram nas Ilhas Maldivas.


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Notas finais do capítulo

E é isso meu povo, foi bom enquanto durou mas agora acabou asuhashahsa
Eu só queria agradecer de verdade a todo mundo que comentou, que recomendou e que leu a fanfic, vocês foram demais, sério, eu to muito feliz e recompensada por ter concluído esse trabalho.
Foi assustador e gratificante na mesma medida desenvolver cada um desses capítulos
Achei que não conseguiria terminar muitos deles ou que não daria tempo de postar
Auhahsuuhas No final deu tudo certo e eu estou muito orgulhosa.
Hoje um ciclo se fecha, mas não fiquem tristes novas coisas virão
Foi um prazer conhecer cada um de vocês e vou logo adiantando que estou com umas ideias para algumas ones que vou postar separadamente daqui por isso fiquem de olho nas postagens.

Espero que tenham gostado do capítulo.
Se você chegou até aqui me deixe saber *-*
Beijinhos e a gente se encontra por aí



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