30 Day OTP Challenge escrita por Sue2011


Capítulo 13
Capítulo 13 - A Solteirona e o Libertino ( Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Dia 13- Eating IceCream
Gênero: Romance, Comédia
Breve Descrição: Aquele em que o duque McCarty segue implacável no seu plano de distrair Rosalie para que Edward e Isabella possam ter seu tempo a sós, mas ele parece estar apreciando sua tarefa muito mais do que era esperado.

Não está betado



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A tarde seguinte ao Concerto dos Stanley estava agradavelmente ensolarada, perfeita para um passeio a cavalo ou uma volta pela cidade, a despeito disso o único desejo de Rosalie era permanecer em casa, mais especificamente na sala de visitas pois tinha certeza que Edward Masen viria visitar Isabella, não apenas ele como muitos dos outros admiradores de sua irmã. Era tradição que os pretendentes fizessem visitas as damas em suas casas para que pudessem cortejá-las e requisitada como Isabella era, sempre havia pelo menos cinco visitantes após o baile.

A sala de visitas estava repleta de arranjos florais, todos endereçados a Isabella: camélias, mais de três arranjos de rosas, margaridas, jasmins e amores-perfeitos. Rosalie franziu o cenho acomodando-se melhor no sofá e fechando o livro que lia encarou a irmã que estava na sala junto com ela e sua mãe após ter recebido a visita do futuro barão Erick York e o do Marquês Black.

—Era de se esperar que a essa altura eles soubessem pelo menos a sua flor preferida. – Reclamou. Homens eram tão estúpidos, tinha certeza que aqueles rapazes passavam horas falando das próprias qualidades e engrandecendo as parcas habilidades que tinham ao invés de procurar conhecer Isabella, e era por isso que Rosalie tinha certeza que nenhum deles era bom o suficiente para sua irmã.

—Rose, não seja cruel. Foi muito gentil da parte deles gastarem um pouquinho de seu tempo para enviar esses arranjos. Olhe como são bonitos e perfumados? - Disse a irmã puxando uma margarida para perto de si e inalando o cheiro suave.- O que vale é a intenção.

—De boas intenções o inferno está cheio, Bella.- Retrucou recebendo um olhar atravessado de sua mãe.

—Não use esse linguajar, não foi assim que a eduquei. – Esme a corrigiu com um tom perfeitamente calmo. Rosalie suspirou antes de voltar a falar.

—Só estou dizendo que depois de passarem tanto tempo na companhia dela era natural que eles soubessem dar um presente adequado. Qualquer pessoa com um mínimo de interesse romântico sincero a essa altura saberia que as flores preferidas de Isabella são...

—Lírios! - Sorriu Isabella levantando do sofá e correndo até a porta da sala de visitas onde uma criada adentrava carregando o maior buquê de lírios que Rosalie já tinha visto na vida.

—Acabaram de ser entregues, milady. Vieram com este cartão em seu nome. - Anunciou a criada com um sorriso antes de fazer uma vênia e se retirar.

Isabella tomou seu tempo lendo o cartão e saboreando cada palavra antes de apertar o buquê contra o peito e aspirar profundamente o cheiro das flores.

—São de Edward. - Ela falou como uma tola apaixonada e Rosalie teve que se controlar para não praguejar. O maldito Masen era mais esperto do que ela tinha imaginado a princípio. - Ele disse que virá me visitar ainda está tarde. - A morena refez o seu caminho segurando as flores como se aninhasse um bebê. Agora estava decidido, Rosalie não sairia daquela sala nem por um decreto. Não daria ao Masen a chance de ficar sozinho com Isabella e sabia que sua mãe os deixava a sós por alguns minutos, nunca o suficiente para ser considerado um escândalo, mas sem dúvida não rápido o suficiente para que alguns beijos não pudessem ser trocados.

E foi só pensar em beijos que a imagem de Emmett McCarty surgiu em sua mente, o corpo forte dele coberto pelo terno formal, os ombros largos servindo de apoio para o seu corpo frágil quando ele a beijara, seu cheiro almiscarado impregnando seu olfato e a fazendo desejar por mais e a boca lasciva dominando a sua, impondo o ritmo, ditando como e quando as coisas deveriam acontecer fazendo seu corpo vibrar como um diapasão. Rosalie engoliu em seco tentando se livrar daqueles pensamentos impróprios.

—.... Não acha Rosalie? - Perguntou sua mãe com um sorriso condescendente nos lábios e somente por aquilo a mais velha sabia que não gostaria nada de ouvir aquela pergunta.

—Desculpe, poderia repetir? Não ouvi o que a senhora disse. - Rosalie perguntou.

—Eu perguntei se você não achava muito atencioso e lisonjeiro da parte de milorde Masen enviar um buquê das flores preferidas de Isabella. - Esme repetiu com um sorriso divertido nos lábios ganhando uma careta em resposta que arrancou uma gargalhada de Bella.

—Sim, sim é muito atencioso da parte dele. - Rosalie cravou as unhas com força na capa do livro que outrora estava lendo. Agora não tinha mais desejo nenhum de continuar sua leitura, tudo em que conseguia pensar era em como deter os avanços daquele maldito futuro duque.

Naquele momento uma figura alta e imponente surgiu na porta acompanhado do mordomo que o anunciou.

—O Duque McCarty.- O homem fez uma vênia e então deu passagem para que Emmett adentrasse a sala fazendo com que Rosalie o encarasse boquiaberta de seu lugar no sofá.  A mãe e a irmã colocaram-se de pé prestando uma mesura educada enquanto aquele homem invadia o espaço de sua casa e beijava ternamente a mão de Esme e de Isabella lhes entregando logo em seguida dois pequenos arranjos de flores. Teria vindo ele para cortejar Isabella também? Sua cabeça girou com aquela perspectiva e ela sentiu uma sensação ruim crescer em sua barriga e se espalhar pelo seu corpo. Por que a incomodava tanto a ideia de o homem cortejar sua irmã? Não era nenhuma novidade até então.

—Rosalie! Fique de pé e cumprimento o duque apropriadamente. – Os olhos de Esme a encararam de forma mortal e foi com não calculada lentidão que Rosalie forçou suas pernas a destravarem e sustentarem o peso do próprio corpo pondo-se de pé e prestando uma mesura não muito bem feita ao duque.

—São para a senhorita. – Ele lhe disse depois de beijar sua mão estendendo um arranjo de tulipas vermelhas. Suas flores preferidas. Como ele poderia saber?

Rosalie aceitou as flores embasbacada.

—E-Eu... quero dizer…muito obrigada. - Conseguiu balbuciar sem ter muita certeza. Indagadores olhos verdes escrutinaram os azuis se deparando apenas com diversão diante do fato de que ele a surpreendera. Emmett tinha certeza de que não era fácil provocar tal reação na moça.

Rosalie estava estupefata, não somente porque não era comum que recebesse flores, mas também porque não tinha ideia do que aquele homem estava fazendo em sua casa bem como de que forma ele adivinhar seus gostos.

—Sente-se milorde. - Esme convidou quebrando o silêncio. – Que prazer recebe-lo em nossa casa. Ah! Estamos encantadas em vê-lo e foi muito gentil trazer flores tão lindas. – Sua mãe parecia encantada com o gesto do brutamontes e  Rosalie ainda meio aturdida voltou a sentar somente porque não tinha certeza de que suas pernas, que tremiam levemente embora ela nunca fosse admitir, poderiam mantê-la de pé por mais tempo.

—O prazer é todo meu lady Cullen.- Emmett respondeu em seguida imitou o exemplo de Rosalie e sentou-se. Ao.Seu.Lado. Novamente! Que audácia. Pensou a loira, imaginou a si mesma jogando as flores em seu rosto e o mandando embora, apesar de estar extremamente aliviada por ele não ter ido a sua casa pra ver Isabella, porém Esme tinha outros planos.

—Eu pedirei a uma criada para trazer chá e biscoitos, venha, Isabella, venha comigo. - Chamou sendo prontamente atendida. Rosalie arregalou os olhos vendo a mãe e a irmã deixarem a sala fazendo com que ela ficasse sozinha no cômodo com aquele enorme homem de perturbadores olhos azuis.

Emmett riu ao encará-la.

— O que foi milady? Acaso o gato comeu sua língua? – Provocou ele e voltou a rir enviando um arrepio que percorreu sua coluna de alto a baixo. – Se eu não a conhecesse diria que está assustada por estar aqui comigo, olha-me como se esperasse que eu volte a beija-la. – Concluiu e a frase teve por fim o poder de tirá-la daquele transe.

—O senhor, definitivamente não me conhece! - Bradou.- Como foi que entrou em minha casa, no nome de Deus?- Ela perguntou histérica dando um pulo do sofá e caminhando para trás de uma poltrona querendo colocar o máximo de distância possível entre eles. Apertou o buquê contra o peito como se ele fosse um escudo e pudesse protege-la daquele homem que a fazia agir de um modo em que ela se tornava incapaz de reconhecer as próprias atitudes.

Emmett se acomodou melhor no sofá encostando o tronco rígido no encosto e esticando as pernas cobertas por uma calça de tecido caro e corte da moda, exatamente o que se esperaria de um duque, mas ao observá-lo tudo o que Rosalie conseguia ver era como a calça moldava-se bem aos músculos firmes de sua coxa e um bolo pareceu se formar em sua garganta. Ela obrigou os olhos a abandonar a visão do corpo dele e se fixar em seu rosto. O coração bateu acelerado no peito.

—Ora, essa, entreguei o meu cartão ao mordomo e ele permitiu minha entrada conduzindo-me até a sala de visitas. Embora a senhorita prefira acreditar que eu escolheria modos escusos e libertinos de me enfiar em sua casa, a mais pura verdade é que entrei de modo convencional como todos fazem. – Ele parecia se divertir e Rosalie quis chutar sua canela. Parecia injusto que ele mantivesse pleno domínio sobre o seu corpo quando ela se sentia prestes a desfalecer.

—Ele deveria ver se “ estávamos em casa” antes de deixa-lo entrar. – Ela acusou. Era o procedimento, o mordomo deveria ter certeza de gostariam de receber uma visita antes de deixa-la entrar.

— Pode ser que ele tenha recebido orientações para que “ estivessem em casa” no caso de uma visita minha. Por sua mãe talvez?

—Essa é a coisa mais abs...- Estava prestes a negar quando se deu conta de que era exatamente a cara de sua mãe fazer algo assim. O fato deles terem sentado lado a lado na noite anterior e posteriormente terem sido vistos caminhando juntos pelo jardim não deveria ser segredo para ninguém da alta sociedade àquela altura e se as palavras de Esme fossem verdade, e Rosalie acreditava que eram, talvez a mãe visse em Emmett a chance de finalmente fazer a filha deixar de ser uma solteirona.  – Mal posso acreditar numa coisa dessas. – Lamentou a loira.

—Minha doce lady Rosalie, você poderia demonstrar um pouco mais de alegria por me ver.- Emmett disse se colocando de pé.

—Eu não estou feliz de vê-lo, milorde e gostaria de saber o que o senhor veio fazer aqui.

Ele voltou a rir e se aproximou dela fazendo com que instantaneamente ela se afastasse.

—Até onde eu bem sei, é tradição que um cavalheiro visite a dama que está cortejando. - Rosalie ficou tão vermelha que ele pensou que ela explodiria muito embora ele não soubesse dizer se era de raiva ou de constrangimento.

— O senhor não está me cortejando, pare com essas ideias estapafúrdias! E eu exijo que saia agora.

Emmett a alcançou naquele minuto e segurou seu punho puxando-a delicadamente para si fazendo com que ela colidisse contra seu peito amassando as flores no processo.

—E eu gostaria de saber do que a senhorita tem tanto medo?- Ele questionou sentindo que perdia o controle, era incrível como Rosalie o tentava, como ela fazia com que ele agisse exatamente de modo oposto ao que ele havia planejado pois embora tudo o que ele quisesse inicialmente tivesse sido realizar uma visita inocente e retirá-la de casa para que Edward pudesse visitar Isabella, agora lhe parecia impossível resistir aos lábios dela tão próximos dos seus. Ela se inclinava para frente oferecendo-se e se era consciente ou inconsciente para ele pouco importava, não era homem de negar o que lhe era oferecido. Beijou-a novamente dessa vez com calma, sem pressa muito embora estivessem numa sala de visitas com a porta aberta de modo que qualquer um pudesse entrar.

Ele arrancou as flores do meio deles deixando que caíssem ao chão e provou novamente da doçura dos lábios dela sentindo-a suspirar de encontro ao seu corpo enquanto as mãos dela timidamente alcançavam seus cabelos trazendo-o mais para perto, a língua dela brincava com a sua, hesitante, como se não soubesse o que deveria fazer e Emmett pensou que ele deveria ser o único homem a ensiná-la todos os prazeres da carne.

—Riley! Não corra, vai quebrar minhas porcelanas, vou arrastá-lo pelas orelhas, rapazinho. - A voz de Esme se fez ouvir no corredor e Emmett colocou uma distância entre ele e Rosalie que poderia ser considerada respeitável deixando a loira trêmula e ofegante. Ele apanhou o buquê que jazia jogando no chão entregando-o novamente a ela que o segurou apenas para ter com o que ocupar as mãos.

De uma só vez entraram Esme, Isabelle e Riley na salinha.

—Milorde, receio que o chá ainda deva demorar alguns minutos e peço-lhe perdão por isso.- Esme disse formalmente e Emmett fez um gesto com a mão indicando que ela não se preocupasse.

—Para ser sincero, viscondessa, acredito que não será necessário. Estávamos agora mesmo comentando o agradável tempo que faz hoje e milady Cullen revelou-me o seu desejo de dar um passeio ao ar livre, ao qual eu prontamente atendi. Estava apenas aguardando o seu retorno para pedir vossa permissão.- Emmett mentiu na cara dura fazendo Rosalie ofegar.

—Eu não...- Começou a desmenti-lo, mas foi interrompida por sua mãe.

—Que ideia maravilhosa! –Os olhos de Esme brilhavam e Rosalie poderia ver em sua cabeça ela já estava planejando o enxoval do casamento. - Isso é fantástico milorde, fantástico! – Repetiu a última palavra como se eles não houvessem entendido anteriormente. – Isabella não poderá acompanha-los, ela está esperando uma visita, obviamente não poderão ir sozinhos, mas…Ah! Riley irá acompanha-los. Não é mesmo Riley?- Perguntou ao filho de seis anos.

—Mas mamãe, eu queria...

—Você queria acompanhar sua irmã e o educado duque num passeio não é isso o que você ia dizer? - Esme o olhou enfaticamente.

—Podemos comprar sorvete e também alimentar os pombos no parque. - Emmett prometeu. E os olhos de Riley brilharam.

—Incrível! Vou buscar meu chapéu. – E saiu correndo para buscar o chapéu.

Quanto a Rosalie só lhe restou bufar e aceitar o inevitável. Teria que aceitar a companhia do odioso duque pelo resto da tarde, mas por alguma razão seu coração batia acelerado em expectativa pelo passeio. A mente muito longe do plano inicial de manter Edward longe de sua irmã.

Saíram poucos minutos depois pelas ruas de Mayfair onde Rosalie e sua família moravam e tão logo dobraram a esquina a figura de Edward Masen materializou-se diante da porta dos Cullen entregando seu cartão de visitas.

X

—Isso aqui é delicioso!- Riley falou de boca cheia com calda de chocolate escorrendo pelo canto da boca. Rosalie riu alcançando um guardanapo e limpando a boca do irmão.

—Não fale de boca cheia, Riley. Se mamãe estivesse aqui ela teria uma sincope.- A loira corrigiu o mais novo  mas suavizou a reprimenda passando a mão nos cabelos castanhos do menor, tal qual os de Isabella. Emmett não perdeu o gesto e se perguntou como alguém poderia algum dia acusar a mulher de ser uma megera. Rosalie transbordava carinho em cada gesto que dizia respeito aos irmãos e a cada minuto que passava ao seu lado ele se encantava mais pelo jeito dela.

—Tem alguma coisa errada?- Ela questionou olhando para Emmett.- Estou suja por acaso?

Emmett piscou.

—Perdão?

—O senhor estava encarando-me fixamente. Há algo de errado? - Havia um tom defensivo em sua voz que fez Emmett rir. A moça era espinhosa, de fato.

—De maneira alguma, eu estava apenas admirando a sua beleza. – O elogio a fez corar encabulada e tomar uma colherada de sorvete.

—Isso é divino. – Disse fechando os olhos e sentindo o sabor de chocolate impregnar sua boca. – Não acredito que nunca provei antes. – Rosalie declarou.

Emmett provou o próprio sorvete, mas sem perder nenhum detalhe da forma como a boca de Rosalie se movia, de como os lábios se abriam para receber a sobremesa gelada e como os olhos fechavam-se em apreciação, Emmett nunca tive inveja de uma coisa antes como teve daquele sorvete, gostaria de ser ele para que assim pudesse derreter nos lábios dela e ser acolhido no calor daquela boca.

Piscou atônito com os rumos dos próprios pensamentos e se moveu desconfortável na cadeira da doceria.

—Eu posso pegar mais? - Pediu Riley interrompendo o momento e Emmett ficou grato a ele por ter uma desculpa para desviar o olhar de Rosalie. Encarou o garoto sorrindo para ele.

—Claro. Peça ao atendente e ele irá ajudá-lo.- Orientou.

—Só mais uma bola, se comer demais irá passar mal. - Disse Rosalie vendo o irmão pular da cadeira e ir até o balcão. Ocupavam uma mesa do lado de fora da Doceria, onde podiam desfrutar a visão da rua e a suave brisa que fazia os fios que haviam se soltado do chapéu e emolduravam seu rosto balançarem livremente.

—O sorvete ainda é uma invenção pouco apreciada em nosso meio. É bastante recente para nós, ingleses. Os americanos estão mais familiarizados- Ele disse não querendo deixar que o silêncio se abatesse sobre eles de modo que ele pudesse fantasiar sobre ela.

—E como o senhor sabe disso? -Rosalie questionou notando que pela primeira vez não havia zombaria ou grosseria em sua voz, estava realmente curiosa pela informação.

—A família de minha mãe é americana. Algumas vezes eu e minhas irmãs viajamos para lá para visitarmos. Foi lá que ouvi falar do sorvete pela primeira vez.- A informação surpreendeu Rosalie. Não era comum que membros da nobreza se casassem com americanos, eles eram muito diferentes entre si e embora alguns deles fossem bastantes ricos devido aos investimentos nas indústrias, não tinham nobreza o que os fazia ser mal vistos na sociedade londrina. Não que Rosalie se importasse.

—Sua mãe é americana? E mesmo assim seu pai casou-se com ela? Um duque?- Ela não pode conter a incredulidade em sua voz e então piscou coquete se dando conta de que acabava de ser muito indelicada. – Me desculpe, não é da minha conta.

Emmett deu de ombros e sorriu calorosamente fazendo o corpo dela aquecer com a sinceridade daquele sorriso e Rosalie se perguntou pela milésima vez o que estava acontecendo com ela.

—Eu não me importo de falar. Embora devo insistir para que tome seu sorvete ou vai derreter. – Ele indicou e Rosalie voltou a apreciar o sabor do sorvete combinado a sensação deliciosa do gelo derretendo contra sua língua, aquele sorvete parecia uma ótima ideia visto que poderia aplacar o fogo que corria em suas veias. – Minha mãe era filha de um industrial americano que estava ganhando destaque no Novo Mundo e queria expandir os negócios para a Inglaterra, então trouxe a esposa e as filhas para que pudesse assim conseguir casamentos para elas e assim unir o útil ao agradável. Meus pais se conheceram num concerto, como nós. - Rosalie corou com a comparação e se ocupou em tomar mais sorvete.

—Eles se apaixonaram e embora a família do meu pai fosse contra o casamento por minha mãe não ser uma noiva inglesa tradicional ele se manteve firme e disse que não abriria mão dela mesmo que fosse deserdado. Por fim meus avos aceitaram e eles se casaram. Eu nunca vi casamento mais próspero ou feliz do que o dos meus pais. Foi um golpe muito duro para minha mãe quando ele morreu. - Seu semblante ficou carregado de repente e ele parou de falar voltando a tomar o próprio doce.

Rosalie ficou surpresa com a confissão e antes que pudesse segurar a língua se viu perguntando.

—Você anseia por isso também? Um casamento por amor como o dos seus pais? É por isso que ainda não se casou?

A pergunta o pegou desprevenido e ele arregalou os olhos como se ninguém nunca tivesse lhe perguntando aquilo antes, felizmente Riley retornou naquele momento e Emmett não precisou responder. O assunto foi desviado para coisas mais triviais. Mas foi ali, naquele instante que Rosalie primeiro se perguntou se não havia julgado mal aquele homem.

Ele poderia ser muito mais profundo do que ela supunha inicialmente. Sem dúvida alguém que falava da família com tanto amor e parecia venerar o casamento dos pais não poderia ser um libertino sem coração. Rosalie suspirou, será que estava errada em seus conceitos?

X

Depois de terminarem o sorvete, caminharam tranquilamente rumo ao Hyde Park que atraia muitas pessoas naquele fim de tarde devido ao tempo perfeitamente agradável. Riley seguia mais à frente comendo rosquinhas açucaradas, presente do duque, enquanto Emmett seguia mais atrás de braços dados com Rosalie que parecia tranquila e serena como se tivesse desejado aquele passeio desde o início.

Eles aproveitaram a tarde cercados por fileiras de árvores e arbustos floridos que atraiam beijas flores e abelhas, conversaram civilizadamente sobre suas famílias e suas preferências e embora vez ou outra Rosalie alfinetasse Emmett ele nunca parecia se ofender, pelo contrário ria com ela e fazia piadas, devolvia as alfinetadas sem ser grosseiro ou rude. Ao lado dele Rosalie não se sentiu inadequada ou errada, de algum modo estar perto dele parecia certo e ela se questionou pela décima vez naquela tarde se estava perdendo sua cabeça.

—Por que foi falar comigo, ontem à noite? E veio me procurar esta tarde? - Disparou ela enquanto observavam Riley alimentar os pombos. Emmett estava encostado em uma árvore e Rosalie estava de pé ao seu lado numa parte menos movimentada do parque.

Emmett a encarou por um minuto inteiro perguntando se de algum modo ela podia imaginar que ele se aproximara dela a pedido de Edward, culpa o correu por um minuto, mas ele sufocou o sentimento e riu antes de responde-la.

—Eu deveria ter alguma razão para me aproximar de uma moça bonita numa noite musical? - Ele devolveu a pergunta e ela franziu o cenho deixando claro que não gostou da resposta, reconhecia uma evasiva quando via uma.

—Eu não sei. Me diga você. – O tom de voz saiu duro e incômodo. Teria Emmett algum motivo obscuro para estar com ela?

—Milady, está pergunta absolutamente faz sentido. - Ele riu, mas o sorriso não chegou aos seus olhos. – Mas se quer mesmo saber eu me aproximei porque estava curioso ao seu respeito, ouvir falar bastante da senhorita, do seu jeito sarcástico e a língua mordaz. E da ferina sinceridade que colocou muitos pretendentes para correr. Me vi curioso e resolvi conhece-la. E voltei hoje porque gostei da senhorita, porque o seu jeito que parece afastar tantos pretendentes tem o efeito justamente oposto em mim. Cada vez que me repele mais eu desejo me aproximar, e cada vez que é sincera comigo mais eu desejo ouvi-la falar. Não tenho medo da verdade de suas palavras, milady. Na verdade, é o que mais admito na senhorita.

Rosalie ficou em um silêncio surpreso, novamente calada por aquele homem. Que estranho poder era esse que ele tinha de lhe roubar o raciocínio e a capacidade de falar?

Ela umedeceu os lábios com a língua.

— Tem certeza ?- Ela perguntou num fio de voz e com desconfiança.

—Não seja teimosa, mulher. Que outra razão eu poderia ter? - Ela não sabia e então só lhe restava acreditar nele. - Pelo visto terei que mostrar o quanto sua presença me agrada e o quanto a acho desejável.- Ele se afastou da árvore e Rosalie não entendeu o que ele quis dizer até o momento em que ele puxou-a para si e ela se deu conta de que seria beijada novamente. Céus, estavam em público. Quis dizer isso a ele, mas a próxima coisa de que teve consciência foram dos braços dele apertando seu corpo e a sua boca lasciva a contaminando com seu pecado.

Ela estava entregue, ansiosa e irrequieta por mais. Queria mais do seu beijo, queria mais do seu corpo, queria que ele aplacasse o fogo que ardia em suas veias numa necessidade que ela não sabia de onde veio, sentia os mamilos rígidos pressionarem o corpete do vestido e os braços dele subirem por seus braços e a segurarem até por fim arrancarem o chapéu de sua cabeça de modo que ele pudesse beijá-la mais profunda e intimamente. Rosalie não se fez de rogada, correspondeu com todo fogo que parecia consumir seu corpo.

Emmett estava no paraíso. Queria beijá-la desde que a viu provar o maldito sorvete que incrivelmente parecia ainda mais delicioso ao ser sentido na boca de Rosalie, o gosto de chocolate se misturando ao gosto dela na mistura mais irresistível que ele podia provar. A queria. Contra todas as expectativas e o que dizia o bom senso, a queria em sua vida e não iria abrir mão dela. Aquela moça espinhosa seria sua.

Afastaram-se quando o ar se fez necessário e Rosalie nunca antes se sentiu tão frágil.

—Olhem! Uma família de patos. – Gritou Riley do outro lado da árvore e disparou correndo para longe deles em direção ao lago, mas o que o menino não viu foi a carruagem que vinha em sua direção, porém Rosalie e Emmett viram e correram em disparada tentando alcançar o menino antes que um desastrasse acontecesse.

—Riley, Riley pare! - Gritou a loira sentindo o coração ribombar no peito e sangue correr rápido nas veias. Mas Riley ou não ouviu ou não quis parar.

Rosalie o alcançou bem na altura da pista quando a carruagem já estava em cima deles, felizmente Emmett vinha logo atrás e conseguiu empurrá-los para fora da pista indo com eles no processo. Estavam próximos de um declive e nenhum deles conseguiu manter o equilíbrio quando o corpo grande de Emmett se chocou contra eles de modo que os três acabaram rolando grama abaixo até caírem dentro do lago.

—ÉÉÉÉ!  Vamos fazer outra vez! – Disse   Riley animado batendo palmas e pulando na água fazendo gotas grossas espirrarem para os lados.

Emmett e Rosalie se levantaram encharcados dos pés a cabeça, o vestido azul que ela usava estava arruinado, sujo de lodo, grama e terra. Haviam folhas em seus cabelos que pingava.

—Você, mulher louca! O que deu em você para correr daquele modo e se meter na frente daquela carruagem? Poderia ter morrido! – Ele todo tremia, nunca sentira tanto medo na vida quanto naquele momento, imaginar que ela poderia ter sido atropelada o fazia perder a razão.

—O que? Eu estava tentando salvar o meu irmão, senhor! - Ela gritou não acreditando que ele estava a recriminando em público.

—E que belo trabalho a senhorita fez quase morrendo junto com ele no processo. - Acusou e ela o olhou indignada.

— E o que o senhor acredita que eu deveria ter feito? Esperado que o senhor o salvasse? – Ela riu com desdém.

—Seria o mais sensato! - Ele retrucou furioso. - Não deveria agir como uma louca correndo na minha frente e me atrapalhando.

— Quase o mata afogado neste lago e a mim também. - Ela acusou embora o lago fosse tão raso que nem mesmo uma criança correria perigo. Em seguida Rosalie o empurrou pegando-o desprevenido e fazendo com que ele tropeçasse num tronco caindo sentado. - É isso o que eu acho da sua sensatez. – Gritou atraindo ainda mais olhares. - Nunca mais me procure seu bruto insensível.

Ela estava furiosa, lágrimas se misturavam a água em seu rosto e ela pegou Riley pela mão puxando-o em direção a margem. Como Emmett poderia querer exigir alguma sensatez quando a vida de seu irmão estava em perigo? Ela rangeu os dentes, acabara de passar por um inferno e tudo o que o maldito homem podia pensar era em insultá-la.

Antes do que ela pensou ser possível, Emmett estava ao seu lado.

—Deixe-me acompanha-la até em casa.

—Não é necessário! - Respondeu bruscamente.

—Eu insisto. - Ele devolveu e seguiu ao seu lado pelo caminho de retorno. Rosalie aceitou visto que não tinha como se livrar dele sem chamar ainda mais atenção.

— Me desculpe. – Ele pediu depois de caminharem em silêncio por longos minutos. – A ideia de que algo pudesse acontecer com você me apavorou. – A sinceridade em sua voz fez a raiva de Rosalie esfriar como um passe de mágica.

Estavam na rua de sua casa aquela altura. A loira suspirou.

—Tudo bem. Desculpe ter gritado com você também.- Ela pediu e eles sorriram.

—Pelo visto estou fadado a ficar encharcado cada vez que nos encontramos. - Ele disse tolamente fazendo menção ao fato de terem se molhado na chuva na noite anterior e conseguiu arrancar um sorriso de Rosalie. Finalmente chegaram a porta da residência dos Cullen.

—Muito obrigada pelo passeio. Eu me diverti muito. – Rosalie se despediu tremendo um pouco por conta do frio, estava na hora do crepúsculo e o vento fazia sua pele se arrepiar.

—Eu também. – Ele disse sorrindo. Com uma mesura eles se despediram.

Ao entrar em casa Rosalie teve a certeza de que apesar do que tinha dito aquela não seria a última vez que veria Emmett McCarty e que os céus a ajudassem, mas ela estava ansiosa para vê-lo outra vez. Ali, no hall de entrada de sua casa, suja de grama, pingando água do lago e tremendo de frio ela foi aquecida por uma constatação completamente nova que a deixou boquiaberta e fez um calor se espalhar por seu corpo: estava se apaixonando perdida e irremediavelmente por aquele homem.


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Notas finais do capítulo

E aqui está a parte 2 , a próxima parte vem mais a frente e será a última
O que vocês estão achando desse casal lindo de época?
E essa Esme lutando pra Rosalie desencalhar? aushauhshauhshuas
A Rosalie percebeu que está se apaixonando gente, e agora?
To amando escrever isso ♥
Beijinhos e até amanhã



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