Rony Weasley e a Pedra Filosofal escrita por biapurceno


Capítulo 11
O Cara do Xadrez


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!

Capítulo um pouco menor que de costume, mas tá bem bonitinho. Espero que gostem!!

Bjs e boa leitura!



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CAPÍTULO ONZE

O Cara do Xadrez

Três dias depois Rony já pôde sair da enfermaria sem nenhuma sequela pela mordida do dragão norueguês, tirando a feia cicatriz que ficou no local da mordida. Foi difícil driblar Madame Pomfrey, que insistia em querer saber o que realmente o atacou, mas ele se manteve firme da história do cachorro; por fim, como que ele já tinha sarado, ela desistiu de tentar saber e o liberou. A diretora havia avisado sobre o acidente de Rony em casa, e sua mãe lhe mandou uma carta de quase um metro de pergaminho ralhando com ele por se colocar em perigo e ameaçando da próxima vez lhe mandar um berrador. Esse cartão especial, como o nome já diz, berrava o conteúdo da carta em alto e bom som, era uma vergonha. Só de pensar na possibilidade de um dia receber um estremeceu.

Harry e Hermione até conseguiram entregar o dragão para os amigos de Carlinhos, porém o plano não deu totalmente certo. Draco havia ouvido seus planos, e lido a carta de seu irmão que ficara no livro que o mesmo tomou, e como esperavam, o ele tentou impedi-los. Cheio de maldade, avisou que haviam alunos fora da cama e que ainda por cima levavam um dragão ilegal. Neville ouviu a história e correu para o local na intenção de avisa-los, e no fim acabaram todos sendo punidos: tanto os três grifinórios quanto o sonserino, que não foi perdoado pela professora Minerva por tê-los delatados; no fim, ele também estava fora da cama tarde da noite. Cada aluno perdeu cinquenta pontos naquela noite, e a Grifinória, que liderava a disputa pela Taça das Casas, passou para o último lugar na perda de cento e cinquenta pontos, enquanto os cinquenta pontos perdidos por Draco não fez a menor diferença e a Sonserina assumiu a liderança. Isso irritou profundamente os outros grifinórios, que no dia seguinte já sabiam de toda a história, e passaram a hostilizar Hermione, Harry e Neville. Até mesmo os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa se voltaram contra eles, pois também desejavam ver a Sonserina perdendo a taça das casas independente de quem ganhasse. Para todo lado que Harry ia, as pessoas o apontavam e não se davam ao trabalho de baixar as vozes para xingá-lo. Os de Sonserina, por outro lado, batiam palmas quando ele passava, assobiavam e davam vivas, o que deixava Harry cada vez mais para baixo.

— Eles vão esquecer dentro de umas semanas. Fred e Jorge já perderam montes de pontos desde que chegaram aqui e as pessoas continuam a gostar deles. — Rony tentou consolar.

— Eles nunca perderam cento e cinquenta pontos de uma vez só, ou perderam? — retrucou Harry, infeliz.

— Bom... Não — Rony admitiu.

O trio passava a maior parte do tempo estudando na biblioteca uma vez que as provas estavam próximas e também para ficar fora da vista de resto dos alunos. Em um desses dias, enquanto Rony e Hermione estudavam sozinhos, Harry entrou esbaforido porta a dentro, fazendo a madame Prince olhar de cara feia.

— Vi Snape ameaçando Quirrell outra vez! — Harry falou ansioso — Não consegui ver Snape pois ele devia estar no canto da sala mas eu ouvi Quirrel chorando e saindo correndo, desesperado. Pelo que entendi Quirrel concordou em dizer a Snape o feitiço que ele fez para proteger a pedra. Ele não conseguiu resistir à pressão de Snape.

Rony e Hermione se espantaram.

— Snape então conseguiu. — exclamou Rony — Se Quirrell contou a ele como quebrar o feitiço que protege a Pedra...

— Mas ainda temos Fofo — lembrou Hermione.

— Talvez Snape tenha descoberto como passar pelo cachorro sem perguntar ao Rúbeo — Rony constatou, e olhou para os milhares de livros que tinham em volta de si na biblioteca— Aposto como tem um livro por aqui que ensina como se passar por um cachorrão de três cabeças. Então, o que vamos fazer Harry?

Rony ponderou. Eles três eram os únicos que sabiam o que estava acontecendo, os únicos além dos outros professores que tinham conhecimento sobre o assunto. Os outros mestres não acreditariam em três crianças acusando um professor tão renomado. Não tinha jeito, teria que impedi-lo eles mesmos antes que fosse tarde. Porém, como se lesse seus pensamentos, Hermione falou:

— Se tentarmos alguma coisa por conta própria, com certeza vamos ser expulsos. Vamos procurar Dumbledore. Isto é o que deveríamos ter feito há séculos.

— Mas não temos provas — Harry argumentou. — Quirrell está apavorado demais para nos apoiar. Snape só precisa dizer que não sabe como foi que o trasgo entrou no Dia das Bruxas e que nem chegou perto do terceiro andar. Em quem vocês acham que eles vão acreditar, nele ou em nós? Não é bem segredo que nós o detestamos, Dumbledore vai pensar que inventamos isso para ele ser despedido. Filch não nos ajudaria nem que a vida dele dependesse disso, é muito amigo de Snape, e quanto mais alunos forem expulsos, tanto melhor, é o que ele pensa. E não se esqueçam nós nem devíamos saber da Pedra nem de Fofo. O que vai exigir muita explicação.

Rony bufou inconformado, não podiam simplesmente deixar Snape sair ileso.

— Se déssemos só uma espiadinha... — Rony tentou.

— Não, já demos muitas espiadinhas. — Harry falou decidido, puxando um mapa de júpiter para si para começar a estudar, encerrando a conversa.

A partir dali ninguém mais tocou no assunto da Pedra Filosofal. Rony ainda estava inconformado com a falta de reação de Harry, e ainda tentou persuadi-lo longe de Hermione, mas este não queria papo. Na noite do dia seguinte, Harry, Hermione e Neville foram convocados para a detenção. As dez e meia os três saíram e Rony ficou no salão comunal colocando os deveres em dia. Se não demorassem, talvez os esperasse acordado.

— Ei, Rony! — Fred chamou, estava com Jorge e Lino Jordan próximo a lareira. — Chega mais, vem sentar com a gente.

Rony olhou para os irmãos desconfiado. Eles nunca o chamavam de graça.

— Vocês não vão me mostrar outra aranha, vão?

Os garotos desataram a rir.

— Dessa vez não. Estamos jogando xadrez. Lino ganhou de nós dois e dissemos que não seria capaz de ganhar você e ele discorda, dizendo que ninguém é capaz de vencê-lo.

— E o que eu ganho? — Rony perguntou agora interessado. Essa era uma das raras vezes que seus irmãos dependiam dele, então ia aproveitar.

— Nós passamos a reconhecer que você é nosso irmão para as pessoas. — Fred sugeriu.

— Esquece. — Rony falou ajeitando-se na poltrona em que estava sentado, levantando o livro na frente do rosto.

— Vê se isso te interessa. — Jorge falou, tirando do bolso uma figurinha de sapo de chocolate. —Tirei o Ptolomeu ontem, eu te dou. — Jorge falou.

Rony levantou-se num único salto com as mãos esticadas, mirando a figura, mas Jorge foi mais rápido, devolvendo-a ao bolso.

— Vai jogar ou não? — Perguntou, seu sorriso maroto mostrando que queria barganhar.

— Vou! — Rony aceitou prontamente. Sentou-se de frente para Lino e estalando os dedos. Precisava daquela figurinha a qualquer custo.

— Pode ficar com as brancas se quiser, eu vou vencer de qualquer maneira. — Disse Lino, convencido.

Rony sorriu ladino.

— Eu só preciso de três jogadas. — anunciou.

Fred e Jorge olharam assustados um para o outro. Quando tinha que jogar a sério, assumia outra postura. Era ofensivo e não fazia brincadeiras. Precisava estar bem concentrado.

— É o que vamos ver.

Rony fez o primeiro movimento. Precisava liberar sua rainha para que a movimentasse. Ao mesmo tempo, tinha que persuadi-lo a mover o peão que protegia seu rei. Essa primeira jogada separaria os meninos dos homens. Lino olhou para o ruivo e sorriu, e moveu sua peça exatamente como previu.

Suspirou. Anos jogando xadrez contra ele e Fred e Jorge não foram capaz de vencer de uma pessoa que começava o jogo de uma forma tão inábil; que vergonha.

Rony capturou o peão preto. Isso, como anteviu, deixou Lino apreensivo, de modo que ele usaria para dar o troco exatamente o peão que facilitaria sua vitória, já que era o mais próximo do que movimentou anteriormente. E exatamente como pensou, ele o fez. Sem demonstrar a satisfação por ver o jogo ganho, ele moveu sua rainha para a diagonal oposta.

Lino continuava focado em pegar o peão que anteriormente eliminou o seu e se moveu nessa intenção. Se não tivesse focado no objetivo errado, teria bloqueado sua rainha nessa mesma jogada e forçado Rony a adiar a vitória. Como já tinha antevisto, três movimentos foram o suficiente. Fraco, muito fraco. Jogar xadrez com essas pessoas fazia com que sentisse saudades de seu pai.

— Xeque-Mate — Anunciou para um Lino boquiaberto. Em seguida, virou-se para Jorge, estendendo a mão — Minha figurinha.

— Isso é impossível — Lino continuava olhando incrédulo para o rei preto estatelado ao lado do tabuleiro.

— Nós te avisamos que ele era bom. — Fred deu ombros.

— Ele é uma criança! — Bradou, inconformado.

— Uma criança que joga xadrez melhor que você. — Disse Jorge, orgulhoso.

Rony admirava a figurinha em sua mão. Incrível, agora faltaria apenas uma para sua coleção estar completa!

— Eu quero uma revanche! — Lino ordenou.

Rony pôs a figurinha no bolso e suspirou.

— Tudo bem, não tenho nada para fazer de qualquer modo. Eu ganhei, eu começo.

Rony moveu exatamente o mesmo Peão da primeira vez: o da frente da Rainha. Porém, diferente do jogo anterior, andou apenas uma casa à frente. Ia blefar; Lino provavelmente estava pensando que com a jogada diferente, Rony mudaria a estratégia para pegá-lo num novo plano, mas no fim mudaria apenas detalhes da mesma que já tinha feito no jogo anterior.

O amigo dos gêmeos moveu seu peão da rainha, imitando Rony, e ele teve que reprimir uma risada. No fundo não acreditava que cairia em seu truque novamente. Moveu então o peão que protegia o rei de propósito, isso o incentivaria a ser ofensivo, e deu certo. Lino estava mais confiante e moveu o peão do cavalo para frente, antevendo uma jogada.

Rony virou para o garoto e sorriu, ao mesmo tempo que os gêmeos gargalharam. Rony moveu sua rainha para exatamente o mesmo lugar do jogo anterior, para H5, onde na diagonal oposta estava o Rei preto desprotegido. Xeque-Mate novamente, e mais uma vez em três jogadas.

— Não acredito! — Lino bradou entre os dentes — Você fez a mesma coisa!

Rony deu ombros.

— Nunca disse que mudaria a estratégia. Eu só estava te testando. — e virou-se para os irmãos — Vocês jogam xadrez comigo há anos, como não o venceram?

— O cara do xadrez é você, Roniquinho. Aproveita a fama. — Fred o saudou, e Rony se inflou, metido.

Lino catou as peças de volta e posicionou-as no tabuleiro, decidido.

— Vamos de novo, agora vou à sério!

Rony e Lino jogaram até quase uma da manhã. Até que nas outras partidas o terceiranista conseguiu manter o jogo por mais tempo, e por duas vezes até conseguiu confundir Rony. Mas não teve jeito, depois de não conseguir vencer uma vez sequer, levantou-se chateado, dizendo que ia dormir.

As partidas de xadrez ajudaram a passar o tempo e a não pensar nos amigos em detenção. Porém agora já não poderia fazer mais nada a não ser esperar. Todos já tinham ido dormir. Sentou-se na poltrona em frente a lareira e começou a ler um livro que estava jogado ao seu pé: “Os contos de quadribol de Edward, o vampiro apanhador". Ainda conseguiu ler os primeiros três capítulos do livro, porém logo o sono venceu e ele dormiu ali mesmo.

Estava jogando quadribol, era o goleiro. Anoitecia e o tempo era chuvoso. As arquibancadas estavam lotadas, porém estava tudo muito quieto; ninguém torcia, ninguém comemorava. Todos estavam apáticos. O jogo estava acirrado, Grifinória x Sonserina e o placar estava 50 x 50. O artilheiro da Sonserina estava se aproximando para atirar a goles e Rony se colocou a postos para fazer a defesa. Ele vinha de cabeça baixa, e a chuva não deixava que o visse, porém quando se aproximou o suficiente, pôde ver o rosto macilento do professor Snape. Ele vinha segurando a goles com ferocidade, se preparando para arremessar com toda força que tinha. Rony estava com medo, o professor vinha veloz, e freou bruscamente, parando a centímetros de distância de si, e começou a gargalhar feito louco. Seus dentes eram amarelados e o mal hálito o incomodava. Ele levantou a mão novamente para atirar a goles, mas já não era mais isso em sua mão, no lugar da goles estava um pequeno pacote disforme.

— A pedra filosofal agora é minha, não há nada que vocês possam fazer!

E dizendo isso agarrou Rony pelos ombros e começou a sacudi-lo com força, tentando derrubá-lo da vassoura. Madame Hooch voava tranquilamente e não prestava atenção no que Snape fazia.

— Isso é falta! — Rony berrava enquanto o professor o chacoalhava — Tirem já ele do jogo!

— Acorda, Rony!

Rony abriu os olhos, assustado, enquanto Harry o sacudia pelos ombros..

— O que... aconteceu alguma coisa?

O garoto estava com os olhos arregalados e tremendo. Rony levantou-se de súbito e olhou para Hermione; a menina deu ombros, parecendo saber tanto quanto ele.

— Eu o vi... — Harry falou nervoso — Ele matou o unicórnio, ele estava bebendo seu sangue porque estava fraco demais. Era Voldemort!

Ao ouvir aquele nome Rony recuou alguns passos, nervoso.

— Você-sabe-quem, Harry. — Rony corrigiu, ansioso — Unicórnio? Não entendo.

— Nossa tarefa era descobrir onde estava o unicórnio ferido na floresta proibida com Hagrid. — Hermione explicou — O sangue de unicórnio serve para fortalecer a pessoa mesmo que ela esteja à beira da morte, mas não se pode matar um unicórnio, quero dizer, eles são seres quase celestiais, matar um unicórnio significa ser amaldiçoado. Mas também não entendo, Harry, de onde você tirou que quem estava ali era você-sabe-quem? Quero dizer, ele teria te matado, não?

— Ele tentou. Avançou em mim quando Malfoy e Canino fugiram, mas Firenze me salvou. — Harry andava de um lado para o outro alucinado.

— Quem?

— Um centauro. Ele espantou-o e me trouxe nas costas. Ele me fez enxergar a realidade. Quem mais teria o sangue frio de matar um unicórnio para se manter vivo? Quem mais não teria mais nada a perder?

— Tem centauros lá? — Rony perguntou interessado

— Tem um bocado deles. Aliás, eles ficaram bem irritados com Firenze por estar me carregando, principalmente o tal de Agouro. Vocês conseguem entender onde eu quero chegar? Snape quer a pedra para Voldemort e Voldemort está esperando na floresta... E todo esse tempo pensamos que Snape só queria ficar rico. — Harry andava em círculos cada vez mais rápido e estava tremendo tanto quanto antes

— Pare de repetir esse nome! — disse Rony falou arrepiado.

— Firenze me salvou, mas não devia ter feito isso. Agouro ficou furioso...  — Harry continuou como se Rony não tivesse dito nada — Falou de interferência naquilo que os planetas anunciaram que ia acontecer. Eles devem estar indicando que Voldemort vai voltar. Agouro acha que Firenze devia ter deixado Voldemort me matar. Imagino que isso também esteja escrito nas estrelas.

Quer parar de dizer esse nome! sibilou Rony já irritado. — Vou fazer você se calar na marra, é sério.

— Portanto só preciso esperar que Snape roube a pedra — continuou Harry febril, ainda sem passar recibo de Rony —, então Voldemort vai poder voltar e acabar comigo. Bem, quem sabe Agouro vai ficar feliz.

Rony perdeu a paciência, ia dar só um tapa forte na nuca daquele magricelo pra ver se ele se tocava, mas Hermione o segurou, balançando a cabeça. Harry estava nervoso, e com razão. Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado matou seus pais e tentou mata-lo quando bebê.

— Harry, todo mundo diz que Dumbledore é a única pessoa de quem Você-Sabe-Quem já teve medo. — Hermione o consolou — Com Dumbledore por perto Você-Sabe-Quem não vai tocar em você. Em todo o caso, quem disse que os centauros têm razão? Isso está me parecendo adivinhação, e a Professora Minerva diz que adivinhar o futuro é um ramo muito inexato da magia.

Rony e Harry foram para o dormitório em silencio. Se Harry estiver certo não poderiam simplesmente deixar as coisas acontecerem, não poderiam permitir que Você-Sabe-Quem voltasse e fizesse novamente os estragos que fez no passado. Harry logo fechou a cortina de sua cama, claramente querendo ficar sozinho. Não o culpava, Rony mesmo estava tenso com a possibilidade de Você-Sabe-Quem estar vivo, que dirá ele que foi diretamente prejudicado. Deitou-se também sem saber se conseguiria dormir, pensando em uma maneira de ajudar Harry a proteger a Pedra Filosofal de Snape. Acabaram indo muito à fundo nessa história e não dava mais para voltar atrás; sem querer, a Pedra agora era responsabilidade deles também.


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Notas finais do capítulo

Agora não faltam muitos capítulos para terminar a fic... =/
Espero que tenham curtido, deixem comentários para alegrar meu coração!



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