Ironias do Amor escrita por Lyse Darcy


Capítulo 3
CAP 03 – Esclarecendo as Ironias




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(Atualmente)

Sentada na lanchonete não podia acreditar, estava paralisada ao se dar conta que o pesadelo que a atormentou, desde a noite passada se tornou real. O único momento que se deixou levar pela emoção, e ser um pouco inconsequente. Havia se personificado.

Foi pega pelo laço do destino. “Será que isso existe? ” Perguntou a si mesma com reprovação interna. Agora estava diante do homem que julgou jamais ver novamente. E, o pior descobriu que era um dos sócios, onde havia iniciado seu estágio.

“E como encarar o sujeito na segunda-feira? Ainda bem que Hux não estava na festa, se não...” Pensava em todos os aspectos de seu comportamento intempestivo. Ao ouvir uma voz grave que a tirou do seu transe:

—  Senhorita Jakes? Você está bem? –Falou o homem a sua frente.

— Ah!? Estou. –Respondeu sem muita convicção. Com uma imensa vontade de sair da lanchonete correndo, por tanto constrangimento que estava sentido. E tentou, de modo nada assertivo pedir desculpas pelo acorrido na noite passada, com sua voz falha:

— Me ... desculpe por ... –Ela não conseguiu terminar a frase que ficou entrecortada. Num pigarro a garota limpou a garganta e, retomou a fala meio incerta. –Ontem eu não estava em mim. Me desculpe! Não me pré-julgue. Não faço esse tipo de coisa. –Olhando para a mesa e suas mãos não conseguia encarar o seu interlocutor. A voz a sua frente falou de modo tranquilo e com um certo humor nos lábios.

— Para ser sincero eu também. Não costumo agir assim tão impulsivamente, Senhorita Jakes. Então, também devo lhe pedir desculpas. –Nessa altura o sorriso de Ben era evidente e o seu tom compreensivo, fez a garota de voz falha relaxar e o observar melhor. E pensou: “Deus ele é mais lindo do que eu havia lembrado! ” Daí se aprumou na cadeira e emendou:

— Me chame de Rey, nada de Senhorita Jakes. Isso me deixa desconcertada. –Deu um sorriso tímido e acrescentou: -Afinal de contas, somos mais que conhecidos. –Nessa altura mordeu os lábios por ter falado tamanho atrevimento. Ele olhou para a garota de rosto corado a sua frente sorriu e disse:

— Sim, somo mais que conhecidos agora. Mas prefiro lhe chamar de Senhorita Jakes. –Falou num tom provocador. A moça num desapontamento visível no rosto olhou para a mesa mais uma vez. Ao que o homem percebeu e completou. –No escritório será Senhorita Jakes, mas nos fins de semana e feriados, Rey. Se assim você desejar. –Falou dando uma piscadela e um sorriso travesso. A garota corou com a ação do rapaz.

Ele a olhava como se desejasse ver o fundo da alma da garota e, descobrir os seus mais profundos segredos dela. A moça também o olhava de volta com um olhar doce. Que o deixou rendido mais uma vez. Aquela garota havia o capturado de tal maneira, de modo que, não podia evitar os sentimentos que ela despertava nele.

Na noite anterior ele também admitiu para si mesmo que agira por impulso, do qual ele nunca se permitiu antes, mas aquele momento insano abriu portas para sensações nunca antes vividas. Mas eram muito boas. Não sabia ao certo aonde tudo isso ia dar, ou quais as consequências que enfrentariam, mas dane-se isso por agora. Nesse momento, o mais importante era estar com ela e desfrutar de sua companhia. Então voz feminina e doce cortou seus pensamentos.

— Eu até prefiro que me chame da maneira que comumente você trata os demais, não quero que pensem que tenho ‘foro privilegiado’ com um dos sócios. –Nesse momento a garota deu um sorriso aberto que iluminaram suas sardinhas. O que deixou Ben ainda mais encantado.

— Sim ‘foro privilegiado’. –Riu também. E nesse momento os dois estavam mais confortáveis um com o outro. Nem percebiam o mundo a volta deles. E a conversa fluía descontraída e sem pretensões de ser algo rebuscado ou erudito. Isso foi muito bom para ambos que sempre tinham que ter uma postura centrada e profissional.

A essa altura Rose observava a amiga com um ar divertido. Na torcida de que Rey, finalmente pudesse se abrir para a vida. Ter mais amigos, além dela óbvio, pois a muito tempo se privava de tal alegria desde que seus pais morreram num trágico acidente aéreo. Desse modo, vivia todos os seus dias como uma sobrevivente. Lutando todos os dias para se superar e, não dando espaço para amenidades ou mesmo oportunidade para novas amizades, muito menos se apaixonar.

Sua fiel escudeira pode ser testemunha de ver o coração de Rey se abrir como nunca antes. Desejosa que a amiga tivesse mais desse momento. Pensou e achou melhor ir lá para se despedir e deixa-la aproveitar, e, assim foi na direção da dupla animada que estava na mesa a frente.

— Oi! Rey eu vou indo preciso terminar de organizar umas coisas.               –Falou de modo divertido. Com um olhar brincalhão para a jovem de olhar assustado, como quem foi pega de surpresa.

— Ah! Oi Rose. Tudo bem eu vou com você. –Falou se levantando da cadeira. A outra se adiantou e impediu o movimento colocando a mão esquerda no ombro da amiga e falou com um sorriso aberto. –Não se incomode, eu até prefiro que você continue aqui. Para eu ter mais concentração em minhas atividades. Percebendo a indelicadeza a jovem sentada diz.

— Ah! Que cabeça a minha. Eu ia me esquecendo. Rose Tico. Esse é Ben Solo, um dos advogados, no escritório, no qual eu faço estágio. –Nesse momento o homem elegante e de uma beleza envolvente falou.

— Muito prazer Senhorita Tico. –A voz grave do homem fez a jovem estremecer. E respondeu de modo polido e cortês para não deixar ainda mais constrangida a garota que os apresentava.

— O prazer foi meu Senhor Solo. Mas realmente preciso ir. E vocês continuem a conversa que acredito que deva ser imprescindível. –Olhou para moça sentada a mesa que parecia querer afundar mais e mais nela até desaparecer. Mas, Rose a olhou com um sorriso de aprovação que a outra entendeu e se sentiu encorajada a ficar, aproveitar mais daquela bela e benvinda companhia.

(...)

Ben fez um sinal a garçonete para pagar a conta, porém Rey já havia pago a dela, era costume de fazer isso, pagar antes de se sentar na mesa. As amigas não gostavam de ficar esperando após comer a boa vontade do funcionário vir e fechar a conta, só que hoje ela nem pensou nesse contratempo. Esperou pacientemente, até desejou que demorasse mais um pouco, para ficar na presença daquele homem misterioso e surpreendentemente encantador.

Chegou o garçom que trouxe a conta juntamente com a máquina de passar cartão. Ao acertar a conta Ben também não queria deixar aquilo se acabar. Era uma sensação tão boa que ambos desejaram silenciosamente que isso nunca se acabasse.

Então o advogado indaga a jovem com quem passou uma manhã tão promissora. A caminho do carro no estacionamento.

— Amanhã, você tem planos? Ou posso te fazer um convite? –Falou com a voz segura de sempre, mas seus olhos piscaram e mordeu sua bochecha interna, que refletia um certo temor em ouvir uma recusa por parte da inquirida. Ela o olhou e deu um sorriso iluminado e respondeu.

— Não tenho nada especial para fazer. É domingo não é mesmo? Ia assistir algum filme e ler um pouco. O que você tem em mente? –Ao ouvir as palavras de incentivo para ele continuar o convite. Ele completa:

— Ótimo! Amanhã passo em sua casa para te levar a um lugar, que tenho certeza, você irá gostar. –Falou com entusiasmo.

(...)

Ao parar em frente do apartamento da jovem que aceitou sua carona. Enquanto ela desatava o cinto e abria a porta do carona. Falou com mais segurança.

— Amanhã as 9h me encontro com você aqui. Combinado? –A jovem ao fechar a porta do veículo com um sorriso no rosto respondeu:

— Combinado! Nos vemos amanhã. –A moça deu as costas para o carro andando em direção ao acesso do apartamento, de modo que, o motorista não visse ou percebesse deu um leve suspiro e sorriu para si mesma. Amanhã tudo pode acontecer.


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