Ironias do Amor escrita por Lyse Darcy


Capítulo 18
CAP 18 Uma Ajuda Ironicamente Inesperada




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Ben caminhava pelo jardim de uma praça com árvores altas que sombreavam todo o caminho de ladrilhos, havia flores do campo que exalavam um doce aroma que margeava os lados da senda, dando um aspecto lindo ao local e de mãos dadas com ele e com um vestido floral de botões, Rey seguia a seu lado sorrindo alegre, e esse sorriso o contagiava, o perfume dela era tão doce como as alfazemas que ladeavam tudo, e isto deixava o homem inebriado, quando ela se desvencilhou da mão dele e se abaixou para colhe-las e à medida que as coletava cheirava uma a uma e com isso começava a ganhar distância do homem.

Com isso ele seguia na tentativa de alcança-la, beija-la e abraça-la, contudo, o som do sorriso ficava cada vez mais distante e ele não mais conseguia focar nela e, não estava mais em seu campo de visão, e a sua frente só havia fumaça de um denso nevoeiro que invadia todo o ambiente.

Agora a voz da sua amada não estava mais quente e acolhedora, ao contrário estava embargada e aflita pedindo por ajuda, clamava por Ben.

— Ajude-me! Eu preciso de você, nosso filho precisa de você.

Tornou novamente atenção e fitou Rey que agora chorava com sangue nas mãos e seu vestido coberto do fluido rubro que escorria de seu ventre caminhava em sua direção com as mãos em petição e com o rosto coberto de lágrimas.

Nesse momento Ben Solo acorda num sobressalto bradando o nome de sua amada, estava coberto de suor e ofegante aquelas imagens eram tão reais e, nesse momento uma lágrima teimou em escorrer por sua face. Olhou para sua mão com uma gaze envolvendo seu punho que tinha sido ferido por conta de seu acesso de ira e, virou a cabeça de lado fitando todo o quarto e percebeu que mais que um pesadelo, o sumiço de Rey era real, por ver aquele odioso envelope pardo pousado no criado mudo.

O pesadelo ainda o perturbava então se levantou da cama em direção do banheiro num dos quartos de hóspede de Mark e Lisa, estava apenas de moletom com seu tórax definido a mostra, e com as palavras do bilhete ainda na sua cabeça que fazia o seu sangue ferver em suas veias. Precisava de uma chuveirada para despertar definitivamente das imagens que o assombrava de seu breve sono.

O chuveiro se abriu numa pressão relaxante e, enquanto que a água tépida escorria pelo seu tronco e o aliviava em partes a sua tensão, quando surgiu em sua mente algo que ele e seu amigo deixaram escapar, assim resumiu o seu banho desligou o registro e rapidamente se arrumou.

(...)

Ao se aproximar da cozinha percebeu que Mark e Lisa discutiam algo que os incomodava, ele estava visivelmente alterado, coisa rara de se ver, assim quando eles viram Ben na entrada da copa, ambos disfarçaram o desconforto.

— Bom dia, Estranho! – Falou Mark tentando disfarçar o embaraço. A esposa apenas sorriu sem graça.

— Bom dia Samurai, Phasma! – Solo preferiu não adentrar no assunto que os absorvia a poucos instantes, julgando não ser as questões envolvidas com Rey, nisso Tico inquiriu.

— Quer um pouco de café? Precisa, você está com uma cara péssima. – Ele sorri fingidamente em meio a uma careta e anuiu em aceitação da bebida, com isso Mark pede para que Nina sirva o seu amigo, que o fez prontamente.

— Mark, deixamos um detalhe muito importante passar, talvez por cansaço, ou até mesmo nervosismo. – O homem o olhou arqueando uma das sobrancelhas e indagou.

— Qual, Estranho?

— Certo. – Temperou a garganta e prosseguiu. – Em nenhum momento olhamos para a placa do veículo, podemos ter uma pista, além do bilhete. O seu ouvinte se recostou na cadeira avaliando o ponto por alguns segundos e ponderou.

— Podemos sim verificar as imagens, contudo não acredito que seja uma pista, porque pode ser uma placa fria.

— É pode até ser, mas precisamos tentar todas as alternativas. – Ao terminar a sentença deu um gole em sua bebida quente e, o seu ouvinte assentiu em concordância.

Nesse momento surge Rose, e adentra no ambiente e beija seu irmão na testa.

— Bom dia, maninho! – E ele sorriu gentilmente.

— Bom dia, princesa! – Quanto aos demais ela apenas cumprimentou formalmente, com isso Lisa se aproxima da cunhada e a interrogou.

— O rapaz vai vir aqui de novo? Como é mesmo o nome dele? – Nesse momento a garota gira seus olhos para cima e para não chatear seu irmão respondeu calmamente.

— O nome dele é Finn e, ele virá sim, porque também é amigo da Rey. – A mais velha não gostou da resposta que a outra deu. E respirou fundo.

— Não vai ser necessário meu bem, já temos a ajuda necessária. – A isso Mark encarou a esposa de modo duro.

— Pelo contrário, toda a ajuda é bem-vinda, minha querida. – Desviou a vista dela e olhou para a sua irmã e continuou. – Tome seu café tranquila e receba o Finn Aqui em casa ele irá nos ajudar muito.

Lisa Christie, sentiu uma pontada de raiva, pois perdia o controle de seu mundo e via ele se esfacelando e, precisava manter tudo como sempre foi, então raciocinou consigo, enquanto não resolvesse as questões de Rey deixaria as coisas como estavam, porém, quando tudo se arranjasse ela resolveria seu pequeno problema com Rose, a garota, teria que ser novamente gentil e obediente como sempre foi.

Após todos terem tomado o seu dejejum foram para o escritório. Ben estava com o envelope na mão já havia memorizado o conteúdo, e repassava cada palavra contida ali naquele pedaço de papel. Sabia que os autores daquele bilhete estavam jogando com ele.

 Os termos do bilhete:

“Sua garota está em nosso poder, se quiser vê-la novamente, siga as instruções que se seguirão mais à frente. Entraremos em contato. Não tente nenhum ato de heroísmo, ou ela morrerá.

P.s. Esperamos que você encontre o que procura”

 

A expressão dessa mensagem sinistra martelavam em sua cabeça, não conseguia dissociar daquelas palavras que ouvira algumas horas antes de Hux, e isso era estranho e perturbador. Mas as perguntas precisavam ter uma resposta: Por que ele iria querer a Rey? Que ligação teria com o seu desaparecimento? As questões o deixava inquieto e precisava chegar a uma conclusão lógica. Com isso Mark o interrompe de seu raciocínio.

— Como eu falei, Estranho a placa era fria, examinei ampliando a imagem e averiguei junto ao departamento de trânsito e nada.

— Sim, Samurai, esse quebra-cabeça não se encaixa, eles não iriam cometer tamanho erro.

Ben ficou por um longo tempo meditando se falava ou não o detalhe que o incomodava e, o mais esquisito disso tudo, o amigo o analisava e então perguntou.

— Tem alguma coisa lhe deixando contrafeito? – Solo o fitou com preocupação.

— Para falar a verdade tem sim algo me deixando muito apreensivo.

— Fale então o que está te inquietando. – Pontuou Mark.

— Um advogado do escritório onde trabalho, ele não é meu amigo, até alimentamos uma antipatia um pelo outro. – Deu uma pausa e respirou pesado e continuou. – Ele me ligou ontem à noite, e o mais esquisito disso tudo não foi a ligação em si, mas as palavras que ele concluiu ela.

— O que foi que o sujeito disse de tão alarmante? – Perguntou curioso.

— Ele disse palavras semelhantes aos do bilhete: “Espero que você ache o que está procurando. ” — A isso, eles se entreolharam e Mark Tico se pronunciou.

— Então isso não é apenas uma coincidência, esse homem está jogando com você, e como disse está cada vez mais pessoal contra sua pessoa. Precisamos sermos mais rápido que ele.

Finn que já se encontrava na casa e ouvia tudo aquilo com muita atenção, se interpôs com muita cautela para não deixar Solo irritado, ou mesmo começar mais uma sessão de quebra-quebra fez uma consideração.

— Vocês estão suspeitando de Hux, então podemos colocar alguém para segui-lo. E ele sem saber pode nos levar onde Rey está! – Todos olharam para o rapaz, e o advogado anuiu com a cabeça e falou seco.

— Até que não é uma má ideia traidor, porém tem uma falha nisso. Se for ele, Hux está preparado, conhece a todos nós e, se nos ver não nos levará a ela. – Nesse momento o estagiário sorriu como que sabendo de algo que os demais não conheciam. E completou.

— Eu tenho o sujeito perfeito para isso, Hux não o conhece.

— E quem seria essa pessoa? – Indagou Ben tentando controlar sua raiva.

— Calma Esquen... – Finn pigarreou e se aprumou e emendou. – Calma ele é muito discreto, mas antes deixa eu ligar para saber se vai poder participar nisso. – Solo franziu o cenho em pura irritação mordendo sua bochecha interna e disparou.

— Eu sei quem você quer chamar. O ‘pet’ de estimação de dona Leia Organa. – Proferiu isso em puro desdém.

— O nome dele é Poe! E tenho certeza que irá nos ajudar. – Finn rebateu.

— Que seja! – Respondeu com pouco-caso.

— Toda a ajuda é bem-vinda. – Se adiantou Mark e completou. – Ligue para ele, contudo não podem conversar aqui, porque se for mesmo quem achamos que sequestrou a Rey, deve manter a todos nós sob vigilância. – Finn assentiu e falou.

— Vou ligar para ele agora mesmo!

(...)

No Niima’s Finn e Rose aguardavam a chegada de Poe e eles foram muito específicos para que ele não entrasse pela porta da frente e fosse o mais discreto possível. Ele não entendeu toda aquela preocupação, todavia seguiu à risca as instruções recebidas.

Adentrou o restaurante pela porta traseira e olhou o ambiente retro que lembrava uma lanchonete dos anos 50 e avistou a dupla sentada numa mesa próxima a um jukebox e caminhou até eles, olhando ao redor notando que só havia eles no local, então falou de supetão.

— Posso saber o motivo de tanto segredo? – A voz os pegou tão de surpresa até que Rose se assustou e verteu o líquido em torno de si e falou.

— Pelos Céus, que susto!

— Calma eu não quis assustar vocês. E por que estão assim tão tensos? – Perguntou curioso arqueando uma sobrancelha.

Assim Finn e Rose o convidaram para se sentar e passaram a narrar em riqueza de detalhes tudo que havia acontecido desde o fatídico sumiço de Rey sexta-feira à noite, até aquele momento de seu encontro ali com eles, as imagens da câmera, o bilhete anônimo, a suspeita que surgiu a um advogado do escritório de Snoke, e que precisaria de alguém para o seguir para saber onde Rey estava e que pudessem resgatá-la, ao descreverem os traços físicos do sujeito, nesse momento Poe, arregalou os olhos e disse.

— Vocês suspeitam de Armitage Hux?! – Ambos se entreolharam atônitos ao se darem conta que o rapaz conhecia o homem em questão, mas ele logo os tranquilizou.

— Fiquem tranquilos! Eu o conheço por causa de suas atuações nada ortodoxas no cenário jurídico, porém ele não me conhece. – Deu uma piscadela e continuou. – E é claro que irei ajudar vocês e Rey! Eu vou precisar de mais apoio para que ela não sofra nenhum dano. E eu tenho a ajudantes perfeitos para isso!

Finn olhou para Rose havia preocupação em seus olhos, sabia que Ben e Mark haviam recomendado em não envolver mais ninguém naquilo tudo e, estava ciente que principalmente o esquentadinho não se agradaria se soubesse que mais pessoas se envolvessem no problema. Nisso Poe se adiantou ao perceber a hesitação da dupla.

— Não se preocupem! Quem vai auxiliar a nós são muito discretos e, gostam muito da Rey.

Com essa explicação o amigo logo pode notar que a quem ele se referia eram seus novos patrões e que realmente gostavam muito da garota desaparecida, contudo acreditava que não seria uma boa ideia, visto que não queria trazer mais problemas para aquela situação que já era desesperadora. Então falou.

— Tenho certeza que são boas pessoas, Poe! Mas acho que se você seguir o plano, não será necessário mais ninguém. – Olhou para o seu interlocutor com confiança que arqueou mais uma vez a sobrancelha e pontuou.

— Esse plano é de fato muito bom, segui-lo vai trazer algumas pistas, se caso as suspeitas de vocês estiverem corretas, quanto a quem levou a Rey. – Então olhou para Rose e depois para Finn e perguntou com curiosidade.

— Como vocês se conheceram?

— Foi sorte, eu acho! – Respondeu Rose

— Boa ou má?

— Espero que seja boa. – Completou Finn com um sorriso nos lábios.  A isso os três riram e Poe completou.

— Então estamos combinados, vou ajudar vocês, mas terão que confiar em mim e acima de tudo, acreditar nas pessoas que me ajudarão. – A dupla anuiu com a cabeça e, ele continuou.

— Ótimo vou fazer os meus preparativos. – No entanto, antes que Poe saísse Rose temperou a garganta e se fez ouvir.

— Antes de ir precisa saber de algo muito importante. – Fez uma pausa avaliando como poderia dizer aquilo e prosseguiu. – Rey está doente e esse plano que você está arquitetando não pode trazer nenhum risco a ela.

O olhar da garota ficou perdido e rasos d’água, e nesse momento Finn fitou a jovem que desviou a vista e, ele pode verificar que o que vira no dia anterior não tinha conexão, porém agora fazia todo o sentido, ela segurando uma roupinha de bebê e as lágrimas em sua face, neste instante ele compreendia a preocupação da amiga. E era óbvio que deveriam estar. A isso o rapaz a indaga.

— Rey não está só doente, não é? Tem mais coisa nisso? – Finn falou com convicção e Poe fitou a ambos confuso e a jovem abaixou a cabeça não queria responder ao amigo.

— Do que Finn está falando? – Poe olhou para a garota de modo confuso.

— Não é nada ele pensa demais! – Tentou desviar das questões levantadas, no entanto o estagiário insistiu no assunto que ela tentava fugir.

— E quanto a roupinha de bebê que você segurava no outro dia lá no quarto da Rey. Diga o que significa? – A garota estava visivelmente incomodada com aquela insistência, pois não queria invadir a privacidade da amiga e em revelar algo tão pessoal, contudo queria que todo o plano seja lá qual fosse teria que ser cuidadoso, a isso Poe notando o desconforto da garota se pronunciou.

— Relaxa, Rose vamos ser muito prudentes e não vamos fazer nada que arrisque a vida de Rey ou qualquer outra pessoa inocente. – Assim piscou em cumplicidade com ela e continuou. – E é por isso que preciso entrar em contato com os meus aliados e, Finn você sabe quem são. Eles serão uma boa ajuda.

O rapaz ao ouvir aquilo do amigo fez uma negativa com a cabeça sabia muito bem que o Esquentadinho não ficaria nada satisfeito em saber que não seguiram as suas recomendações e ainda mais porque estavam envolvendo mais pessoas naquela história. E então Poe o acalmou.

— Relaxa amigo, façamos o seguinte vocês voltam para casa do irmão da Rose, e conte a eles que vocês conseguiram minha ajuda. E quanto a mim irei para a casa da Leia e contarei o que está acontecendo e ela saberá o que fazer no âmbito legal.

Finn não se agradou muito do que o novo aliado propôs, no entanto, não tinha outra escolha, afinal de contas o que ele mais desejava era ver sua amiga sã e salva e nesse momento esse era o mais acertado a se fazer.


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Notas finais do capítulo

Desculpem algum erro que eventualmente tenha passado ...
Beijos e até a próxima ...



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