Follow Your Soul escrita por Nez


Capítulo 37
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Mais um!



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35º Capítulo

Versão da Inês

Ouvi um som muito forte, parecia um camião. CAMIÃO?!

-“FÁÁÁÁÁ!” – gritei, mas ela estava exactamente no meio da estrada - “NÃÃÃOOOOOOO!”.

Oh Meu Deus não queria imaginar a minha Fá ali estendida no chão. Ouvi a buzina do camião a tocar e a tocar. Comecei a chorar instintivamente , sem mesmo olhar para a estrada. Não me sentia preparada para ver a minha cadelinha naquele estado.

-“Olá! A cadelinha é tua?” – perguntou uma voz que eu nunca tinha ouvido. Uma voz doce e suave. Virei-me na sua direcção e pulei de alegria quando vi que o rapaz carregava a minha Fá no colo.

-“FÁ! Oh Fá! Ai Fá que susto me pregaste.” – já ela tinha saltado para o meu colo e me lambia a cara toda.  Estava tão feliz que nem me lembrei do rapaz que me tinha salvado o dia. Já ele ia quase ao fundo da rua.

-EI! EI! TU!” – gritei. Não o podia deixar ir embora sem lhe agradecer. Ele voltou-se devagar e com o sol a bater-lhe nas costas. Bem o rapaz era sem dúvida lindo. Alto, cabelo castanho e uns olhos verdes lindíssimos sobre a pele branca. Por um instante fiquei ali a admirar tal beleza.

-“Eu?” – perguntou o rapaz delicadamente. Acenei afirmativamente, pelo que o rapaz veio na minha direcção.

-“Queria agradecer-te pelo que fizeste!” – sorri agradecendo.

-“Oh não foi  nada de especial. Ela estava assustada e não ia sair da estrada.” – disse encolhendo os ombros.

-“Mesmo assim. Foste muito corajoso em meteres-te assim á frente de um camião para salvar uma cadela.”

-“Fiz o que gostaria que também fizessem pelo meu cão. Se algo assim acontecesse.” – reparei que tinha um tom um pouco criticante na sua voz. Como que a culpar-me por ter largado a trela.

-“Distraí-me um pouco e ela aproveitou logo e fugiu.” – disse meia envergonhada. Até parece que tinha que lhe dar satisfações.

-“Ya. Isso não me interessa nada. Não tenho nada a ver com isso!” – disse voltando a encolher os ombros.

-“Pois tens razão! Mas obrigada na mesma por ma teres salvo. Não me imagino sem ela.” – desta vez o rapaz não encolheu os ombros. Em vez disso sorriu. Tinha um sorriso bonito, cativante. Mas nada que se comparasse ao sorriso torto do Sérgio.

-“Não foi nada a sério. Ainda bem que está tudo bem certo?”

-“Mais que certo!” – disse sorrindo e olhando para a minha Fá.

-“Não és de cá pois não?” – perguntou curioso.

-“Sou. Vivo mesmo nesta rua.”

-“Hmm… estranho. Acho que nunca te vi por aqui.”

-“Pois. Não tenho estado em casa ultimamente. Mas agora voltei. Vou passar aqui o Natal.”

-“Gabriel? Demoras muito?” – chamavam um grupo grande ao fundo da rua.

-“Bem suponho que sejas o Gabriel…” – disse rindo.

-“Yah. Bem… tenho que ir. Vemo-nos por aí estranha.” – e despediu-se de mim, dando-me um beijo na bochecha e piscando-me o olho. Só consegui dizer “ Xau!” quando o rapaz já se tinha ido embora.

De facto este dia prometia –“ Que dia mais estranho” – pensei para mim.

Apressei-me a agarrar firmemente a Fá e dirigi-me para casa, quando oiço alguém gritar por mim.

-“Inêêssssssssss!” – era a Rita do outro lado da rua . Será que ela tinha visto? Ela correu para junto de mim , atravessando a estrada num ápice.

-“Olá mana ‘tás boa? Porque acordaste tão cedo?” – perguntei-lhe. Não era hábito da Rita estar de pé tão cedo.

-“Oh… eu não queria perder o meu tempo na cama sabendo que tu daqui a 3 semanas te vais embora.” – dizia ela meia envergonhada. Ela era daquelas pessoas que não gostava muito de falar sobre os seus sentimentos. Tinha vergonha disso.

-“Oh és mesmo totó. Mas já que estamos as duas bem acordadas… Viste o rapaz que estava aqui?” – perguntei-lhe.

-“Não. Não vi ninguém porquê?”  - respondeu abanando a cabeça.

-“Porque ele salvou a minha Fá de ser atropelada por um GRANDEEEE camião. Chama-se Gabriel ou que é. Pelo menos foi assim que o chamaram.” – encolhi os ombros não dando muita importância para esse facto.

-“O QUÊ? A FÁ IA SENDO ATROPELADA?!” – gritou ela, agarrando no focinho da Fá e reclamando com ela que não podia fugir assim e enchendo-a de beijinhos.

-“Mas está tudo bem. Ainda bem que esse rapaz estava aqui. Estava no sitio certo, á hora certa!”

-“Podes crer mana. E ainda por cima é cá um Deus!” – ok. Nem vou descrever como a Rita se estava a babar , literalmente, neste momento.

-“Queres um babete?” – disse brincando com ela.

-“Lá porque encontraste o teu príncipe encantado… eu ainda não o encontrei ok?” – disse ela fazendo beicinho e puxando-me pelo braço de caminho á sua casa.

* * *

As semanas passaram a correr como a Rita me tinha dito que aconteceria. Durante estas 2 semanas passeámos imenso: fomos ao oceanário, a Rita adorava aquele ambiente e prometi-lhe que quando estivéssemos juntas que iríamos lá, fomos ao cinema ver um filme de terror – nem sei como, porque nem eu nem ela nos lembramos do filme – foi mais gritos que outra coisa, mas foi muito divertido; revi os meus amigos da minha antiga escola – tinham feito obras no bar e nos recintos exteriores, o que dava há escola um ar mais moderno e melhor -até houve uma noite em que nos juntamos todos lá em casa para uma pequena festa, ficámos a relembrar os velhos tempos e houve muita choradeira como era de prever.

O Sérgio finalmente me tinha dado notícias, mas andava meio estranho. Talvez estivesse com saudades – pensei eu.

-“Filha o que foi? Estás tão aérea hoje…” – perguntava-me a minha mãe. Estávamos as duas na cozinha, mais a minha avó. Hoje era sábado e estávamos a fazer os docinhos de Natal. Cheirava tão bem e o ambiente estava tão acolhedor. Tínhamos acendido a lareira – o que parece ter agradado á Fá que foi logo deitar-se lá á frente.

Mas devo dizer que amassar não era muito fácil, o que vale é que depois comer aquilo ia saber super bem. Já estava a imaginar a mesa cheia de docinhos de natal: as filhoses, os sonhos, o bolo-rei, a lampreia, Ai e o tronco de natal. Oh Deus já me crescia água na boca.

Adorava esta época natalícia. Adorava andar na rua e ver as luzinhas todas a brilhar, ver as árvores de natal todas enfeitadas com os presentes em baixo, e claro, sentir o cheiro dos doces de natal.

Acabámos de fazer tudo era meia-noite e tal. Só começámos a fazer depois do jantar, porque a minha mãe esteve a trabalhar durante o dia – o que vale é que amanhã tinha-a só para mim. Ela estava mesmo mais feliz, mais animada. Já não chorava pelos cantos, na verdade, cada vez que olhava para ela parecia que brilhava.

Mal caí á cama só tive tempo de fazer uma coisa antes de adormecer totalmente com a Fá ao meu lado.

Destinatário: Sérgio

Mensagem: Amo-te ♥


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Notas finais do capítulo

Gabriel a nossa nova personagem :)



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