Follow Your Soul escrita por Nez


Capítulo 36
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Emocoes fortes neste capitulo!!



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34º Capitulo

Versão do Sérgio

                                                                                                                                                                                                                                                

Não queria acreditar que a minha bonequinha não ia estar comigo nas férias. Queria tanto aproveitar este tempo para estar com ela. Para estarmos finalmente juntos sem problemas, sem ninguém a interferir, apenas nós os dois. Mas a mãe dela teve que ligar.

Eu sei que ela queria ir, e por isso não insisti para ficar aqui comigo. Afinal ela tem que falar bem com o que resta da família dela , já basta ter perdido o pai. Nem imagino o que era eu perder a minha mãe. Faz-nos tanta falta – a mim e á Clarinha. Quem me dera tê-la conhecido na altura, para a ajudar a ultrapassar esse mau momento.

Bem, não adianta pensar no passado. Agora tenho que a apoiar na relação com a mãe. O único problema é que elas vivem em Lisboa. Será que se elas se derem bem outra vez a Inês irá viver outra vez para Lisboa? Será que ela se separaria de mim? Nem quero pensar.

Programei o despertador para lhe fazer uma surpresa amanha. Iria aparecer na estação antes dela entrar para o autocarro. Iria despedir-me dela, mais uma vez. Dar-lhe mais um beijo. Eu não me cansava de a beijar. Ela era espantosa. Nem conseguia acreditar que finalmente estávamos a namorar. Ela era especial. Assim que a vi, soube logo que tinha que ser minha.

Nessa noite sonhei com ela. Perfeita como sempre. Parecia um anjo com aquele vestido branco e com os seus cabelos castanhos soltos ao sabor do vento. Os seus lábios mais vermelhos que nunca, apetitosos – como que a chamarem-me para sentir o seu sabor.

* * *

Acordei com a porcaria do sol a bater-me mesmo em cheio nos olhos.

-“Porra pá porcaria de sol .” – Refilei sozinho no meu quarto , tapando-me com a almofada. Estava a voltar ao meu sonho perfeito quando me lembrei não há este sol tão forte ás 7 da manhã.

Levantei-me da cama e peguei no telemóvel para ver que horas eram. Ela já tinha apanhado o autocarro. Era melhor manda-lhe uma sms, eram quase meio-dia.

Destinatário: Inês

Mensagem: Já chegaste linda? Nem acredito que a porcaria do despertador não tocou. Queria ir ter contigo a estação. Já tenho saudades tuas. Em breve estamos juntos outra vez. Adoro-te tanto. Beijos*

Decidi ir tomar um duche e vestir-me para ir tomar o pequeno almoço. Quando saí do duche, com uma toalha enrolada na cintura – porque a maluca da minha irmãzinha convidou uma amiga para cá dormir. Andar nu em casa não era aconselhável – peguei no telemóvel para ver se ela já tinha respondido, mas no ecrã não tinha mensagem nenhuma.

Será que está chateada comigo por não ter dito nada? – pensei.

Estava a chover lá fora, para variar. E com as miúdas lá na sala não me apetecia ir para lá. Decidi sacar um filme da net que queria ver, enquanto o filme sacava, fui até á cozinha fazer umas pipocas para ver durante o filme. Só me vinha a cabeça pensamentos deprimentes: “ Quem me dera que ela estivesse aqui comigo”. Podíamos ficar aqui no quarto a ver o filme. E como é de terror ela iria agarrar-se a mim e eu iria abraçá-la e dizer que não havia razão para ter medo.

“Pi pi pi” – o som do microondas fez-me despertar destes pensamentos.

Deitei-me na cama e comecei a ver o filme.

-“ MANOOOOOO MANOOOOOOOOO!” – entrou a minha irmã pelo quarto a dentro, assustando-me e fazendo-me entornar as pipocas todas.

-“PORRA CLARA! ‘TÁS PARVA?!”

-“Desculpa mano.” – reparei que o seu entusiasmo desapareceu.

-“Oh Clarinha desculpa. Mas assustaste-me, fogo, ‘tou a ver um filme de terror né?” – disse levantando-me e abraçando-a. Odiava ver a minha irmã triste –“Diz lá qual é o motivo de tanto alarido?”

-“Nem vais acreditar. O pai vem ter connosco!” – dizia sorrindo. Senti-me a ferver mal ouvi a palavra “ pai”.

-“O QUÊ?!” – perguntei já furioso.

-“Sim mano. O pai vem cá passar uns dias connosco. Deve estar a chegar! Achas que ele…”

-“Eu não acho porra nenhuma! E não sei porque estás tão contente Clara. Ele não quer saber de nós!” – disse tentando conter a raiva que estava a sentir.

-“Porque estás a dizer isso? O pai gosta de nós.” – e os olhinhos dela começavam a encher-se de lágrimas, mas não me importei. Queria que ela entendesse de uma vez por todas que o pai não é bom , e nunca iria voltar.

-“Clara entende isto : o pai não gosta de nós. O pai nem te ligou quando fizeste anos. O pai vem cá porque deve ficar no caminho para onde ele vai trabalhar. ELE NÃO- QUER-SABER-DE-NÓS!” – disse palavra por palavra. A minha irmã tinha que compreender isto. Não a suportava ver com ilusões de que voltaríamos a ser uma família feliz. Olhei para ela e reparei que as lágrimas já lhe escorriam pela cara.

-“Clarinhaaaa” – disse, abraçando-a , mas ela afastou-me.

-“NÃO. Não quero os teus abraços. EU O-D-E-I-O-T-E! E ESTÁS ENGANADO. O MEU PAI GOSTA MUITO DE NÓS. MAS TU NÃO FACILITAS NADA. TALVEZ ELE NÃO GOSTE É DE TI! ÉS UM MONSTRO!” – e saiu batendo a porta com força e a chorar.

O que fui fazer? – perguntei-me – não queria magoar a minha irmã deste jeito. Talvez ela tenha razão, talvez eu seja um monstro e isso é que afastou o nosso pai. Caí ao chão com tanta raiva que estava a sentir neste momento.

“Quem me dera que ela estivesse aqui comigo, ela saberia o que fazer.” – pensei, quando o telemóvel tocou. Era uma mensagem dela, da minha princesa, da minha vida.

Mensagem: Cheguei agora. Ai Sérgio sinto-me tão nervosa. Quem me dera que estivesses aqui comigo. Vou agora avisar a minha mãe que já cheguei, para saber onde ela anda. Quando chegar a casa aviso-te. Beijinhos*

“Quem me dera que também estivesses aqui comigo Inês.” – murmurei .

-“Sérgio? Filho posso entrar?” – era a minha mãe a bater á porta do meu quarto. Com certeza ia ouvir um sermão.

-“Entra mãe.” – sussurrei.

-“Oh filho… Levanta-te!” – a minha mãe ajudou-me a levantar-me do chão –“ O que se passou com vocês filho? Porque é que a Clarinha está a chorar daquela maneira?”

-“Porque é que o pai vem cá mãe? PORQUÊ?” – sentia-me tão frustrado por não haver nada que eu pudesse fazer.

-“Oh filho. Ele só vai cá passar 2 dias. Tenta aguentar.” – A minha mãe tentava acalmar-me, mas ela sabia que esta situação me deixava fora de mim.

-“Então só está mesmo de passagem… Mãe isso deixa a Clara tão confusa. Ela continua com a ideia de que um dia o pai vai voltar… para ti.” – comecei a chorar de tanta raiva que sentia.

-“Calma filho…Shh… Calma!” – tentava acalmar-me a minha mãe. Quando ouvi a porta de casa a abrir-se.

-“PAAAAAAAAAI, ESTÁS AQUI!” – gritou ela na entrada. Os seus gritos foram tão altos que até no meu quarto a ouvi. Encolhi-me instintivamente. Sentia uma dor tão grande. Nem acredito que ela se deixava enganar por aquele homem.

-“Sérgio calma filho. Fica no teu quarto se quiseres ok?” – a minha mãe queria evitar uma grande discussão. Porque sabe que era isso que ia acontecer se eu falasse com o meu pai.

-“Acho melhor!” – disse entre dentes , fechando a porta quando ela saiu do meu quarto.

Só me apetecia gritar, mas sei que não o podia fazer. Precisava dela aqui comigo. Ainda pensei em mandar-lhe uma sms, mas ela devia estar a divertir-se lá em Lisboa e não a queria incomodar com os meus problemas.

Continuei no quarto. A minha mãe trouxe-me o almoço ao quarto, mas mal lhe toquei. Era insuportável comer e ouvir aquela festa na sala. A Clara estava completamente derretida com o pai, não devia saber que ele se ia embora daqui a 2 dias.

Já eram 18h e tal quando deixei de os ouvir. Deviam ter ido passear, afinal a chuva tinha parado á umas horas atrás. Saí um pouco do quarto e aproveitei e fui á casa de banho.

Quando voltei ao meu quarto senti um ódio imenso crescer-me no peito. Ali estava ele  no meu quarto, a mexer nas minhas coisas, a mexer na fotografia da Inês que eu tinha na cabeceira.

-“O que estás aqui a fazer?” – perguntei entre dentes. Não queria gritar.

-“Oh Sérgio estás aí filho? Eu vim cá á tua procura, mas não estavas…”

-“E como não estava começou a mexer nas minhas coisas? Quem lhe deu esse direito?!”

-“Esta é a tua namorada? A tua mãe falou-me dela. Diz que mudaste muito!”

-“É a minha namorada sim. E teria visto que eu mudei se nos visitasse mais vezes. Mas como para nós nunca tem tempo.” – respondi-lhe tirando a moldura da minha princesa da mão dele.”

-“Se eu aqui estivesse não tinha permitido isto não…” – murmurou ele.

-“O QUE DISSE?”

-“Eu conheço a tua namorada Sérgio. Ela é de Lisboa não é?” – ele não parava de andar pelo meu quarto, estava a deixar-me louco.

-“COMO SABE ISSO?”- já me estava a passar. Como é que ele sabia tanto da Inês.

-“Eu vi-a lá há uns tempos. Vi-a num funeral a que fui.”

-“Algum colega que morreu? É que da família não morreu ninguém!” – perguntei sarcasticamente.

-“Não. Do senhor que eu atropelei. Daquele acidente que eu tive há uns tempos.”

-“O QUÊ?! O SENHOR NÃO ESTÁ A FAZER SENTIDO NENHUM!”


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Notas finais do capítulo

Q acharam desta descoberta??



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