Estilhaços de vidros voaram pela sala ao serem quebrados pela chuva de balas. Sam caia com as pernas para o ar, enquanto havia uma Lydia em cima dela. Scott e Malia também pararam no chão, obviamente juntamente com Kira. Isso aconteceu em um milésimo de segundo.

Fora da casa haviam alguns caçadores, óbvio. E logo a Monroe não demorou a aparecer.

— Vamos saia logo McCall! Entregue-se!

Falou a caçadora pelo megafone, olhando para a janela que estava totalmente destruída.

Ambos levantaram exceto a Blake que ainda estava no chão.

— E agora o que faremos? – Perguntou Malia olhando para Scott e Lydia.

Sam escutou a conversa e levantou, sabia que o que estava próximo a fazer poderia ser considerado como suicídio, mas era a única maneira de saírem dali.

— Quando eu pular pela janela e sair correndo, saiam imediatamente pela porta de trás.

Explicou olhando convicta para todos.

— Sam, não. – Disse o alfa enquanto Lydia ainda parecia estar em outro mundo.

— É o único jeito, alfa. – Ela ajeitou os cabelos e antes que Scott ou algum dos outros três falasse algo ela saltou pela janela e saiu correndo entre os caçadores.

McCall olhou de Lydia para Malia e depois de pensar em fim falou.

— Vamos.

[...]

Dentro da mata, os galhos dos arbustos eram castigados, já que Sam passava a mil por eles. A garota dos cabelos vermelhos tinha a vantagem por ser um hibrido, balas de prata ou com acônito não lhe faziam efeito.

Isso era bom, mas até onde ela aguentaria as dores. E foi quando uma bala atingiu sua perna a fazendo cair no chão.

Monroe chegou bem perto dela e a pegou no queixo e apertou-lhe as bochechas.

— Senhorita Blake, vou levá-la, já que não temos o Scott. – falou convicta chamando dois dos caçadores para pegá-la.

A adolescente soltou um rugido assustando a mulher, mas acabou levando um soco de um dos caçadores por estar presa.

— Faça isso novamente e eu vou rasgar seu pescoços com minhas presas. – o sotaque reberverou causando arrepio nos outros dois, enquanto a caçadora usou uma arma de choque.

Os homens a jogaram amarrada no porta-malas do carro e seguiram para o covil.

[...]

Scott, Lydia e Malia iam no jipe com o Stiles. Todos estavam em silêncio no jipe, enquanto o Stilinski seguia para a delegacia. O alfa verdadeiro tentava ligar para o Argent, mas ele não atendia. Tentou Theo e Liam, mas nem um dos dois atendiam também.

A poucos metros dali, Raeken e Dunbar corriam dos caçadores, enfim conseguindo entrar na pick up. O quimera pisou no acelerador e seguiram sem destinatário nenhum, apenas para conseguir escapar. É escaparam.

— Essa foi por pouco. – falou Liam respirando fundo, olhando para Theo que apenas deu um curto sorriso e seguiu em frente.

Em fim, Scott e os outros três chegaram na delegacia.

— Pai, pai! – Stiles gritou adentrando a delegacia, junto com seus amigos.

Na delegacia estava muito quieto, mas logo o delegado Stilinski chegou, acompanhado de Parrish.

— O que houve Stiles? – perguntou olhando para seu filho.

— Eles pegaram a Sam. – respondeu o menino eufórico. – E é provável que estão com o Argent e o Peter também.

— Quem é Sam? A garota de cabelos vermelhos? – perguntou o xerife. – O Argent trabalhando com o Peter? O mesmo Hale que tentou matar todo mundo? – Falou por fim colocando a mão na testa, indicando uma possível dor de cabeça.

Scott e Stiles se entre olharam, mas foi Lydia e Malia quem acabaram falando.

— Ele já não é mais assim. Ele ajudou bastante, temos que reconhecer. – Disse a banshee.

— Não é de se estranhar tanto assim... – respondeu Malia. – Eu acho.

E enquanto eles conversavam, um barulho foi escutado do lado de fora. Era Monroe e o resto dos caçadores.

[...]

Sam acordou em um lugar que estava na penumbra, olhou para o lado vendo Peter Hale e do outro lado parecia o caçador Argent.

— Acordou princesa. – Disse o cara que estava sentado na cadeira.

A Blake olhou para ele de cara fechada e olhou de relance para o Hale que até então parecia também está desacordado. O Argent ela tinha certeza que estava desacordado, agora o outro ela tinha suas dúvidas.

— Agora você poderia começar a me responder quais são os planos do alfa. – Mandou o caçador de cabelos lisos, vestia uma camisa xadrez, pegando um controle que estava em cima da mesa.

— Supondo-se que eu não queira. O que você vai fazer? – perguntou a garota.

O homem levantou do lugar pegando uma mangueira e ligou jogando água em todos. Peter e Chris acordaram pela água. Logo ele voltou ao seu lugar e ligou o controle eletrocutado os demais.

Um rugido foi escutado por conta da garota. O Hale, esse apenas levantou o olhar olhando para o caçador.

— Então, agora sabem o que vai acontecer caso não cooperem. – respondeu o caçador voltando a olha-los. Colocou seus pés sobre a mesa. – Agora pode começar a falar.

— Não sabemos o que alfa quer, seu maníaco. – esbravejou a Blake.

Foi interrompida por uma onda elétrica.

— Sabe, eu não estou acreditando nessa história. Desembucha ruiva. – Falou ele apertando o botão novamente.

— O que ela diz é verdade... Não sabemos... – Falou o Argent com dificuldades.

E mais uma vez o botão foi pressionado. Peter riu maníaco.

— Por que não levanta daí e chega aqui mais perto. – Falou olhando para o outro.

Ele levantou e assim o fez. Chegou na frente de Peter e girou o botão, vendo ele, especialmente ele se eletrocutando.

— Melhor agora?

Peter levantou a cabeça ofegante, mostrando os olhos azuis elétricos e soltou um rosnado. A Blake olhou para o lado e viu que as amarras de couro estavam quase se partindo por conta das rajadas de eletricidade.

Ela sussurrou baixinho sabendo que Peter iria escutar e não demorou para ele abrir a boca. A principal pergunta era se o Argent iria aguentar.

— Sabe... – começou o Hale. – Você idiota. No fim, nos sabemos que você tem medo por isso se esconde atrás desse botão. – Peter gargalhou e não demorou para a descarga elétrica o atingir.

— Ora... Ora... Ora... Você não passa de um covarde. – riu a Blake. – Admita! Você queria ser como nós. – Um grande sorriso torto surgiu no lábios dela.

E outra descarga veio. O ex Alfa escutou as batidas cardíacas de Chris e se aquilo não acabasse logo, ele não iria resistir.

— Ele só tem que aguentar mais um pouco. – sussurrou Sam.

— Seus... Seus... ATÉ PARECE QUE EU GOSTARIA DE SER UMA ABERRAÇÃO COMO VOCÊS!! – Se levantou em um rompante e iria ligar o botão no máximo.

Teria dado certo se Sam e Peter não tivesse quebrado as amarras. Um par de olhos alaranjados e outro azuis elétricos não estivesse parado sobre ele. Seguido de um rugido estrondoso.

Peter quebrou as amarras de Chris enquanto Sam socou o caçador e o amarrou em seu lugar.

Peter queria retalhar, mas o Argent não deixou. A garota apenas sorriu torto enquanto o Hale resmungava algo sobre o caçador ser “estraga prazeres”.

— Você não vai responder com quem aquela mulher está trabalhando, não é? – perguntou Sam.

— Claro que não! – respondeu o caçador.

— Que pena. – Ela ligou o botão e o caçador tremeu até em fim desmaiar.

Chris a repreendeu.

— Ele não está morto, mas você deveria saber o que acontece quando deixamos um inimigo vivo. – ela respondeu enquanto Chris balançou com a cabeça negativo. – Você quem sabe. – Ela esmagou o controle com o pé. E por fim saíram daquele local.

[...]

Enquanto adentravam mata adentro para chegarem rapidamente na frente do lofit do Derik e poderem seguir para a casa do Argent, a garota parou sentindo um cheiro. Um cheiro familiar.

Olhou para todos os lados, não vendo nada. O Argent colocou a mão em seu ombro e ela saiu de seus devaneios seguindo seu rumo.

Não demorou e chegaram no carro do caçador, que provavelmente não aguentaria mais correr, afinal ele era só um humano.

— Eu posso curar você. – ela ofereceu.

— E como?

— Meu sangue. – ela respondeu afastando a manga da jaqueta desgastada. – Quer?

Peter olhou curioso. – Não conheço um lobisomem que possa curar dessa forma. – olhou incrédulo.

— Eu sou metade vampira. Assim que vampiros curam. – ela resmungou. – Vai querer ou não? – olhou para o Argent.

— Não. – respondeu o Argent.

— Que seja. – Entraram dentro do carro e saíram.

[...]

Chris recebeu uma ligação do Scott, assim como Liam havia. Mas no caso eles foram para a casa do Argent. Todos naquele carro precisavam trocar suas vestes.

Uma vez que chegaram na casa do caçador. Ela falou que ela poderia ficar no quarto de sua filha. Não era do feitio da Blake aceitar, mesmo depois que ficou sabendo que ela havia morrido, mas decidiu aceitar.

Peter ficou quieto e o caçador desconfiou andando contra ele.

— O que está tramando? – questionou.

— Não estou tramando nada. Estou pensando. – respondeu se virando na cadeira antiga.

— Então? – esperou ele.

— Isso não vai acabar aí. Pelo menos os adolescentes vão ter que ir embora. – Falou por fim o Hale.

— Já vi esse filme antes. – estreitou seus olhos o caçador.

— Todos nós já vimos esse filme antes, Argent. – respondeu o encarando.

— Então sabemos no que vai dar. – rebateu Chris que sentou na outra cadeira.

Peter apenas estreitou os olhos e saiu para o banheiro. A garota desceu as escadas com os cabelos molhados, já vestida com roupas novas e um par de sapatos.

— Muito obrigada Argent. Eu agradeço, mas não poderei ficar. Eu tenho que checar uma coisa.

— Tá bom.

A garota ando pela porta e saiu correndo mata adentro. Peter voltou a sala e Chris fechou a porta.

A Híbrido saiu correndo mata adentro e se deparou com um lobo prata de olhos azuis.

— Não é possível... – falou a garota espantada.

O lobo saiu do modo de ataque e deu uma volta ao redor dela e parou se sentando. E de repente voltou a sua forma original.

— Impossível!! – ela respondeu piscando os olhos.

— Sentiu minha falta, Sammy? – Ele respondeu colocando uma mão na cintura.

— Você é tão irritante que continua vivo. – Ela olhou surpresa, mas logo um sorriso estampou seu rosto.