Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 22
Após Os Muros


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Os três caminharam até o colégio, não havia ninguém em parte alguma, seus materiais ainda estavam embaixo da árvore onde eles haviam dado comida ao gatinho prateado que eles haviam salvado.

Eles pegaram suas coisas e foram em silêncio até os portões.

—Acho que... tchau? - Miya disse, sem jeito. Era difícil se despedir depois de terem passado tanto tempo juntos.

—Tchau. - Sam sorriu, acenando para as amigas, que viraram as costas e andaram lado a lado em direção ao dormitório feminino.

Sam avistou seu carro e já ia entrar nele quando ouviu Lucas o chamar:

—Demorei tanto assim pra você desistir de esperar por mim?

—Lucas! - Sam se virou, surpreso. - O que está fazendo aqui?

—Ué. Fui chamado na diretoria por causa do vídeo do gato. Esqueceu? - Lucas riu. - Falando no gato, cadê ele?

—Voltou pra casa.

—Oh... Estava pensando em adotar ele.

Sam observava Lucas com carinho. Ele havia sentido tanta saudade.

—O que foi, Sam? - Lucas perguntou, colocando a mão na testa do amigo. - Está com febre? Seu rosto está meio vermelho.

—Não é nada. - Sam balançou a cabeça. - Eu só... senti sua falta.

Lucas riu alto:

—O que você tem? Não fiquei nem dez minutos na diretoria.

Sam sorriu para Lucas:

—Pareceu bem mais... Mas, deixa pra lá. Quer treinar flauta?

—Você me convidando para treinar flauta? Só pode estar mesmo com febre.

—Se você não quer, problema seu. Não sou eu que passarei vergonha em público.

Lucas riu e entrou no carro com Sam.

Depois que chegaram na mansão, foram logo para a sala de música. Lucas pegou a flauta de Sam e foi para o pequeno palco se aquecer.

Sam abriu sua bolsa sob a mesa, e para a sua surpresa seu caderno de composições estava lá dentro. Ele tinha certeza que o havia esquecido em Litari.

Folheou as páginas, e lá estava a mensagem que ele escreveu para Lucas.

—Sam? - Lucas se aproximou. - Você está bem?

Sam esbarrou sem querer na mesa e deixou seu caderno cair no chão.

—Uma composição nova? - Lucas pegou o caderno e viu a música que Sam escreveu no jardim. - Posso tocá-la?

Sam balançou a cabeça afirmativamente e observou o amigo voltar para o palco.

Lucas passou os olhos pela partitura, e logo a decorou. Quando ele começou a tocar, parecia que ele já conhecia a música e as notas ecoaram suavemente pela sala.

Sam fechou os olhos, e escutou sua composição ser tocada com perfeição.

Quando a música acabou, Lucas suspirou:

—Eu realmente adoro suas composições.

—Você tocou muito bem. - Sam disse, e se aproximou. Queria logo pegar o caderno antes que Lucas virasse a página, mas já era tarde de mais.

—Tem mais alguma música nova? - Lucas perguntou, animado. Virou a página do caderno e sorriu. - O que é isso?

—É apenas um poema. Devolva meu caderno.

Lucas puxou o caderno antes que Sam o pegasse e leu:

—Não consegui dormir. Passei a noite me lembrando do seu rosto, do seu sorriso, da sua voz. Tenho medo de nunca mais te ver. Não consegui dormir. Pois não sei o que acontecerá amanhã. Apenas sei o que sinto por ti hoje. E se eu não voltar, se eu não te encontrar. Quero que saiba que eu não consegui dormir. Pois passei a noite me lembrando de ti. Não consegui dormir. Seu nome não sai da minha cabeça. E sua imagem me aparece toda a vez que fecho os olhos. Não consegui dormir. Pois quero que saiba de algo que eu nunca te disse. E talvez nunca me escute dizer. Se esse for um adeus. Saiba que estive pensando em ti. Por isso não consegui dormir. Se esse for um adeus. Saiba que...

Sam estava vermelho, suas bochechas estavam quentes, e ele não sabia para onde olhar.

—O quê...? - Lucas perguntou, aproximando o caderno do rosto. - O final está borrado. Eu não consigo ler.

Sam respirou fundo e falou:

—Não consegui dormir. Pois meu coração bate forte por ti. Eu te amo.

Lucas fechou o caderno e o colocou sob a mesa. Se aproximou de Sam e sorriu:

—E você achava que eu nunca te escutaria dizer.

Sam o olhou confuso.

Lucas abraçou Sam carinhosamente e sussurrou:

—Quero que saiba de algo que eu nunca te disse, e achei que nunca fosse dizer. Meu coração bate forte por ti. Eu te amo, Sam.

Sam sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, e afundou seu rosto no peito de Lucas.

—Sam. - Lucas falou, acariciando o cabelo de Sam. - Eu te amo. Por favor, não me diga adeus.

Sam levantou seu rosto e viu as lágrimas caindo dos olhos de Lucas.

—Não vou dizer adeus. - Sam sorriu. - Não mais.

 

• • •

 

Miya estava no seu quarto, no dormitório feminino, quando ouviu baterem na porta.

—Miya, posso entrar? - era a voz de Lua.

—Claro, Lua. Entre, por favor.

Lua abriu a porta devagar e entrou no quarto.

—Aconteceu alguma coisa? - Miya perguntou, enquanto tirava suas roupas de uma gaveta e as guardava em uma mala.

—Não, eu só queria te dizer que... Está fazendo as malas?

Miya se sentou em sua cama e suspirou:

—Estarei indo para Londres em dois dias. Acabei de receber a ligação da minha agente. Minhas pinturas serão expostas em uma galeria de lá.

—Em dois dias?! - Lua perguntou, espantada.

—É um sonho se tornando realidade. Londres. 

—E vai ficar lá por quanto tempo?

—Por alguns meses. Ou talvez termine o terceiro ano em um colégio de lá. Eu não sei. Mas, enfim... O que você queria me dizer?

Lua olhou para Miya, meio sem jeito e falou:

—Eu sinto muito. Eu te julguei mal. Você não é tão... ruim quanto eu havia pensado.

—Está tudo bem, Lua. - Miya sorriu. - Eu sinto muito se te magoei, ou se feri seus sentimentos de alguma maneira.

—Não... Está tudo bem, então... Era, só isso mesmo. - Lua sorriu e foi em direção à porta.

Miya se levantou e chamou:

—Lua.

Lua se virou ao ouvir a amiga, que sorria ansiosa.

—Daqui dois dias os alunos do terceiro ano terão uma semana de folga. - Miya continuou. - E se você não tiver planos, venha comigo. Para Londres.

—Você está falando sério? - Lua perguntou.

—Eu sei que não será uma aventura como a que acabamos de ter, mas... acho que vai ser legal. Quero dizer... com você ao meu lado, tenho certeza que será uma viagem incrível.

Lua sorriu para Miya, e respondeu:

—Será uma honra estar ao teu lado na realização do seu sonho.

As duas fizeram planos, riram juntas e ficaram acordadas até tarde imaginando como seria a viagem.

No dia seguinte, elas foram juntas para o colégio. Carla havia faltado, então Miya se sentou na carteira ao lado de Lua.

—Acabei de receber a confirmação da minha passagem, e minha mãe já me mandou meu passaporte, chegará hoje ainda. As malas já estão quase prontas. - Lua falou, animada.

—Não esqueça de levar blusas de frio. Você sabe como é o clima de lá. - Miya sorriu, ainda mais ansiosa.

Sam se aproximou das duas e perguntou:

—Vão viajar?

—Miya recebeu o convite de uma galeria para expor suas pinturas, e eu estarei indo com ela para Londres! - Lua respondeu.

—Você está falando sério?

—Estou. Por que?

—E vocês nem vão me chamar? - Sam fez bico.

—Ué. Você nunca comentou que queria ir para Londres.

—E eu preciso me pronunciar?

—Sam, eu recebi a notícia da viagem ontem a noite, então... - Miya tentou se explicar.

—Nós não somos amigos? - Sam choramingou, brincando. - Nem que eu vá na mala, ou amarre correntes em nós três. Eu vou com vocês.

—Lógico que você vai conosco. - Miya riu.

—Que amigas são vocês, heim?! Me deixando de lado.

—Pára de drama, Sam. - Lua riu e deu um soco no ombro do amigo.  – Você vai com a gente de primeira classe!

—Primeira classe?

—Claro. E quem vai pagar é você!

—Bom... Se sou eu quem vou pagar... - Sam falou e pegou seu celular.

Sam discou, e falou para a pessoa do outro lado da linha:

—Sim. Sou eu, Sam... Quero o jato pronto amanhã...  Londres... Isso... Obrigado.

Quando ele desligou o telefone, Lua perguntou:

—Jato? Jato particular?

—Vocês realmente acham que eu vou me sentar em um banco que vai lá saber quando foi a última vez que limparam, ou quem já se sentou nele? Por favor, né meninas. - Sam virou os olhos.

—Mas nós já compramos as passagens... - Miya comentou.

—Não se preocupem, depois me passem o telefone da agência que vocês compraram as passagens e eu darei um jeito.

—Ui. Poderoso. - Lua riu.

—E eu... levarei alguém comigo. - Sam falou, olhando disfarçadamente para Lucas.

—O Lucas, certo? - Lua levantou uma das sobrancelhas.

Sam encarou a amiga, sentindo seu rosto queimar.

—Não adianta disfarçar, Sam. - Miya sussurrou. - Não dá pra enganar as amigas.

—Conta pra gente tudinho! - Lua sorriu. - De-ta-lha-da-men-te.

Sam riu ao ver as amigas curiosas:

—Com licença, a aula já vai começar e eu preciso limpar a minha carteira.

Eles tiveram mais provas naquela manhã. E depois do almoço, tiveram a tarde de folga.

Miya, Lua, Sam e Lucas se sentaram no jardim e conversaram sobre os locais que visitariam em Londres. Fizeram listas de coisas que comprariam e comidas que gostariam de experimentar.

Passaram horas sentados ao sol, conversando e se divertindo.

Ao pôr do sol, eles se despediram.

Miya e Lua voltaram para o dormitório, Lucas e Sam foram para suas casas.

Houve uma pequena cerimônia no ginásio, na manhã seguinte. Os alunos do terceiro ano teriam uma semana de folga e eles estavam ansiosos para que o diretor terminasse logo seu discurso sobre o que quer que fosse o assunto. Ninguém estava prestando atenção.

Após receberem os parabéns por todos terem tirado ótimas notas nas provas do semestre, eles foram dispensados.

Lua, Miya, Sam e Lucas foram até o dormitório feminino para que as meninas trocassem de roupa e pegassem suas malas.

Depois foram para a casa de Lucas, e depois para a mansão de Sam.

—Sam, você não disse que morava em um castelo! - Miya comentou, ao chegarem na mansão.

—Não é um castelo. - Sam murmurou.

—Sam, vai pegar suas malas. Vamos logo pro aeroporto. - Lua apressou Sam. - Mal vejo a hora de chegarmos em Londres.

—Aeroporto? - Sam perguntou. - Quem disse que vamos até o aeroporto?

—O jato fica nos fundos. - Lucas falou, tirando as malas das meninas do carro. - Ele tem uma pista aqui. E ainda diz que não é um castelo.

Miya e Lua ficaram boquiabertas.

Alguns empregados logo apareceram e colocaram as bagagens dentro de outro carro, qual usariam para ir até a pista de vôo.

Sam trocou de roupa e em poucos minutos eles já estavam dando a volta pela propriedade.

O jato particular já estava a espera dos quatro. O piloto se apresentou e apresentou sua comissária de bordo.

Ao entrarem no jatinho, foram recebidos com champanhe e aperitivos.

—Sam. - Miya riu. - Como eu faço pra ser adotada pelos seus pais?

—Eu também! Eu também quero! - Lua levantou o braço.

—Vocês levaram coice na cabeça quando estávamos em Litari, ou o quê? - Sam virou os olhos. - Não vejo porquê estão tão surpresas.

—Litari? - Lucas perguntou. - Onde fica Litari?

—Fica logo após os muros. - Miya respondeu, deixando Lucas ainda mais curioso.

—Após os muros?

Sam riu:

—Você não vai acreditar.

E então, decolaram. Sem nem imaginar que uma nova aventura os esperava.

 

 

 

 

 

 

fim


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Notas finais do capítulo

A aventura chegou ao fim ♡
Espero que tenha gostado de ler essa estória, assim como eu adorei escrevê-la ♡ ! ahah .
Não esqueça de deixar um comentário com a sua opinião ♡



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