Contos de uma rosa escrita por Rosa


Capítulo 9
Dia 20 de um mês e ano qualquer


Notas iniciais do capítulo

Eu sei eu sei EU SEI que enrolei muitoooo, mas sabe como é né? Comecei a facul, e ainda faço mais um curso junto, tava bemmm difícil de eu parar pra escrever, maas aqui estamos! Como sempre eu espero que vcs curtam mesmo esse capítulo pq eu amei demais (;



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EU SEI QUE VOCÊS ESTAVAM COM SAUDADES. Na verdade eu espero. (c/a: ÓBVIO que eles estavam.) Okay, então. A história de hoje vai ser longa. Um pouco mais que cinco minutos de leitura. Risos. Então, sente em sua cadeira, cama, banco do metrô, etc. Qualquer lugar que você esteja lendo isso e coloque sua imaginação para funcionar.

“Praia. Mar. Ondas. Eu tinha tudo isso. Uma das vantagens de morar no litoral é poder desfrutar de cada grão de areia. Inclusive aqueles que entram em lugares indesejados e escuros. Mas, mesmo assim é maravilhoso. Eu sempre achei esse um dos lugares mais românticos e solitários do mundo. Solitários porque eu sempre ia sozinha. Claro, com minha família e amigos as vezes, mas os momentos que eu mais aproveitava era quando estava sozinha. Uma pena que depois eu vi que estava enganada.

Ele tinha me chamado para irmos à praia. Talvez com ele ia ser diferente. Talvez não.

— Mãe eu vou andar de bike na praia! — avisei e sai correndo para que não houvesse questionamentos. Bike eu sabia usar. E como era uma linha reta mesmo não ia ter subidas e coisas assim.

Assim que cheguei perto do canal que tínhamos combinado, avistei uma figura encostada em sua bicicleta olhando para o azul. Cheguei atras dele silenciosamente e cutuquei seus ombros de leve. Ele virou e pronto. Seu rosto era o suficiente para toda a tristeza ir embora. Todos os problemas iam embora quando eu o via. Ou todos os problemas surgiam quando eu o via. Eu ainda não tinha escolhido. Eu não queria escolher. Eu não queria pensar. Pensamentos estragam tudo.

Começamos a andar e perdi a conta das vezes que eu tentava o ultrapassar e ele avançava ainda mais. Perdi a conta das vezes que eu sorria. Perdi total noção do tempo e só voltei pra realidade quando aquele osso suspeito começou a doer porque afinal eu não era nem um pouco atlética. Eu devia ter previsto isso.

— O que acha de pararmos um pouco? — porque meu osso suspeito ta doendo e minha lombar iria agradecer muito.

Assim que paramos procuramos um banco para sentar. Estava chegando perto das quatro horas e o vento estava começando a esfriar. Julho sempre era mais frio que o normal, apesar de um lindo dia de sol. (c/a: era inverno Rosa, claro que estava mais frio). Ela sempre estraga meu ar poético das coisas.

Sentamos um do lado do outro virados para o azul. Não sei quanto tempo ficamos ali só observando todos os movimentos que estavam acontecendo naquele momento. Fechei meus olhos e parei para sentir todos os cheiros e ouvir todos os sons. Posso dizer que até tinha algo divino naquilo.

— Eu amo esse lugar.

— Eu também. A companhia ajuda muito. — ainda com os olhos fechados eu dei um sorriso de leve e respondi em seguida:

— Ajuda e muito.

Foi então que eu ouvi junto com todos os outros sons misturados. Ouvi além do som do vento, da água, do mar, da areia, da vegetação presente.

— Acho que estou apaixonado por você. — esse som extra saiu tão baixo e inaudível como a minha respiração naquele momento porque ela simplesmente tinha falhado e parado de funcionar.

— O que você disse? — pois é. Ótima resposta.

Fiquei de frente pra ele e o analisei em todas as formas.

— Eu não disse nada. — ele ia jogar sujo assim?

— Você realmente disse isso? — eu juro que tinha uma força maior que estava fazendo eu perguntar essas coisas. Eu dei uma leve risada sem graça pedindo socorro pra qualquer força divina que eu tinha sentido minutos antes ali. Mas aí veio a calmaria de novo. Eu me virei para o azul, fechei meus olhos e soltei:

— Eu também.

Mudamos de assunto tão rápido que nem tinha parecido uma breve declaração de amor perante a uma imensidão azul. Estávamos falando sobre algo inútil quando eu percebi que tínhamos virado um para o outro e estávamos mais próximos que o normal. Ou talvez esse era o normal. Normal para nós dois. Ele começou a me explicar sobre alguma coisa a ver com canais e barcos e eu já não estava mais prestando atenção em nenhuma fala que saía de sua boca, eu estava prestando atenção em sua própria boca. Seus lábios carnudos levemente molhados pelo fato dele umedecer a cada frase concluída por causa do vento me fez reagir a única forma possível de reação. Lá estávamos nós. Em um lugar de solidão mas agora sem solidão alguma. Nos beijando perante o azul. Sentindo o sabor do sal do vento junto com nossas salivas.

Cheguei em casa e já estava escurecendo. Eu nem sabia que horas eram. Eu não sabia quem eu era. Tomei um banho, jantei e fiz o que toda a família faz quando está reunida: novela das nove.

VOCÊSABEQUEM: oq ta fazendo?

LAVIDAEMROSA: nda. Vendo tv. E vc?

VOCÊSABEQUEM: nda tb. Hoje foi mto legal.

Legal?

LAVIDAEMROSA: foi sim! Precisamos repetir mais vezes.

O beijo, não o negócio de andar de bike até o osso doer. Aí ele DO NADA solta:

VOCÊSABEQUEM: vc quer namorar cmg?

QUE?!

LAVIDAEMROSA: ooooi???

VOCÊSABEQUEM: eh isso msm, vc quer namorar cmg?

LAVIDAEMROSA: ah, querer eu quero, mas o pedido não pode ser assim, tem q ser pessoalmente.

ÓBVIO, NÉ? Boba aqui não tem ninguém. Mas então ele respondeu algo que eu não soube reagir.

VOCÊSABEQUEM: entao abre a porta.

Eu ouvi um barulho de toc toc na porta. No exato momento que isso aconteceu eu soube o que era a sensação em filmes de terror quando o capeta bate na porta e ela abre sem ninguém atrás. Só que teria alguém na porta. Eu olhei pra minha mãe que estava deitada no sofá bem plena como se nada estivesse acontecendo. Ela olhou para meu pai com um sorriso cúmplice e eu me senti em algum programa de pegadinhas do Silvio Santos. Eu perguntei pra ela o que estava acontecendo e ela apenas soltou um ‘filha abre a porta’.

Eu me levantei calmamente do sofá e fui em direção ao meu filme de terror. Assim que eu abri dei de cara com um buquê de rosas vermelhas enorme que tampava todo meu campo de visão. Atrás dele estava ele. O garoto do perfume. O protagonista dessa história. Ver ele ali na minha frente com seu sorriso causou a única reação possível para mim. Lágrimas. Eu me vi chorando pela primeira vez em sua frente. Eu chorei pois nunca tinha recebido uma surpresa assim. Era muito clichê e romântico pra ser verdade. Eu o abracei depois de muito tempo secando meu rosto e sussurrei de leve em seu ouvido: ‘eu te amo’. Agora eu tinha descoberto o que isso era.”

Quando aprendemos a realmente amar alguém vira um caminho sem volta. Pode se passar anos e anos de sua vida e você ainda vai lembrar que ama tal pessoa. O amor, falado com sabedoria, não vai embora. O amor quando usado da maneira correta dura a vida inteira por mais que não compartilhado com as mesmas pessoas. Quando realmente sentimos, não devemos economizar as palavras. A vida é curta demais para não falarmos de amor.
Ai hoje eu estou toda romântica, mas mal sabem vocês que estou solteira e bem plena comendo a minha pizza vendo meu seriado favorito. (c/a: triste realidade). Ah, até que é boa a solidão. Quando a usamos com sabedoria.

E aí amores? Alguma história que se passou na praia pra me contar?

Boa noite, xoxo.


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Notas finais do capítulo

Está aí genteeeee, to bem ansiosa confesso HHAHAHA pleeeease interagem comigo pq eu me sinto mto especial. Beijos.



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