Sonho de Infância escrita por Frida


Capítulo 8
Rodada 8


Notas iniciais do capítulo

Tema da Rodada: Sarcasmo, Perdão, Amor
A palavra que escolhi foi perdão.



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Naquele dia, infelizmente, não encontrei os donos do cachorrinho no parque. Passo em uma pet shop lá perto para comprar uma coleira bem simplezinha, já que não posso ficar gastando meu dinheiro com esse tipo de coisa. Volto para o parque e devolvo a corda pras crianças, despedindo-me.

Já de volta a casa, junto do cão, aproveito para tirar algumas fotos do cãozinho com a câmera fotográfica, ligo o notebook e publico um post no facebook de "cão encontrado". Espero que os donos dele vejam e entrem em contato.

Acabei de descobrir que esse cachorro é bem folgado, viu. Mal chegou aqui em casa e já foi direto deitar em cima do meu sofá. Bom, o que importa é que ele não está mais na rua. Deixo ele ficar a vontade lá na sala e vou pro meu quarto trocar de roupa (moletom, senti saudades).

Quando checo meu celular, vejo que tem uma ligação perdida. Na tela aparece: "Mãe". Eu não consigo acreditar no que estou vendo. Há poucas horas eu estava chorando desesperadamente depois da briga com a minha mãe, e agora ela liga pra mim? Será que ela quer despejar mais insultos ou fazer as pazes? Sinceramente, não faço ideia.

Quando eu estava na adolescência, eu e minha mãe brigávamos muito uma com a outra, sabe? Não eram brigas tão sérias como essa última, mas eram bem constantes. Ela achava que eu passava muito tempo na TV e no celular, que não ia a lugar nenhum, ficava só maratonando séries (o que eu ainda faço). Pra completar, eu era meio desleixada com os afazeres domésticos, e ela era uma mãe bem exigente. Quando ela ficava brava, dava pra ouvir os gritos do outro lado da cidade.

A minha curiosidade venceu e eu ligo pra minha mãe. Após alguns "bips", ela atende com a voz soando preocupada. Eu respondo com um "oi". Então, isso é como se fosse um sinal pra ela começar a despejar as palavras. Bom, primeiro de tudo, ela pede perdão por ter falado todas aquelas palavras horríveis, nada daquilo era verdade, e ela estava meio bipolar por causa do efeito de um remédio que ela começou a tomar. Ufa, então não era de verdade. Não sei mensurar o quanto eu estou aliviada!

Finalmente, quando mamãe acaba de falar, eu peço perdão a ela também. Nos últimos tempos, tenho tido uma atitude muito preguiçosa e mimada. Até hoje não consegui um emprego pra me sustentar e ainda fico pedindo dinheiro emprestado pros meus pais como se não houvesse amanhã. Isso está errado. Preciso que ela me perdoe pelas minha atitudes egoístas, não tenho agido como uma adulta que eu sou. É como se eu tivesse regredido pra minha fase da adolescência, fazendo pirraça porque não consegui o que quero na hora que eu quero.

"Mãe, me perdoa..."

Despedimos uma da outra com um "eu te amo" misturado com lágrimas. Terminada a ligação, a única coisa na minha mente nesse momento é a certeza de que eu preciso mudar de atitude. E tem que ser agora ou nunca.


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