Sonho de Infância escrita por Frida


Capítulo 2
Rodada 2


Notas iniciais do capítulo

Tema da Rodada 2: Borbulhante



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Depois daquele trânsito todo, chego em casa, finalmente. Ao passar pela porta da frente e acender as luzes, deparo-me com uma sala de estar bem desarrumada.

Ixi, o braço do sofá ainda está com aquela mancha escura do café que eu derrubei sem querer. Vou ter que googlar como faz pra tirar isso, mas acho que aprendi com minha mãe que é só jogar farinha por cima, né? Isso me lembra de quando eu e a Ni, deitadas na cama de casal dos meus pais, ficamos debatendo como fazer pra esconder a mancha de canetinha azul no lençol. De quem foi mesmo a ideia de colorir em cima da cama? Não lembro como acabou essa história, mas sei que não existe desculpa que eu poderia ter usado para me safar de uma bronca daquelas.

Voltando ao presente, acho que os móveis estão com uma camada de poeira que está começando a ficar bem aparente (hmmm, domingo passado não foi dia de limpeza? O que eu fiquei fazendo naquele dia mesmo?). Ah, e ali debaixo da mesinha está o casaco que eu fiquei procurando que nem louca hoje de manhã!

E olha que toda essa bagunça foi só no perímetro da sala. É fácil imaginar a situação do resto da casa.

Largo a maleta que tinha levado pra entrevista de emprego em cima do sofá (mais uma adição à bagunça, porém, por enquanto, decido ignorar). Vou até o quarto pra trocar a roupa social para um moletom bem confortável e umas pantufas macias, ao invés do sapato apertado que estava usando. Oh, é um alívio tremendo. Por hoje, não quero mais pensar em obrigações, só em descansar.

Ando até a cozinha, e já vou direto fuçar no armário. Preciso de algo comestível pra alimentar meu estômago faminto. Entre uns pacotes de biscoito, encontro uma garrafa de cachaça pela metade. Pego ela na mão. Um golinho dessa seria perfeito nesse momento, mas acho melhor não. Vou me contentar com outro tipo de borbulhante. Abro a geladeira e pego a garrafa com um restinho de coca-cola. Quando desenrosco a tampa, faço uma terrível descoberta: está sem bolhas! Argh! Coca sem gás tem gosto de remédio (sim, eu já provei pra saber).

Uma lembrança me vem a mente. Quando criança, numa das festas de aniversário da Ni, eu bebi tanto refrigerante que fiquei com dor de estômago depois. Mamãe ficou furiosa comigo. Não me lembro se essa foi a vez que eu vomitei no carro ou se foi naquela viagem em família pro sítio do tio. De qualquer jeito, depois daquele dia eu aprendi minha lição e nunca mais exagerei na bebida.

Bom, já despejei a coca no ralo, então, o que me resta é beber água mesmo. Em adição, pego um pacote de biscoito salgado com gergelim, uma faca e o pote de manteiga (convenientemente, estão localizados um ao lado do outro, compartilhando a mesma prateleira do armário). Poderia ter feito alguma comida mais elaborada, tipo um ovo frito, mas isso demandaria trabalho e mais louça suja.

A TV da sala ainda está com aquele problema na tela, e eu esqueci de levar pra consertar. Deito na minha cama, pego o celular e abro o app da Netflix. Nas indicações, há filmes de comédias, de comédias românticas, e de animações. Já que estou em um clima de reviver o passado, que tal rever um filminho de quando eu era criança? Já sei, vou ver "Os Incríveis"! Ta aí, um filme bom para todas as idades. Acho que a continuação acabou de estrear nos cinemas (já era tempo, hein?). Lembro, como se fosse ontem, que eu fiquei borbulhante depois de ter visto o filme pela primeira vez. Só de pensar no sentimento, fico com mais saudades daquela época. O filme me marcou profundamente, de um jeito positivo. A união daquela família é espetacular.

Aconchego-me debaixo das cobertas, desligo as luzes e dou o play.


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