O Trono Ilegítimo escrita por Katherinne Snow


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oii gente
Demorei, mas o capítulo finalmente saiu. E no próximo já vamos nos despedir dessa história. =(
Espero que estejam gostando



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Foram dias difíceis e dependi completamente dos talentos de caçador de Sebastian que nos alimentou e protegeu pelas florestas da fronteira ate que encontramos um comerciante escocês que nos levou para a Escócia em segurança no seu navio. Foi um alivio pisar novamente na minha terra natal e ter a certeza que ali estávamos protegidos da ira de Francis e seu exercito.

Antes de anunciar minha chegada formalmente a corte escocesa, decidimos quebrar todos os costumes e iniciar assim o reinado mais tolerante que se tem noticia. Primeiramente fomos a uma igreja católica e um simpático padre nos casou com muito gosto e nos forneceu um documento comprovando os votos. A segunda parte do plano foi bem mais difícil, pois foi difícil conseguir a informação de onde os protestantes realizavam cultos na cidade portuária, mas acabamos chegando ate um celeiro e pedimos para o reverendo nos casar também, esse ficou desconfiado quando forneci meu nome, mas acabou abençoando a união de igual modo. Era tarde da noite e estávamos exaustos quando chegamos ao castelo e fomos recebidos com surpresa e alegria pelos residentes do local. Afinal a rainha retornara do convento.

Para minha total surpresa fui confrontada rudemente pela minha mãe sobre meu regresso. Ela estava furiosa com minha presença no castelo, afinal eu deveria estar na França planejando meu casamento com Francis. Não houve tempo para descanso ou banquete de boas vindas, com toda aquela confusão armada tive que dispensar minha mãe do cargo de regente e anunciar meu regresso definitivo para a corte, o que causou estranheza nos conselheiros que se juntavam aos poucos na sala do trono. Aguardei ate que uma quantidade razoável estivesse presente e apresentei formalmente meu acompanhante de viagem Sebastian, como meu marido juntamente com as certidões de casamento de duas religiões diferentes. Meus problemas começaram quando mamãe ligou o nome a pessoa e constatou que eu havia casado com o irmão de meu noivo e que esse por sua vez era um filho bastardo.

Eu sabia que haveria muita resistência por parte dos conselheiros mais conservadores e de minha mãe, mas defendi bravamente em minha posição que essa era uma decisão sabia e branda para o problema civil que estávamos enfrentando. Pela madrugada fiquei surpresa e aliviada quando uma porcentagem considerável de nobres se juntou a discussão e começaram a considerar a hipótese de não me destituir do trono. Sebastian estava um tanto quanto acanhado no inicio da discussão e pouco falou, mas quando começaram a questionar minha integridade e bom senso ele me defendeu com unhas e dentes ressaltando minhas melhores qualidades.  Estava amanhecendo e os raios de sol começavam a aparecer tímidos na linha do horizonte quando o pátio de castelo foi invadido por alguns nobres, que eram protestantes, e que estavam ali para apoiar meu casamento e finalmente os ânimos começaram a se acalmar na corte.

Estávamos exaustos físico e emocionalmente, era meia manhã e ainda não havíamos dormido tentando convencê-los que nosso casamento era legítimo e uma perfeita solução para acalmar a briga religiosa da população. Meu único conforto foi ter meu marido segurando minha mão, apoiando-me, ainda que ele não estivesse à vontade com a ideia de ser rei, prometeu abrir mão de sua liberdade e estilo de vida se isso significasse ficar ao meu lado.

No final daquela semana recebi a terrível notícia que a guerra civil estava se alastrando rapidamente pela Escócia, afinal os católicos diziam que o meu casamento católico era o legítimo e os protestantes que o casamento evangélico que era legítimo. Eu e Sebastian precisávamos tomar uma atitude, afinal ele ainda não fora coroado e nós precisávamos de um representante a altura do Papa para coroá-lo.

Sai para minha caminhada do pensamento juntamente com Bash quando fomos interceptados por meu irmão que estava radiante com meu casamento e a confusão que eu havia iniciado, afinal ele também era protestante e tinha ouvido falar de um seguidor de Martinho Lutero tão famoso e influente quanto chamado Calvino que poderia coroar Sebastian. Agradeci e logo o nomeei meu conselheiro, afinal ele resolveu um grande problema para mim. Eu estava angustiada e temia pela nossa vida afinal minha mãe seria capaz de matar pelos nos planos que ela havia feito para mim quando eu era uma criança e não podia escolher meu destino. Hoje ela esta inconformada pelas minhas atitudes fugirem tanto do tradicional.

— Se acalme Mary, as coisas ficarão bem. Não importa o que aconteça ou o quanto nós desafie o poder e as regras dessa sociedade hipócrita, se ficarmos juntos tudo isso valerá a pena. Desde o dia em que coloquei os olhos sob você eu soube que jamais seria o mesmo, e isso é a coisa mais maravilhosa que existe. Você, e toda essa loucura que arruma onde passa, torna a minha vida digna de ser vivida. – falou Bash acariciando meus cabelos antes de dar um beijo casto em minha testa. Estávamos em nossos aposentos reais depois de mais um longo e cansativo dia lidando com as víboras que eram os conselheiros e eu estava um pouco desanimada com toda essa resistência.

— Oh Bash, eu te amo tanto... As vezes fico pensando o que seria de minha vida se eu não tivesse me apaixonado perdidamente por esses olhos verdes esmeralda. Você faz todo esse caos valer a pena.

Nessa noite consumamos nosso casamento, depois de mais de uma semana casados. Não do jeito apropriado e convencional para uma rainha, mas do jeito correto para Mary e Sebastian, onde os anjos cantaram e as flores por fim floresceram tornando nossa vida cor de rosa, e o nosso amor consumado.

—*-*-*-*-

Meu irmão havia partido em busca de Calvino e minha esperança estava ressurgindo, mas tudo na minha vida parece ter um porem e foi uma surpresa enorme, quando um dos soldados que trabalhava com Bash na França, apareceu em nosso castelo na Escócia pela manhã informando que Francis estava a caminho do castelo com dez tropas de soldados em busca de vingança.

Eu não consegui proferir nenhuma palavra, o medo me dominava naquele momento. As fronteiras de meu país seriam alvejadas em pouco tempo e eu não tinha um exercito forte para combater essa invasão. Parece que dessa vez eu afundara de vez o meu reino.

— Eu mato esse patife, nem que seja a ultima coisa que eu faça! - bradou Bash desembainhando sua espada com ódio no olhar.


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