A Clínica dos Poderes Disformes escrita por Pamisa Chan


Capítulo 9
Vamos falar de negócios


Notas iniciais do capítulo

Espero que já tenham se acostumado com os capítulos saindo quase de segunda porque é assim que vai ser por um bom tempo ^^'
Talvez futuramente eu tenha que diminuir a frequência de postagem pois estou com alguns planos pessoais que podem afetar o tempo que vou poder gastar com a história. (AKA juntar dinheiro pra uma viagem)
Enfim... vamos ao que interessa!
No capítulo anterior, o Chefe revelou que os pacientes iriam trabalhar. O que será que eles pensaram da ideia? O que será que vão fazer?



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A noite chegou e os pacientes começaram a debater o anúncio feito pelo Chefe.

— Eu não acredito nisso... Trabalhar?! Eu não tenho poderes defeituosos à toa! — Wayne resmungou.

— Como assim à toa? — Cherrie arqueou a sobrancelha.

— Ué, poderes defeituosos são sinônimo de vida de coitadinho! Ou seja, não precisar fazer nada e receber tudo dos outros!

— Coitado, o bonequinho nunca trabalhou na vida? — Kiara questionou.

— Claro que não! Foi assim que eu aprendi! Minha mãe sempre fez tudo por mim porque ela disse que eu merecia ter alguma felicidade na vida já que tive "o infortúnio de nascer assim"

— Sua mãe é uma baita disforme-fóbica, desculpe falar! — Cherrie rebateu.

— E não é verdade? A gente tinha que aproveitar que temos esses... empecilhos na vida.

— Você não falou que seu pai foi embora de casa? — Christine lembrou.

— É, só morávamos eu, minha mãe e meu irmão mais velho.

— E você não fazia nada pra ajudar? — A asiática deixou escapar um tom chocado de sua voz embora não quisesse soar condescendente.

— Ué, e você fazia? Você não consegue nem encostar em nada! — O garoto se ofendeu.

— Seu babaca! Precisa falar assim com a Chris?! — Sophie tomou as dores da amiga. — Além de vagabundo é um estúpido!

— Vai começar, guarda-costas da Fantasma?

— Hilário ver a Gelo chamar alguém de estúpido. — Kiara riu com desprezo.

— Eu vou mostrar pra você quem mais é estúpida! — A garota ergueu o punho na direção da colega.

—Pelo visto voltamos à estaca zero. — Lilian revirou os olhos.

— Gente, não dá pra ficarmos um dia sem brigar? Se nós não formos unidos, quem vai se unir por nós? — Mel falou apreensiva.

— Ela tem razão, gente... — Chris concordou — Sophie, senta aí... — Ela pediu com gentileza para a melhor amiga.

— Aliás, eu acho ótima a ideia de trabalharmos! Eu nunca tive uma experiência parecida na minha vida, já que cresci dentro de casa... — Melinda se animou.

— Não seria nada mau ter algo para fazer além de ler jornal. — Richard desviou os olhos dos papéis que constantemente lia.

— Seria uma boa oportunidade... — Chris concordou.

— A gente vai ter que lidar com outras pessoas?! Pessoas normais? — Felicia perguntou preocupada — E se fizermos alguma coisa errada ou alguém surtar? O que vão pensar de nós?

— Relaxa! Os normais não são ruins assim... Teve uma vez que eu... — Julia começou a falar entusiasmada mas foi interrompida pela voz aguda e infantil de Lily.

— Não precisamos ouvir mais histórias inventadas, Julia.

— Isso vai ser bom pra gente, vai nos ajudar a ter mais responsabilidade, melhor convivência entre nós e com os outros, aprender novas habilidades, nos sentir mais úteis... — Sean argumentou com sua já conhecida eloquência.

— É como dizem por aí, né? O trabalho dignifica o homem, ou coisa assim. — Kiara sorriu.

— Bom, vamos ter que esperar amanhã pra ver... — Kyle concluiu, evidenciando sua incerteza quanto ao assunto. — Boa noite pra vocês! — Ele se levantou do sofá, esticou os braços para cima, espreguiçando-se e foi em direção ao dormitório, levando consigo Jeremy no ombro.

— Eu tô empolgado com essa ideia! Vamos poder conhecer garotas novas! As normais sempre me acham fofinho. — O pequenino rapaz se vangloriou nos ombros do colega, quando estavam já longe dos demais.

— Fofinho não é o mesmo que atraente, você sabe. — O garoto franzino e super-forte lembrou.

— Não corta meu barato, magrelo!

O dia seguinte chegou e todos acordaram. Alguns animados para as novidades, outros receosos e outros indiferentes. No refeitório, um burburinho mais alto que de costume ressoava. Os pacientes ainda debatiam sobre o anúncio da tarde anterior.

— Será que ele vai botar a gente pra ser secretários ou algo do tipo? — Julia perguntou empolgada, com todo o carinho que sentia pelo homem de quem falava.

— Deixa de ser burra, nem temos computadores aqui! — Sophie insultou imediatamente.

— Ele falou que ia ajudar a gente com a convivência, com certeza vamos trabalhar com o público! — Jeremy acrescentou com bastante ânimo.

— Ele falou convivência, não convivência com outros. Poderia ser convivência entre nós. — Mary lembrou.

— Então será que a gente vai ter que fazer serviços um pros outros?! Eu não vou fazer nada pra esse otário! — Shane declarou decidido apontando com agressividade para o rapaz idêntico a si.

— Você tem consciência de que vocês são a mesma pessoa, né? — Sean indagou.

— Lógico que não, ele é meu clone!

— Você é meu clone! — O outro rebateu instantaneamente ao ouvir essas palavras.

— Pessoa não necessariamente significa ser humano. Pessoa vem da mesma raiz de personalidade. Embora vocês não sejam, tecnicamente a mesma pessoa, vocês compartilham exatamente a mesma essência. Ou seja, são duas manifestações diferentes de uma mesma mente. Logo, se você chama seu clone, ou sua versão original, como desejar, de otário...

— Na verdade está se chamando de otário! Eu sou esperta, viu? — Julia interrompeu com uma animação bem maior que a costumeira.

— Isso é bem comum, na verdade. — Kiara raciocinou — Vocês nunca tiveram conflitos internos e discutiram consigo mesmos?

— Eu já — A maioria admitiu em sequência, inclusive alguns funcionários ali presentes.

— Eu não! — Julia foi do contra.

— Claro, você tem que ser sempre a diferentona! — Sophie revirou os olhos com raiva. — Você deveria se tratar, garota!

— Vocês discutem sozinhos e eu que tenho que me tratar? — A invisível riu.

— Você pensou "eu já" junto com os outros e logo em seguida pensou "não". — Felicia entregou com sua naturalidade de sempre.

— Não pensei!

— A Fe não mente. — Kiara olhou afrontosa na direção da garota que não podia enxergar.

— Só quando o Chefe perguntou quem tava envolvido no plano pra salvar a Kate — Cherrie deu um riso debochado.

— Bom dia! — Uma voz sinistramente animada ressoou, fazendo todos se virarem na direção das grandes portas duplas que davam no saguão e ficarem em total silêncio.

— Bom dia. — Um coro de vozes majoritariamente desinteressadas e confusas respondeu.

— Já está tudo preparado para o primeiro dia de trabalho de vocês. Espero que estejam empolgados com a ideia. Tudo foi preparado com bastante esmero!

Um silêncio se prosseguiu enquanto John olhava com seu rosto assustadoramente animado. Ao aguardar uma reação, qualquer uma, apenas uma tosse forçada de Wayne se destacou no local. Isso foi o bastante e o Chefe continuou seu discurso.

— Decidam o que mais sabem fazer. Pode envolver ou não seus poderes. Pode ser feito individualmente, em duplas ou até em grupos. Hoje vocês vão vender seus talentos!


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Notas finais do capítulo

Eu desenhei todas as pacientes e a Kate. Depois que eu terminar de desenhar todos os pacientes vou postar pra vocês :)
O que acharam das opiniões deles, principalmente sobre o pensamento com o qual o Wayne cresceu acostumado?
Quais será que vão ser os talentos escolhidos pelos personagens?
Até o próximo ♥



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