Mudança de Hábito escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 2
Com a boca na botija


Notas iniciais do capítulo

Será que ela vai ser pega no ato? :D

Boa leitura!



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− Oe! O que está fazendo?!

Hinata mal podia acreditar.

Ela, uma ninja condecorada para a guerra, prestes a receber o resultado da prova que havia realizado para ingressar na ANBU, pega no flagra! Queria morrer de vergonha! Enterrar-se nas areias de Suna e nunca mais sair!

− E-eu... – Virou-se a tempo de olhar para o vizinho, pronta para inventar uma desculpa qualquer. Foi quando o viu. E seu rosto perdeu a cor.

Duas semanas antes

Tornou-se um hábito comum aquele de regar as flores do vizinho que nunca aparecia. Achou estranho. Será que ele havia se mudado sem aviso prévio? Ou algo havia acontecido?

Bem, naquela vida louca de ninjas que levavam, não era incomum que passassem tempo demais em missão. Talvez seu vizinho fosse alguém ocupado e com muitas missões, pois já fazia quase dez dias desde que havia se mudado sem nunca ter contato com ele.

Demorou um tempo até que Hinata decidisse o que queria fazer da vida, mas quando o fez, teve a certeza de que queria mudar o mundo de alguma forma trabalhando em prol da sua vida sem que dependesse de seu clã para isso. Então havia feito a prova para tentar ingressar na ANBU.

A prova não era nada fácil, Hinata sabia, e por isso dedicou-se aos treinos e aos estudos mais do que nunca, com Kurenai-sensei em seu encalço para ajudá-la, embora não pudesse dizer para ela o que realmente desejava fazer, já que ser um membro da ANBU era algo secreto que não deveria ser partilhado com ninguém, nem mesmo com familiares ou cônjuges.

Ela não sabia exatamente o que havia levado ela àquele ímpeto, mas queria provar para si mesma do que era capaz.

Então, fez a prova, e agora aguardava o resultado, o que fazia com que também fosse afastada das missões por um tempo. Por sorte, tinha algum dinheiro guardado de suas rendas anteriores, pois não aceitara nada de seu pai ou da irmã.

Talvez para eles soasse como um orgulho tolo, mas Hinata queria provar do que era capaz por conta própria, poxa! Não significava que não aceitaria a ajuda deles mais para frente. Inclusive, no dia anterior, Hanabi lhe visitara para contar como iam as coisas trazendo bolinhos de chuva preparados por Natsumi.

− Ela disse que sente sua falta. Papai também. – Hanabi confidenciou, enquanto observava as flores prensadas emolduradas por sua irmã. – Onde conseguiu estas? São tão bonitas!

− A-ah... – Então Hinata revelou à Hanabi sobre o péssimo hábito que havia adquirido de roubas as flores de seu misterioso vizinho, fato que fez Hanabi cobrir os lábios com uma das mãos, soltando um risinho divertido.

− Não esperava isso de você, na-nã! – disse ela, em tom humorado. – E ele não viu em nenhuma das vezes?

− Se viu, não veio tirar satisfações. – Hinata encolheu os ombros enquanto bebericava o chá. – Mas eu nunca o vi também. Vai ver que é uma mulher. Quem sabe?

Hanabi acenou com a cabeça.

− E as coisas no clã, como vão?

A conversa discorreu sem mais problemas. Hanabi contando sobre como era exaustivo fazer parte de todas aquelas reuniões morosas agora que se preparava para substituir oficialmente o pai em seu décimo oitavo aniversário.

Dezoito anos de Hanabi, nem dava para acreditar!

Depois que se despediram, Hinata decidiu preparar o jantar e depois procuraria um lugar bonito para expor suas obras de arte.

Momento atual

Provavelmente foi por isso que se tornou descuidada. Nunca pegava mais do que duas ou três flores por vez, mas o fato de seu misterioso vizinho nunca estar presente fez com que se acostumasse à rotina de sempre regar suas flores e depois trazer algumas delas para casa para praticar aquela arte que lhe dava tanta satisfação.

Era algo simples, de fato, e Kiba sempre considerou muito entediante. Shino, por sua vez, apreciava os dons da amiga, e seus insetos ficavam mais do que felizes em participar daquele ofício, o que muitas vezes era um problema, pois eram umas praguinhas.

− H-Hinata-chan? – Naruto gaguejou ao ver a garota ali. Mas mal teve tempo de ter uma reação, pois ela saiu correndo. – O-oe!

Correu atrás dela no intuito de compreender o que havia acontecido, mas deu com a porta na cara. Por pouco, não batendo em seu nariz!

− Hinata! – Naruto bateu insistentemente na porta. – Sei que foi você que vi, ‘te bayo!

Mas Hinata não quis ceder, encolhida de vergonha atrás da folha da própria porta! Como diabos aquilo havia acontecido?

De todas as pessoas de Konoha que poderiam morar ali, Uzumaki Naruto, o herói da guerra e o seu amor de infância era o seu vizinho! Hinata só queria morrer!

Já não era mais a mesma menininha tola que havia se apaixonado por Naruto ainda em tenra idade, que mal podia vê-lo sem desmaiar. Isso não. Os dois haviam seguido caminhos distintos, com Naruto ocupado demais e Hinata, bem, tentando colocar a própria vida nos eixos. Simplesmente não havia acontecido. Vida que segue. Hinata achou que tinha sido para a melhor.

Não iria mentir. Ainda sentia-se balançada pelo loiro hiperativo, como não? Ele era tudo o que Hinata sempre havia admirado em alguém, incapaz de desistir dos próprios sonhos, um exemplo a ser seguido. Mas ela havia decidido por si só que focaria naquilo que realmente importava e como Naruto nunca a havia procurado... bem, tinha certeza de que ele tinha coisas muito mais importantes para fazer do que ir atrás dela.

− Eu vou estar ali ao lado se quiser conversar. – disse ele, através da porta. – Obrigado por cuidar das minhas flores.

Hinata ouviu os passos dele se afastando, respirando aliviada. Ainda não se sentia pronta para encará-lo. Não depois de ter sigo pega com a boca na botija!


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Notas finais do capítulo

Com a boca na botija é uma das expressões mais engraçadas que eu já vi KKKK

Eu adorei escrever esse capítulo. O próximo deve vir no PoV do Naruto pelo que comecei a pensar aqui.

Espero que continuem gostando, acredito que termina no terceiro. No máximo, teremos um extra!

Me digam o que acharam nos comentários!