Cambion -Interativa escrita por Undead
Notas iniciais do capítulo
Olá, boa noite!
Faz tempo que não escrevo, estou meio perdida aqui.
As fichas estão no final do capítulo, e por favor, leiam a introdução para entender alguns detalhes. Façam as fichas sem pressa. :)
Bucareste, Romênia
Uriel Asiedu tinha a inusitada sensação de estar sendo enterrado vivo, mesmo estando com os pés fixos no solo e não estar sob nenhum confinamento físico. Entretanto, cercado por árvores altas na noite escura, e carregando firmemente um objeto que, segundo alguns, valia mais que sua própria vida, Uriel não podia evitar sentir-se oprimido e sufocado.
Aos olhos de um observador comum, ele estava impassível, carregando um pequeno baú num jardim escuro. Entretanto, ali não havia observadores comuns.
—Boa noite. –uma vozinha fraca fez-se ouvir entre as imponentes árvores. Pouco depois, dois homens encapuzados surgiram entre a vegetação, um deles com uma lanterna de brilho frágil em mãos. O outro falou: –Você é o senhor Asiedu, suponho.
Uriel não sentiu que precisava confirmar. Seus ombros e os músculos das pernas ficaram tensos, e apertou o baú por instinto. Tentava olhar discretamente sob os capuzes daqueles homens, mas pouco conseguiu enxergar. Como se pudesse disfarçar seus receios, dirigiu então seu olhar aos próprios pés.
Logo após a chegada deles veio outra pessoa. Tinha passos leves, praticamente inaudíveis, sendo percebida apenas quando já estava bem perto e emitiu um sonoro suspiro. Era uma figura pequenina, uma criança de olhos muito azuis. Seu olhar era baixo e obscuro, ilegível.
—Vamos logo com isso. –ditou. E ninguém disse mais nada.
Os quatro seguiram por um caminho de pedras irregulares no jardim até chegarem a uma estranha residência que, na opinião de Uriel, mais tinha jeito de mausoléu em seu exterior. Os dois encapuzados colocaram-se à frente e empurraram a porta de madeira, murmurando encantamentos que Uriel desconhecia, mas que causavam arrepios inexplicáveis. A criança sorriu para ele como se tivesse a intenção de tranquilizá-lo, mas seu sorriso era frio e pálido, e teve o efeito contrário.
O interior tinha forte cheiro de velas e incenso, e estava bem iluminado. Uriel não entrou de primeira. Parou e olhou para trás, pensando ter vislumbrado algo. Não traído por seus sentidos, conseguiu ver com o a luz do cômodo interior um cão magro, de pelo negro e aparência áspera, observando-o fixamente, imóvel no caminho de pedras. Parecia que vinha seguindo-os de perto, silencioso.
—Não dê atenção a ela. –disse a criança a Uriel. –Vamos.
Uriel não conseguiu se obrigar a “não dar atenção a ela”, mas manteve-se calado.
Lá dentro, o que antes devia ter sido uma sala-de-estar elegante agora tinha um buraco profundo em seu centro. Havia marcas desenhadas com giz no piso de madeira, símbolos estranhos, e velas acesas em todo canto.
Aquele ritual esconderia aquele pequeno baú do mundo. Aquele pequeno, de aparência insignificante, mas perigosíssimo baú.
Uriel se adiantou para enterrá-lo. Esperava estar fazendo algo bom. Esperava estar fazendo um mundo mais seguro para suas amadas filhas.
—Enterre-o. –a criança orientou, vendo-o hesitar, então sentando-se num sofá de veludo negro, parecendo à vontade. Os homens encapuzados começaram a recitar outro encantamento, suave e incompreensível, melodioso como uma canção. –Espero nunca mais ter que olhar para essa coisa.
Uriel soltou o baú, que caiu com um ruído desagradável no fundo do buraco.
—Certo. –disse ele, fechando os olhos, o encantamento audível ao fundo. –Devemos começar.
Naquele momento, Uriel se recordou de sua infância. Do que o levou até ali, de uma maneira ou de outra. E então lembrou-se de suas filhas quando pequenas, do que disse a elas para que pudessem aceitar vagamente o que eram.
O que todos eles eram.
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Nairóbi, Quênia, sete anos atrás
—Cambion –anunciou Uriel, andando de um lado a outro na pequena sala-de-estar ensolarada, no tom eloquente de um bom professor. Suas filhas estavam sentadas no sofá laranja, observando-o atentas, inocentes e curiosas. –é a palavra que define o que eu sou. E é a palavra que define o que vocês também são, por minha causa.
Amondi e Atieno tinham sete anos na época. Eram pequenas para a idade, sempre frágeis e doentes, e odiavam brincar ao sol. Exatamente como Uriel era na idade delas, e como outros cambions geralmente eram na infância.
Naquela época, ele podia explicar muito pouco a elas. “Vocês são boas e espertas como seu pai e sua mãe. São exatamente como eu, e serão fortes e saudáveis como sou em poucos anos. Vocês são especiais, e trata-se apenas disso”, foi o que disse.
A verdade?
Cambion designava a descendência de um demônio e um ser humano.
Não somente descendentes diretos, mas a condição se manifestava até a terceira ou quarta geração. Uriel era filho de um cambion. Suas filhas, igualmente.
Durante a infância, era comum que crianças assim fossem doentes e fragilizadas fisicamente, mas não mentalmente. Eram comum que fossem suscetíveis a influências demoníacas e feitiços também. Nos anos iniciais de suas vidas, sobreviver era um desafio. Mas após os sete anos, tornavam-se subitamente fortes e saudáveis, até mais que seres humanos comuns. Destacavam-se simplesmente por ser quem eram.
Podiam tornar-se hábeis em magia. A manipular a natureza, a encantar as pessoas, a fazer coisas que poucos seriam capazes de fazer. Eram poderosos guerreiros em potencial, e podiam aprender a se defender dos demônios, a afastá-los, e, se precisassem, a destruí-los.
Mas, apesar do talento natural, nada era tão simples. Nada seria fácil.
Naquele momento, olhando nos olhos inocentes de suas filhas, ele não podia dizer nada tão assustador a elas. Como seria capaz?
Mas assim que ganhassem saúde, ele as levaria ao local onde cresceu. E lá aprenderiam, como ele, a se proteger.
Elas seriam fortes, pois, acima de tudo, precisariam ser.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Fichas
(Mandar exclusivamente por MP, não aceito nos comentários)
Nome:
Idade (13-15 anos) e altura:
Gênero e sexualidade:
Aparência física:
Local de nascimento: (país e cidade)
Personalidade básica:
Traço mais forte:
Desvantagens emocionais:
Desvantagens físicas:
Modo de falar: (fala alto, é contido, tem sotaque, fala palavrão?)
Estilo de roupa e cores favoritas:
Habilidades: (aqui deve destacar o que ele deseja aprender predominantemente, se faz mais o tipo guerreiro ou se prefere livros e magia)
Ele costuma estudar ou treinar muito?
Tem medo de:
De que se orgulha e do que se envergonha?
Pessimista, otimista ou realista?
Ambições:
Gostos e desgostos:
É um cambion de primeira, segunda, terceira ou quarta geração?
Relação com sua família:
Memórias de infância:
Ele tem amigos de onde veio?
Como se vê?
Como é visto pelos outros?
*Os personagens irão crescer e evoluir com o tempo, tornando-se melhores e mais fortes, portanto não há necessidade em exagerar em suas habilidades.
*Essa ficha foi baseada nas utilizadas pelo autor Rick Riordan, encontrada no site Amanohara