Nunca é tarde para Amar escrita por Queen Bee Langdon


Capítulo 2
Capítulo 1 - Razão de Viver


Notas iniciais do capítulo

Dedicado a Vitt & SerenaLee, obrigada pelos reviews.



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Capítulo 1 − Razão de Viver (Edward)

 

 

Os primeiros meses foram uma droga total, eu vivia de algum modo, sempre trancado no meu quarto. Minha sede era algo que já tinha aprendido a ignorar total e até "mandava" o mostro dentro mim ir ver se estou na esquina. Eu não consegui mais largar a nossa foto e me levantar da cama.

 

Fiquei o tempo todo encarando aquela foto que a Alice insistiu em tirar no aniversário dela, no dia em que tudo aconteceu. Bella não queria festa, e olha, ela tinha um bom motivo para isso. Acho que tudo seria bem diferente se aquele dia NUNCA tivesse existido.

 

Quer dizer, eu iria leva-la para jantar em Port Angeles e iriamos no cinema como um casal normal de adolescentes. Felizes e comemorando o aniversário dela, normal. Nada de um vampiro tentando mata-la porque viu seu sangue.

 

Mais eu não culpo o Jasper, ele não teve culpa de nada. É a nossa "cina" por sermos vampiros, temos essa sede que não passa. Mas eu mesmo, já a enterrei. Não me perguntem como, mais eu apenas aprendi a ignora-la.

 

 

» 100 anos depois..

 

 

Se passaram 100 anos desde a morte da Bella. Minha doce Bella. E sabe que dia é hoje? 13 de setembro. E eu estou na frente do tumulo dela, em Forks. Eu venho todos os anos, não importa o quão longe moramos, eu sempre venho. Agora, ao seu lado, estava seu pai Charlie.

 

Ele também morreu, mais de velhice mesmo. Quando ele ainda era vivo eu sempre vinha de madrugada, assim ele nunca viu minhas flores ou me viu conversando com ela ali. Era fácil para mim, era apenas pular o muro baixo do cemitério.

 

Nada demais quando você é um vampiro.

 

- Você seria uma vovôzinha hoje − eu ri sem humor, chorando por dentro. − como você mesma disse uma vez, quando estávamos chegando em sua casa. Sabe aquele "eu te amo" frio que eu te disse? Pode ter saído com a voz fria, mais foi o "eu te amo" mais forte que já tinha dito pra você. O ultimo, mas verdadeiro.

 

Toquei de leve com medo de quebrar, o porto retrato colado no seu tumulo.

 

- Eu queria tanto cavar com minhas próprias mãos esse chão e sentir você de novo nos meus braços.. te abraçar. − escapou um soluço baixo de mim. − Eu sinto tanto sua falta, Bella, tanto. Você é minha vida, sempre, para sempre. Eu só.. queria te abraçar mais uma vez.

 

Eu fiquei um bom tempo ali, observando o retrato aonde ela estava viva e sorrindo abertamente. Me despedi dela com um "volto logo, eu prometo" e fui em direção meu volvo. Eu ainda o tenho, ele me traz tantas lembranças.. lembranças felizes e imagens de quando eu estava conhecendo a minha Bella.

 

Me senti bem ao chegar nele, me senti com ela. Abaixei o espelho, aonde estava preso com durex a nossa foto. Eu nem sabia quantas copias eu tinha feito e colocado em cada lugar.. para sempre me lembrar dela. Tinha na minha carteira, no meu carro e no meu quarto.. um monte!

 

Eu ainda estou obcecado pela Bella. Muito até.

 

Ouvi meu celular tocando e no visor notei que era Carlisle. Ótimo, será que ele vai de novo usar chantagem para me fazer ir pra casa? Eles estão morando no Canadá, bem longe de mim (porque eu quis assim). Eu ainda continuo em Forks, na casa de sempre.

 

- Alô. O que aconteceu, pai?

 

- Você precisa chegar hoje mesmo no Canadá. Pegue o primeiro vôo que conseguir.

 

- E isso porque..?

 

- É importante, você vai ficar impressionado quando ver.

 

Eu suspirei e respirei fundo:

 

- Ok, estou indo para o aeroporto.

 

- Ótimo. Nos vemos daqui a pouco.

 

A voz dele estava com um misto de alegria e séria. Espero que realmente seja algo que importe, porque da ultima vez, foi apenas porque Esme estava com muita saudade. Eu não quero sair de perto da Bella, eu ainda estou esperando que ela volte pra mim. 100 anos e nada, mas eu não vou perder as esperanças.

 

Consegui um vôo para daqui uma hora e só tinha mais uma passagem, que sorte, e ainda já era de madrugada. Aproveitei para arrumar uma mochila com roupa (caso eles me convençam a ficar uns dias), e voltei para o aeroporto.

 

Cheguei em Vancouver de noite, perfeito. Carlisle me enviou uma mensagem falando que Alice me viu chegar e mandou avisar que estava me esperando no hospital. Hospital? Que estranho, agora eles conseguiram ser bem bizarros.

 

Respirei fundo e peguei um taxi até o hospital. Não foi difícil achar Carlisle, o encontrei em frente ao berçário. Seus pensamentos foram cortados rapidamente com tamanha saudade que ele estava de mim.

 

Nos abraçamos ali mesmo forte, e eu sorri com isso.

 

- Senti sua falta, filho.

 

- Eu também.

 

- Claro, você liga todos os dias! − ironizou. − Mas o chamei por algo importante.

 

- É. E o que aconteceu?

 

- Caçou ultimamente?

 

Eu estava chocado. Ele me mandou vir de tão longe para perguntar isso? Francamente.

 

- Sim, eu cassei ontem.

 

- Ótimo, coloque essa roupa rápido.

 

Era uma roupa para entrar no berçário. O encarei, mais não consegui nada nos seus pensamentos. Ele já estava vestido e eu rapidamente me arrumei. Estava achando tudo aquilo uma perda de tempo, a não ser que Carlisle tenha decidido adotar um bebe.

 

Algo que eu acho bem difícil.

 

- E então?

 

Me siga, ele pensou andando pelo berçário enorme. Tente não surtar, eles estão todos dormindo, pensou me deixando ainda mais impaciente. E eu sou vampiro de surtar? Por favor.

 

Paramos em frente a um bebe, uma garota pela roupinha rosa, que estava na incubadora.

 

Ela nasceu com 7 meses, não agüentou mais ficar na barriga da mãe, ele pensou sorrindo, e nós tivemos que coloca-la ai.

 

Li o nome na pulseirinha, lindo.

 

- Anabell? Nome bonito.

 

- Sim, ela é filha do governador de Vancouver. Nasceu ontem, 13 de setembro.

 

Me surpreendi com isso, mais sorri para o bebe. Ela me olhou e então algo estranho aconteceu, eu senti como se já conhecesse ela.. até vi um brilho no seu olhar. Algo que eu só vi uma vez..

 

- O que.. − tentei falar.

 

- Olhe o pulso dela, Edward.

 

Meus olhos pararam na pulseirinha de novo com seu nome. Mas algo em baixo chamou minha atenção.

 

- Não pode ser..

 

- Ela voltou Edward! Ela voltou para você, depois de todos esses anos, ela finalmente voltou. Como a Ângela disse no enterro. − ele me lembrou.

 

- Bella.. − eu coloquei a mão no vidro, sentindo uma falta de ar enorme (mesmo não precisando) e uma dor no peito. Eu estava com.. saudade! Era essa a minha dor.

 

- Eu a reconheci quando eu mesmo fiz o parto. Vi os olhos dela, era o mesmo brilho, a mesma alma, da Bella. E a marca no pulso veio novamente.

 

Eu não conseguia falar nada, eu estava em choque. Ângela no fim, tinha mesmo razão, almas gêmeas não podem ficar separadas. Elas se encontram até que um dia, fiquem juntas para sempre. É como se fosse uma força nos atraindo e nem mesmo a morte foi mais forte.

 

Ela voltou, pra mim e por mim.

 

 

» Algumas semanas depois..

 

 

Anabell já estava em casa. Eu ainda estava me acostumando com seu "novo" nome, apesar de ter o Bell no final. Ela estava bem sadia, tinha ganhado peso e pode sair da incubadora. Ela tem pais perfeitos, eles a amam demais da conta.

 

Fiquei feliz com isso, ela estava sendo bem tratada. Quer dizer, não muito. Eles são bastante ocupados e como tem muito dinheiro, contrataram uma empregada. A mulher não cuida nem um pouco da Bell e ela ficava a noite inteira chorando e com frauda suja.

 

Porque ficava? Eu cuidava dela "secretamente" enquanto a dissimulada ficava vendo TV na outra parte do quarto da Bell. Em poucos meses ela já me conhecia, e todas as noites eu ficava com ela até que ela pegava no sono.

 

Ela era minha de novo, a minha razão de viver.

 

Os anos foram se passando e eu era agora o "amiguinho imaginário" dela. Anabell me contava tudo que fazia durante o dia, fazia os exercícios de casa comigo e depois ia toda feliz contar pra mãe:

 

- Eu fiz junto com meu amigo, o Edward.

 

- Muito bem amor − ela deu um beijo na bochecha da Bell. − mande um beijo pra Edward também, ok?

 

- Pode deixar!

 

Agora ela tinha uma irmãzinha mais nova, alguém para brincar. A irmã dela tinha um problema, era muda. Mesmo assim, era a melhor amiga da Bell. Eu achei que já era tempo de eu ir embora, não queria afetar a vida dela mais do que já afetei. Ela merece ter uma vida normal por um tempo.

 

Alice concordou comigo e falou para que eu me "afasta-se", mais ainda continuasse a ver de longe. Eu ia todos os dias ver a Bell quando ela já estava dormindo. No seus sonhos, ela me chamava e eu podia jurar que meu coração queria bater de novo.

 

Aos poucos, ela foi me "esquecendo" e eu não passava de uma memoria no seu diário como "Meu amigo imaginário: Edward". Ela as vezes ria sozinha disso mesmo e falava sozinha também:

 

- Pena que não me lembro de você.. apenas que era o homem mais lindo do mundo. − ela adormecia depois de suspirar alto e com um sorriso no rosto.

 

Mais com o passar dos anos ela foi esquecendo de tudo e fez várias amizades ruins. Ela achava que aquelas garotas eram amigas dela, mais na verdade, apenas queriam ser popular. Eu até tinha pena da Bell, ela era uma garota um pouco fútil que estava sendo levada pro mal caminho por causa de suas amigas.

 

Quando Bell tinha 12 anos, eu tive que partir. Quer dizer, todos nós fomos embora. Já estávamos a mais de anos escondidos em casa para que ninguém nos visse. E agora, resolvemos sair um pouco e voltar.. mais tarde.

 

Na ultima noite em Vancouver, eu sussurrei em seu ouvindo enquanto ela dormia:

 

- Eu vou voltar pra você, meu amor. − ela deu um sorriso fraco, pensando provavelmente que estava dormindo. Não, eu não consigo ler sua mente.

 

E isso comprova mais uma vez que ela é a Bella, e voltou para mim. Mesmo com o cabelo e os olhos diferentes, é a mesma alma. O mesmo rosto e eu sinto o seu amor adormecido por mim.

 

Saí do seu quarto, dando uma ultima olhada nela, com uma rosa vermelha na mão. Apenas deixei ali, já que tem uma muda perto da sua janela.

 

 


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Notas finais do capítulo

Vamos lá gente, deixem reviews. Os outros capítulos estão maiores e agora com o PDV da Bell ;]

Beijão!



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