The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 23
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Naquela manhã, o sol parecia ter decidido não incomodar Roy, estava do seu lado, queria que ele ficasse o máximo de tempo possível dormindo com Oliver. Por outro lado, o celular do mais velho não queria, e insistiu em tocar no bolso dele e acabar acordando Roy com a vibração em sua perna.

O garoto acordou um pouco atordoado e se assustou ao ver Oliver ao seu lado, mas logo lembrou de toda a situação e se pôs a sorrir. Assim que olhou para baixo, viu algo vibrar no bolso do mais velho, e cuidadosamente retirou o aparelho de lá para não incomodar Oliver e acabar acordando-o.

Na tela do celular estava claro quem ligava, Felicity. Aquele era o momento em que Roy sabia que Oliver precisava atender, ao mesmo tempo não queria acordar ele, pois também precisava descansar, então a incógnita percorria a mente de Roy enquanto o celular tocava insistentemente.

— Droga! – ele deslizou o dedo pela tela do celular e atendeu. – Oi, Felicity. – ele falou um tanto desanimado, aquilo provavelmente seria estranho demais.

— Roy? O que está fazendo com o celular do Oliver? O que aconteceu com o Oliver? Recebi algumas ligações dizendo que ele não respondeu as mensagens que enviaram, por favor me diga que está tudo bem e eu não preciso me preocupar, pois já estou me preocupando. – Felicity parecia nervosa ao telefone, ela tinha seus motivos.

— Primeiramente, quero que respire fundo e se acalme, certo? – aquela era, definitivamente, a pior forma de tentar acalmar alguém.

— Roy, por favor, me diga que Oliver está vivo! – ela se exaltou ainda mais após o pedido do garoto.

Ele olhou para Oliver e o viu dormindo tranquilamente, um sorriso involuntário surgiu no rosto dele e ele agarrou a mão do mais velho como se tentasse passar segurança. – Sim, ele está vivo. – ele respirou fundo.

— Me conte a versão completa da história antes que eu acabe morrendo. – Felicity já era nervosa por natureza, e quando tinha motivos para tal, a situação piorava.

— É melhor eu contar logo. Ontem a noite eu acabei encontrando-o por acaso na Verdant, acompanhei ele até o carro e acabaram nos abordando na rua. O rapaz acabou machucando Oliver com uma faca, mas eu controlei a situação aqui na minha casa e vou leva-lo para o hospital assim que ele acordar. Não surte! Ele passa bem e a situação é estável. – ele respirou fundo, não deu uma pausa sequer, sabia que qualquer espaço entre as frases seria uma oportunidade para Felicity surtar.

— Digerindo... – ela comentou enquanto respirava fundo, parecia estar tentando se acalmar. – Oliver foi esfaqueado. – ela pausou mais uma vez e respirou. – Você cuidou dele e ele está bem. – novamente a respiração profunda. – Ele não foi para o hospital. – o ritual se repetiu. – Roy, peço que por favor leve-o para o hospital imediatamente! – Felicity aumentou o tom de voz e mostrou quão nervosa estava.

Roy sentiu sua mão ser apertada, a mão que segurava a de Oliver, e logo viu o rapaz olhando-o com um sorriso fechado de canto.

— Deixe-me falar com ela. – sussurrou Oliver, ele havia ouvido parte da ligação.

— Felicity, só um minuto. – ele entregou o celular a Oliver sem demora, sequer deveria ter atendido.

— Felicity? – ele continuou sussurrando.

— Oliver! Graças a Deus você está vivo, eu estou nervosa, preocupada, quase enlouquecendo! Estou indo para o hospital agora, estarei mandando um carro da empresa ir busca-lo na casa do Roy imediatamente. – ela falava initerruptamente.

— Você pode me ouvir por alguns segundos? – ele mantinha a voz calma.

— Sim, claro! – ela respondeu prontamente.

— Eu estou bem, Roy cuidou de mim e do ferimento, não precisa mandar carro algum aqui, Roy vai me levar e seria muito bom se estivesse lá também, mas por favor, fique calma. – ele agora voltava a atenção apenas para a ligação, tinha que conseguir persuadir Felicity.

— Oliver, sua irmã vai me matar se souber que não cuidei direito de você. – Felicity ainda persistia.

— Eu me resolvo com ela, por favor, faça o que eu disse e tudo vai ficar bem. Eu levei uma facada, me dê um tempo de toda essa confusão, certo? – a voz de Oliver agora era séria.

— Ok, entendido. – Felicity percebeu que Oliver falava sério e preferiu apenas ouvir o que ele tinha a dizer. – Estarei no hospital em breve. – ela finalmente havia se acalmado.

— Obrigado, nos vemos em breve. – Oliver desligou o celular e jogou na cama. – Eu só queria me livrar disso tudo. – comentou enquanto esfregava os olhos.

— Está tudo bem? - Roy percebeu a insatisfação no rosto de Oliver.

— Não, garoto. Não está. – ele tentou colocar os pés para fora da cama e sentiu a pontada na barriga, fazendo-o gemer de dor e recuar.

— Oliver! – Roy apoiou a mão no peito do mais velho e segurou seu ombro na intenção de ajuda-lo a deitar mais uma vez. – Tenha cuidado. – ele acariciou o ombro de Oliver como se quisesse acalma-lo.

Oliver deitou novamente e segurou a mão de Roy em seu peito. Lentamente a levou até seu rosto e beijou as costas da mesma de fora demorada, como se agradecesse sem precisar falar nada.

O rosto de Roy corou imediatamente, ele sentiu sua face queimar de vergonha, aquilo ainda era muito estranho. – Oliver, isso está ficando estranho. – ele tentou afastar sua mão, que logo foi solta por Oliver.

— Desculpe... – Oliver apoiou as duas mãos na cama e tentou erguer seu corpo, logo sentiu Roy ajuda-lo e finalmente estava em pé mais uma vez – Ás vezes tudo que eu quero é um... – ele pausou assim que sentiu Roy abraça-lo cuidadosamente. – Abraço seu. – completou em sussurros.

— Meu abraço cura até uma facada, estou ficando bom nisso. – ele riu e ouviu Oliver rir baixo. – Você precisa tomar um banho, vou leva-lo para o hospital como prometi a Felicity. – ele soltou Oliver e o ajudou a caminhar até o banheiro.

— Você pode me ajudar no banho? – Oliver queria fazer aquilo sozinho, mas sabia que não conseguiria.

— Claro! – Roy sorriu, mas logo imaginou a situação e o sorriso se desfez. – Você poderia... – ele foi interrompido por Oliver.

— Sim, ficar de cueca. – Oliver também imaginou a mesma coisa que Roy.

— Esse é o meu garoto! – ele riu enquanto caminhava com Oliver.

■■■

Após todo o processo de ajudar Oliver no banho e arrumar uma roupa que coubesse nele, Roy também se aprontou e seguiu para o hospital. Assim que chegou no local, já viu Felicity impaciente na porta, andando de um lado para o outro, e mesmo com os vidros fechados, ela conhecia o carro de Oliver.

A garota se aproximou com rapidez e ajudou Oliver a sair do carro, sequer cumprimentou Roy, apenas seguiu com o patrão para dentro do hospital.

Roy estacionou o carro e também seguiu para dentro do hospital, já percebendo que Felicity ajudava algumas enfermeiras a colocar Oliver em uma maca.

— Ele está bem, só precisam ver se o golpe atingiu algum local perigoso. – disse Roy às enfermeiras, que sequer deram atenção.

— Elas sabem o que fazer, deixe que façam seu trabalho, Roy. – Felicity parecia emburrada, certamente com raiva de Roy não ter levado Oliver de imediato para o hospital.

— Felicity, eu cuidei dele, ele está bem. – Roy tinha convicção de que o estado de Oliver era normal, não entendia o motivo de Felicity ainda estar com raiva.

— Você deveria ter trazido ele assim que tudo aconteceu. Ele poderia ter morrido! Você entende o que isso significa? – ela olhava sério para Roy.

— Ele poderia ter morrido se eu não tivesse tirado aquilo de dentro dele. Onde você estava quando ele foi esfaqueado? E se eu não tivesse seguido ele até o carro? Tudo teria acontecido, ninguém teria visto e ele provavelmente estaria nesse momento largado em qualquer calçada do Glades, em cima de uma poça de sangue, morto e nas capas de todos os jornais. Eu não tinha obrigação de segui-lo, ele me pediu para voltar, e eu não voltei. Felicity, você definitivamente não sabe o que está falando. – Roy agora tinha todos os motivos para falar.

Felicity ficou em silêncio por alguns segundos, tudo o que Roy falou fazia sentido, agora ele se afastava dela e ia para fora do hospital, precisava tomar um ar após toda a confusão.


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