The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 2
Introducing: Roy Harper


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que acompanharam o primeiro capítulo, fiquei extremamente feliz com o feedback. Espero que gostem desse também, não esqueçam de acompanhar a história e comentar.



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O Glades era um bairro suburbano de Starling, sua fama não era das melhores em Starling, mas nem por isso todos os seus moradores eram indecentes. Roy era mais um dos “mocinhos” da história. Embora seu passado o perseguisse – juntamente com sua ficha policial – por roubo. Ele havia feito aquilo apenas para sobreviver, mas era algo que tinha ficado para trás depois que ele conseguiu um emprego numa lanchonete do bairro, onde conheceu Cindy, sua colega de trabalho e amiga. Sin, como era conhecida, também morava no Glades e compartilhava de uma vida quase igual à de Roy. Não tinha pai e mãe vivos, morava sozinha em uma casa pequena e lutava para sobreviver todos os dias naquele bairro cercado de perigos.

Como todas as manhãs, Roy acordava cedo para pegar o turno da lanchonete. Aquela vida não era a que ele queria, mas com as condições e currículo que tinha, não havia oportunidade melhor a não ser aquela, ainda tinha sorte por ter um emprego. Por mais que não fosse rico, Roy ainda prezava por uma boa higiene, pois era dotado de uma beleza bastante incomum nos moradores daquele bairro, então preferia mantê-la sempre daquela forma. O garoto fez toda a sua higiene matinal e seguiu para o trabalho, sem tomar café, costumava comer no trabalho, afinal, era uma lanchonete. Como já era de costume, passou na casa da sua amiga, Cindy, que era perto da sua. A mesma já estava pronta e os dois seguiram juntos para o trabalho.

— Alguém te ligou esses dias? – perguntou Cindy ao rapaz enquanto caminhavam pela calçada.

Dias atrás, Roy havia colocado seu currículo em várias empresas da cidade, de fato a lanchonete era um ambiente cansativo de se trabalhar. Lidar com pessoas mal educadas, sujas e mal humoradas todos os dias era insuportável.

— Não. – respondeu o garoto desanimado. – Mas eu não esperava que me ligassem, você sabe que não sou a melhor pessoa pra se contratar. – concluiu colocando as mãos nos bolsos da sua jaqueta vermelha.

— Não fica assim. – Cindy apoiou a mão no ombro do amigo. – As pessoas vão ver seu potencial além do que tem naquele pedaço de papel, aposto que sua vida vai melhorar bastante, e eu vou estar contigo onde quer que esteja. – completou fazendo o amigo sorrir e consequentemente sorrindo junto.

Tudo no Glades era perto, então não demorou muito para que chegassem ao local de trabalho, e lá estava o patrão deles, sempre reclamando da demora, do ambiente sujo e da preguiça dos funcionários. Ele já tinha costume de fazer aquilo, por mais que a lanchonete sempre estivesse limpa e todos fossem responsáveis e pontuais.

Mais um dia de trabalho duro, mais um dia recebendo xingamentos, tanto dos clientes como do patrão, mais um dia extremamente cansativo para Roy, mas ele precisava daquilo, por mais que não pagasse tão bem, mas era o suficiente para que conseguisse se sustentar e manter a casa.

A noite caiu, Roy geralmente saía mais cedo nos domingos, e naquele dia não foi diferente. Cindy ainda ficou para limpar o restaurante, ela sempre descolava um dinheiro a mais fazendo hora extra, o que era bastante para se divertir no fim de noite do domingo, coisa que Roy só fazia quando de fato estava estressado e precisava respirar novos ares. Aquele dia, por mais incrível que parecesse, não era um desses.

O garoto chegou a sua casa e entrou com pressa, passando pela porta e trancando-a em seguida, não podia se confiar em nada nem ninguém daquele bairro. Ele removeu sua jaqueta vermelha juntamente com a regata branca que vestia por baixo e seguiu direto para o quarto, se é que podia chamar aquilo de quarto. Era um cômodo pequeno, sem paredes, quase junto da sala de estar. Na verdade, era uma cama num canto da sala de estar, aquilo era o quarto de Roy, o que bastava para se sentir a vontade, afinal, ali era sua casa, e nenhum lugar o deixava tão confortável quanto aquele. Ele deitou na cama e ligou a televisão com o controle remoto dali mesmo. Nem conseguiu tirar o primeiro tênis, seu celular tocou.

Um número desconhecido aparecia na tela, Roy sequer deu atenção e tirou seus tênis com calma. Assim que os removeu, pegou o celular e atendeu, sem muita vontade.

— Boa noite. Senhor Harper? – perguntou a voz feminina do outro lado do telefone.

— Senhor Harper?! – Roy riu assim que ouviu a forma que foi chamado. – Sin, desde quando você me chama assim? – ele continuou rindo.

— Não é o senhor Roy Harper? – novamente a voz questionava.

— Sim, é o senhor Roy Harper. – ele ainda gargalhava. – Fala o que você quer, senhorita Cindy. – completou.

— Eu acho que está me confundindo. Me chamo Felicity Smoak, sou secretária do senhor Oliver Queen e vi que deixou um currículo aqui dias atrás, estou certa? – Felicity estava acostumada com toda aquela formalidade, então já mostrava um tom normal e amigável na ligação.

— Oliver Q... – Roy pausou. Seu rosto queimava de vergonha por ter falado aquilo na ligação e logo relacionou o nome que havia ouvido às Consolidações Queen, onde havia deixado seu currículo recentemente. – Me desculpe! Eu pensei que era uma amiga minha me passando trote no telefone, não imaginaria que iriam me ligar! – ele engoliu seco, estava completamente envergonhado.

— Está tudo bem. – Felicity parecia bem humorada do outro lado da linha. – Estou ligando para comunicar-lhe que surgiu uma vaga de estagiário na empresa e seu currículo me chamou bastante a atenção. Teria interesse nessa vaga, senhor Harper? – perguntou brandamente.

— Com certeza! – Roy respondeu de imediato. – Quando eu posso ir aí? – o garoto de fato estava empolgado.

— Amanhã pela manhã teremos entrevistas com o presidente, Oliver Queen, juntamente da sua secretária, que sou eu, Felicity. E aqueles que passarem para a segunda parte, farão testes de aptidão, para então serem avaliados e no final um ficará com a vaga. – esclareceu a garota.

— Estarei aí então. Muito obrigado, senhora. – disse Roy já com um sorriso estendido no rosto.

— As Consolidações Queen agradecem o contato, senhor Harper. Esperamos o senhor amanhã. Tenha uma boa noite. – Felicity desligou o telefone.

— Isso! – Roy jogou o telefone na cama e comemorou a ligação recebida. – Mas com que roupa eu vou? – o garoto levantou da cama imediatamente e seguiu até seu pequeno armário. Lá não tinha muita coisa, e uma roupa apresentável também não fazia parte do estilo de Roy. – Ótimo. Minha primeira entrevista de emprego em um lugar extremamente rico e eu não tenho uma boa roupa. – ele revirou todo o armário e conseguiu encontrar uma camisa branca de mangas curtas, que estava um pouco amarelada devido ao tempo, mas nada que não passasse despercebido. No meio de todas as roupas velhas que guardava ali, também encontrou uma calça jeans preta surrada, que já havia ficado cinza, mas era de certa forma apresentável. Para calçar, Roy só tinha os tênis que havia tirado, alguns pares de sandálias e um par de sapatos marrons que foram do seu pai, que por sorte, ainda estavam “novos”. – É, acho que encontrei minha roupa. – o garoto deixou tudo separado em cima da poltrona. Estava tão feliz por ter recebido aquela ligação que a roupa não importava muito.

▪▪▪

Já era manhã de segunda-feira e Roy acordou mais cedo que o normal. No seu rosto estava a alegria da noite passada, ele parecia brilhar naquela manhã, algo anormal para ele diariamente. Antes de dormir, ele ligou para Cindy e explicou tudo que havia acontecido, a mesma ficou extremamente feliz pelo amigo e tratou de inventar uma desculpa para dar ao patrão na manhã seguinte de trabalho. Cobriria o turno de Roy para que ele pudesse ir àquela entrevista de emprego.

O garoto passou toda a roupa e tomou um dos banhos mais demorados da sua vida. Tinha de se certificar que estaria impecável para aquela entrevista, já que não tinha nada de interessante no currículo, teria que investir na beleza. Assim que saiu do banho, checou o relógio e viu que o ônibus passaria logo no ponto próximo da sua casa. Tratou então de vestir a roupa cuidadosamente para não amassar, se perfumar, pentear os cabelos e deu uma última checada no visual antes de sair de casa, que incrivelmente estava apresentável.

Após longos e eternos vinte minutos, o ônibus chegou ao centro comercial de Starling, local afastado do Glades. Roy seguiu o caminho até as Consolidações Queen a pé, e não demorou a chegar ao local. Sua ansiedade o fazia andar mais rápido que o normal.

Aquele lugar era majestosamente enorme. Roy olhou para cima e ficou tonto ao ver o tamanho do prédio em que estava prestes a entrar. Suas pernas tremeram e sua barriga gelou, era um desafio muito grande, mas Roy estava pronto para enfrenta-lo. Ele entrou no local e se dirigiu à recepção, comunicando quem era e recebendo um crachá com seu nome, que já havia sido comunicado mais cedo.

O garoto nunca havia se sentido tão importante como se sentia naquele momento. O nervosismo tomava conta dele, preferiu ir até a lanchonete que havia dentro da empresa, no térreo, pegar algo para comer ou beber e acalmar os nervos.

— Bom dia, senhorita. – cumprimentou a mulher do outro lado do balcão. – Um café puro e duas colheres de açúcar, por favor. – pediu, e rapidamente foi atendido, recebendo seu café num copo grande de um material bastante resistente. – Quanto custa? – perguntou receoso, sabia que aquilo poderia ser bastante caro.

A moça olhou para Roy e viu o crachá pendurado em seu pescoço. – Candidato a vaga de estagiário? – perguntou já sabendo a resposta. – Não se preocupe, é gratuito para funcionários e candidatos. – respondeu sem se prolongar muito.

Roy não poderia estar mais feliz. Tinha um café em mãos e uma empresa para entrevista-lo, ele só precisava se acalmar até ser chamado para a entrevista. Começou então a caminhar pelo lugar, olhando para todos os cantos, surpreso com o profissionalismo dos funcionários do local e a seriedade dos mesmos. Muita coisa lhe chamava a atenção no local, mas o que mais chamou foi quando um homem mais alto esbarrou nele, fazendo-o derrubar seu café quase todo em cima do mesmo e surpreender-se.

Ele ficou mudo por alguns segundos, até olhar no rosto do homem, que o olhou de volta. Não o conhecia, mas provavelmente era um funcionário da empresa pelo que vestia. – Me desculpe senhor, eu não te vi. – falou numa tentativa falha de se desculpar, visto que o rapaz seguiu para o elevador com pressa, sem dar atenção ao que Roy tinha a dizer.


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Notas finais do capítulo

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