The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 18
Home Sweet Home




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Finalmente o desespero havia passado, Roy conseguiu acalmar Oliver a ponto de fazê-lo parar de chorar e tirá-lo daquela saleta. Os dois estavam recompostos, com suas roupas e emoções no lugar, embora Oliver ainda estivesse um pouco abatido por toda a situação que ocorria com sua mãe, mas o fato é que ele não poderia vê-la, por mais que fosse a única coisa que queria naquele momento.

— Está tudo sob controle. – Roy falava ao telefone com Felicity. Ele se distanciou de Oliver para que ele não ouvisse a conversa, mas não deixou de vigiar o mais velho, sabia que ele ainda estava um pouco descontrolado, poderia fazer qualquer loucura para ver a mãe.

— Como está o Oliver? – ela perguntou ainda sentida com toda a situação.

— Ele está triste, mas está melhor do que antes. Estou encharcado das lágrimas dele, então acho que já imagina que ele descontou toda sua tristeza na minha camisa. – Roy não estava com raiva, estava feliz por ter ajudado Oliver, sua camisa era só um objeto que poderia ser trocado.

— Fique tranquilo, já passei por isso também. Quando o Oliver sério dá lugar ao Oliver chorão, haja ombro seco para segurar suas lágrimas. Eu até estou pensando em começar a usar ombreiras, pra evitar esse tipo de situação. – Felicity ouviu o telefone da sua mesa tocar. – Preciso ir, sem vocês dois aqui parece que tudo decidiu virar de cabeça pra baixo. Só cuide dele, certo? – ela desligou o telefone.

Roy retornou até onde Oliver estava, sentou ao seu lado e apoiou a mão no seu ombro, fazendo-o virar para fita-lo e um sorriso involuntário aparecer no rosto do mais velho.

— Você ainda está aqui comigo. – Oliver falava baixo, quase sussurrando.

— Porque não estaria? – Roy se aproximou para ouvir melhor e poder falar com ele no mesmo tom.

— Bom, eu sou seu patrão, você deveria estar trabalhando agora. – um sorriso de canto surgiu nos lábios de Oliver.

— Me demita, então. Se eu não posso faltar um dia para cuidar de um amigo que está sofrendo, não preciso desse emprego. – Roy falou aquilo com medo, embora estivesse se referindo a Oliver, ficou receoso imaginando como ele podia interpretar aquilo.

O mais velho apenas riu e fechou os olhos em seguida, encostando sua cabeça na parede. – Ah garoto... – ele sussurrou mais uma vez.

— Você está bem? – a preocupação com o bem-estar de Oliver ainda estava ali, por mais sorridente que estivesse, muito desespero podia estar por trás daquela felicidade repentina.

Os olhos verdes ousaram aparecer mais uma vez para Roy. Ele apenas estendeu um sorriso nos lábios fechados e afirmou com a cabeça.

Roy sorriu, era bom saber que tinha ajudado.

O elevador do andar se abriu, Thea Queen saiu de lá as pressas, já indo na direção do irmão que estava sentado logo à frente da recepção.

— Ollie! – ela viu o irmão levantar e o abraçou com força. – O que aconteceu? Não me diga que... – ela pausou.

— Não! Está tudo bem. Segundo a enfermeira, o quadro dela melhorou, mas não pode receber visitas. – ele soltou a irmã.

— Eu vim o mais rápido que pude. Estava em Central buscando um DJ novo quando me ligaram, tive que conseguir um carro urgentemente pra vir até aqui. – ela respirou fundo.

— Thea, esse é meu estagiário, Roy Harper. – Oliver olhou para o garoto meio encolhido e intimidado na cadeira, logo lembrou que ele já havia conhecido sua irmã. – Creio que vocês já se conheçam... – ele segurou o riso.

A garota olhou para Roy e vagamente lembrou daquele rosto, não era o primeiro e muito menos seria o último que ela beijou, mas quando alguém era bom o suficiente, ela lembrava.

— Sra. Queen. – ele levantou ainda tímido e estendeu a mão para ela em forma de cumprimento.

— Sr. Harper. – ela apertou a mão do garoto. – Obrigado por cuidar do meu irmão. Acho que se não estivesse aqui, ele teria quebrado toda essa recepção. – ela sorriu.

— Não foi fácil, mas eu consegui. – ele olhou para Oliver, que sorriu.

— Meu irmão não é fácil. – ela olhou para Oliver também. – Mas então, não vamos poder visita-la? – perguntou Thea mesmo já sabendo da resposta.

— Não. Segundo a enfermeira, amanhã seria o melhor dia para isso, embora eles não saibam se ela vá estar estável amanhã, mas ela terá se recuperado melhor. – Oliver já parecia conformado com a situação, não tinha muito o que fazer a não ser esperar até o dia seguinte.

— Tudo bem então. Vou almoçar aqui por perto, depois preciso voltar para Central. Se quiserem vir junto, fiquem à vontade. – Thea olhava para os dois a sua frente.

Roy olhou no relógio, ele nem se atentou que a hora havia passado tanto que já beirava as 15:00hs, só se deu conta quando Thea falou e ele sentiu sua barriga roncar. – Não se incomode comigo. Vou voltar para a empresa e almoçar por lá, preciso desafogar Felicity. – ele sorriu.

— Não! – Oliver segurou no braço de Roy como se ele fosse sair dali, mas ele sequer deu um passo. – Vamos comigo, eu vou almoçar em casa e te levo junto. – ele olhava para Roy e percebeu o susto que o rapaz tomou ao ouvir a proposta.

— Eu não posso aceitar. Como disse, não se incomode comigo, eu como qualquer coisa na empresa. – Roy tentou caminhar, mas esqueceu que seu braço estava sendo segurado por Oliver, que não soltou.

— Como falei, Sr. Harper. Meu irmão não é fácil, acho melhor aceitar o convite logo. – ela sorriu. – Eu estou indo. – ela abraçou Oliver e o beijou no rosto. Cumprimentou Roy e em seguida foi até o elevador.

— Oliver, eu não posso aceitar isso, sinto muito. – Roy estava envergonhado, aquilo era demais para ele.

— Roy... – ele olhou para o garoto como se quisesse muito aquilo, mas não iria insistir, decidiu então solta-lo.

Ele pensou por alguns segundos, aquilo de falo era muita coisa. Pisar pela primeira vez na mansão dos Queen. Ele sabia que não seria a primeira, mas naquela situação era até um privilégio ser levado para lá.

— Eu estou com fome e não vou pedir mais, se quiser vir, será mais que bem-vindo. – Oliver começou a caminhar até o elevador, logo viu Roy o acompanhar.

— Isso vai ser estranho, mas eu vou aceitar o seu convite. – ele seguiu o mais velho até o elevador e percebeu o sorriso na face dele.

O carro que Roy havia pego para ir até o hospital já havia voltado a empresa, e Oliver estava com seu motorista particular ali, não tinha com o que se preocupar. Roy entrou pela primeira vez em uma limusine, aquilo era um sonho, todo aquele espaço dentro de um carro, todas aquelas regalias, ele poderia facilmente se acostumar com aquilo. Não fosse só isso, o garoto ficou maravilhado ao passar pelo portão da mansão dos Queen, ele grudou o rosto no vidro e ficou vislumbrando cada cantinho do jardim, como se estivesse em um sonho, até que finalmente o carro parou.

O garoto desceu do veículo sozinho, mesmo sabendo que John Diggle viria abrir a porta para Oliver. – A porta já está aberta, é só sair. – ele ficou do lado de fora e Oliver saiu do veículo com um sorriso no rosto.

Roy esperou Oliver e ficou atrás dele o tempo todo, a porta daquela casa parecia de um castelo, até que finalmente o mais velho a abriu. O hall era tudo que Roy via nos programas de televisão, um espaço imenso para todos os lados que olhava, quadros, decorações, lustres, tudo parecia brilhar aos olhos do garoto.

— Se for babar me fale para que eu pegue um guardanapo. – Oliver observava a reação de Roy já com um sorriso no rosto.

— Me desculpe... – o garoto se recompôs e seguiu os passos de Oliver para onde quer que fosse.

— Mathilda, estou em casa! – gritou Oliver, caminhando na direção da sala de jantar.

Roy só conhecia Mathilda de ouvir Felicity falar, mas nunca havia visto pessoalmente. Ele caminhou junto de Oliver até a sala de jantar, que era mais um ambiente enorme.

— Sr. Queen! – Mathilda apareceu nas pressas. – A Sra. Queen está bem? – perguntou preocupada.

— Sim, ela melhorou, obrigado por se preocupar. – ele olhou para Roy. – Esse é meu estagiário, Sr. Harper, iremos almoçar aqui, poderia nos servir? – Oliver voltou a encarar a governanta.

— Mas é claro! – ela sorriu para Roy. – É um prazer conhece-lo, Sr. Harper. – ela acenou com a cabeça e voltou para a cozinha.

— Oliver, eu ainda estou bem desconfortável com isso tudo, mas poderia me acostumar facilmente com essa vida. – ele olhava ao redor.

O mais velho apenas riu e caminhou até a mesa de jantar, sentando na cadeira da ponta, como de costume.


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