The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 14
Sorry. Guilty!




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Embora Roy soubesse que Oliver não tinha a menor ideia do que ele havia feito no final de semana, o garoto ainda se preocupava todas as vezes que o celular do patrão tocava, e olhava sempre que o mesmo atendia, e foram muitas as vezes que isso aconteceu.

— Roy, você vai almoçar agora? – Felicity estava ao lado da mesa do garoto quando o mesmo a fitou.

— Mas que horas são? – ele olhou para o relógio do computador, já eram 13:05hs. – Minha nossa! Eu nem vi a hora passar. – surpreendeu-se.

Felicity sorriu. – Então, vamos? – ela observou o garoto se levantar da mesa, parecia uma resposta afirmativa para a pergunta.

O telefone da mesa de Roy tocou, claramente ele podia ver Oliver em sua sala com o telefone no ouvido e o fitando de longe, seu rosto não era dos mais afetuosos. – Um minuto. – Roy atendeu o telefone com presteza. – Boa tarde! – ele respondeu atencioso.

— Poderia vir aqui? – perguntou Oliver.

— Sim, estou indo. - respondeu Roy apressado, desligando o telefone em seguida. – Oliver me chamou, pode ir, depois a gente se encontra por lá. – concluiu vendo a colega se afastar.

Roy abriu cuidadosamente a porta de vidro da sala de Oliver, o mesmo estava muito sério, o que preocupou o mais novo de imediato. – Com licença. – disse enquanto entrava e se aproximava da mesa do patrão.

— Por favor, sente-se. – disse Oliver.

O garoto prontamente obedeceu e ficou a fitar todo e qualquer objeto, menos o rosto de Oliver. – Em que posso ajudá-lo? – perguntou ansioso para sair logo dali. O clima parecia cada vez mais pesado.

— Eu recebi uma ligação quase agora e... – Oliver foi interrompido por Roy.

— Eu sinto muito. – Roy viu o silêncio pairar na sala após sua frase. – Não tive a intenção. – ele falou de novo, o silêncio continuou.

Se houvesse uma expressão que personificasse uma interrogação, era daquele jeito que Oliver estaria naquele momento, sem entender absolutamente nada.

— Eu sei que errei e que vou receber o que mereço. – Roy baixou a cabeça e esperou que Oliver falasse.

— Garoto, você está bem? – Oliver disse preocupado.

Roy levantou novamente o rosto e viu que Oliver não tinha mais a seriedade no rosto, mas sim uma dúvida.

— Por favor, me diga o que está havendo. Posso ajudá-lo em algo? – o mais velho estava de fato preocupado. Ele se inclinou na mesa e apoiou seus cotovelos ali na tentativa de ficar mais próximo de Roy e lhe dar mais atenção.

— A qual ligação o senhor se referia? – Roy tentou desconversar, Oliver parecia ainda não saber de nada.

— Gregory Wong ligou, ele queria marcar um almoço de negócios e iria pedir para que você reservasse algo para amanhã, mas agora você me deixou intrigado. – Oliver estava mais curioso da situação de Roy e o motivo pelo qual o mesmo estava se desculpando naquele momento.

Roy parou no tempo, se houvesse um buraco no chão daquela sala, ele enfiaria a cabeça ali mesmo e nunca mais sairia, mas infelizmente não havia. O que havia ali era um homem à sua frente lhe questionando sobre suas atitudes suspeitas nos últimos minutos.

— Vamos, me fale qual o seu problema. – Oliver aguardava pacientemente pela fala de Roy.

— Eu pensei que tivesse feito algo errado e já estava me desculpando por isso antecipadamente. – o garoto contou a pior mentira de todas, ainda com direito a um sorriso sem graça ao fim da frase. – Não se preocupe, estarei marcando um almoço no melhor restaurante da cidade para os dois amanhã. Inclusive, vou fazer isso agora! – Roy levantou e já ia se afastando da mesa de Oliver, quando o ouviu falar.

— Roy. - falou num tom baixo, quase como um sussurro.

O garoto sentiu suas pernas falharem, quase derrubando-o no chão. Ele lembrou-se do sonho, quando Oliver falava seu nome naquele mesmo tom. Parou imediatamente, mas ficou sem ação. Não sabia se seguia ou se voltava, aquilo definitivamente não era um sonho. Ele ouviu a cadeira de Oliver se mover e ouviu o sapato do mesmo bater no chão. Seus passos eram lentos e Roy podia ouvir cada um deles, aproximando-se vagarosamente, até que por fim o ombro direito do garoto foi preenchido por uma mão grande, que apertou ali carinhosamente.

— Por favor, vamos conversar. – Oliver falou quase como um sussurro novamente, e percebeu a pele de Roy arrepiar-se através da nuca do garoto.

— Sim. – ele respondeu também em sussurro, como se compartilhasse da mesma voz que Oliver.

Oliver seguiu até o sofá que havia em sua sala e sentou-se ali, esperando que o garoto fizesse o mesmo.

— Eu estou bem aqui. – Roy continuou em pé, no meio da sala, apenas observando Oliver sentado.

O mais velho tirou um controle do bolso e apertou um botão azul, que fez com que persianas brancas começassem a cobrir a entrada de vidro da sala, deixando o ambiente completamente a prova de curiosos do lado de fora. – Agora está mais à vontade? – perguntou Oliver.

Por um momento, Roy pensou que seu sonho se tornaria realidade naquele momento, mas ele tinha que colocar em sua cabeça que Oliver não o queria daquela forma, queria apenas saber o que ele estava sentindo, o que o deixara tão nervoso naquele momento, e ele não sabia se estava pronto para contar.

— Roy, eu poderia estar ganhando dinheiro durante todo esse tempo que estou aqui esperando você falar o que está lhe afligindo, então eu creio que você não vá me decepcionar. – Oliver deu um sorriso de canto. – Não tenha medo de mim, eu quero que tenhamos uma boa relação. – ele não sabia mais o que falar para convencer o garoto, mas logo o viu se aproximar e sentar-se no sofá à frente.

— Eu fiz algo esse final de semana e pensei que o senhor pudesse já estar sabendo disso, mas acho que não está, e acho que estraguei tudo. – Roy estava achando tanto que acabou se embaralhando nas próprias palavras.

— O que aconteceu? – Oliver insistiu naquela pergunta.

— Eu acabei bebendo demais e beijei alguém muito próxima do senhor. – ele acabou revelando, não conseguia mais segurar.

Oliver apenas riu. – Ah, garoto. – balbuciou em meio a risada.

Roy estava trêmulo, imaginou que aquilo fosse apenas uma preliminar do soco que levaria em seu nariz. – Me desculpe, Sr. Queen. – mais uma vez ele se desculpou.

— Convenhamos que eu e minha irmã já somos muito bem crescidos, garoto. Tudo que ela faz ou deixa de fazer, não diz respeito a mim, e tudo o que eu faço, também não importa para ela. Você também é muito bem crescido e sabe o que faz, embora a bebida tenha feito por você, mas de qualquer forma, sabemos que você tem bom gosto bêbado, então isso é um ponto positivo. – Oliver novamente sorriu, e viu Roy o olhar sem saber o que estava acontecendo. – E é Oliver, não Sr. Queen. – ele manteve o sorriso no rosto e levantou do sofá, estendendo a mão direita para Roy.

Roy estava sem acreditar no que acabara de acontecer, ele havia conversado sobre sua vida particular com seu patrão, confessado que havia beijado a irmã dele e ainda continuou amigo do mesmo e com seu emprego, era como se tirasse um peso enorme das suas costas. – Eu não... – o garoto ignorou e mão estendida de Oliver e o envolveu em um abraço forte.

Oliver assustou-se, mas continuou sorridente enquanto era abraçado, logo retribuindo o abraço. – Você gosta de abraçar, não é? – sibilou enquanto recebia o afago de Roy.

— Me desculpe, eu... – Roy tentou afastar-se, mas foi puxado pelo mais velho dessa vez.

— Eu gosto dos seus abraços. – sussurrou Oliver perto do ouvido de Roy, sentindo os braços do mais novo novamente envolverem as laterais do seu tronco.


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