Geni.: Origem Nobre

Geni tinha um que de suavidade em seus traços.

Algo que gritava, aos quatro cantos: “Eu vim da casa grande”.

Mas Geni não gritava, escondia a sete chaves, sua origem. De nobre nada tinha.

Mas ainda sim, Geni seduzia, até quem não poderia. Até quem não queria.

A cidade pacata tremeu, quando no céu apareceu, um enorme zepelim.

E de lá desceu, sem medo em seu rosto, sorriso torto e cicatriz cravada.

Os canhões preparados, sem dó, sem pecado, a cidade clamou:

“Tenha piedade, dessa pobre gente

Pacata e carente”.

O comandante então sorriu, a curva nos lábios causando calafrio

“Mudei de ideia!” Clamou, os olhos fitando a mulher negra que, de forma singela, observava a submissão da cidade.

“Pouparei essa cidade, infeliz e pecadora, se aquela bela moça, comigo aceitar se deitar.”

A cidade gritou, de forma fervorosa, espantada, aliviada.

“Mas aquele é Geni

Ela é feita para apanhar

Ela é boa de cuspir!”

Mas o comandante não pareceu se afligir, parecia... intrigado.

Geni, com os olhos arregalados, amedrontado, ouviu a cidade repetir:

“Vai com ele Geni

Você pode nos salvar

Você vai nos redimir!”

E Geni, que em segredo guardava seus caprichos, aceitou tal sacrifício.

Pois preferia dormir com os bichos.