Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 27
A Mais Bela Aventura


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a Dama do Caos, por ter recomendado a fanfic! Obrigada, minha linda!

Meus queridos leitores, desculpe ter ficado tanto tempo sem postar, mas eu gosto de fazer os capítulos com calma para que saia do jeitinho que eu havia montado!

Quero que saibam que eu NUNCA irei abandonar essa fanfic, ok?

Obrigada a todos que comentaram, eu amo todos vocês!!!



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"Por que temer a morte?  Essa é a mais bela aventura da vida."                                      - Charles Frohman

 

 

Havia aquele olhar em Aura Mors, juntamente com aquele sorriso levemente inclinado para o lado. O sorriso que poderia significar qualquer coisa. Tom Riddle era forçado a admitir que Mors possuía uma eloquência de dar inveja a maioria dos bruxos e bruxas mais velhos, e ele de certa forma estava impressionado. Irritado, porém impressionado.

Faziam dois meses que Aura Mors chegara em Hogwarts, e já conseguia trazer um novo dilema para ele a cada novo dia. Ela o derrotara em um duelo, sabia das circunstâncias de seu nascimento e, pior ainda, sabia sobre as Horcruxes. Só isso já era o suficiente para fazê-lo chegar a conclusão de que seria melhor a matar, mas algo, lá no fundo, o dizia que a Maldição da Morte não seria o suficiente para se livrar de Mors. E isso o dava arrepios. Por outro lado, também havia o fato de que Tom Marvolo Riddle era um rapaz muito curioso; estaria mentindo para si mesmo se dissesse que não se interessava em desvendar o enigma que era a garota. 

Mors já tinha desviado seu olhar do dele, e parecia ouvir o que o idiota do Dumbledore dizia sobre os Trouxas - a estirpe mais desprezível do mundo, segundo Tom. Aproveitou esse momento para realmente observá-la com afinco, do jeito que Avery e Lestrange faziam.

O que mais chamavam a atenção em Aura Mors eram seus olhos: grandes, amendoados e cinza-escuros, como um céu em dia de tempestades. Um cinza quase castanho ou negro. O rosto era bem marcado, com malares altos, sobrancelhas arqueadas e nariz afiliado. Não poderia ser considerado um rosto gentil, e a beleza dela não era a beleza padrão que agora vigorava: de garotas e mulheres delicadas como bonecas de porcelana. Não, a beleza de Aura Mors era austera e exótica.

Tom até que gostou disso. Era diferente, fora do comum. Única.

Já os cabelos não eram tão fora do comum. Claro, ela não os usava curto e nem os usava com cachos. Eram longos, ondulados e negríssimos, o que destacava mais ainda sua palidez. Mors era ainda mais pálida que ele próprio, mas até mesmo isso parecia se assentar bem nela.

Mors era bonita. Muito bonita, muito inteligente, muito talentosa e cativante. Seria uma rival exemplar ou uma aliada poderosa.

— Tom, meu rapaz!  - a mão do mestre de Poções batendo em seu ombro o tirou de seus pensamentos, e ele se controlou para não ter um sobressalto - Por que você e a senhorita Mors não dançam um pouco? Senhor Lestrange e eu estamos conversando e Aura já deve estar entediada! Oho!

O sonserino pensou em recusar, dando alguma desculpa, mas essa também era uma boa chance para tentar arrancar algo mais da garota. E ver a irritação de Altair ir aumentando sem que ele pudesse fazer algo era um bônus.

— Mas é claro, professor. - deu um sorriso charmoso, erguendo a mão em direção à Mors - Senhorita Mors, me concede essa dança?

O sorriso maldito de Mors voltou ao seu rosto.

— Mas é claro, senhor Riddle. - ela aceitou, imitando seu tom de voz.

Ela estava zombando dele?

  A música que tocava era um Jazz, e embora nunca tivesse aprendido formalmente a dançar, Tom tinha certeza de que não pisaria nos pés de Mors.

— Se divertindo? - a garota perguntou em tom leve, quase como se tivesse lido seus pensamentos. Seus olhos estavam divertidos.

Ele se esquecera o quanto ela era alta. Devia ser da sua altura ou até mesmo dois centímetros maior. Trincou os dentes, sentindo uma leve onda de raiva passar por seu interior. Detestava quando Aura Mors o encarava desse jeito, era como se ela enxergasse algo engraçado nele. Geralmente se orgulhava por conseguir manter suas emoções em xeque, mas Mors conseguia fazer com que ele perdesse o controle mais rapidamente do que ele ousava admitir.

— Sim. - ele lutou para responder - E você Mors? Está se divertindo aqui ou preferia estar conversando com corvos?

A sobrancelha esquerda de Mors se ergueu, e a moeda que ela esquecera com ele - que ele ainda não havia devolvido - pareceu se tornar mais pesada e fria em seu bolso.

— De fato, eu preferia estar conversando com corvos. - ela respondeu, em voz suave - É interessante conversar com eles. - ela se aproximou um pouco mais, seus corpos quase se tocando - Eles trazem notícias do mundo dos mortos.

Nesse ponto, ele a girou, em parte para interrompe-la, mas também porque não queria que ela conseguisse ver o pequeno receio que tomou conta de seu rosto.

— Você é uma pessoa mórbida, Mors. - disse, voltando a segurar a cintura da garota - Por que precisa sempre falar de mortos? Ou Morte? Não entendo porque uma garota iria se preocupar com esses assuntos.

No caso, o incomodado era ele com esses assuntos. Detestava a ideia de morrer. 

Morte.  A maior vergonha que um bruxo poderia passar. Um fim Trouxa. Um fim desonroso.

— Sou diferente das outras pessoas, Thomas. - ela piscou os olhos - E ainda mais diferente das outras garotas.

Ele definitivamente concordava com isso.

  - Deu para perceber. - ele respondeu, dando a ela um sorriso perigoso - Mas você deveria ter cuidado com essa língua afiada. Ela ainda pode te matar.

Aura Mors retribuiu seus sorriso com um gentil. Subiu a mão de seu ombro até a parte de trás de seu pescoço, e Tom se sentiu paralisar com o frio que o assolou.

— Não, Tom. - ela respondeu, ainda sorrindo - Você deveria ter cuidado com o caminho que quer seguir. Ele ainda irá te matar. E de uma forma bem pior que a própria Morte.

Mesmo depois que Aura Mors retirou sua mão gélida de sua pele, o frio ainda o perseguiu pelo resto da semana seguinte.


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Notas finais do capítulo

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