Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 15
Confia Em Meu Amor


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpe a demora para postar. Esse fim de semana estive visitando meu pai e ando enfrentando alguns problemas... Mas não se preocupem, aos poucos estou voltando com as postagens diárias!!!

Agora, vamos ao capítulo!!!



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"Duvida da luz dos astros,

De que o sol tenha calor,

Duvida até da verdade,

Mas confia em meu amor."

— William Shakespeare

 

 

— Aura, pode parecer estranho, visto que nos conhecemos apenas há uma semana, mas eu realmente gosto de você. - Altair Lestrange disse, enquanto caminhava com Aura Mors até pararem embaixo de uma árvore solitária. Alguns estudantes que passavam por eles, tinham dificuldade de desviar o olhar; certamente, seria a fofoca do dia a especulação de que os dois estariam juntos.

Olhando para Aura Mors assim, tão perto, não pode evitar sentir um grande orgulho. Aquela garota tão bonita e inteligente estava de braços dados com ele e sorria para ele, embora parecesse talvez um pouco indiferente. Mas isso com certeza mudaria com o tempo.

— Isso me lisonjeia. - Mors disse, o lançando mais um de seus sorrisos de lado.

— Gostaria de saber mais sobre você, Aura. - Altair inclinou o corpo levemente em sua direção, dando um sorriso charmoso, para que a garota reconhecesse o flerte - Uma pessoa tão misteriosa como você, geralmente é muito interessante.

Aura ergueu uma sobrancelha, embora seu rosto não traísse nenhuma emoção, ele sabia que ela o havia compreendido.

— Então, você me acha misteriosa? - ela questionou, erguendo levemente o queixo - Está errado, eu sou, na realidade, muito simples. Quase um livro aberto. Mas, de certa forma, também gostei de você, Altair, e por isso deixarei você me perguntar o que quiser.

— O que eu quiser? - ele a imitou, erguendo também uma sobrancelha.

— Sim. - ela sorriu, e um brilho estranho atravessou seus olhos - Porém, saiba que nem tudo você poderá saber.

Aura Mors havia sido tão decidida em sua última frase, que Altair não conseguiu contesta-la.

— Você tinha me dito que quase não lembrava de seus pais. - ele começou, olhando com atenção o belo e impassível rosto de Aura - Mas, o que exatamente lembra deles.

Ela suspirou e um ar de melancolia percorreu suas feições.

— Minha mãe era uma mulher muito bonita. Tinha os cabelos cor de fogo e um grande talento para poções. Diziam que eu me parecia com ela, mas apenas as feições. Tanto meus cabelos e meus olhos foram herdados de meu pai. - fechou os olhos - Meu pai era corajoso e gentil. Ele era, definitivamente, um guerreiro. Nunca tive o prazer de conhecer um homem que houvesse tido tanta honra quanto ele. - voltou a abrir os olhos - Próxima pergunta?

Por um momento, Altair ficou aturdido, mas voltou a si.

— Você é prometida? - se viu perguntando, e pigarreou após notar sua voz falha - Sua família, ela apoia a pratica de casamentos arranjados? Você é prometida?

Tecnicamente, Riddle não tinha interesse de saber esse fato sobre ela. Mas Altair não deixaria a chance passar.

Aura Mors desviou os olhos pela primeira vez, e um espasmo percorreu seu rosto, quase como se ela tivesse sentido uma dor muito forte. Ele ergueu as mãos, como que para ampara-la, mas em um segundo ela já estava bem novamente, o deixando a questionar se não havia imaginado.

— Já fui prometida, sim. - respondeu ela, em voz extremamente suave - Porém, não mais.

— Não deu certo? - ele se viu insistindo - Você não gostava da família?

— Uma série de eventos impediram que esse... acordo se concretizasse. - os olhos cinzentos se tornaram surpreendentemente tristes - E eu não gostava da família. Eu amava a família.

— Sinto muito pelo que quer que tenha acontecido. - Lestrange disse, e estava sendo sincero. Seja o que fosse, algo em Aura Mors o instigava a ser sincero. Quase como se fosse impossível mentir para ela.

Tão bonita, tão sozinha... Ele ergueu a mão e segurou a de Aura, a apertando levemente em consolação. Eram gélidas, como ele se lembrava. A garota o lançou um olhar surpreso, mas não soltou sua mão, apenas a apertou de volta.

— Altair, me permite dar um conselho? - ela murmurou em voz leve.

— Claro. - como ele poderia negar algo a ela? Bastava que ela lhe pedisse para morrer, e ele entregaria a ela sua alma sem pensar duas vezes.

— Posso ver que, apesar de tudo, você é uma boa pessoa. - ela começou, entrelaçando seus dedos nos dele - Não importa o que você já fez. Não importa a opinião dos outros. Siga seu caminho. Apenas o seu caminho, o que você, no fundo de sua alma, sabe que é certo. - o encarou nos olhos - E nunca faça nada que sua consciência não seja capaz de suportar.

***

Seren amava rosas.

Rosas eram suas flores favoritas, fossem por sua grande variação de cores, ou por seu aroma adocicado e forte, ou pelo jeito em que suas pétalas suaves escorregavam pela ponta de seus dedos conforme ela as tocava. Costumava se deitar nos campos verdejantes, no verão e na primavera, quando as rosas se abriam e seu perfume emanava pelo ar; joaninhas costumavam grudar em seus cabelos, mas ela não se importava. Tudo era lindo, tudo era paz.

Seren amava chuva.

Chuvas de verão eram as suas preferidas. O céu se tornava cinza-tempestade, o vento soprava de todos os quatro cantos e havia  aquele cheiro de umidade antes de um grande temporal. As gotas de água caíam grossas e escorriam por seus cabelos e desciam por seu pescoço e braços, encharcando suas vestes e esfriando sua pele. Ela erguia as mãos e apanhava as gotas; erguia os braços e girava. Na chuva, suas frustrações eram levadas embora, escorrendo pelo chão e entrando pelo solo.

Seren amava tanto o aroma das rosas, quanto o aroma da chuva. E Galahad, certa vez, conseguira unir as duas coisas e dar a ela de presente.

Aconteceu uma grande tempestade semanas após a conversa sobre o casamento, e Galahad estivera com ela. Dançaram juntos pela chuva, e a felicidade e leveza que não sentia a semanas havia retornado ao coração de Seren. Deixou que Galahad a acolhesse em seus braços, e deixou que ele experimentasse de seus lábios de um jeito faria a mais libertina das mulheres se envergonhar. Ela estava sendo golpeada pelo amor, e gostava da sensação.

Ao cessar da chuva, ambos se sentaram, lado a lado, sentindo o vento que ainda soprava secar suas roupas. Nesse período, Galahad entrelaçava rosas, brancas e vermelhas, criando uma coroa dessas flores. Nem todos os rapazes ou homens teriam esta delicadeza, de aprender a trançar flores apenas para a presentear.

A partir daquele dia, Seren reconheceria o aroma de flores como o aroma de Galahad.


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Notas finais do capítulo

Vale lembrar que vocês precisam prestar atenção aos detalhes!!!

Ah, em caso de curiosidade, as frases iniciais que coloco em cada capítulo, tem ligação total com os personagens, mesmo que não necessariamente entre em contexto com o capítulo que está.

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