Sombras na Lua escrita por allyhmarques


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar um capítulo por dia até acompanhar o outro site onde essa história foi iniciada.
Depois disso vai ser um por semana como já funciona lá... ♥



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Três meses depois da minha partida, ainda encaro a janela do trem como se fosse a primeira vez que estivesse passeando pela Europa. Cada montanha tem seu charme e beleza e não é que naquele lugarzinho ainda existiam coisas interessantes a se fazer além de lamentar a morte dos seus? Desembarquei em Madrid por volta de dois dias depois da partida. Tomei alguns trens e troquei de passaporte para que meus pais não pudessem mais me rastrear. A vantagem de ser fluente em quatro idiomas era essa, além é claro do poder e dinheiro que falavam alto para quaisquer ouvidos no mundo. Uma olhada no meu sobrenome real e portas se abriam mais do que as pernas das prostitutas nas vitrines. Bruxelas foi uma visão interessante de um mundo totalmente novo, enquanto eu encarava algumas coisas e pessoas pelo caminho, nada me tirava da mente que eu tinha feito a escolha certa ao partir e tentar recomeçar de onde todos tinham desistido. Eu VOU achar o assassino do meu avô. E vou vingá-lo, nem que precise morrer pra isso.

De volta a Barcelona, conheci um italiano interessante, que estava apenas ‘de passagem’, como se meu faro me enganasse... Um cara baixinho pra meus 1,75, somados às minhas botas e com poucos cuidados pessoais, mas, já devia estar na casa dos 70 anos. Matteo, um dos mercenários mais conhecidos do meu povo. Eu deveria ter previsto que haveria um preço por me devolverem viva aos meus pais ou pelo menos enviar informações detalhadas à eles. Mas, não tinha me preocupado até aquele momento. Mais de 120 dias depois da minha partida e eu já me sentiria como um coelho enjaulado? Não senhor!

Nossas facas se cruzaram no ar, enquanto caminhava apressada por um beco escuro, meus dedos correram de volta pro casaco enquanto puxava minha pistola cromada Taurus .40, seus ágeis membros correram em minha direção mostrando controle e destreza extremos, eu devia supor que ele não era famoso apenas porque era bom de jogar conversa fora.

Enquanto nos atracamos no chão imundo, chuto seu queixo com toda a força que possuo enquanto encaro raivosa seus olhos sedentos pela recompensa, salto furtiva sobre os pés e jogo um soco poderoso em seu estômago, ele se esquiva me agarrando e prendendo com força, mal tenho tempo de me virar para socá-lo, ele já está me socando no maxilar. Fingir a derrota não me cai bem, mas, é uma opção atraente quando vejo que não poderei vencê-lo somente pela minha força. Um segundo de distração da parte dele e a surpresa vem.

—Eu dobro a proposta que eles fizeram se me ajudar a encontrar esse vampiro. - Disse ao me aproximar dele furtivamente com uma pequena faca pontiaguda ameaçando cravar-se num rim desprotegido. Com olhos alarmados recebi uma continência torpe e um pedido de desculpas por estar sendo vigiada.

—-

—É uma merda essa situação, corre logo!

Eu gritava para meu parceiro de batalha, que se tornara o que humanos podem confundir com amigo. Matteo era um lobisomem velho demais pra ser bonito, pelo menos pra mim, porém era extremamente habilidoso quando o quesito era matar sem olhar pra trás. Eu tinha um lema de não matar em vão, mas, estávamos na estrada e a temporada de caça a vampiros já tinha sido aberta à mais de dois anos, e, de maneira surpreendente a habilidade de Matteo, sobre passar despercebido para os nossos, sempre vinha a calhar. Estávamos seguindo o rastro do maldito imbecil que matou vovô. Pelo que me recordo foi tudo por causa de um acordo desfeito entre nós e os sanguessugas malditos, vovô achou que podia remediar a situação conversando com algum dos líderes deles na nossa região, mas, acabou sendo drenado até a morte. Seria cômico se não fosse trágico. Logo ele que odiava vampiros mais do que o demônio em pessoa.

Pelo menos tive avanços no quesito de achar o culpado, já havia descoberto que era uma mulher, ou fêmea, ou parideira. Enfim... a desgraçada ia se haver.

—Se sobrevivermos à essa merda, te mato com as minhas próprias mãos.

Para ele eu estava gritando em sua mente, como se tivesse dado um soco mental em sua cara. Mas, para qualquer humano que passasse por nós estava apenas correndo para um destino desconhecido, sussurrando palavras de auto-motivação. O vampiro atrás de nós também nos ouvia bem, podia dizer pelo som de seu sorriso descarado e sua careta distorcida num esgar diabólico. Como infernos alguém pode achar essas coisas bonitas? Keanu Reeves no papel de Johnathan Harker mal acostumou a mulherada, vampiros são horrendos. Quem é que pode se apaixonar por algo que é tão podre por dentro que precisa de sangue humano pra viver? QUE NOJO!

Mudando meus pensamentos, derrapamos pela rua seguindo pelo complexo industrial em Berlim oriental, meus olhos corriam frenéticos pelas construções, enquanto eu sentia minhas pernas se esforçando mais nesse exercício que nos últimos 5 anos de vida em casa. Ainda bem que eu gostava de estar em forma, e estava me mantendo em dia com as atividades físicas, se não teria sido pega mais de um quilômetro atrás. Com um sinalizar de cabeça, indiquei a Matteo o galpão com aparência de abandonado, e, entramos correndo. OK, sem surtar, mas, o lugar tinha humanos dentro, aquele tipo de humanos feios e sujos que trabalham com coisas ilegais e proibidas. Merda!

Meus sentidos frenéticos procurando uma saída quando senti um golpe me atingindo no ombro direito, ok, nada de pânico, mas, agora eu vou fatiar essa merda de vampiro pra fora do mundo, de meio morto ele vai ficar totalmente morto em segundos. Depois do golpe me aprumei sobre os pés, e, tentei ficar o mais parada possível, as sombras davam à nós vantagem sobre os humanos, enquanto meus sentidos estavam ligados no 220, olhei para meu parceiro que pareceu fazer o mesmo. Começamos a sussurrar insultos graves contra o mortinho, mas, ele se negou a sair das sombras, então... adotei uma nova tática.

Acionando a lâmina do braço para cair na mão, dei um passo em falso para a frente, inclinando imediatamente o corpo para trás, a sombra veloz passou na minha frente e num movimento ainda mais rápido, incitei a lâmina dentro de um joelho que nunca mais ia ver o brilho do sol. Piadas à parte, o golpe foi lindo, coisa de cinema e merecia aplausos. No entanto, Matteo foi mais rápido que eu, que enquanto me vangloriava por ter uma patela presa na ponta da faca, perdi quando ele rendeu o sujeito com uma lâmina na garganta. O carniceiro parou de repente mal se firmando nas pernas com o joelho em um buraco feio e úmido, com suas mãos abertas no alto em rendição enquanto jorrava sangue vermelho escuro por suas calças sujas. Era uma bela visão da derrota.

—O que temos aqui... – os sussurros ecoavam enquanto os humanos do lugar se mantinham ilesos. – Eu diria que estava tentando nos golpear, senhor...

—Eu não lhe devo obediência. – o vampiro cuspiu no chão, como se tivesse nojo de simplesmente me responder. Mal sabe esse imbecil, que se fosse minha faca em seu pescoço, ele estaria caído numa poça pegajosa do que tanto precisa pra viver. Ainda bem que era meu parceiro, porque sinceramente, testemunhas mortas não falam, neh?

—Eu sei que não, mas, acho que se quiser ver outro nascer do sol, vai responder. – Rindo da minha própria piada me inclinei sobre ele com um ar ameaçador demais para a minha pouca idade. – Ver o nascer do sol... Como se vocês cânceres nojentos, conseguissem assistir essa magia diária.

—Diga o que quiser, estou em paz pra morrer.

Fazendo os passos de policial bom e ruim, Matteo não se move, mas, canta no ouvido do inútil parado com a faca no pescoço.

—Achei que íamos fazê-los falar...

—Eu também achei, mas, já que ele não tem serventia... – Empunhei minha faca de 18 centímetros de lâmina negra em sua direção... Titânio e era mortal como qualquer outra arma sofisticada. Nas minhas mãos ardia com a vontade de sangue que não deveria vir antes de eu ter minhas respostas.

—Mas, Ran... Ele pode ir se conseguirmos extrair a verdade dele.

Meus olhos pousaram sobre o cadáver ambulante à nossa frente e pela primeira vez ele se permitiu ter os olhos brilhando em esperança. Algo como uma vela brilhando no fim de um túnel congelado de expectativas que eu não o deixaria atingir.

—Sim... Poderíamos liberá-lo. – Digo finalmente, com uma pontada de prazer ao observá-lo relaxar diante das minhas palavras – Mas, ele não nos dará o que eu quero, então simplesmente não posso deixar que ele volte e conte aos outros mortos o que temos feito.

—Ei... Eu poderia ir e não dizer nada a ninguém.

Anunciando assim uma vontade de viver, olho de maneira fulminante para o não morto, enquanto conto segundos em minha mente. Para que possa aguardar ele processar a própria oferta. Por outro lado, se continuar pressionando e o torturar talvez ele nos entregue o que eu quero.

Os humanos no outro lado do galpão não acompanharam nosso balé de luta e rendição e parecem bastante absortos no que estão fazendo, para prestar atenção no que poderiam ser simples bêbados brincando de roleta russa no galpão praticamente abandonado. Nossa temperatura corporal não sobe muito acima de 32° então, frio pra mim não é um problema, mas, começo a ver alguns sintomas que o cansaço causado pela temperatura no nosso amigo morto. Ele está com os olhos soltando faíscas loucas de medo ao nos encarar. Trocando com cuidado de mim para Matteo.

—Então, abra essa boca e comece a jorrar informações enquanto eu estou com paciência para ouvir. Antes que comecemos a fatiar seu corpo imundo.

Enquanto minhas ameaças vagam entre nós, troco um olhar com meu companheiro de estrada, somos praticamente uma unidade, sem policial bom e ruim no jogo à partir de agora, para balancear as coisas. Aprendemos com nossos erros iniciais a nunca nos curvar pela piedade a esses seres imundos. Ainda que inicialmente minha fúria e meu ódio tenham berrado altos nos meus ouvidos, eu ainda conseguia sentir parte da criação de meus pais. Com aqueles olhares carinhosos para nós, nos encaramos e pensamos juntos enquanto agíamos por instinto. Matar não era uma opção inicial, mas, se tornou primordial para minha sobrevivência. Ainda bem que eu conseguia me virar com facas e com as garras crescentes nos meus dedos longos.

—Não há o que dizer... Não sei de nada. – A respiração irregular e as pupilas dilatadas indicando uma mentira podre enquanto seus instintos berravam por sobrevivência a única coisa que eu podia ver eram mais mentiras jorrando das presas pútridas. – Eu não sei de nada, sua cachorra. Só sei de mim e nada mais.

Com os olhos velados em puro desprezo, encarei aquele pedaço de merda, que uma vez foi humano e com a força de vontade mais forte que consegui reunir em poucos segundos, desferi um golpe em sua coxa, fundo o suficiente para sentir a ponta da faca batendo no osso. Com um silvo doce de dor, ouvi um ganido desesperado por sair da ponta da minha lâmina. Enquanto meus olhos ficavam firmes o cheiro de sangue permeou o ar como se fosse uma colônia doentia banhada em desespero.

—Vamos começar de novo... Vai me dizer o que preciso saber, ou eu vou ter que te fatiar da cabeça aos pés?

—Não posso... Ela vai me matar. Ela vai me triturar e dar de comida aos cães.

Com os olhos brilhando de ódio, e, as mãos ocupadas imobilizando e esfaqueando a coxa do imbecil, jorro em gozo ao descobrir que atingi pelo menos um nervo. Ela. A mira dos meus mais obscuros pensamentos, é uma vadia louca e sem coração. Talvez uma louca apenas, mas, ela vai pagar. Pela destruição da nossa família, pela nossa reclusão e pela destruição da paz. As linhas nunca existiram tão brancas no preto como agora. A confirmação de que realmente era uma mulher me deixou ciente da importância da informação que ele poderia fornecer.

—Matteo, temos um ‘ela’. Agora precisamos de um nome e uma localização... Será que conseguimos?

O riso de escárnio brota nos lábios do ser que tenho mais próximo de ‘amigo’ enquanto nos posicionamos em pose de interrogatório. Sem nunca soltar o vampiro, ele posiciona-se sentado sobre um barril velho com cheiro duvidoso, enquanto nossos sentidos se aguçam para ver se há alguém nas redondezas mais interessado do que deveria no que está se passando. Mas, não. Está tudo quieto como deveria, nenhum outro vampiro pra reclamar esse cadáver fresco.

Com o braço aplicando a gravata firme no braço do outro, Matteo manteve-se firme mesmo que estivesse já com nojo do sangue fresco jorrando em suas roupas e botas. O frio havia apertado bastante apesar de não nos machucar, afeta-nos trazendo certo cansaço às nossas veias.

—Duvido que ele vá dizer algo mais, Ran... É apenas um calão baixo, um verme rastejante entre as fileiras.

—Sim, ele é apenas um verme de fato, mas, gostaria de saber o que ele tem em mente pra se livrar de nós, sei por exemplo, que ele está pensando em nos rasgar cada um em dois, para poder beber de nossa vida.

O sorriso mínimo marcado pelo sangue no rosto do não morto, foi pronúncia suficiente para que eu fizesse minha lâmina girar em seu corpo podre. Acontece que as fibras e músculos dele, são boas e fortes como as de qualquer pessoa viva, humana ou não.

—Eu não vou dizer nada... Vocês não vão chegar a lugar nenhum comigo.

Enquanto ruminei essas palavras por segundos dolorosos, encarando olhos pretos como a noite, meus dedos correram para as botas do não morto, enquanto meus dedos abriam cadarços e a tirava do pé, eu o veria cantar como um canário se botasse meus planos de tortura em prática. Ao soltar a lâmina em sua coxa, puxei a Taurus do coldre, enquanto segurava no cano, passando lentamente pela vista dele, enquanto desferia um golpe seco no dedinho. Seus olhos brilharam e se reviraram em agonia enquanto eu voltava a empunhar a faca com destreza adquirida em anos de prática. Torturar também não era a primeira escolha, mas, sempre era eficaz. Aprendi em pouco tempo que muitas coisas que eu não faria normalmente, se tornam naturais pra mim, enquanto estou buscando o que desejo.

—Eu não posso dizer nada, vocês não entendem?

Com a perna ainda imobilizada, passei meus dedos nos pelos eriçados enquanto pensava fixamente na informação que precisava. Só um nome... Um nome e eu reviraria esse mundo inteiro atrás da desgraçada que conseguiu derrotar o grande Eduardo. Sim, pode parecer inocente, mas, meu avô se chamava Eduardo. O temido lobo negro.

Outro dedo foi-se, quebrando e tentando se regenerar apesar da perda massiva de sangue e da vontade que ele possuía de arrancar minha cabeça com um furor implacável. Seus olhos negros brilharam com medo enquanto eu levantava novamente a arma, uma .40 de mira limpa, cromada como o brilho dos meus olhos as vezes são, com detalhes em ouro e bastante munição para ser letal. Outro detalhe importante, esqueçam essa história de balas de prata, vampiros e lobisomens não são vulneráveis a elas mais do que a qualquer outro metal que os perfure no coração ou na cabeça. Esse pensamento me faz rir, mas, é a mais pura verdade.

—Ok, ok... Eu conto.

Com nossos olhos brilhando em expectativa, Matteo e eu nos encaramos por alguns segundos   enquanto o tempo passa parecendo um rastelo em nossas peles já sensíveis. Posso sentir nossas garras se alongando e os caninos querendo sangue fresco de vampiro como entrada do jantar. No entanto nos controlamos, corremos meses atrás dessa informação e não vamos perdê-la por sermos apressados. A faca na coxa do vampiro pinga um sangue deliciosamente viscoso, enquanto seus dedos esmagados permanecem à vista, apesar da escuridão. Meus instintos são para socá-lo até arrancar a verdade de sua boca maldita, mas, sei que não posso correr o risco com algo tão palpável por perto.

—Então fale, antes que eu fatie mais que o necessário. – Apesar de saber que ele não vai sair daqui com vida, me atenho à sua esperança ínfima de que eu esteja falando a verdade, meus olhos pousam em Matteo que me arranca dos devaneios sobre o que fazer com ele enquanto escutamos seu lábios tentarem lutar contra a mente. Uma traição é o mesmo que o preço de uma lápide sobre a sepultura dele. E, sabe disso, mas, apesar dos pesares, eles começam a formar palavras coerentes conforme nos aproximamos mais de seu corpo dilacerado.

—Ela se chama de Encantadora. Simples assim.

Não há como conter o choque das palavras dele nos meus olhos que rapidamente tentam se recompor enquanto peço silenciosamente que continue falando. Se Matteo está surpreso suas atitudes demonstram tanto quanto um leve levantar de sobrancelhas. Nossos olhos se cruzam, é claro que já ouvimos falar da suposta rainha da região de Cerras, porém, era só um mito.

—Ela entra em nossas mentes...

Ele tentou continuar falando, mas, seus olhos se reviraram em resposta, talvez como uma porcaria de conexão telepática entre os malditos, o codinome ainda entre nós, pairando como uma foice, enquanto nossos pelos se eletrizavam pela descoberta. Pegar uma rainha não é tão fácil quanto um súdito, sabemos disso. Mas, minha determinação vai continuar lutando e pulsando comigo enquanto viver. Quero vingança e vou fazer o impossível por ela.

Durante nosso segundo de distração, o vampiro puxa a adaga das minhas mãos, descravando-a de sua perna e cravando fundo em seu coração, a pupila dilatada pulsando com o último sangue disponível em seu corpo me faz estremecer, foi o mais longe que chegamos mesmo depois de meses de ‘pesquisa’ e como veio a informação se vai.

O cadáver é jogado sem cerimônia por um lupino muito irritado, enquanto sua mão cava o peito do maldito tentando extrair minha adaga. Nossos olhos se cruzam novamente, uma eletricidade ilumina meu rosto enquanto o de Matteo parece funesto com a conclusão de que estamos lidando com uma das rainhas. A líder de um clã forte que não vai se curvar diante de mim.

Entendam que apesar do meu nome verdadeiro causar arrepios na maioria dos que encontro pelo mundo, a minha posição na alcateia não me colocaria à prova de uma monarca.

—Para as montanhas então... – Sussurro mais para mim do que para ele. Matteo sabe que é uma missão suicida e vai tentar me provar isso em cada passo do caminho, no entanto estou convencida de que é nossa melhor chance de conseguir algum bálsamo para o meu tormento.

—Para as montanhas.

Assim como começou nossa fúria se esvái em pedaços condensados de tristeza e certo alívio. A empreitada se inicia com um prazer incontido da minha parte e bastante reserva dele.

Antes que possa me conter, viajo para memórias do meu avô, um garou forte, completo em sua forma animalesca, encarando cada um de nossa alcateia. Suas garras cavando a terra enquanto se mantinha focado nos nossos antigos rituais, cada religião humana nos representa de uma forma, mas, no fim, todas erram em algum ponto, não somos demônios, nem anjos, superiores ou inferiores. Somos apenas diferentes. Me lembro de seus toques, amaciando meus cachos enquanto cantava canções de guerra para eu dormir. Me lembro dele. Em sua magnífica beleza, nos embalando à noite.

Meus dedos correm pelos mesmos cachos que os dele correram tantos anos atrás, me lembrando de como era boa a sensação de sua proteção. Hoje em dia eu quem vou correr para a sensação de proteger sua imagem, honra e o nosso nome. Para as montanhas da Serra da Estrela... Este é o nosso destino.


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Notas finais do capítulo

Então neh... O que dizer dessa heroína 'do mal'? Haha' Gente, sério. Eu me apaixonei pela Ran muitos anos atrás, quando comecei a escrever o Prólogo. E fiquei quase 8 ANOS com ele escrito sem iniciar propriamente os capítulos.
6 Meses atrás a idéia de deixar ela continuar na gaveta era algo... Impraticável. Ela tomou forma rápido demais, e, vocês verão que ela é literalmente um monstrinho msm.
Como amo essa pessoa que saiu da minha mente... ♥
Bom, avisos:
1 - Os capítulos saem domingo, ta? Não tem hora certa porque tem domingo que eu durmo o dia td, e, tem domingo que eu nem fui dormir de sábado.
2 - Apesar de já ter nos avisos, a história é SIM muito violenta... Então, por favor, entendam que a intenção dela é ter sangue e morte em quase todos os capítulos, SIM!
3 - A cada recadinho de amor que ela for recebendo, vou ganhando mais forças para continuar a história... Então, do ur work people... ♥
4 - Eu senti MUITA SAUDADE de escrever e publicar. Já iam para mais de 4 anos sem publicar nada novo... Então, tenham paciência se eu cometer algum errinho... Avisem e eu corrijo (Até pq essa história é duplamente revisada por mim e tenho um revisor fantástico que trabalha comigo tb - Mas, pode ocorrer, neh)
5 - Os personagens são registrados ♥ Uhhul!!

Amo vcs ♥



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