Rin... Responda-me... escrita por Virgo


Capítulo 9
Oyasuminasai, Rin...




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O barco quebrava a harmonia entre água e noite estrelada, o espelho estava perturbado. Perturbado ou quebrado, dificilmente recuperável.

— Rin. Sabe todos esses bastardos que te machucaram?... Eu me livrei de todos eles…

A mão se estendia para o céu noturno, vendo um futuro que simplesmente não existia.

— O verme detestável... Todos que a contaminaram… E cada um que a atormentava… - tinha matado todos, só não matou a mãe porque não a encontrou. - Agora, todos devem estar procurando, mas... Eu não acho que Inuyasha consiga ajudar muito... Não creio que consigam nos encontrar em um lugar como este, certo?

O corpo da jovem estava limpo e arrumado, vestido com a roupa mais bela que tinha e com todos os ferimentos tratados. Estava deitada em seu peito como se dormisse após uma noite juntos; tão linda e perfeita, poderia acordar a qualquer momento, mas o coração não batia e a pele já estava fria.

Ele a mirava com um carinho que apenas ela conheceu.

— Uma vez que é o fim, eu vou te dizer a verdade… - cheirou os cabelos escuros e tirou uma mecha solta do rosto fino. - No começo eu só te aturava, eu não a suportava… Uma humana me ajudando no meu momento de maior fraqueza, eu odiava lhe dever minha vida de certa forma… Mas eu nunca imaginei como seria me importar e depois viver as mesmas sensações que meu pai experimentou... Eu pensei ser apenas algo temporário e abusei de sua inocência… E você foi excepcionalmente sincera, facilmente abriu seu coração ao meu…

— Precisa se agasalhar mais no inverno, Sesshoumaru-sama. - disse tirando uma das mantas que a cobria e cobriu os ombros do mais velho com um sorriso doce, ele não sabia como reagir. - Não precisa ser forte o tempo todo.

— E eu logo me via abrindo o meu coração…

Sentia o dito cujo se estreitar com força inimaginável, doía cada vez mais ao olhar para ela naquele sono sem fim.

— Sesshoumaru-sama. - o chamou com carinho e doçura. - Eu fiz alguns doces. Estou confiante de que estão melhores do que os ontem. Vai querer algum?

— Você realmente se apaixonou por alguém como eu… E eu a amei de volta com toda minha força....

Se sentia ferido e acuado, nunca se sentiu assim antes nem mesmo quando lutava com alguém. A sensação mais próxima daquela eram as vezes que a tiravam de si ou quando algo ou alguém ameaçava a vida dela, mas não era naquela proporção porque sabia que podia evitar e que ela voltaria para seus braços sã e salva.

— Tenho treinado com a cítara durante meu tempo livre… - disse começando uma nova melodia. - Ouvi dizerem que gosta desse instrumento, queria ser capaz de amansar seu humor de vez em quando.

— Você sempre foi uma boa menina… Sempre entendeu que meu casamento era nada perto do que era estar com você… Sempre entendeu que a minha postura fria era minha maneira de mantê-la segura… Sempre soube que tudo o que eu realmente queria era estar com você… Você foi uma boa menina…

A trouxe para mais perto e beijou a testa da menor com os olhos apertados, respirou fundo, o mais fundo que podia.

— Esp-! Sesshoumaru-sama! - se afastou constrangida. - Tão súbito... Por favor, não me beije num lugar como este!

— Não…

A trouxe para ainda mais perto, como podia doer tanto? Era isso que o pai sentiu ao imaginar que a mulher que amava e o filho ainda não nascido estavam prestes a serem tirados de si? Aquilo era cruel demais...

— Sesshoumaru-sama... - suspirou com o beijo ganho no pescoço.

— Não…

Abraçou o corpo com toda força que tinha, a mulher que amava e o filho que nunca conheceu, ambos tão perto e ainda tão longe. Tomou a decisão que precisava para continuar com eles.

— Sesshoumaru-sama, obrigada por este sonho… - parou no lugar e se viu obrigado a encará-la, ela sorria como se ele tivesse lhe feito uma doce jura. - De alguma forma, por favor, tente ser feliz também…

— Você, Rin, é uma boa menina… - segurou a mão fria e beijou com doçura.

O sol despontava no horizonte, já tinha virado dia e mesmo assim o sol não aquece nada, não melhorava nada. Um novo dia sem ela não tinha mais sentido em sua vida.

— No entanto, mesmo você sendo uma humana, fomos capazes de ser felizes, não fomos? - fechou os olhos cansado, o ferimento auto infligido finalmente estava tomando sua vitalidade. - Mesmo que o mundo não mude tanto… Poderíamos ser felizes de novo, não?...

Devia estar alucinando pela perda contínua de sangue, mas podia jurar ver um sorriso que antes não estava ali, ela sorria, tinha certeza que ela sorria. Não pode evitar, ele mesmo começou a sorrir com isso.

— Oyasuminasai, Rin... Vou encontrá-la em breve...


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Notas finais do capítulo

Agradeço a paciência e disposição de todos, espero que a leitura tenha sido proveitosa e agradável.
Até uma próxima.



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