Sucker for Pain escrita por Adwords


Capítulo 1
Prologue




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O som dos meus sapatos batendo contra o piso da rua era notável, e mesmo estando um pouco longe, eu conseguia ouvir o contagiante Jazz de uma das apresentações ao vivo de algum dos bares. Eu não me importava, cresci ouvindo essa melodia, como poderia odiar?

Eu caminhava tranquilamente pela rua deserta, vendo que as lojas e alguns bares já estavam fechados, mas mesmo assim, mesmo na madrugada, New Orleans não consegue perder sua magia. O vento vez com que meus cabelos vaosse para frente do meu rosto, tampando minha visão por alguns segundos antes de eu afasta-los para minhas costas, apertando a jaqueta em seguida.
Costumam dizer que New Orleans é uma cidade mágica, e na verdade, só quem mora aqui e sabe do segredo que essas fachadas bonitas e a música acolhedora e contagiante escondem. Por mais que ele e seus lacaios estejam no topo da cadeia alimentar de New Orleans, eu sei que algumas coisas nessa cidade nunca vão mudar, e isso a torna única.

Ao chegar mais perto eu tive a certeza que, na verdade, o lugar que era responsável pela música a madrugada era o Rousseau's, um dos lugares - se não o preferido - para passar minhas noites entediantes. E de fato, eu sentia um saudade desse lugar, principalmente depois do meu pequeno tempo fora.

New Orleans é uma cidade que nunca dorme, e isso eu aprendi a muito, muito tempo atrás. Apesar da rua estar vazia em sua maioria, na fachada do bar eu podia ver pessoas dançando vestidas com suas fantasias pela provável vesta que teve antes que eu chegasse, - e levemente bebadas -. Os músicas tocavam com uma alegria contagiante, o que me fez perder um pouco do meu mal humor. O doce som da melodia dos saxofones me atraiu até lá, comigo sentindo o sentimento de nostalgia por finalmente estar de volta, mesmo não tendo se passado tando tempo assim desde a ultima vez que coloquei meus pés aqui.

Passei, com um pouco de dificuldade entre as pessoas que dançavam na fachada. Empurrei a porta de madeira pesada encontrando o local também bem movimentado, tendo quase todas as mesas ocupadas. Caminhei até o balcão, sentando num dos bancos solitários espalhados no decorrer do móvel grande. Retirei a jaqueta devido ao clima abafado que estava lá dentro, logo uma atendente se aproximou, sorrindo, como se não se importasse em trabalhar até a madrugada. Pedi um uísque, como sempre fazia, mas tive chegar mais perto para usar meu "dom de persuasão" na mulher, deixando claro que eu podeira beber álcool.

Me apoiei na mesa, vendo-a se aproximar com meu pedido, sorrindo e então me desejando uma boa noite de forma calorosa. As vozes das pessoas estavam abafadas, as risadas altas eram quase… Calorosas, e o som da música poderia ser escultado lá de dentro do bar.

Eu não conhecia ninguém ali, e a maioria das pessoas estavam sem fantasias. Turistas. Lindos e chamativos turistas. Virei meu copo, decidindo que amanhã eu iria vir para passar um pouco mais de tempo, com alguma compainha. Virei o copo e tirei algumas notas, jogando-as em cima do balcão. Balançei a cabeça ao perceber que não pude ficar aqui nem cinco minutos para aproveitar minha noite, pelo menos eu pude me livrar do meu mal humor por minha viagem não ter saido como planejado.

Sai do bar, andando calmamente para onde eu estava querendo ir. Coloquei a jaqueta de volta quando senti o vendo forte bater em meus braços nus. No caminho, vi uma ou duas mulheres pessarem correndo, sem fantasia, provavelmente estavam com medo de como New Orleans poderia ser no escuro.

Eu pude escutar passos atrás de mim, e nem por isso apressei o passo. Sabia quem era. Os passos ficaram mais rápidos e quando dei por mim eu estava prensada contra a parede, com sua mão em minha garganta, sem sentir nenhuma dor ou pressão. Sua feição era um misto de surpresa e felicidade. Sua pele morena brilhava a baixo da luz do poste, me deixando com um imenso sentimento de nostalgia.

A saudade apertava em meu peito, e eu sorria por poder ve-lo vivo, apesar de saber o tamanho de seu poder na cidade, eu nunca iria deixar se ficar preocupada até porque, quanto maior o seu poder, maiores serão seus inimigos.

— Aurora? — Marcel disse, surpreso. Ele abriu mais um dos sorrisos que eu amava, aqueles que deixavam aparente seus lindos dentes brancos que entravam em contraste com a pele morena. Sua mão saiu da minha garganta, indo até meu maxilar, deixando-a em minha bochecha, forçando meu rosto a olha-lo como sempre faziamos.

— Oi papai. — Dexei escapar em um fio de emoção na voz, não esperando mais nenhuma deixa para abraça-lo, somente para ter a certeza que isso não é apenas mais uma pegadinha em minha mente.


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Notas finais do capítulo

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