Liga da Justiça: Come Together escrita por Dhampir


Capítulo 5
Thunderstruck




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Ninguém pode decidir se alguém está bem, forte ou inteiro. As pessoas têm que decidir por conta própria e você tem que deixá-las.".

Amanda Waller

ARGUS

Martin torcia para a união de grupos, ARGUS se aliando com a Liga e com o governo, era o passo que ele considerava que faltava para a melhorar da segurança mundial.

Para Martin não existiu dificuldades em trazer Superman e Mulher-Maravilha para aquela sala, conhecia o ponto fraco dos heróis, porém não usaria aquilo contra eles, não era o jeito de iniciar uma aliança. Não quando ele desejava confiança.

— Imagino que querem saber o motivo de oferecer minha ajuda. — Martin iniciou. — Não confiam em mim…

— Não confiamos no que ARGUS representa, Senhor Waller. — Mulher-Maravilha corrigiu.

O Agente abriu um largo sorriso para a mulher, sabia que seria difícil convencê-los.

— Conhecem a história de minha família, os motivos que fizeram minha mãe chegar nessa posição, que hoje eu ocupo. Embora minha mãe tivesse boas intenções o mundo não melhorou. Criminosos ainda andam por essas cidades, matando sonhos. Ninguém aqui vai assumir, mas eu vou. Liga da Justiça não representa a justiça, vocês representam a esperança. Quando o mundo parece estar a beira do colapso… lá estão vocês lutando contra o inimigo, colocando suas vidas na linha. Só que um herói de vocês caiu, um dos mais importantes. Alguns de vocês já caíram antes, houve enterros. Só que dessa vez foi diferente, ele mostrou para o mundo J’onn J’onzz indefeso. Sou casado com um soldado, vocês já devem saber disso. — Um pequeno sorriso passou por seu rosto, mas logo se recompôs. — Quando ele parte para uma missão espero que volte bem, junto com seus companheiros. Já vi tantos soldados sendo executados e grupos terroristas divulgando online como se fosse algo para ser celebrado. O vídeo de J’onn despertou o mesmo sentimento dentro de mim, como sei que despertou em várias outras pessoas. Libra matou um pedaço da esperança. Por isso quero ajudar, queremos trazer justiça. Trazer esperança novamente para as pessoas. Mostrar para nossos inimigos e as pessoas do bem que podemos trabalhar juntos por uma causa maio.

— Não teremos Libra se tornando um membro do Esquadrão Suicida?

— Não vai ter. Podem até mandar para uma prisão de sua escolha. Só queremos impedir que ele seja um novo Prometheus.

O nome de Prometheus vinha acompanhado com os nomes de suas vítimas. Como também lembrava que não queriam deixar o passado se repetir, eles não podiam cometer os mesmos erros.

— Sei que precisa se reunir com todos da Liga e tomar uma decisão que a maioria concorde. Entendo, é assim que as coisas funcionam aqui. Só carrego o título de diretor e assino os papéis, mas no final a maioria tem que aprovar. — Martin levantou da cadeira, olhou para os heróis e depois para um quadro na parede em homenagem à Amanda Waller. — Mas ainda aprecio o fato de terem vindo, talvez isso já seja uma mudança para ambos os lados.

— Sempre respeitamos sua mãe. Tivemos opiniões diferentes em diversos assuntos ou em modo de agir, mas de certa forma o nosso objetivo sempre foi o mesmo. Vamos avaliar com cuidado.

Martin sorriu para Diana, as palavras o tinham atingindo de maneira positiva. Porém era o Superman pensativo que o pegava de guarda baixa, não sabia o que esperar.

— Agradeço pelo seu tempo. No entanto, tenho alguns negócios para tratar. — Olhou para o guarda perto da porta. — Foi um prazer.

Começou a andar, eram assuntos que sabia que nenhum membro da Liga da Justiça gostava de tratar, e gostariam muito menos se soubessem quais eram os assuntos que seriam tratados naquela sala. Se a Liga aceitasse o acordo existiria a possibilidade dele contar o grande segredo que envolvia o governo. Mas não era uma possibilidade naquele momento.

— Todos estão na sala?

— Sim.

— Então vamos começar antes que eles se matem. — Martin respirou fundo, arrumou sua gravata e entrou na sala. As pessoas ali não causavam boa impressão em ninguém, era previsível que as pessoas nas telas se sentissem incomodada. — Senhores, senhoras. É bom ter vocês aqui para essa reunião.

Homens e mulheres de vários governos, pessoas que estavam na televisão quando a situação se complicava, pessoas da política e de vários lugares do mundo. E junto deles criminosos notórios, O Esquadrão Suicida.

O esquadrão não era a formação original, todos os membros haviam sido escolhidos a dedo por Myrina, de acordo com ela cada um teria sua função na morte de Darkseid. No total se resumia em cinco membros.

Matthew Reid – Charada –, Owen Mercer – Capitão Bumerangue –, Rose Wilson – Devastadora –, Sebastian Faust e Michael Lane – Azrael –.

— Podemos começar. — Olhou para Myrina que assentiu.

A mulher tomou um passo adiante na câmera, se tornava mais fácil para todos do outro lado da tela enxergarem melhor.

— Passei anos planejando o plano certo para acabar com Darkseid, conhecendo seus prontos fracos. Existe uma profecia, a única que o assusta. Darkseid só pode ser morto por seu filho. Esse é o maior medo de Darkseid, seu ponto fraco e isso que temos que explorar.

— Então deseja proteger o filho de Darkseid? — Um dos homens do outro lado falou.

Myrina abriu um sorriso.

— Não. O filho de Darkseid já está condenado. O que posso é que o corpo seja entregue para mim.

Todos não escondiam a dúvida em seu rosto, tentavam entender a lógica naquele plano. Menos Matthew que parecia acompanhar cada palavra de Myrina, um largo sorriso nasceu em seu rosto.

— Isso pode funcionar. Mas qual é nossa função aqui? Você tem o governo, soldados, não precisa da escória.

— Vocês vão saber, no momento certo.

 

Old Five Points

O clima era pesado, de um canto era possível escutar alguma banda de Heavy Metal preenchendo o ar, porém ninguém se incomodava com o barulho. Significava que tudo estava em ordem e que John não estava presente.

— Onde está Joker? — A voz era fria, distante. Paige apenas revirou o olho.

— Ele prefere ser chamado de John. — Comentou se virando para o morcego. — Está em Central City… ainda. John sempre fica uns dias mais que o planejado.

Paige não tinha interesse de contar os verdadeiros motivos que faziam John ficar mais em Central City, talvez Batman já soubesse, ou talvez não tivesse noção de todos os segredos que John mantinha. Por isso naquele momento, qualquer coisa que envolvesse Dea estava longe de ser assunto daquela conversa.

— Mas disse que poderia vir me procurar...

— O que aconteceu?

— Vários vilões estavam lá, peixe grande. Luthor, Talia, Savage… — Paige sentou na cadeira, começava a tirar a maquiagem do rosto. Odiava se tornar Harley Quinn, nunca seria igual Harleen Quinzel, nunca iria se acostumar com aquelas coisas. — Libra ofereceu a oportunidade de governar o mundo. Ninguém aceitou a oferta dele, no momento. Libra vai continuar com plano e tentar provar seu valor para eles.

John respondeu o que?

— Recusou o convite. — Ela percebeu a expressão de Batman se alterar um pouco. — John sempre recusa, se ele respondesse que sim atrairia uma atenção que você não quer. Ele não gosta de se associar com vilões.

— Ele recusa, mas monta uma equipe de assassinos psicopatas.

— Eu não sou uma assassina psicopata.

— Não. Você é Paige Bevis, policial infiltrada. John sabe disso?

Claro que Batman saberia disso, seus arquivos poderiam ter sido apagados do banco de dados da polícia de Gotham City, mas sempre imaginava que o Batman ou a Liga da Justiça deveria ter seus próprios arquivos.

— Ele sabe. Vai se surpreender com as coisas que ele sabe.

Tinha certeza que Batman não sabia sobre o Diário de Prometheus.

— Então é verdade que se apaixonou pelo Coringa?

Paige só queria sua cama, deitada e ter uma boa noite de sono, longe daquela música que Duela sempre colocava. Voltou a se focar na retirada de maquiagem.

— Eu não me apaixonei pelo Coringa. Você já teve sua resposta. Não precisamos falar sobre minha vida pessoal. Eles me colocaram aqui, me disseram para fazer o que fosse necessário. Só estou fazendo meu trabalho. É só isso?

Fechou os olhos, começava sentir uma pontada em sua cabeça, porém reprimiu o pensamento de tomar algum remédio. Esses, pequenos, detalhes faziam ela se lembrar quem realmente era.

Não sentia a presença do morcego, junto com a brisa fria da janela. O que considerava um alívio.

No entanto, percebeu que não tinha mais música, Duela devia ter desligado e ela nunca fazia isso sem um bom motivo.

— Sem problemas, por favor.

Levantou com esforço, mas não antes de pegar a arma na gaveta. O Pacto tinha feito inimigos consideráveis, nunca se sabia quando um deles bateria na porta.

Ouviu uma conversa quando abriu a porta, desceu as escadas como se estivesse tranquila.

O rapaz parado no meio tinha o cabelo loiro e usava óculos, tentava olhar para todos como se estivesse procurando sua salvação. Para Paige isso significava que tinha ido para o lugar errado, esse lugar estava longe da salvação, ele apenas servia para corromper a alma.

— Quem é você?

— Michael… Gordon. Michael Gordon!

Ela entendeu a hesitação de todos. Gordon se tornou uma lenda no GCPD, o grande herói de Gotham e o aliado de Batman.

Porém o garoto era novo demais para ser filho de James Gordon. Ele poderia ser filho de Barbara Gordon, mas a cor de cabelo eliminava aquela possibilidade.

Sobrava apenas um nome, filho de James Gordon Junior. Diferente do pai, ele era um psicopata e havia deixado uma trilha de corpos por Gotham. Como também poderia ter deixado uma trilha de filhos por todo lugar.

— Por quê? — Ela perguntou. Se aproximava de Duela, a garota parecia curiosas e não preocupada com o que ele poderia fazer. Diferente dos outros que só queriam um motivo para matar o jovem.

— O quê?

— Por que veio aqui? Não é lugar para garotinhos.

— Eu… eu… eles falam que vocês são um clube de… renegados… achei que poderia fazer parte.

Marian aproximou do garoto, Paige percebeu a navalha em sua mão. Ela levantou delicadamente a navalha e deixou o metal frio percorrer com cuidado sobre o pescoço de Michael.

— Então acha que é assim? Você vem em nossa casa e acha que já pode fazer parte? Nop, garoto. Existe uma votação, somos da velha escola. Além que você é um Gordon. Não gosto dos Gordon’s.

— Meu pai era…

— Um policial? — Norman perguntou em ironia, porém deixou seu sotaque francês aparecer mais que o usual, sempre fazia isso quando tinha um interesse maior.

— Um assassino. — Paige completou. — filho de James Gordon Jr.

Ele assentiu, o que pareceu suficiente para Marian se afastar, mas não antes de lançar um olhar para Paige.

— Tem um lugar para ficar essa noite? — Ele negou. — Tudo bem. Tem um sofá ali, pode dormir. Amanhã ele deve voltar e podemos tomar uma melhor decisão sobre você.

— Vai deixar essa aberração dormir aqui? — Joe perguntou, ela sabia que ele só queria provocar o rapaz. — E se ele tiver pulgas?

— Ele deve ter menos pulgas que você. — Suspirou, olhou para Duela. — Tenho que sair. Fica de olho para ninguém matar o garoto, por favor.

Duela concordou, olhou para os outros.

Paige não devia satisfação para ninguém ali e nunca iria.

— Se cuida. — Duela sussurrou. — As ruas parecem seguras demais ultimamente.

— Isso é algo ruim?

— Talvez.

Sentia o olhar de Joe e Marian sobre ela, seus dois inimigos naquele lugar e ambos por motivos, muito, diferentes.


Metrópolis

— Tem certeza que está pronta para continuar com isso? — Sookie perguntou, não escondia a preocupação em seu tom de voz. Se preocupava com Antíope e o peso que ela poderia carregar devido toda aquela situação.

— Estou bem, Sookie. Claro que ainda estou de luto pelo J’onn, só que não tenho tempo para o luto. — Olhou para o homem do outro lado da rua tomando um café. — Não quando caras como ele continuarem existindo.

O homem era um dos chefes de pesquisa da CADMUS, levaram meses até chegar nele. Só esperava que ele revelasse os novos planos da CADMUS e que a Liga fosse capaz de ajudar as pessoas.

— Então vamos ficar aqui vigiando um cara… tedioso e esperando que em algum momento ele faça algo realmente interessante e útil. — Antíope comentou levando o copo do seu suco até a boca.

— Vocês sempre falam que ficar de tocaia é entediante.

— É que esses caras são ruins, fazem coisas ruins. Mas durante o dia eles são…

— Normais? — Antíope assentiu. — Não é esse o ponto? Eles tem que ser normais, se esconder no meio das pessoas comuns e continuar com suas atrocidades. É quase o mesmo que vocês, heróis. Ter uma vida normal para não levantar suspeitas.

— Hm, então se alguém tiver me vigiando nesse momento pensará pensando como minha vida é entediante? Só que em minha defesa eu não fico sentada tomando café sem fazer nada. Estaria escrevendo minha próxima matéria ou conversando com alguém.

— Entendeu meu ponto, Antíope.

— Entendi. Qualquer pessoa com um segredo tem altas chances de ter uma rotina normal. Só que a dele passa de entediante. Na festa da Kat e Martha eu conheci uma Trevor.

— Descendente de Steve Trevor? — Antíope assentiu. — Como foi?

— Legal. Tracy é legal, vive aqui em Metrópolis, é advogada. Conversamos sobre se encontrar algum dia ou até mesmo no casamento da Kat e Martha.

Sookie viu um pequeno sorriso nascer no rosto de Antíope, junto com um brilho no olhar. Um brilho que tinha sumido de seu olhar.

— É bom saber que não vai ficar presa no passado.

A garota abriu um sorriso, sabia do que Sookie estava falando. Ela não havia pensando em iniciar um relacionamento com Tracy, para isso precisava saber muito mais sobre a Trevor.

— O que aconteceu entre mim e Deborah aconteceu. A traição machucou? Muito. Só que não posso esperar que cada pessoa seja igual ela. Ela está lá vivendo sua vida e eu não posso ficar aqui cheia de mágoa. — Olhou para uma mulher se aproximando de seu alvo. — É como a gente diz: nós caímos para aprendermos a levantar. E que se foda Deborah!

Começou a se focar na conversa do casal, poderia surgir algo útil. Só que o assunto principal parecia sua vida pessoal e o divórcio, coisas que Antíope não estava interessada em escutar. E fazia aquilo tudo parecer uma perda de tempo.

— Você já teve a impressão que os caras maus estão calmos demais? — Antíope começou. — Como se eles estivessem com medo de algo.

— Ou de vocês. — Sookie respondeu, percebeu a expressão confusa de Antíope e decidiu continuar. — Alguns desses caras maus já eram nascidos quando Prometheus atacou a Liga. Então eles devem ser lembrar do sentimento que aquilo causou. E talvez o principal, ninguém quer acabar igual ao Coringa.

Ela sabia que alguns deles poderiam ficar mais violentos ao buscar respostas, só que não imaginava alguém se tornando igual Magog.

— Magog sempre foi violento, meu pai sempre falou isso. Não somos igual a ele.

— Não falei que são. Só que caras como eles não te conhecem, e a única coisa que eles muitas vezes têm são o que os outros criminosos falam e sabemos que eles gostam de aumentar as histórias.

Antíope voltou sua atenção para o suco, realmente esperava que não repetisse os passos de Magog.


Mansão de Lex Luthor

Lena e Lex Jr. estavam sentados lado a lado na mesa, enquanto Lex Luthor e Andora estavam em cada ponta. Era notável como o jovem rapaz ficava nervoso na presença do pai, todos esperavam que ele seguisse os negócios da família, mas em cada ano que passava ficava claro que Lana era a opção mais confiável do Luthor mais velho.

— Como foi o encontro? — Andora perguntou, sabia que era aquilo que todos queriam perguntar.

— Interessante. Mas esconde muitas coisas, o suficiente para não me aliar com ele.

— Então vai colocar seu plano em prática? — Lena perguntou, olhou para a porta para ter certeza que ele não estava perto.

Luthor entendeu a pergunta.

— Ainda não. Não sei qual é realmente o plano de Libra, trazê-lo cedo demais pode ser um erro agora. E esperei muito tempo para cometer erros bobos.

A garota assentiu. Não fazia ideia de quando seu pai colocaria o plano BB em ação, nem mesmo Luthor sabia quando utilizaria.

Existiam várias variáveis, por isso utilizar sua arma no momento certo se tornava essencial.

O rapaz entrou na sala de jantar, tomou seu lugar sentado de frente para Lena e Lex. Olhou para o Luthor mais velho e continuou com um sorriso.

— Espero não ter atrasado o jantar de vocês. — Comentou como se fosse um pedido de desculpas. — Estava cuidando de alguns assuntos da Lex Corp.

— Tudo bem, William, — Andora respondeu, encontrou o olho castanho do rapaz.

William Batson, também conhecido como Shazam.

Eu fui pego

No meio de uma ferrovia

Olhei ao redor

E sabia que não havia volta

Minha mente acelerou

E pensei no que poderia fazer

E sabia

Que não tinha ajuda, nenhuma ajuda vinda de ti


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