In the stars escrita por Uma altora sem nome


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762401/chapter/1

A peça de metálica em forma de cavalo era gelada ao toque mas eu não me importava, apenas deslizava meus dedos por seu topo em quanto observava cuidadosamente o tabuleiro, apenas um movimento poderia ser o suficiente para ganhar aquele jogo, mas desta mesma forma apenas um movimento também seria o necessário para levar aquele vagaroso jogo ao fim com minha fatídica derrota. 

— Sem saídas, minha doce irmã? - a voz de meu irmão sai carregada de ironia e mesmo sem olhar para ele sei que esta com um sorriso estampado em seus lábios. Sempre fomos muito unidos, já perdi a conta de quantas vezes utilizaram para explicar nossa relação  avelha frase de: “Tão unidos quanto unha e carne”, entretanto aqueles que utilizam essa frase nunca nos viu frente  afrente a um tabuleiro de xadrez, ou em times contrários em algum jogo. O orgulho borbulhando em nossos olhos e as palavras acidas e irônicas que sempre estavam presentes tentando desestabilizar os movimentos de nosso oponente, éramos muito orgulhosos para aceitar uma derrota. 

— Sempre a uma saída, meu caro irmãozinho, já deveria ter aprendido isto. - um doce sorriso surge em meus lábios no mesmo instante em que deslizo a peça metálica contra a madeira envernizada criando um ruído quase inaudível devido ao som da madeira da lareira que crepitava e devido a chuva que batia de forma incessante contra a janela. Meu faz um movimento com as mãos como se me parabeniza-se o que me causou estranheza. 

— Boa jogada, mais um movimento e você teria ganhado o jogo! Deixou um detalhe passar novamente, xeque mate! - em poucos segundos e uma jogada meu irmão havia ganhado o que me deixou irritada tanto com ele apenas pelo fator de ter ganhado quando comigo por ter, novamente, deixado uma jogada passar em branco, teria aberto minha boca para falar algo entretanto somos interrompidos por nossa mãe que sorria de forma acolhedora como se já estivesse acostumada com aquelas brigas, na verdade já estava. 

— Acho que chega por hoje! Estão trancados nesta sala a horas, nem perceberam quando seu tio chegou! - Minha mãe fala fingindo esta brava em quanto coloca as mãos na fina cintura e seus cabelos dourados e cacheados balançavam conforme seus movimentos da cabeça em uma perfeita delicadeza. 

— o professor Kirke esta aqui? - pergunto sem conter minha felicidade e minha mãe sorriso concordando o que fez com que eu levantasse com velocidade do lugar onde estava e com mesma agilidade corri para onde era o quarto de meu velho tio.

— Não corra nas escadas! - pude ouvir minha mãe gritar mas ignoro esta ordem e continuo com passos rápidos em direção a onde queria estar.  Meus dedos se chocam contra a madeira com mais velocidade e força do que eu calculava mas ignoro isto quando a porta e aberta por um sorridente Kirke. 

— Pequena Aurora olhe só para você! Eu não a vejo por dois anos e se torna esta mulher linda. - ele fala e eu dou uma risada o puxando para um abraço caloroso. 

— Senti sua falta... Tenho tantas coisas a lhe contar. 

— Aurora, sentiu minha falta ou falta de minhas historias? - ele pergunta com um sorriso em quanto coloca o cachimbo em sua boca e abre espaço para eu entrar no grandioso cômodo. 

— Creio que de ambos! - sento-me em uma confortável e grandiosa poltrona de couro, sempre me sentava nela quando era pequena, e meu tio se senta ao meu lado em uma poltrona idêntica.

— Trouxe um presente! - Ele declara me entregando uma pequena caixinha embrulhada em papel vermelho, tal papel e solto da caixinha com velocidade revelando dentro de si um embrulho de cor marrom que guardava um globo de neve, o mais lindo que já coloquei meus olhos, a sua base era feita de uma madeira negra e possuía entalhados muitos desenhos de vários animais todos incrivelmente detalhados, mas havia em destaque o rosto de um leão com olhos decorados com pequenas pedras brilhantes azuis. 

— Aslan? - pergunto de forma curiosa em quanto deslizo meus dedos pelo entalhe e me lembro das velhas historias sobre um reino chamado de Narnia, meu tio sorri e aquilo fora o suficiente para eu ter minha confirmação de que aquele era realmente o criador de Narnia. O fino e transparente vidro me separava de uma floresta que aos meus olhos parecia viva, pequenas folhas que pareciam reais caiam conforme eu movimentava o globo; no centro da pequena floresta havia um pequeno e detalhado poste com uma luz amarelada acessa, e ao seu lado havia o grande leão e um cavalo de pelos negros.  - Isto e incrível! Não tenho como lhe agradecer! - murmuro não exatamente para meu tio, mas ele sorri e depois  solta anéis de fumaça pela boca. 

— Tenho uma historia a contar, entretanto creio que não poderei lhe falar ela como antigamente. - ele se refere a nossa velha tradição de natal onde sempre nos sentávamos perto da arvore e da lareira para ele contar as velhas historias de Narnia. - Terei que retornar a casa mais cedo este ano! Possuo visitas, inclusive creio que seria legal nos visitar afinal eles irão adorar ter mais uma pessoa da idade deles para conversar. 

— seria uma boa ideia! Mas antes tenho que conversar com minha mãe! - declaro me levantando da poltrona e colocando sobre a lareira meu pequeno presente e em poucos segundos estou novamente acomodada pronta a ouvir a nova historia que meu velho tio denominou de: A feiticeira o leão e o guarda roupa.

( . . . ) 

Já era incrivelmente tarde quando a historia chegou a seu fim, muitas duvidas estavam pairando em minha mente, mas não pude as esclarecer afinal já estava incrivelmente tarde e de acordo com minha mãe todos deveriam ir descansar afinal o dia seguinte seria ocupado já que era o dia que antecedia a manha de natal. Entretanto, o sono se recusava a chegar a mim o que fez com que por volta das três da manha, era o que indicava o velho relógio em quanto seus ponteiros se arrastavam pela madeira e o pendulo ia e vinha de um lado para o outro fazendo o clássico som de tic tac ecoar pela sala. A chuva havia diminuído, não cessado, e eu há muito tempo havia perdido a conta de a quantas horas continuas estava a chover. 

Meus passos e a pequena chama da vela me guiaram a velha biblioteca de meu pai; Há a velha biblioteca sem duvida não era a maior que eu já havia visto e nem mesmo era a com maior esplendor, entretanto, dentre todas as que eu já havia visto aquela continuava a ser minha favorita, afinal nenhuma outra biblioteca poderia recriar as velhas e boas memorias que eu tinha com meu pai, nenhuma outra biblioteca poderia recriar as marcas de espadas de quando eu e meu irmão roubávamos as  espadas das velhas armaduras é em nossos teatros e brincadeiras acertávamos sem querer e de forma costumeira a madeira dos objetos, lembro que uma vez quase acertamos um velho vaso chines que minha mãe adorava e a partir desde instante nunca mais vimos o vaso fora do quarto de minha mãe. A pequena vela não conseguia iluminar muita coisa mas isto não tinha muita importância para mim afinal me recordava de cada posição dos moveis e ate mesmo me recordava da posição de alguns dos meus livros favoritos, mas não estava ali para ler, pelo menos não por agora.

Estava ali para recordar! As velhas memorias fluíam de forma veloz por minha mente, me lembro de meu pai contando velhas historias para mim e meu irmão em quanto estávamos sentados no felpudo e grande tapete branco, de forma curiosa eu me lembrava de quase tudo podia ate mesmo lembrar-se de cada uma das palavras das historias carregadas pela voz calma e calorosa de meu pai, mas eu não consigo me lembrar de seu rosto com perfeição, eu me lembro que tinha belos olhos cor de mel mas não lembro de nada alem disto. Um suspiro sai de minha garganta em quanto aperto com força o velho colar que fora o ultimo presente que ele havia me dado antes de misteriosamente e drasticamente partir, me lembro que ele beijou minha testa de forma calorosa e demorada, lembro que naquela época estava com barba e que ela fez cocegas em meu rosto, disse para mim que aquele colar seria minha estrela guia, que sempre que eu sentisse sua falta era só apertar o colar que ali estaria ele mesmo que eu não pudesse ver. 

— Sinto sua falta. - murmuro apertando com mais força a pequena joia em forma de estrela em minha mão, mas o solto pela surpresa quando sinto a fina corrente de prata se romper contra a pele de meu pescoço e cai sobre o tapete em completo e total silencio, solto um suspiro de frustração e pego o colar do chão e o aperto contra meu peito em quanto pego a pequena vela e retorno o caminho para meu quarto. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "In the stars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.