POV Fred Weasley

Aquela época do ano está de volta. YAY! Não sabia que meu sarcasmo estava tão em alta ultimamente. Não é que eu não goste do dia dos namorados, eu só não vejo sentindo em se virar do avesso para encontrar o presente perfeito para seu alguém especial e ser super romântico, se no resto do ano, eles vão ser um pé no saco.

Acho que eu acordei com o pé esquerdo essa manhã, porque não me lembro de estar tão rabugento assim nos últimos dias. Claro que isso pode ser também, devido ao fato de que a minha mãe está bancando a casamenteira pra cima de mim nos últimos meses, e agora, com o dia dos namorados se aproximando, ela vai estar em modo “achar uma namorada pra Fred” com força total. Que os deuses me ajudem!

— Hey Forge, sabe que horas nós temos de pegar o trem na sexta feira? – meu gêmeo, sócio e melhor amigo George me perguntou, entrando no nosso escritório compartilhado. Eu tenho o melhor emprego do mundo: fazer as pessoas rirem.

— Não faço ideia, mas provavelmente a mamãe saiba o horário certo. – festa no dia dos namorados. Como eu acabei nessa? Ah é, eu não consigo dizer não pra minha irmã caçula – única irmã, na verdade.

— Ainda descontente porque está indo para festa sozinho? – George perguntou sentando-se à sua mesa. – Você sabe que é só dizer uma palavra e a mamãe muda essa situação em um segundo.

— Ah claro, eu adoraria ir pra essa festa acompanhado por alguém escolhido pela minha mãe. Não avacalha Georgie. – eu disse olhando meu gêmeo que tinha um brilho suspeito no olhar. Maldito traidor! – O que você está aprontando?

— Eu?  - ele disse olhando pra mim como se eu tivesse ofendido o mesmo. – Eu não estou fazendo nada. Além do mais, você sabe não me faça perguntas...

— E não te direi mentiras. - eu completei a frase pra ele. – Sim, eu sei disso.

— Enfim, eu acho que temos muito o que fazer hoje. – ele começou a analisar alguns dos nossos recibos, enquanto eu continuava preenchendo formulários pra poder repor o estoque da nossa loja. – Antes que eu esqueça, mamãe ligou e disse que está organizando um jantar em família hoje, e isso não é discutível.

— O que ela quer agora? Já não basta a festa em que nós iremos na sexta, ela também quer se reunir hoje? – eu perguntei encarando George, enquanto repassa pela minha mente o que minha mãe poderia querer com uma reunião de família em plena terça-feira.

— Acho que ela quer ter certeza de que vamos nos comportar na festa e não fazer os Potter se assustarem conosco. – George disse dando de ombros, como se não se importasse realmente com o motivo da reunião, o que eu acho que ele realmente não se importa.

— Como nós poderíamos fazer os Potter se assustarem conosco? Não é como se nós tivéssemos uma loja de logros ou coisa assim. – eu disse sarcasticamente, o que fez George rir. – A mamãe acha que somos o que? Um bando de babuínos balbuciando em bando?

— Acho que ela está nervosa, só isso. Você se lembra de como ela ficou depois de ter ido visitar a Gin e ter descoberto que ela estava namorando não é? – George me perguntou, relembrando da visita da mamãe e do papai a Londres. Cara, aquele foi um final de semana maravilhoso!

— Sim, mas eu sempre achei que ela tinha ficado daquele jeito pelo modo como ela encontrou a casa quando ela chegou, do que pela visita propriamente dita. – talvez eu e meus irmãos tenhamos nos excedido na comemoração, ou talvez nós não devêssemos ter soltado aqueles fogos de artificio, quem poderia realmente saber?

— Pode ser por essa mesma razão, mas nós temos de aparecer hoje à noite, e não tente escapar como da última vez. Eu estou sendo um bom filho e estou passando o recado. – ele disse, voltando a se concentrar nos recibos.

— Quem disse que eu ia tentar fugir? – George só me olhou com aquela cara de quem sabe que o que eu estou pensando antes mesmo de eu falar. – Ok, talvez eu estivesse pensando realmente nisso, mas é só porque ela sempre tenta me apresentar alguém nesses jantares. Nós não podemos só ter um jantar calmo de vez em quando?

— Quando nós estamos presentes, é meio impossível de se pedir isso. Mas dessa vez, seremos só nós Weasley mesmo. – ele respondeu. – Ah, e a Angie, que provavelmente está ajudando a mamãe agora mesmo.

— Bom, se a Angie vai estar lá, isso não pode ser tão ruim assim então. – Angelina Johnson, namorada do George e a melhor cunhado que eu poderia pedir. Não conte isso para as outras.

— Claro que não vai ser ruim. A não ser que a mamãe tente nos passar um sermão sobre como devemos nos comportar. Você sabe que ela provavelmente vai tentar fazer isso. – ele disse me encarando. Cara, esse é um jantar que eu gostaria de poder evitar sempre que possível.

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— Ron, você poderia parar de enfiar comida na sua boca como se nunca mais fosse comer na vida? – minha mãe sempre tentou nos fazer ser mais civilizados quando estamos comendo, mas não preciso dizer que isso funcionou melhor para uns do que para outros não é?

— Desculpa mãe. – Ron, meu irmão mais novo, falou, respondendo com a boca cheia, o que lhe rendeu um olhar intimidante da mamãe. Eu já estive na mira daquele olhar, e não posso deixar de me sentir feliz com ele não estar sendo direcionado a mim.

— Mãe, você sabe que isso é meio impossível para o Roniquinho. Ele ainda não aprendeu boas maneiras, como o resto de nós, você sabe disso. – eu disse dando um dos meus sorrisos irresistíveis pra ela. Pena que não funcionou.

— Frederick, não teste minha paciência. – ela disse olhando diretamente pra mim. Eu sei que estou encrencado quando ela me chama de Frederick, e é por isso que eu estou olhando diretamente para o meu prato. Não que eu esteja com medo da minha mãe, afinal, eu já tenho 26 anos e meu próprio flat há um tempo. Mas o olhar penetrante de Molly Weasley (patenteado), não é algo que nós podemos ignorar.

— Bom crianças, vocês devem estar se perguntando por que nós programamos esse jantar essa noite não? – não importa quanto tempo passe, meu pai sempre irá nos ver como crianças.

— E eu aqui, achando que vocês iam nos contar que íamos ter mais um irmão. Você está me devendo 10 libras Charlie. – meu irmão mais velho Bill, riu do seu lugar a mesa, logo ao lado da nossa mãe. Coitado, nem vai saber o que o atingiu.

— Isso é jeito de falar com seus pais William? – mamãe perguntou dando um tapa na cabeça dele, o que fez com que o resto de nós tivéssemos de sufocar a risada que estava subindo.

— Ai mãe, que mão de pedreira. – Bill disse massageando a cabeça. – Se não vamos ter nenhum mini Weasley por aqui, então, qual é o motivo desse jantar?

— Como vocês sabem, sua irmã está organizando uma festa de dia dos namorados na sexta-feira e espera que todos nós compareçamos. Sem exceções. – papai não é tão assustador quanto a mamãe, mas quando ele quer, ele consegue superar o olhar dela.

— Que horas nós temos de estar na estação mãe? Eu quero ter certeza de que vou conseguir sair do trabalho no horário certo. E a Pen também. – meu irmão Percy, o terceiro filho de Arthur e Molly, perguntou. Aparentemente, ele é capaz de largar o trabalho cedo. Nunca achei que isso fosse possível.

— E você vai conseguir sair cedo Percy? Achei que nós teríamos de te tirar a força de lá. – George sempre parece saber o que se passa na minha mente. CONEXÃO DE GÊMEOS!

— George Weasley! Isso é modo de falar com seu irmão? Não foi essa a educação que eu e seu pai lhe demos. – acho que a mamãe está tentando competir com a cor do cabelo dela, porque não é possível que ela fique mais vermelha do que ela já está.

— E ele aprendeu alguma coisa mãe? Sem querer ofender George. – Charlie disse com um brilho malicioso nos olhos. Ele é meu irmão preferido. (George não conta, ele é meu GÊMEO favorito).

— Não me ofendi Charlie. – George disse piscando, e provavelmente pensando o mesmo que eu.

— CHARLES WEASLEY! O que há com vocês hoje? – e eu estava errado. Mamãe consegue ficar ainda mais vermelha do que ela já estava.

— Ok gente, porque a gente não se acalma e começamos essa conversa novamente? Que tal? – Angelina disse, se pronunciando pela primeira vez. E é por esse motivo, que ela é a minha cunhada favorita.

— Obrigada Angie querida. Como eu ia dizendo – mamãe começou novamente, encarando todo mundo como se nos desafiando a falar algo para interrompê-la ou desagrada-la – nosso trem sai daqui as 16h00. Espero todos aqui às 15h00 em ponto, sem desculpa.

— Vamos ficar em Londres para o fim de semana ou vamos voltar logo após a festa? – Ron perguntou, dessa vez engolindo a comida, antes de falar. Decisão esperta.

— Já que agora a festa vai ser na casa dos pais do namorado da Gin, eles cordialmente nos convidaram para pernoitar lá. Então arrumem uma mala para o fim de semana. E avisem as garotas, por favor. – mamãe respondeu, se levantando e indo buscar a sobremesa.

— Legal, um fim de semana em Londres. Garanto que será algo inesquecível. – eu disse enquanto esperava minha mãe começar a cortar o bolo de chocolate que parecia incrível, do meu ponto de vista. Com certeza esse final de semana será algo que ninguém vai esquecer. Só espero que minha mãe não tente dar uma de casamenteira pra cima de mim novamente. Não é como se tivesse alguém feito pra mim, não é mesmo?