A Bela Fera escrita por HeyIvye


Capítulo 2
Long Ass Ride


Notas iniciais do capítulo

Se preparem porque o Jungwoo sofre um pouquinho e não vai ser só nesse capítulo não. Espero que se divirtam lendo, beijos e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762332/chapter/2

Jungwoo respirou fundo enquanto caminhava na densa floresta, atento a todos os sons e movimentos que pudessem indicar perigo. Seus passos eram leves e seus ouvidos latejavam pela força com a qual apertava sua mandíbula pela tensão acumulada. Seu corpo inteiro estava em alerta e a sensação boa que sempre sentia em seus músculos com uma boa caçada percorria toda sua extensão, dos pés a cabeça. Havia se esquecido o que era sentir em cada fibra de seu ser, o poder de ser o predador. As florestas que cercavam o castelo já lhe eram muito familiares e as suas aventuras nela já não lhe traziam tanta animação quanto antes. Já lhe era tudo muito chato e previsível e seu corpo e mente ansiavam por outro desafio.

Foi com isso em mente que viajou por dias a cavalo até a parte leste de Amikkun para explorar a grande floresta de Hadachy, escondida pelos grandes picos montanhosos de Jeju. A todos que contara a respeito de seu interesse em conferir os desafios que Hadachy oferecia lhe foram dadas as mesmas respostas incrédulas e apavoradas. “Você não faz ideia do que há naquele lugar”. “Leve alguns guardas, é loucura ir sozinho”.

Acontece que não havia ninguém mais a quem Jungwoo confiava sua vida a não ser nele mesmo. Era o melhor guerreiro e a lâmina de sua espada nunca viu uma derrota sequer desde que aprendeu a dominá-la por completo, ainda bem jovem. Seja lá quais fossem os perigos que encontrasse, sabia que daria conta. E se não desse, morreria com honra e luta e não decepcionaria seu pai.

Depois de haver chegado a uma clareira a beira de um rio, no limite da floresta, instalou ali seu acampamento e decidiu esperar o dia clarear para que começasse sua exploração floresta a dentro.

E era onde estava.

Caminhou alguns minutos para o coração da floresta e até agora só havia encontrado animais pequenos. Tinha esperanças de encontrar talvez um javali ou um gato do mato, só para começar. E talvez um urso pardo filhote. Olhou alguns galhos a frente e percebeu que estavam cortados e retorcidos. Huuum, esse é um dos grandes. Se aproximando, tocou levemente os galhos quebrados e constatou que foram machucados recentemente. Seja lá o que for está no mínimo alguns minutos a frente. Seguiu o novo rastro com esperança renovada de que teria um retorno glorioso. Após uma curva especialmente complicada pelos muitos espinhos da vegetação nativa, se encontra com um portal a sua frente, do que um dia poderia ter sido uma grande construção.

Franzindo o cenho, foi em direção ao portal. A passagem nele estava completamente fechada pela mesma vegetação espinhosa de fora e tinha a sensação de que também era venenosa. O único meio de passar por ali seria cortando todos os galhos e isso demoraria horas e o desgastaria. Passou seus olhos por toda a extensão do portal procurando um modo de passagem porém nada parecia potencialmente promissor para se executar. Decidiu então, checar se tinha outra entrada através do muro adjacente.

Rumando para a direita do velho portal, andou por alguns instantes antes que visse que o muro deste lado dava para um desfiladeiro. Retornou e decidiu ir para a esquerda. Depois de alguns minutos de caminhada, já pensava em dar meia volta e seguir para a parte norte da floresta quando viu a primeira oportunidade real de passar. A vegetação naquela parte do muro estava rala e tornava possível enxergar o muro de pedra por trás. Amarrou o seu cavalo em uma árvore próxima e com um breve movimento de sua espada cortou o que restava da planta e começou a escalar o muro.

Na primeira tentativa, não conseguiu se agarrar as falhas do muro devido a grande quantidade de limo que o tornava liso demais para se estabilizar. Mais acima, tinha uma parte quebrada que encaixaria perfeitamente suas mãos ou pés e lhe permitiria dar o impulso para chegar no outro lado. Se apenas pudesse chegar mais em cima... 

Olhando ao redor percebeu o grande mogno curvado em direção ao muro. Perfeito! Escalaria ele e facilmente encaixaria seus pés no buraco acima, o que o deixaria tranquilamente acima e através do muro. Escalou avidamente os galhos grossos e quando chegou onde queria, se balançou. Uma, duas, e na terceira vez seus pés foram certo no alvo. HÁ!

Com um pulo, projetou seu corpo e sua mãos se apoiaram na parte de cima do muro, e infelizmente direto em um dos espinhos que estavam do outro lado deste. Deu um grito quando a dor de espalhou por sua mão direita e com uma explosão de força, deu um impulso e caiu na parte de dentro do muro, felizmente em um terreno consideravelmente macio e não rochoso. Ainda no chão, segurou sua mão direita com a esquerda e pressionou o pulso na tentativa de retardar o avanço de qualquer potencial veneno que tenha nesses espinhos. Sua mão latejou e ele amaldiçoou a droga da sua curiosidade que lhe tinha posto naquela situação. Com muito esforço arrancou o lenço com sua insígnia real que estava no braço e amarrou ele na mão ferida para estancar o sangramento.

Feito isso, ele pôde então olhar o lugar onde havia pousado tempestivamente. E sua mandíbula foi ao chão em surpresa.

Diferente do ambiente horrendo e hostil que o grande portal espinhoso tinha lá fora, o local que se encontrava era absolutamente lindo. Era um enorme jardim com flores de todos os tipos, crisântemos, girassós enfeitavam tudo até onde seus olhos podiam alcançar. Grandes estátuas de seres místicos ornavam o centro de fontes e pequenos riachos naturais. Era como se o portal fosse, na verdade, uma passagem para um outro mundo longe de toda a feiura mundana.

— “Que lugar é esse?”. Indaguei para os ventos.

Levantando-me de onde estava, comecei a caminhar pelo lugar reparando em tudo a minha volta. De forma alguma esse local está abandonado, impossível um jardim manter-se com tal beleza sem o cuidado necessário.

Mais a frente, após atravessar uma pequena ponte avistou uma estufa com as mais belas rosas que já havia visto em toda a província. Jungwoo não era muito ligado a jardins e flores. Achava que eram perda de tempo além de serem atribuições femininas. Homens não tinham tempo para cuidar de flores. Ao tentar entrar estufa, percebeu que havia um cadeado na porta, que facilmente sucumbiu sob sua espada. Adentrou o ambiente e o cheiro das flores imediatamente atingiu suas narinas. Lhe lembrou o cheiro de uma mulher, a florista real, com a qual se deitou certa vez e tudo nela cheirava a rosas. Se abaixou e arrancou duas rosas brancas a seus pés e sorrindo, lembrou-se da moça. Havia sido uma ótima ocasião, pena que ela não se agradou do modo como foi dispensada logo após.

Ainda sorrindo debochadamente, Jungwoo deixou a estufa com ambas as rosas na mão e jogou-as no chão. Iria continuar a exploração.

Não deu nem um passo a frente quando ouviu um grande rugido a sua frente. E antes que pudesse reagir, viu a uma grande besta cortando o rio em sua direção. Nem houve tempo para reagir. Seu movimento para pegar sua espada nas costas foi lento demais e a besta o atingiu com a grande pata na cabeça. Sentiu uma dor forte no ombro logo e após e tudo ao seu redor escureceu.

Havia desmaiado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Um minuto de silêncio...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Bela Fera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.