Princesa escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
Sereia




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P.O.V. Alec.

Me tomou um tempo, mas eu a encontrei. Ela estava num hotel caro, numa ala reservada só pra ela.

Felizmente ela decidiu nadar. Ela estava na piscina, haviam vários outros hóspedes sentados nas espreguiçadeiras, alguns dentro da piscina e o híbrido estava lá.

Ela sorriu pra mim, um sorriso autêntico. Sem maldade, sem malícia, sem segundas intenções.

Nadou até a borda da piscina, e se apoiou nela.

—Achou! Deixa eu ver se eu adivinho? Aro quer que eu salve o Caius. Infelizmente não existe uma cura para o que está acontecendo com ele agora.

Eu me aproximei da borda da piscina e me abaixei.

—Você se diz uma mocinha boazinha, mas somos mais parecidos do que pensa.

—Tem escuridão em mim, eu não nego isso. Mas, você não achou mesmo que todos os crimes terríveis que cometeu sairiam impunes, achou? Eu quero justiça. Você tem alguma ideia do que vocês tiraram da gente? Cada vampiro, lobo, lobisomem e bruxa por quem eu lutei, todo mundo que se levantou por mim vocês tiraram todos das suas famílias.

Eu estava de uniforme e de capuz, já que estava sol. Mas, os hóspedes não pareciam se incomodar.

—Você vem comigo.

—Eu acho que não.

Ela me pegou de surpresa. Me deu um selinho e voltou a nadar.

—Você... se não vier comigo por bem, vem por mal.

—Cara, você é muito burro! Eles não ligam pra você ou pra sua irmã, só tão te usando pra obter poder! Se você acha que eles ligam, que se importam então você ta se enganando.

—E você se importa?

—Vou responder sua pergunta com outra pergunta. Você ama sua irmã?

—Amo. Claro.

—Então eis aqui a sua resposta. Eu sei que você ama a Jane e que ela te ama e qualquer pessoa capaz de amar, é capaz de ser salva. Eu não vim pra te matar, eu vim pra te salvar. Acabar com a tirania dos Mestres. 

—Me salvar?

—É. É tudo o que eu sempre quis fazer, salvar as pessoas. Tirar elas da escuridão, você esteve preso esse tempo todo, acorrentado e nem notou.

Ela saiu da piscina, pegou uma toalha e começou a se secar.

—Eu vim pra tirar vocês da escuridão. Figurativamente e talvez, literalmente.

Eu agarrei no braço dela.

—Alec, não. Olha em volta. Olha com atenção.

Eu vi as veias nos olhos deles, olhos amarelos, olhos de lobo.

—Eles são... todos...

—São. Eles estão aqui pra me proteger e eu estou aqui pra proteger eles. Unir as facções. Lembra? Agora me solte, por favor. Eu não quero mais mortes.

—Porque matar Caius?

—Foi vingança. Eu não nego. Ele assassinou a minha tia. Ela fez o que achou que era certo quando nos denunciou, mas quando ela percebeu que eu não era o que eu parecia, ela retirou a acusação, ela se desculpou e assumiu total responsabilidade pelo seu engano e ela era tão inocente quanto nós. Mas, Caius a matou mesmo assim.  Aquilo não foi justiça, não fui cumprir a lei, foi... crueldade. Pura e simples!

Ela se sentou no barzinho da piscina.

—Me faz uma caipirinha por favor?

—Claro.

—Você quer beber alguma coisa?

—Não.

—Vou perguntar uma coisa, mas pense antes de responder. Se alguém invadisse a sua casa, o seu lar e tentasse matar sua família, o que você faria?

—Eu lutaria.

—Eu também. E isso é um bom motivo pra se lutar e pra se morrer. Sabe o que aconteceria naquele dia se tivéssemos realmente lutado? Eu ia sobreviver, mas você não. Nem a Jane, nem mesmo Aro. O que ele fez aquele dia não foi simplesmente bater em retirada, foi fugir.

—E como você sabe?

—Depois que eu desenvolvi o meu dom de ler mentes, pedi pra tia Alice mostrar a visão que ela teve aquele dia. E apesar do fato de que eu teria perdido meu avô naquela batalha estúpida, a única coisa que me manteve sã, foi saber que o Clã que tirou a vida da minha tia e que mataria o meu avô deixaria de existir. Seria dizimado sem a menor piedade. Mas, depois eu descobri que estava em meu poder perdoar vocês e fazer justiça pelo assassinato da minha tia.

—E mandar o seu híbrido matá-lo é justiça?

—É. Vou te contar uma coisa, que eu tenho plena certeza de que o seu Mestre Aro se pela de medo.

—Você?

Ela bebeu um gole e respondeu:

—Também, mas acho que tem uma coisa que o assusta mais ainda.

—E o que seria?

—O dia em que você e Jane, finalmente perceberem o que esteve bem na sua frente por séculos.

—Que seria?

—Vocês são mais poderosos do que imaginam e Aro tem medo que vocês descubram. Vocês detém todo o poder do seu Clã. O Clã Volturi, essencialmente é de vocês. Sem os seus dons, Aro jamais teria chegado onde chegou. Você tem o poder de escolher se vai passar sua vida de joelhos, sendo fantoche de alguém ou pode tomar o poder que você sempre teve, que todo mundo tem. O poder de fazer suas próprias escolhas, que roupa quer vestir, onde quer ir, com quem, o que quer fazer, quem quer ser. Ai é com você. A escolha é e sempre foi sua.

Ela terminou a bebida, levantou e saiu. Ela não disse nada, simplesmente saiu.

E eu passei todo o caminho de volta para o Castelo pensando naquilo.

Quando eu cheguei no Castelo sem a híbrida, quer dizer, sem Renesmee, Aro se viu no direito de gritar comigo.

—Não grita comigo! Ela tava cercada de híbridos! Tinha exército inteiro lá dentro!

—Alec...

—Jura Jane? Vai defender ele ao invés de mim?! Sou seu irmão! Seu gêmeo! Sou a última família que te sobrou! E quer saber, eu e a Renesmee tivemos uma conversinha. E tá na hora de testar a teoria.

—Teoria? Está pensando em teorias enquanto aquela abominação está á solta gerando mais abominações?! 

Eu comecei a liberar a névoa.

—Alec? Alec, o que está fazendo? Pare. Pare.

—Alec, ele mandou parar.

—Ela mandou, mas a escolha de obedecer ou não é minha. Sempre foi! E eu não sabia. O Clã Volturi é nosso Jane. Ele sempre foi! Só estávamos cegos o suficiente para não perceber.

—Alec, ela está te controlando.

—Não, Jane. Pela primeira vez, em séculos não tem ninguém me controlando. Pela primeira vez, eu sou livre.

A névoa atingiu Aro e eu o deixei assim por uns bons vinte minutos.

Então, eu parei.

—Parece que ela tinha razão. Jane e eu somos mais poderosos do que pensamos e você temia que descobríssemos e eu descobri. Sabe o que mais eu descobri? Que você só ta sentado nesse Trono, por nossa causa! Sem nós, sem nossos dons, você jamais teria chegado onde chegou. Nenhum de vocês teria. Então, eu acho que são vocês que deveriam ser gratos á nós.

—Alec!

—O que Jane? No fundo, no fundo, bem no fundo você sabe que eu to certo! E quer saber? Se você vai virar as costas pra mim, seu próprio irmão, se vai escolher eles ao invés de mim, então você não é melhor que eles.

—Alec! Alec volte aqui!

—Vai se ferrar Jane! Sua traidora! 

Eu mostrei o dedo pra ela.

Então, eu me lembrei da imagem dela na piscina. Os cabelos molhados, ela apoiada na borda, debruçada na borda. Só tinha uma outra criatura com a qual eu podia compará-la.

—Sereia.


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