Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 18
Capítulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Não tenho muito o que falar dessa vez, então boa leitura, desculpa qualquer erro.
Como vocês vão perceber, os capítulos anteriores se passavam no passado. Daqui em diante, vamos descobrindo o que está rolando no presente.
Deixem um comentário me dizendo o que acharam.
Abraços



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DUSK TILL DAWN

Capítulo XVIII

JAMES POTTER – DIAS ATUAIS.

 

— Você está decidido, então? — Pergunta Emmeline, arqueando uma sobrancelha e me olhando com atenção.

Ela está sentada no sofá da minha sala, como já estivera tantas vezes antes, vestindo uma calça jeans – a que eu mais gosto – e uma blusa de frio com um decote nada discreto. Seus olhos estão ansiosos e eu sei disso devido ao fato dela estar mexendo os pés incansavelmente.

— Se eu estou decidido? — Pergunto soltando uma risada sem nenhuma emoção. — Você tomou essa decisão sozinha, pra começo de conversa.

— Bem, mas você claramente deve ter uma opinião sobre isso, não é mesmo?  É isso que quer? Devemos seguir em frente?

Bufo sem paciência para aquela conversa e desejando que ela vá embora.

— E eu tenho escolha? Cabe a mim decidir isso agora? Ou você só está jogando a responsabilidade em cima de mim para depois dizer que a decisão foi minha?

— Você está sendo ridículo. — Emmeline levanta do sofá e vem em minha direção, colocando os papéis em cima da mesa. — Aqui, faça o que quiser com eles. Assim que assinar, mande para a minha advogada, o endereço está no verso.

— Emmeline...

— Já chega, James! Cansei, tá legal? Eu tentei, de todas as formas salvar esse casamento, mas você claramente não estava disposto a fazer o mesmo, então devo presumir que você simplesmente quer isso, não é mesmo? Ou estou errada?

— Você presumiu algo e sem mais nem menos abriu um processo de divórcio, como eu deveria me sentir em relação a isso? A primeira coisa que se passou na minha cabeça era que você queria isso. — Argumento aumentando, involuntariamente, o tom da minha voz. Emmeline revira os olhos e eu odeio isso. — O problema, Emmeline, é que eu não entendo mais você. Eu não entendo o que você quer de mim e você simplesmente não me diz. Nós não conversamos sobre isso em momento nenhum e agora, quando estou prestes a assinar essa merda porque você quer que eu assine, você quer conversar sobre isso e saber minha opinião? O que você queria que eu dissesse?

Os ombros de Emmeline relaxam e o que vejo no seu rosto é um misto de tristeza e decepção.

— O que eu queria, James, era que você me amasse, queria uma família. Queria que você me amasse e queria ter de dado um filho.

— Mas eu te amei. Que diabos é isso agora?

— Eu sei que você nunca me amou, James, porra, é lógico que sei disso! Eu sentia isso, eu tinha certeza, durante todos esses anos. Mas sabe porque eu continuei com isso? Sabe porque eu aturei essa verdade? Porque eu sei que relacionamentos não são feitos só de amor, sei que um casamento não dura só com amor, e, tirando o amor, nós dois tínhamos tudo. Tínhamos dinheiro, estabilidade, carinho, respeito, tínhamos um futuro. E eu tenho certeza que se eu fosse uma mulher capaz de te dar um filho, você teria me amado. Um filho, James. Foi isso que faltou para que você me amasse.

Fico boquiaberto com as palavras que saem da boca de Emmeline. Quero que ela pare de falar e quero que retire o que disse. Sinto-me culpado, mas com raiva, porque não deveria sentir culpa. Não é verdade o que ela diz e eu quero provar a ela isso, mas não sei como, porque também não sei se tenho plena certeza do que digo.

— Acho que o que eu mais queria era que você me amasse — Repete ela, mas então continua: —, me amasse como amava ela.

Por um momento, não compreendo do que ela está falando, mas a compreensão me bate de repente e eu simplesmente não consigo acreditar no que ouço. Antes de responder, Emmeline continua:

— Eu queria que você me amasse como amava Lily Evans. Queria que me olhasse como olhava para ela, que sorrisse para mim como fazia para ela. Eu queria que as pessoas olhassem para nós dois e vissem um casal apaixonado, que se amavam totalmente. Era isso que eu queria. — Emmeline senta-se novamente no sofá e cobre o rosto com as mãos. Quando me olha novamente, seus olhos estão lacrimejando. — É pedir muito, James?

— Sim, Emmeline. — Eu me sento ao seu lado, suspirando. Fico aflito, desnorteado e nervoso de ouvir aquilo. De saber, anos depois, que Emmeline colocara meu namoro com Lily como parâmetro de comparação para o nosso casamento. — É pedir muito porque você e Lily eram pessoas completamente diferente uma da outra. Eu me apaixonei pela Lily quando nós éramos adolescentes, não sabíamos nada sobre a vida, quem éramos, quem iríamos ser dali uns anos, o que queríamos da vida. E nós nos separamos num período de transição que até hoje eu não consigo compreender. Não conseguiria te dizer como chegamos aquele ponto.

— E eu?

— Você entrou na minha vida depois disso, Emme. Eu vou ser sincero com você, eu não acho que te amava quando começamos a namorar. Mas acho que é injusto da sua parte dizer que nosso casamento acabou porque eu nunca te amei. Eu amei sim e eu quis muito que desse certo. E deu certo por bastante tempo. Nós fomos muito felizes, não fomos? Há uns... quatro anos?

Emmeline ri entre as lágrimas e concorda comigo.

— Acho que sim. Sim, nós fomos.

— Eu sinto muito se não te dei o suficiente, Emme — Digo e, dessa vez, sou completamente sincero. —, mas eu te dei tudo que eu tinha. Sinto muito se não foi suficiente.

Emmeline se levanta e pega sua bolsa. Limpa as lágrimas das bochechas e se vira para a porta, sem nem mesmo me olhar, diz:

— Mande os papéis para a advogada assim que assinar.

E assim, ela sai pela porta, provavelmente com a promessa de nunca mais voltar.

Não tenho outra reação que não seja continuar sentado no sofá. Penso na vida que sonhei para mim anos atrás e onde estou hoje. Quero me tranquilizar e dizer que tudo é obra de algo que está muito acima de mim e que não tenho controle, mas não sei se isso me ajuda em alguma coisa. Só sei que me sinto desolado por ver meu casamento cair por água abaixo na minha frente e a mulher que eu jurei amar até a morte sair pela porta da frente da casa que juramos viver juntos. Ainda me lembro dela vestida de noiva, fazendo-me aquela mesma promessa.

Odeio o fato de ter feito tantas promessas e odeio admitir que, mesmo antes, eu não tinha certeza se conseguiria cumpri-las.

Olho no relógio e já são três da tarde, preciso abrir a loja no shopping em menos de vinte minutos e ainda estou sentado no sofá, encarando aqueles papéis. Decido que não estou com cabeça para isso e mando mensagem para Remus, pedindo uma ajuda. Sei que está em cima da hora e eu deveria avisar antes, mas sei que ele não vai se importar de me dar uma força.

A loja que tenho no shopping (o único) de Hogsmeade, é uma história engraçada. Após anos trabalhando com Sirius na sua galeria – que hoje já é mundialmente famosa – eu decidi que queria abrir  um negócio próprio. Começou com uma ideia para divertir as crianças, com jogos e dinâmicas no centro da cidade, mas aos poucos, com a tecnologia e os variados tipos de jogos e brinquedos, atraiu também jovens. Sirius foi quem me deu apoio e disse que seria uma boa ideia para eu distrair a cabeça. Hoje, recebemos todos os dias cerca de cem pessoas por dia nos dias comuns e mais de 300 aos finais de semana. Nunca imaginei que iria acabar sendo dono de um centro de entretenimento para crianças, mas descobri que era algo que eu realmente gostava de fazer – muito mais do que contar dinheiro.

Remus me ajudou muito e por isso nos tornamos sócios quando ele decidiu que a vida artística não estava entre suas ambições.

Meia hora depois, Sirius me liga e eu sei o que ele quer saber, mas não sei se quero conversar sobre isso. De qualquer forma, discutir com Sirius nunca é uma boa saída, então apenas digo que não, eu não fui trabalhar e sim, ele pode vir para minha casa. Fico surpreso dele não estar trancado dentro do seu quarto pintando ou em alguma exposição, mas decido que não quero pensar naquilo, tampouco.

Quando ele chega, não bate na porta, apenas entra e deixa um monte de sacolas no chão.

— E então? — Pergunta, sentando-se no sofá ao meu lado. — Cara, você está com uma cara péssima.

— Obrigado, Padfoot. Muito gentil da sua  parte. — Sorrio sarcasticamente e ele ri, divertindo-se por me irritar.

— Certo, mas vai me dizer o que aconteceu? Ou vai esperar eu deduzir? — Sirius se levanta e vai até a cozinha, quando volta, está com um pacote de biscoitos, já aberto. — Eu vi a Emmeline hoje de manhã, estava saindo do hotel e parecia realmente abatida.

— Ela está ficando num hotel? — Questiono, surpreso. No meio de tantas coisas, eu não perguntei para onde ela iria quando saísse de casa, mas imaginava que iria para a casa dos pais. — Bem a cara dela, não é mesmo? Sair de casa para ir para um hotel de luxo.

— Tecnicamente não é mais a casa dela. — Sirius argumenta, me oferecendo o meu próprio biscoito que ele está comendo. — Quer dizer, por enquanto. Ela comentou como vai ficar a divisão de bens? Vocês vão dividir tudo?

— Não faço ideia, mas acho que sim. Dá pra acreditar? Estou me divorciando! — Eu rio, mas sem emoção nenhuma. — Quando foi que me tornei esse fracasso, Padfoot? Deus, eu realmente devo estar perdendo a cabeça.

Fracasso! Realmente está perdendo a cabeça. Casamento não é sinônimo de sucesso, felicidade, plenitude. Você se casou e não deu certo, que mal tem isso? — Sirius diz tudo com um olhar de indignação, deixando os biscoitos de lado. — Além do mais, você ainda é jovem, não é o fim do mundo.

— Você está parecendo um senhor falando. Só estou dizendo que... Veja bem, pensei que fosse me casar com Lily Evans e ela desapareceu para o outro lado do oceano; achei que fosse ter uma família com Emmeline e ela me vem com essa de divórcio!

Lily Evans! Ah, pelo amor de Deus, James! Escute, você era jovem e ingênuo, achou que tinha encontrado sua alma gêmea e acabou se dando mal. Emmeline é um caso completamente diferente, vocês construíram muita coisa juntos, mas acabou. Ela quis isso, não quis? Você está desolado porque a ama incondicionalmente e não quer perdê-la ou simplesmente porque estava confortável com a vida que estava levando? Você ao menos estava feliz com ela?

Fico chocado com as palavras de Sirius porque geralmente eu apenas despejo meus problemas em cima dele, ele escuta e depois me chama para fazer algo mais divertido para distrair a mente. Ele não é do tipo que fica horas dando conselhos ou consolando, então sou pego de surpresa.

— Bem, não estou feliz agora, não é mesmo? Então acho que não muda muita coisa. — Digo, me rendendo. — Eu era feliz antes. Nós fomos felizes, sim. No começo, tudo parecia perfeito, não sei onde deu errado.

— Vamos comigo para os Estados Unidos semana que vem. — Sirius diz simplesmente.

— O que?

— Estados Unidos. — Repete ele. — Vou para Portland, venha comigo. Para distrair.

— Não, eu não posso. Preciso cuidar da Zonko’s, não posso viajar nesse momento, Sirius. E nem fugir das minhas responsabilidades.

— O Remus pode cuidar da Zonko’s, oras. Ele não iria achar ruim.

— Não iria mesmo, mas não quero pedir isso a ele. Na verdade, ele já tem me ajudado muito, se quer saber. Hoje mesmo ele está fazendo turno extra. — Faço uma pausa esperando que Sirius diga algo, mas como ele se mantém em silêncio, muitíssimo entretido com o pacote de biscoitos quase vazio, pergunto: — Emmeline me disse que eu não a amava porque ela não era capaz de me dar um filho.

Sirius para de se mexer e reflete por um segundo sobre o que disse. Então bufa.

— Que besteira. Isso não é verdade, é?

— Claro que não. Quer dizer, eu sempre disse que queria filhos, mas ela também queria, então decidimos que teríamos filhos, mas não conseguimos e, bem, fazer o que? Não acho justo dizer que estamos nos divorciando por causa disso e...

— Não — Ele interrompe. —, estou perguntando se é verdade o que ela disse. Você não a amava?

— Por que todo mundo continua a me perguntar isso?

— Por que é o básico para se ter um relacionamento de oito anos com alguém, suponho.

Consigo sentir o sarcasmo em sua voz, mas ele mantém a mesma expressão séria.

— Eu achava que sim, mas agora já não sei mais. — Sirius arqueia uma sobrancelha e parece confuso. — Eu me lembro vagamente de amá-la, de desejá-la, de querer uma vida e um futuro com ela e, de repente, não me lembro mais. De repente... É como se eu conseguisse ver os dias em que fomos felizes e sentisse um amor imenso dentro de mim e, do nada, não sentir mais nada.

— Se quer saber o que acho, Prongs, eu acho que você deveria parar de se torturar tanto. Não deu certo, que pena, mas vida que segue. Você tem a sua loja, tem seus amigos e a vida toda pela frente. Talvez se apaixone novamente, talvez não, mas isso não é tão importante, a vida não vem com um manual de instruções.

— Certo. você tem razão.

— Claro que eu tenho — Sirius ri. Vou até o escritório e pego uma caneta, quando retorno, Sirius está me observando atentamente. — O que você vai fazer então?

— Vou assinar o divórcio.

 


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