Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 27
27. Passado e Presente.


Notas iniciais do capítulo

Aparecendo do nada meses depois e fingindo demência, como se nada tivesse acontecido! Gente, agora eu termino essa fic pq tenho novas para postar kkkkkkkkkk, mil perdões...



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Capítulo 27

Passado e Presente

POV Edward

Sentado no largo sofá de couro, Edward estava analisando em sua mente às últimas palavras que seu pai lhe dissera no final da ligação, algumas horas mais cedo. Foi realmente uma surpresa quando Bella chegou em casa e entrou no banho, ele não pensou em mais nada, percebendo a necessidade que ela tinha de estar conectada a ele.

Após o banho, algumas resoluções estavam claras em sua mente: não podia suportar nenhuma distância entre eles e não podia viver mais um dia se quer sem deixar claro e evidente para Bella tudo aquilo que ela significava. Ele tentou dizer após o banho, mas entendeu que era um momento inapropriado, então ele esperaria. Ele não se importava em esperar, cortejar e mimar a mulher que ele amava com tanta força que lhe causava desespero.

Por ora... Tinha outra coisa mais importante a fazer.

Retirando seu celular do bolso da calça, Edward discou os números que sabia de cor e esperou ser atendido.

— É a sua terceira ligação somente hoje. Estou me sentindo tão amada ultimamente. — Uma risada gentil surgiu do outro lado da linha, fazendo com que ele disse também.

— Você sabe que eu te amo. — Ele disse.

— Eu sei, querido. Mas imagino que essa ligação seja para uma garotinha muito esperta que está montando uma barraca da Barbie com seu avô nesse momento. — Ele sorriu ao ouvir.

Tentou visualizar a cena de seu pai ajudando as meninas com uma barraca e soltou uma risada. Ele teria muito que aprender, ainda mais, com Carlisle. Seu pai havia lhe ensinado muito sobre caráter e negócios, ele viu Alice ser cuidada mais de perto por ser uma menina e requerer mais atenção, principalmente por ser mais nova, não sentiu ciúme na infância e agora sentia ainda mais gratidão agora porque sabia que ele estava cuidando muito bem de sua Marie.

Ouviu sua mãe do outro lado da linha chamar por ela... Pela menina que estava dando um sentido totalmente inesperado em sua vida.

É o seu pai”, ele ouviu sua mãe dizer.

— PAPAI! — Edward soltou uma risada quando ouviu o gritinho estridente.

— Oi gatinha, como está seu dia na casa da vovó? — A expectativa em ouvir as histórias emocionadas de Marie era grande.

— Muito legal! O vovô está montando nossa casa da Barbie! — Ela estava realmente feliz.

— Que legal! Quem está aí com você? Todas suas amigas já chegaram?

— Sim papai! Candice, Caroline, Summer e a Ella, papai!

— É mesmo uma festa, hein... Escute querida, quero que você se comporte essa noite e obedeça a senhora Martin. Pode fazer isso por mim?

— Sim! Mas você vai me buscar amanhã?

Edward riu. Marie era uma garotinha muito boa e concordou em dormir na casa de sua avó, desde que Edward e Bella não a esquecessem lá.

— Claro que sim, meu amor. Eu e a mamãe estaremos aí de manhã para buscar

você.

— Está bem papai! — Ela respondeu felizmente e Edward ouviu quando a voz de seu pai chamou por ela. — O vovô Carlisle está me chamando.

Quando ele estava prestes a responder, ouviu barulhos de salto vindo da direção da escada. Era ela.

— Certo, linda. Eu vejo você amanhã. Eu te amo, se divirta!

— Te amo papai! Tchau.

A ligação fora concluída.

Edward se colocou de pé andando rapidamente para Bella. O ar estava preso em sua garganta e seu peito subia e descia no mesmo ritmo das batidas de seu coração. Rapidamente sua mente viajou ao primeiro dia que ele a viu, com o rosto vermelho escuro e uma guria que ele reconhecia: sua própria fúria. Ele e Bella eram feitos do mesmo tecido, forjados da mesma dor e mergulhados nos mesmos medos. Haviam criado camadas e camadas que os protegiam da vida real, mas nada disso fora imune ao magnetismo que um provocou no outro naquele dia em que se conheceram. Edward jamais imaginou que seu coração estaria aberto em uma relação como esta... e agora, ao observar a mulher que desde elegantemente as escadas de seu apartamentos, que antes era solitário e frio, ele pode perceber o quanto sua vida evoluiu. Não há nenhuma dúvida de que é com essa mulher que ele viverá até o seu último dia.

Ela está incrível, ele pensou. O cabelo solto correndo pelos ombros, esparramados em suas costas, brilhavam enrolados em cachos e uma trança lateral embutida, com alguns fios soltos. Bella sorria para ele, aquele sorriso lindo e amplo que entrava em contraste com o azul marinho do vestido longo que ela usava. Ele enlouqueceria, de fato.

Quando ela desceu os últimos degraus, ele estendeu a mão que fora recebida por ela de imediato.

— Eu certamente sou o homem mais sortudo do mundo. — Edward sussurrou com a voz abalada. — Você está linda. Você é linda.

Assegurou, fazendo-a sorrir. Não havia nada que não fosse puro e lindo nela e essa era a mágica da coisa.

— Veja só quem fala... Smoking, senhor Cullen? Isso é covardia com os outros homens...

Edward riu quando ela desceu o último degrau e inclinou-se para dar um beijo leve nos lábios dele. Bella também sorriu quando endireitou a gravata borboleta no pescoço de Edward e assentiu para ele.

— Agora está perfeito. — Ela disse.

— Só está perfeito porque eu terei você ao meu lado essa noite.

— Certo senhor galanteador. Deveríamos ir ou vamos nos atrasar. — Ela disse, desfazendo o contato entre eles. — Ah, e eu posso saber quem é a linda que você ama?

Edward riu quando eles se encaminharam para o elevador. Alguns minutos depois estavam fora, indo de encontro ao carro.

— Nesse caso é uma garotinha adorável que roubou meu coração. Acho que é porque ela me lembra muito da mãe dela.

— Hm. A mãe dela? — Bella brincou quando entrou pela porta que Edward abriu para ela.

Edward entrou no carro, colocando o cinto e dando a partida.

— A mãe dela... Uma mulher linda, que um dia chegou gritando na minha empresa, ela estava tão vermelha e furiosa...

— Nossa, que louca! Ainda bem que eu não sou assim. — Ela soltou uma risada fazendo com que Edward risse também. — Como ela está?

— Ótima. Prometeu que vai se comportar. Meu pai estava montando uma cabana da Barbie para ela e suas amigas. — Ele disse mal contendo a felicidade em si.

Ele estava muito feliz. Fazia tempo que não ficava tão feliz assim, tempo que não se sentia tão leve e despreocupado, pronto para viver os melhores momentos de sua vida. Mesmo que algumas pessoas resolvessem rondar sua vida como um urubu atrás de carniça.

— Eu fico muito feliz que ela tenha avós... Nunca vou me cansar de agradecer a você e sua família pela generosidade conosco. — A sinceridade dela o emocionou.

Edward segurou a mão de Bella e levou até seus lábios, depositando um beijo cálido e tenro. Quando ela perceberia que não era necessário agradecer por nada? Ela havia o salvado, ela havia dado sentido a sua vida, havia o tornado pai e realizado um sonho adormecido dentro dele. Ele quem deveria agradecer todos os dias.

— Eu te amo. — Disse ele. — Nunca vai precisar me agradecer por amarmos vocês duas. Eu amo vocês duas mais que tudo na minha vida, Bella. E eu prometo: você tem a minha palavra de que eu sempre cuidarei e protegeria vocês duas. Sempre.

Uma pequena lágrima escorreu pelos olhos dela, Edward rapidamente a secou.

— Não chore, linda. Odiaria que você borrasse sua maquiagem por minha culpa.

— Você me deixa sem palavras, senhor Cullen.

Ele riu.

Quando estacionou, abriu a porta para sua linda namorada e caminharam juntos de mãos dadas para a entrada do local.

— Eu preciso conferir algumas coisas da decoração e do buffet, mas eu encontro você em nossa mesa. — Bella disse a ele, assim que entregaram os convites e passaram pelos seguranças.

— Claro que sim querida. Eu a vejo logo.

Um beijo simples fora trocado entre os dois e Edward a viu se distanciar. Seguindo sozinho, cumprimentou algumas pessoas pelo seu trajeto. Estava indo rumo ao salão de jantar, em procura de algum rosto conhecido e amigável quando sentiu seu braço ser fortemente puxado para trás.

— Finalmente. — A voz que viera a seguir fez suas pernas adormeceram.

Algo não estava certo sob seus pés. A sensação de mal estar e dormência, não eram por nervosismo e ansiedade. Era por raiva, asco, horror. Por alguns segundos permaneceu parado até seu sangue voltar a circular até suas pernas e ele conseguir mover-se. Puxou seu braço no segundo seguinte, encarando a mulher que tinha um olhar obstinado e seguro. Ele sabia, desde que seu pai lhe contara sobre o embate entre Irina e Bella, ele sabia que ela chegaria até ele... Mas não imaginou que teria a ousadia de voltar aqui, não depois de Bella tê-la colocado para fora.

— Eu quero falar com você. Agora. — A autoridade na voz dela fez seu sangue ferver.

Edward olhou para os lados, procurando um rosto conhecido e não encontrou. Ao olhar sob Irina, um pouco acima, nas galerias do segundo andar, viu Bella. Ela estava estática encarando-o, parecia um pouco pálida e Edward se odiou por causar isso nela.

Não poderia dar um show ali, se colocasse Irina para fora nem imaginava o que poderia provocar com tantos fotógrafos e imprensa cobrindo o evento beneficente mais comentado e aguardado. Ele não tinha absolutamente mais nada para fazer a não ser puxar Irina e ter a conversa que não poderia ser adiada.

Ao retirar seus olhos de Bella, não sabia o que iria acontecer. Encarou Irina sentindo o amargo em sua boca. Não era justo, pensou. Não era justo que essa mulher arrumasse sua vida e voltasse como se nada tivesse acontecido.

— Vamos sair daqui. — Murmurou ele.

Sua voz mal saiu. Não imaginou que ficaria tão abalado quando a encontrasse pessoalmente. Algumas lembranças ruins o revisitou, o lembrando do quão merda de sentiu quando ela fez tudo àquilo com ele.

No caminho para qualquer lugar longe dali, Edward deu de cara com seu pai. O homem lhe olhava com uma pequena surpresa. Atrás dele, estava sua mãe e atrás dela, estava Bella.

— Eu cuido disso. — Para a surpresa dele, foi Bella que dissera. — Venham.

Esme e Carlisle abriram espaço e Edward passou junto com Irina, seguindo pela. Andaram por um corredor não pavimentado e Bella abriu uma porta no final dele.

Quando Edward passou pela porta, Bella se colocou no caminho impedindo que Irina entrasse.

— Saia do camin...

— Cale a sua boca. — Bella disse rudemente. — Sua cena é lamentável, você é só uma vadia interesseira e arrependida. Vou deixar você entrar aqui e conversar com ele somente para que você saiba o quanto você significa. E não se esqueça: essa conversa só está acontecendo porque eu permiti. Acho que você finalmente vai ter o que merece.

Bella não olhou para trás quando saiu do caminho. Edward tinha suas mãos trêmulas a ver como a leoa com quem ele estava o defendeu. Irina entrou e a porta se fechou atrás dela.

— Ela se acha muito valente, não? — riu, debochando.

Respirando fundo Edward deu de ombros.

— Diga o que você quer.

— Ora, Edward, até sua namorada já sabe o que eu quero. Nós. Eu sei que ela é só uma distração e eu voltei.

— Você tem algum problema mental, Irina? — Calmamente ele perguntou. — Eu juro para você que eu tenho pena de você. Eu já tive raiva, mágoa, nojo, desprezo, agora... Eu só sinto pena do ponto decadente que você chegou.

— Eu sei que é mentira. — Ela disse. — Eu sei que você vai falar coisas para me machucar. Mas eu sei que eu fui àquela capaz de despertar em você coisas que aquela pobre infeliz nunca poderia. — Edward ficou quieto ouvindo.

Irina aproximou-se e ele não se moveu. Ela rodeou ele, como se ele fosse um filé muito suculento. Ela chegava a salivar enquanto tocava seu terno com as pontas dos dedos.

— Não sentiu minha falta? — Perguntou ela. Ele permaneceu em silêncio. — Querido, eu sei que eu cometi um erro... Mas eu me arrependi.

Era lamentável a forma deprimente que ela tentava engana-lo. Edward respirou fundo quando a segurou fortemente pelo braço, impedindo a de andar e toca-lo.

— Eu vou falar calmante para que seu cérebro pequeno compreenda. Você não significa nada para mim. Eu tenho pena de você por ser tão vazia e sozinha.

— O que? — Ela balbuciou se afastando.

— Eu sinto pena de você, porque você teve alguém que a amava de verdade e você preferiu mentir e enganar. E isso é triste. Sinto pena de você, porque sua vida deve ser vazia e desprezível, quando você é só um rato procurando entrar no bolso de alguém e depois percebem o quanto você é desprezível.

— Você se quer acredita nisso. Está falando para me magoar. — Ela blefou, completamente abalada.

— Sabe. É engraçado... Há alguns meses atrás, se eu a visse, falaria coisas horríveis. Coisas que você até gostaria de ouvir, pois saberia que era só minha raiva falando. Mas agora... Eu me libertei de você, Irina. Nada que você diga pode me abalar. Eu estou melhor, eu estou me curando graças a Bella. Não há espaço para nenhum tipo de ressentimento. Eu sou feliz. Tem essa mulher que me ama e ela trouxe para minha vida essa garotinha e eu faria tudo por elas. Sabe Irina... Eu não contei a ninguém sobre isso, mas eu tenho um anel guardado, eu vou pedi-la em casamento. Eu não perderia meu tempo com você.

Irina estava em choque. Edward não entendeu porque ela alimentou uma reaproximação depois de tudo que aconteceu entre eles. Depois de tudo que ela lhe causara.

— Você não mudou nada. — Irina sibilou. — Achei que você tinha ficado esperto. Porque é isso que dizem sobre você por aí... Mas você continua o mesmo idiota ou mais. Como foi fácil para uma mulher te seduzir e ainda fazer você assumir o filho dela. Como você é idiota!

Ela gritou. Edward não ficou surpreso por ouvir isso dela. Irina não prestava. Era natural que ela achasse que todos eram iguais a ela.

— Por que você tá dizendo isso? Foi por isso que você disse que o filho de Aro era meu? Você achou que eu iria cegamente acreditar que foi um equívoco laboratorial no primeiro exame de DNA feito e que eu deixaria Bella por você? Foi isso? Ele pareceu pega-la de surpresa. Irina mordeu seu lábio inferior, disfarçando o choque e dando um passo para trás.

— Você está tão desesperado para ser amado que aceita qualquer migalha que te oferecem.

Edward riu cinicamente, encarando ela.

— Tem certeza que você ouviu falar sobre mim? — Sua passividade havia diminuído dois tons. — Não que eu seja presunçoso, mas tive mulheres suficientes na minha cama dizendo o que eu queria ouvir. Modelos, atrizes, garçonetes, prostitutas... Irina, entre você e elas, certamente prefiro qualquer uma delas e às migalhas que elas tivessem dispostas a me dar. Mas querida, você me conhece, sabe que eu sou um homem ambicioso... Sei aonde eu cheguei e está aqui tão desesperada porque sabe que Bella é a mulher da minha vida. Coisa que você nunca será.

— Você é um tolo.

— E você é só mais uma que passou pela minha vida. E agora você sabe exatamente o que significa para mim.

O silêncio surgiu. Edward viu Irina virar o rosto e ele viu algo como um brilho de lágrimas, mas não deu importância. Caminhou passando por ela e abriu a porta, mas antes de sair, virou-se e a encarou bem antes de falar novamente:

— Não volte a me procurar. Nunca mais. E da próxima vez que você pensar em desafiar Bella igual você fez hoje mais cedo, lembre-se que ela será minha esposa, coisa que você jamais será. Uma Cullen. Você sabe a influência desse nome, não é?

O silêncio dela trouxe a resposta: sim. Ela sabia. Edward fechou a porta quando saiu, sabendo que aquele capítulo de sua vida estava definitivamente acabado.


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